Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais Programa Estadual para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais/RS
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- Esther de Barros Soares
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1 Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais Programa Estadual para a Prevenção e o Controle das Hepatites Virais/RS Lucia Mardini DVAS
2 Hepatites Virais Hepatite: inflamação do fígado. As hepatites podem ser causadas por medicamentos, obstrução biliar, álcool, drogas, vírus... As hepatites virais são identificadas por letras: A, B, C, D e E. No RS, no momento, conseguimos diagnosticar as hepatites A, B e C.
3 As hepatites virais são problemas de saúde globais, dos quais nenhum país rico ou pobre é poupado. Possuem distribuição universal, mas existem algumas diferenças regionais no mundo e até mesmo do próprio Brasil. O homem é o único reservatório de relevância epidemiológica.
4 Modo de transmissão As hepatites A e E são transmitidas pela via fecal-oral e estão relacionadas às condições de saneamento básico, higiene pessoal, qualidade da água e dos alimentos. Por outro lado as hepatites B, C e D são transmitidas pelo sangue e derivados (via parenteral e vertical), esperma e secreção vaginal (via sexual), sendo esta última menos comum para hepatite C.
5 Assim, a transmissão pode ocorrer pelo compartilhamento de objetos contaminados como: lâminas de barbear e de depilar, escovas de dentes, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e para confecção de tatuagens, instrumentos para uso de drogas injetáveis (cocaína, anabolizantes e complexos vitamínicos), inaláveis (cocaína) e pipadas (crack), acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança.
6 A transmissão via transfusão de sangue e hemoderivados é rara em face da triagem sorológica obrigatória nos bancos de sangue (desde 1978 para a hepatite B e 1993* para a hepatite C). * Importante: testagem da população acima de 40 anos.
7 Transmissão Vertical Geralmente a transmissão vertical ocorre no momento do parto e dentre as hepatites virais o risco é maior para a hepatite B, ocorrendo em 70% a 90% dos casos cujas gestantes apresentam replicação viral. Ressalta-se que os recém-nascidos de mães com hepatite B devem receber a primeira dose da vacina contra hepatite B e imunoglobulina.
8 Transmissão Vertical Na hepatite C, a transmissão vertical é menos frequente, podendo ocorrer em cerca de 6% dos casos, chegando a 17% nas gestantes coinfectadas com HIV.
9 Aleitamento Materno Apesar da possibilidade de transmissão pelo aleitamento materno, não há evidências conclusivas de aumento do risco à infecção, exceto na ocorrência de fissuras ou sangramento nos mamilos.
10 Agente Etiológico Transmissão Incubação Transmissibilidade HAV Fecal-oral dias Desde 2 sem antes dos sintomas até o final da 2ª sem da doença. HBV HCV Sexual, parenteral, percutânea, vertical Parenteral, percutânea, vertical, sexual dias De 2-3 sem antes dos sintomas, até o término da doença. Se crônico permanece transmitindo dias 1 sem antes dos sintomas até não ter mais carga viral detectável.
11 A maioria das hepatites virais cursa de forma silenciosa, sem fase aguda sintomática. Os vírus B e C podem cronificar. Os indivíduos apresentam sinais histológicos de lesão hepática e marcadores de replicação viral. Eventualmente o diagnóstico é realizado quando já existe cirrose e/ou hepatocarcinoma. Mesmo os portadores assintomáticos podem transmitir a doença.
12 Hepatite Fulminante Em um intervalo de 8 semanas ocorre insuficiência hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática. A letalidade é de 40 a 80%.
13 Marcadores Sorológicos Hepatite A Anti-HAV IgM: define o diagnóstico de hepatite A aguda. Desaparece após 3 meses. Anti-HAV IgG: presente na fase de convalescença e persiste indefinidamente, proporcionando imunidade específica. Esse marcador aparece também no paciente imunizado por vacina.
14 Marcadores sorológicos Hepatite B HBsAg: 1º a surgir após a infecção, se persistir além de 6 meses caracteriza infecção crônica. Anti-HBc IgG: indica contato prévio com o vírus, permanece detectável por toda a vida nos indivíduos que tiveram a infecção. Anti-HBc IgM: infecção recente, confirma o diagnóstico de hepatite B aguda.
15 Marcadores sorológicos Hepatite B Anti-HBs: marcador que confere imunidade. Indicador de cura e imunidade. Está presente isoladamente em pessoas vacinadas. HBeAg e Anti-HBe: respectivamente indicam replicação viral e soroconversão (bom prognóstico). Não são utilizados pela Vigilância.
16 Marcadores sorológicos Hepatite C Anti-HCV: triagem para hepatite C. Indica contato prévio com o vírus. HCV-RNA (carga viral): confirma os casos de hepatite C agudos e crônicos, monitora a resposta ao tratamento, confirma resultados sorológicos indeterminados, em especial em pacientes imunossuprimidos.
17 Doadores de sangue Exames de triagem nos bancos de sangue: Anti-HCV, HBsAg e Anti-HBc total. Os testes de triagem realizados em banco de sangue devem ser repetidos, pois apesar de utilizarem o mesmo método dos exames para o diagnóstico clínico, o ponto de corte empregado é mais baixo, aumentando a sensibilidade e a possibilidade de testes falso positivos.
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19 Objetivo geral da Vigilância Epidemiológica Monitorar o comportamento das hepatites virais e seus fatores condicionantes e determinantes, com a finalidade de recomendar, adotar medidas de prevenção e controle e avaliar o seu impacto.
