MARCADORES SOROLÓGICOS DE HEPATITE B EM GESTANTES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE EM PONTA GROSSA



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Transcrição:

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X ) SAÚDE ( ) TRABALHO ( ) TECNOLOGIA MARCADORES SOROLÓGICOS DE HEPATITE B EM GESTANTES DE UMA UNIDADE DE SAÚDE EM PONTA GROSSA GANS, Renata Schnepper 1 OLIVEIRA, Margarete Aparecida de 2 SANTOS, Aline de Paula 3 BORGES, Celso Luiz 4 SILVA, Flávia Marins da 5 RESUMO De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. O vírus da hepatite B (HBV) é transmitido por via parenteral, por solução de continuidade, por via sexual e é frequente pela transmissão de mãe para filho. Em recém-nascidos a cronificação ocorre em até 90% dos casos. Objetivou-se levantar os resultados dos exames de marcadores sorológicos para hepatite B (HbsAg e anti-hbc) requeridos no pré-natal em gestantes usuárias de uma Unidade de Saúde. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa e descritiva, realizado dentro do projeto de extensão Painel Sorológico dos marcadores virais da hepatite B numa população de universitários da área da saúde. A pesquisa contou com 43 gestantes que estavam dentro dos critérios de inclusão e a média de idade foi 22 anos. No momento da pesquisa, a média da IG foi de 23 semanas e 1 dia. De acordo com o MS, o pré-natal deve ser iniciado precocemente, de preferência no primeiro trimestre. No estudo, a média no dia da coleta do exame de sangue foi 8 semanas e 6 dias, seguindo o preconizado. Todas as 43 (100%) gestantes apresentaram resultado do exame para HBsAg e para anti-hbc como não reagentes. Conclui-se que a pesquisa dos marcadores sorológicos em gestantes é um meio de averiguar se as diretrizes do Ministério da Saúde estão sendo cumpridas. Através do exame específico para hepatite B é possível controlar a disseminação dessa doença e diminuir os casos de cronificação entre recém-nascidos, que são os mais incidentes. PALAVRAS CHAVE Hepatite B. Gestante. Enfermagem. 1 Acadêmica da 3ª série do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Apresentadora e autora, Bolsista da Fundação Araucária, Contato: margarethe@live.com 2 Acadêmica da 3ª série do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Bolsista do Projeto de Extensão. Apresentadora e autora. Contato: renatagans2@gmail.com 3 Acadêmica da 3ª série do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Autora. 4 Professor MSc. Coordenador do Projeto de Extensão Painel Sorológico dos marcadores virais da hepatite B numa população de universitários da área da saúde da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Autor. 5 Acadêmica da 3ª série do curso Bacharelado em Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Autora.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 2 Introdução De acordo com o Ministério da Saúde (MS), as hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Infecções por hepatite B e C são as causas mais comuns de doença no fígado. Mais de 500 milhões de pessoas no mundo inteiro são constantemente infectadas por hepatite B e/ou hepatite C. A prevalência de cada tipo varia de região para região. No Brasil, as hepatites virais são doenças de notificação compulsória, significando que cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Assim é possível mapear casos de hepatites e auxiliar no direcionamento de políticas públicas. As hepatites virais são causadas por diferentes agentes etiológicos, com tropismo primário pelo tecido hepático. Considerando o número de indivíduos atingidos, elas são consideradas doenças importantes, principalmente pelas possíveis complicações da forma aguda e consequente cronificação. As características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais dessas doenças são semelhantes, entretanto com peculiaridades importantes. O vírus da hepatite B (HBV) pertence à família Hepadnaviridae e o período de incubação varia de 30 a 180 dias. O HBV é transmitido por via parenteral (compartilhamento de agulhas e seringas, tatuagens, piercings, procedimentos cirúrgicos, etc.) e por solução de continuidade (pele e mucosa). Sobretudo, a transmissão se dá por via sexual (relações sexuais desprotegidas), estando o vírus presente no sêmen e secreção vaginal, portanto considerada uma doença sexualmente transmissível (DST). A transmissão de mãe para filho (vertical) também é causa frequente de disseminação do HBV. Ocorre geralmente no momento do parto, pois a infecção via transplacentária é incomum, mas também pós parte, onde o leite materno constitui fonte de disseminação viral. A transmissão vertical do HBV é a principal causa de carcinoma hepatocelular no futuro. A possibilidade de evolução para câncer hepático acontece independentemente da ocorrência de cirrose, ao contrário das outras hepatites virais. A hepatite crônica costuma ser assintomática ou com poucos sintomas. A forma ictérica da doença é apresentada por apenas 30% dos indivíduos e a manifestação clínica de acometimento hepático aparece na fase avançada da doença. Os indivíduos assintomáticos podem apresentar uma evolução benigna, entretanto do ponto de vista epidemiológico eles possuem grande importância com relação à disseminação da doença. A cronificação é caracterizada pela presença do vírus por mais de seis meses e varia de acordo com a faixa etária. Segundo o MS, estimam-se dois milhões de portadores crônicos para a hepatite B no mundo. Enquanto que em adultos a fase crônica ocorre em 5% a 10% dos indivíduos, em recém-nascidos de mães com evidência de multiplicação viral, a cronificação ocorre em até 90% dos casos. Em crianças com idade entre 1 e 5 anos, 30% se tornarão portadores crônicas. De forma a diagnosticar a doença, é utilizada a pesquisa dos marcadores sorológicos para hepatite B. O marcador característico para o HBV é o antígeno de superfície do vírus B (HBsAg), que indica diretamente a presença do antígeno no sangue do indivíduo e é o primeiro marcador que aparece consequente de infecção, considerando-o então como portador do HBV, seja como sintomático ou assintomático. Outro marcador importante é o anticorpo anti-hbc, que pode ser pesquisado como anti-hbc IgM ou anti-hbc total. O anti-hbc IgM se positivo caracteriza infecção aguda, enquanto o anti-hbc total pesquisa tanto IgM e IgG, ou seja, ele pode indicar a infecção aguda ou uma infecção no passado. O Ministério da Saúde utiliza o anti-hbc total como forma de triagem. O rastreamento de hepatite B deve ser realizado na primeira consulta pré-natal, juntamente com outros exames preconizados pelo MS. A vacinação para grávidas pode ser realizada quando em risco aumentado para a doença e devem ser rastreadas novamente antes do parto ou no momento deste, na admissão hospitalar. Para gestantes que apresentem HBsAg reagente, os recém nascidos devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina nas primeiras 12 horas pós-parto e completar o esquema vacinal posteriormente. Reconhecendo a importância da ocorrência de hepatite B na gravidez devido aos altos riscos para o recém-nascido em desenvolver e cronificar a doença, foram levantados resultados de marcadores sorológicos para hepatite B das gestantes acompanhadas durante o pré-natal em uma Unidade de Saúde com a Estratégia Saúde da Família (ESF) no município de Ponta Grossa. Objetivos Objetivou-se levantar os resultados dos exames de marcadores sorológicos para hepatite B (HbsAg e anti-hbc) requeridos no pré-natal em gestantes usuárias de uma Unidade de Saúde em

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 3 Ponta Grossa. Analisando também se o período da gestação condiz com a primeira consulta prénatal como preconizado pelo Ministério da Saúde. E por fim, averiguar se os resultados estão dentro dos valores de referência para soro reagente ou não reagente de acordo com o tipo de marcador. Metodologia Trata-se de um estudo transversal com abordagem quantitativa e descritiva. Essa pesquisa foi realizada dentro do projeto de extensão Painel Sorológico dos marcadores virais da hepatite B numa população de universitários da área da saúde. A coleta de dados foi realizada em março de 2013 na Unidade de Saúde Dr. Antônio Horácio Carneiro Miranda que conta com uma equipe Estratégia Saúde da Família (ESF), estando localizada na Vila Santa Mônica da cidade de Ponta Grossa - PR. Essa ESF faz parte do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde - PET-Saúde, este é um programa do Ministério da Saúde, que interage com a Secretaria Municipal de Saúde e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) com objetivo de integrar ensino, serviço e comunidade. Participam desse programa, acadêmicos de diversas áreas do conhecimento, como Enfermagem, Farmácia, Serviço Social, Educação Física, etc. Os critérios de inclusão da pesquisa foram: (1) as gestantes usuárias da Unidade de Saúde Dr. Antônio Horácio Carneiro Miranda; (2) as mulheres que estavam grávidas no momento da pesquisa, sendo aquelas com idade gestacional (IG) entre 7 semanas e 6 dias a 38 semanas e 4 dias; (3) os prontuários que continham registrado no sistema TAZI o resultado dos exames referentes aos marcadores sorológicos para hepatite B. Como critério de exclusão estão os prontuários que não comtemplam esses parâmetros. Dos 63 prontuários, foram eliminados 20 da pesquisa devido à ausência de informações, finalizando com 43 prontuários. Os exames sorológicos dos marcadores de hepatite B foram realizados segundo o método de eletroquimioluminescência que considera como valores de referência para HBsAg: não reagente <0.90; borderline - 0,90 a 0,99 e reagente quando 1,0. E para Anti HBc: não reagente > 1,000 e reagente < 1,000. Os resultados obtidos foram