20 Caso confirmado de Hepatite A Indivíduo que apresente anti-hav IgM reagente. Indivíduo com suspeita clínica que apresente vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente (anti-hav IgM reagente) de hepatite A. Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite A na declaração de óbito. Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na DO, mas que tem confirmação para hepatite A após investigação.
21 Caso confirmado de Hepatite B Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite B: HBsAg reagente Anti-HBc IgM reagente HBV-DNA detectável Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite B na declaração de óbito. Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na DO, mas que tem confirmação para hepatite B após investigação.
22 Caso confirmado de Hepatite C Indivíduo que apresente um ou mais dos marcadores reagentes ou exame de biologia molecular para hepatite C: Anti-HCV reagente HCV-RNA detectável (é necessária a carga viral positiva para ser considerado caso confirmado de hepatite C aguda ou crônica). Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite C na declaração de óbito. Indivíduo que evoluiu ao óbito com menção de hepatite sem etiologia especificada na DO, mas que tem confirmação para hepatite C após investigação.
23 Cicatriz Sorológica Indivíduos com marcadores sorológicos de infecção passada, porém curados no momento da investigação, deverão ser notificados e classificados como cicatriz sorológica.
24 Caso Descartado Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo para hepatites virais (desde que as amostras sejam coletadas e transportadas oportuna e adequadamente). Todo caso suspeito que durante a investigação tenha diagnóstico confirmado laboratorialmente de outra doença ou que não preencha os critérios de confirmação definidos.
25 Notificação SINAN Todo caso suspeito de hepatite viral deve ser notificado no SINAN (Portaria MS Nº de 06 de junho 2014). OBS 1.: Testes rápidos para as hepatites B e C reagentes devem ser confirmados por sorologias e não devem ser notificados no SINAN até que essa confirmação ocorra. OBS 2.: Casos de surtos de hepatite A não devem ser notificados no SINAN como surtos, mas sim como notificações individuais.
26 Instrutivo para Notificação de casos de hepatites virais no SINAN Além de saber encerrar os casos pelos marcadores, é importante seguir o instrutivo de hepatites do SINAN para preenchimento da notificação.
27 Objetivos da Investigação Desencadear a investigação das fontes de infecção e transmissão comuns. Definir e indicar as medidas de controle da transmissão por meio das ações de prevenção. Prevenir a evolução para a cronicidade da doença.
28 Estratégias de Investigação Preenchimento da Ficha de Investigação das Hepatites Virais do SINAN. Todos os campos devem ser preenchidos, se necessário utilizar também o campo "observações". Nos casos de transmissão pessoa a pessoa ou fecal-oral, investigar se houve exposição a possíveis fontes de contaminação, como água de uso comum e refeições coletivas. Nos casos de transmissão sexual, identificar a ocorrência da prática de relações sexuais desprotegidas ou abuso sexual.
29 Estratégias de Investigação Nos casos de transmissão sanguínea, investigar histórico de compartilhamento de objetos contaminados e de acidentes com exposição a material biológico, procedimentos cirúrgicos, odontológicos, hemodiálise, transfusão, endoscopia. Buscar história de comunicantes e outros casos suspeitos e/ou confirmados de hepatite viral, levantando hipóteses sobre como ocorreu a transmissão, para identificação de indivíduos assintomáticos, prevenção da disseminação da doença e outros possíveis surtos.
30 Medidas de prevenção e controle Tem como objetivo evitar a disseminação dos vírus das hepatites. Para hepatite A, estabelecer medidas junto à comunidade e familiares, visando cuidados com a água de consumo, manipulação de alimentos e com as condições de higiene e saneamento básico. Orientar instituições (creches, escolas) para a adoção de medidas rigorosas de higiene, desinfecção de objetos, bancada e chão com hipoclorito de sódio 2,5%. Lavagem e desinfecção dos alimentos consumidos crus com hipoclorito de sódio.
31 Medidas de prevenção e controle Solicitação de exames no pré-natal (hepatite B). Monitoramento de pacientes hemofílicos e usuários crônicos de hemoderivados. Para a prevenção das hepatites B e C, os indivíduos devem ser orientados quanto aos mecanismos de transmissão e ao não compartilhamento de objetos de uso pessoal. Aos usuários de drogas deve ser orientado o não compartilhamento de agulhas, seringas, canudos e caximbos. O uso de preservativo é recomendado em todas as práticas sexuais.
32 Medidas de prevenção e controle O Programa Nacional de Imunização (PNI) disponibiliza vacinas contra hepatite A e B e Imunoglobulina anti-hepatite B. Vacina contra hepatite A: disponível nas unidades de saúde para crianças de 1 ano a menores de 2 anos. Disponível também nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), conforme indicado no Manual do CRIE. Vacina contra hepatite B: 3 doses (0, 1 e 6 meses), para recém-nascidos, menores de 49 anos e grupos vulneráveis.
33 Medidas de prevenção e controle Imunoglobulina Humana anti-hepatite B é indicada para pessoas não vacinadas, ou com esquemas incompleto, após exposição ao vírus da hepatite B. Recém-nascidos de mães HBV portadoras: imunoglobulina e a 1ª dose da vacina preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Os trabalhadores da saúde devem obedecer às normas universais de biossegurança e imunização contra a hepatite B. Realização de ações de educação em saúde para os profissionais de saúde e para a comunidade em geral.
34 PEHV saúde e você prevenção e combate às doenças hepatites virais
35 PEHV-RS Rua Domingos Crescêncio nº 132 sala
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