transcritos por digitação para o programa Excel e posteriormente analisados e expressos em tabelas e gráficos. O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação Araucária, por meio de bolsa concedida a Renata Schnepper Gans. Resultados A pesquisa contou com 43 gestantes que estavam dentro dos critérios de inclusão. Devido à falta de informação ou incoerência entre o prontuário da paciente e o registro dos exames pelo programa TAZI, foram eliminados 20 prontuários. A faixa etária foi definida segundo a Tabela 1. A média de idade destas gestantes resultou em 22 anos. Tabela 1 Faixa etária das gestantes Faixa etária Número Frequência (%) 11 a 15 anos 2 4,7 16 a 20 anos 17 39,5 21 a 25 anos 15 34,9 26 a 30 anos 5 11,6 31 a 35 anos 2 4,7 36 a 40 anos 2 4,7 Total 43 100 Fonte: Ficha de cadastro da gestante SUS A média da IG foi calculada entre 41 gestantes (88,4%), pois não havia registro da DUM no cadastro de 4 gestantes (11,6%). No momento da pesquisa, a média da IG foi de 23 semanas e 1 dia. De acordo com o Manual Técnico Pré-natal e Puerpério do Ministério da Saúde (2006), o pré-natal deve ser iniciado precocemente, de preferência no primeiro trimestre. No estudo, a média no dia da coleta do exame de sangue foi 8 semanas e 6 dias, seguindo o preconizado.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 4 Todas as 43 gestantes (100%) apresentaram valor do exame para HBsAg inferior a 0,90, e portanto, não reagentes. Nenhuma das gestantes apresentou resultado 0,90 a 1,00, considerado como borderline, nem resultado reagente para o HBsAg. Os valores foram agrupados para serem melhor visualizados e são mostrados no Gráfico 1. Gráfico 1 Resultado do exame para HBsAg Fonte: Resultado de exames laboratoriais registrados no programa TAZI Com relação ao exame anti-hbc, novamente todas as 43 gestantes (100%) apresentaram resultados superiores a 1,00 e, portanto, não reagentes. Nenhuma das gestantes apresentou resultado reagente para o anti-hbc. Os resultados foram agrupados para serem melhor visualizados e são mostrados no Gráfico 2. Gráfico 2 Resultado do exame para anti-hbc Conclusões Fonte: Resultado de exames laboratoriais registrados no programa TAZI Conclui-se que o estudo possibilitou conhecer o panorama da hepatite B em gestantes de uma periferia de Ponta Grossa e como é o acompanhamento dessas mulheres. A pesquisa dos marcadores sorológicos em gestantes é um meio de averiguar se as diretrizes do Ministério da Saúde estão sendo cumpridas. Através do exame específico para hepatite B preconizado pelo MS é possível controlar a disseminação dessa doença e diminuir os casos de cronificação entre recém-nascidos, que são os mais incidentes. Sendo que o diagnóstico para a hepatite B em gestantes é um meio de garantir a saúde da mãe e, principalmente, do bebê, o papel de se realizar o pré-natal e planejar a gestação se torna muito importante.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 5 Considerando o resultado satisfatório para os marcadores sorológicos na população, entende-se que o atendimento em saúde está sendo eficiente para o público pesquisado. As ações preventivas resultam em menor gasto ambulatorial e diminuem os indicadores de mortalidade e isso compõe o direcionamento das unidades ESF.

11. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 6 Referencias AZULAY, David Rubem et al. Doenças sexualmente transmissíveis na gestação: uma síntese de particularidades. Educação Médica Continuada. Rio de Janeiro: Anais Brasileiro de Dermatologia, 2010. BRASIL. Hepatites virais: O Brasil está atento. 3º Edição. Brasília, 2008. BRASIL. Guia de Vigilância Epidemiológica, hepatites virais. 6ª Edição. Brasília, 2005. BRASIL. Manual Técnico: Pré-natal e Puerpério. 3º Edição. Brasília, 2006. KUPEK, Emil. OLIVEIRA, Juliana Fernandes. Transmissão vertical do HIV, da sífilis e da hepatite B no município de maior incidência de AIDS no Brasil: um estudo populacional no período de 2002 a 2007. 15(3), Revista Brasileira de Epidemiologia, 2012. PERIM, Eduardo Brás. PASSOS, Afonso Dinis Costa. Hepatite B em gestantes atendidas pelo Programa do Pré-Natal da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, Brasil: prevalência da infecção e cuidados prestados aos recém-nascidos. 8(3), Revista Brasileira de Epidemiologia, 2012. REHERMANN, Barbara. NASCIMBENI, Michelina. munology of Hepatitis B virus and Hepatitis C virus infection. Volume 5. Maryland, EUA. Nature Reviews Immunology, 2005. SILVA, Paula Andréia et al. Seroprevalence of hepatitis B virus infection and seroconvertion to anti-hbsag in laboratory staff in Goiânia, Goiás. 38(2):153-156, março-abril. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2005 WOHLFAHRT, Aline et al. Determinação do marcador Anti-HBc na prevenção da transmissão transfusional do vírus da Hepatite B: importancia e implicações. vol. 42(4): 269-272, RBAC, 2010