EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO COM ESPECIALIZAÇÃO EM AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE ATIVIDADE FÍSICA CLAUDIO JOSÉ VIEIRA ROSA Orientador: Prof. Doutor José Manuel Vilaça Maio Alves VILA REAL, 2012

EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA CLAUDIO JOSÉ VIEIRA ROSA Orientador: Prof. Doutor José Manuel Vilaça Maio Alves UTAD Vila Real 2012 II

FICHA CATALOGRÁFICA Rosa, Claudio José Vieira. Efeito da ordem de conjugação de um exercício do treino aeróbio com exercício de treino de força na resposta hormonal aguda. Vila real: [s.n], 2012. Orientador: Professor Doutor José Manuel Vilaça Maio Alves Dissertação (Mestrado) Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. PALAVRAS-CHAVE: Treinamento concorrente; Resposta hormonal aguda; Treino aeróbio; Treino de força. III

Este trabalho foi expressamente elaborado com vista à otenção do grau de Mestre em Ciências do Desporto com Especialização em Avaliação e Prescrição de Atividade Física, nos termos do decreto-lei nº 107/2008, de 25 de Junho. IV

AGRADECIMENTOS Ao concluir esta dissertação, quero agradecer e dedica-la às pessoas que contribuíram nesses dois anos de curso, para que eu conseguisse conquistar esse sonho. Com isso, dedico este trabalho ao meu orientador Prof. Dr. José Manuel Vilaça Maio Alves, pela importante dedicação e orientação deste trabalho, além da grande amizade que construímos. Ao estimado amigo Eduardo Lusa Cadore, pela ajuda e orientação a respeito do treinamento concorrente. Aos colegas Régis Pretto, Aline Trinca de Oliveira, Rafael Bopko que dedicaram seu tempo para auxiliar nas avaliações, protocolos de treinamento e nas sessões de exercício. Ao laboratório Hemoanálises que fez com que esse estudo se tornasse realidade, através das coletas e análises sanguíneas e, também, as técnicas em enfermagem. De forma muito especial, aos amigos e alunos da academia que fizeram parte deste estudo, pelo comprometimento, responsabilidade e vontade em dar o melhor de si. E meu maior agradecimento vai para minha família, bem mais precioso que eu tenho na vida, em especial ao meu pai Pedro e à minha mãe Idelma, que sempre me incentivaram em seguir estudando, e à minha amada esposa que tenho como exemplo de vida, pois nos momentos de dificuldades que passamos, ela se manteve sempre forte. Por isso, dedico esta dissertação a ela e também a minha enteada, a quem eu amo muito e que me traz muita alegria. Agradeço a Deus por tudo o que ele tem me proporcionado. V

ÍNDICE GERAL FICHA CATALOGRÁFICA... III AGRADECIMENTOS... V ÍNDICE GERAL... VI ÍNDICE DE FIGURAS... VIII ÍNDICE DE TABELAS... IX LISTA DE ABREVIATURAS... X RESUMO... XII ABSTRACT... XIII 1.INTRODUÇÃO... 1 2.REVISÃO DA LITERATURA... 4 2.1.EFEITO DO TREINO AERÓBIO NO SISTEMA HORMONAL... 5 2.2.EFEITO DO TREINO DE FORÇA NO SISTEMA HORMONAL... 7 2.3.EFEITO DA JUNÇÃO DO TREINO AERÓBIO COM O TREINO DE FORÇA, NA MESMA SESSÃO, NA PARTE HORMONAL... 10 3.METODOLOGIA... 15 3.1.CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA... 16 3.2.PROCEDIMENTOS... 16 3.3.INSTRUMENTOS E MEDIÇÕES... 18 3.3.1.ESTATURA... 18 3.3.2.MASSA CORPORAL... 18 3.3.3.PERCENTAGEM DE GORDURA ESTIMADA... 18 3.4.PROTOCOLO DE MEDIÇÃO DE 1RM... 20 3.5.TESTE AERÓBIO... 21 3.6.EXERCÍCIO AERÓBIO... 22 3.7.EXERCÍCIOS DE TREINO DE FORÇA... 23 VI

3.8.COLETA E ANÁLISE DE SANGUE... 23 3.9.ANÁLISE ESTATÍSTICA... 24 4.RESULTADOS... 25 5.DISCUSSÃO... 30 6.CONCLUSÃO... 37 7.BIBLIOGRAFIA... 39 8.ANEXOS... 47 ANEXO I PLANILHA V4 RUNNING ANEXO II TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ANEXO III COMPOSIÇÃO CORPORAL ANEXO IV FORÇA MUSCULAR DINÂMICA ANEXO V FICHA DE TREINAMENTO DO GRUPO 1 ANEXO VI FICHA DE TREINAMENTO DO GRUPO 2 VII

ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 - Teste de 1RM nos exercícios de agachamento (esquerda) e supino (direita)... 21 Figura 2 - Teste de 1RM nos exercícios de prensa de pernas (esquerda) e puxada pela frente (direita)... 21 Figura 3 Coleta de lactato... 22 Figura 4 - Coleta sanguínea pré-sessão de treino... 23 Figura 5 - Médias Marginais Estimadas dos valores de cortisol entre pré e pós teste e grupos analisados, tendo como covariável os valores do pré-teste... 26 Figura 6 - Médias Marginais Estimadas dos valores da variável Testosterona entre pré e pós teste e grupos analisados... 27 Figura 7 - Médias Marginais Estimadas dos valores da variável IGFBP-3 entre pré e pós teste e grupos analisados... 27 Figura 8 - Médias Marginais Estimadas dos valores da variável Hormônio do Crescimento entre pré e pós teste e grupos analisados... 28 Figura 9 - Médias Marginais Estimadas dos valores da variável razão testosterona/cortisol entre pré e pós teste e grupos analisados, usando covariável o pré teste... 29 VIII

ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Médias e respectivos desvios-padrão das variáveis cronológicas, antropométricas e de força máxima (1RM) dos sujeitos da amostra, em ambos os grupos... 17 Tabela 2 Protocolo de teste aeróbio... 22 Tabela 3 - Médias e respetivos desvios-padrão das variáveis Testosterona, Cortisol, Hormônio do Crescimento e Proteína ligadora do IGF-1 tipo 3 (IGFBP- 3)... 28 Tabela 4 - Médias e respetivos desvios-padrão das variáveis Testosterona/Cortisol... 29 IX

LISTA DE ABREVIATURAS A Aeróbio ABD Abdominais ACTH - Adrenocorticotrópico AF Aeróbio mais força AG - Agachamento ASD Androstenediona C Cortisol CSA Área de secção tranversa do músculo DHEA Diidroepiandrosterona EA Exercícios aeróbicos EF Exercícios de força ETA Exercícios de treino aeróbio ETF Exercícios de treino de força EXTL Extensão lombar F Força FA Força mais aeróbio FC Frequência cardíaca FCM Frequência cardíaca máxima FSA Força para membros superiores e aeróbico FSH Hormônio Folículo Estimulante GC Grupo controle GE Grupo experimental GH Hormônio do Crescimento IGF1 Fator de crescimento insulina-símiles IGFBP-1 Proteína ligadora IGF-I tipo 1 X

IGFBP-2 Proteína ligadora IGF-I tipo 2 IGFBP-3 Proteína ligadora IGF-I tipo 3 La - Lactato LH - Hormônio Luteinizante OMNI Escala subjetiva de esforço para ciclistas PADF Puxada alta dorsal pela frente PI Prensa inclinada PRL Prolactina RM Repetição Máxima SHBG Proteína Globulina Transportadora de Hormônios SU - Supino TA Treinamento aeróbico TC Treinamento concorrente TF Treinamento de força TL Testosterona livre TT Testosterona total VO 2 máx Consumo máximo de oxigênio XI

RESUMO O treinamento concorrente tem sido amplamente utilizado em academias e em alguns esportes, sendo realizado por diversas populações. Contudo, poucos estudos avaliaram a resposta hormonal de homens treinados conjugando um exercício do treino aeróbio com o exercício de força. Com isso, o objetivo deste estudo é observar o efeito do treinamento concorrente na resposta hormonal aguda (testosterona, cortisol, hormônio do crescimento e IGFBP-3 de homens treinados. Vinte homens treinados (24±5 anos) foram divididos em 2 grupos: treino aeróbio mais força (AF, n=10) e treino de força mais aeróbio (FA, n=10). Cada grupo treinou uma única sessão de treinamento. Antes do período de treino, os sujeitos foram avaliados em parâmetros relacionados à força muscular, teste de 1RM, capacidade aeróbia, teste de lactato. Antes e após a sessão de treino era realizada a coleta sanguínea. Os resultados mostraram que houve diferença significativa nos níveis de cortisol pré e pós (G1=11,55±6,52 e 15,43±6,59) comparado ao (G2= 19,81±6,98 e 31,40±14,89) respectivamente, em que FA apresentou um aumento mais acentuado entre momentos. Houve aumento significativo de testosterona ao longo do tempo, independentemente da ordem de conjugação do exercício aeróbico com exercício de treino de força. Em relação à razão testosterona/cortisol, constatou-se que existe uma tendência idêntica na diminuição em ambos os grupos. Houve uma interação inversa nos níveis de IGFBP-3, (G1=4809,20±792,68 e 5573,00 ±1276,64) enquanto no AF demonstrou um aumento, no FA ocorreu uma diminuição (G2= 5,073±803,69 e 4660,00±979,82), sendo que ambas foram significativas. Ainda, houve um aumento significativo nos níveis do hormônio do crescimento em ambos os grupos, sem diferença entre eles. Os presentes resultados demonstraram que as respostas hormonais agudas, nas diferentes ordens de conjugação de exercícios apontaram diferentes resultados. Assim, quando se tem que juntar na mesma sessão de treino, exercícios de TF e exercícios predominantemente aeróbios, e o objetivo é a manutenção da massa muscular, parece que os exercícios aeróbios devem vir antes dos exercícios de TF. Palavras-chave: Treinamento concorrente; Resposta hormonal aguda; Treno aeróbio; Treino de força. XII

ABSTRACT The concurrent training has been widely used in gyms and some sports, being performed by several peoples. However, few studies have evaluated the hormonal response of trained men combining an exercise of the aerobic training with the strength exercise. Thus, the aim of this study is to observe the effect of the concurrent training on acute hormonal response (testosterone, cortisol, growth hormone and IGFBP-3) of trained men. Twenty trained men (24 ± 5 years old) were divided into 2 groups: aerobic training plus strength (AS, n = 10) and strength training plus aerobic (SA, n = 10). Each group trained a single training session. Before the period of the training, the subjects were evaluated on parameters related to muscle strength, test of the 1RM, aerobic capacity, test of the lactate. Before and after the session of the training the collect of blood was done. The results show a significant difference in the levels of cortisol before and after (G1=11,55±6,52 and 15,43±6,59) compared the (G2= 19,81±6,98 and 31,40±14,89) respectively, in which SA had an increase, more emphasized between moments. There was a significant increase in testosterone over time, regardless of the order of combination of the aerobic exercise with exercise of training of strength. In relation to testosterone/cortisol there is a similar trend in the reduction in both groups. There was an inverse interaction in the levels of IGFBP-3, while the AS showed an increase (G1=4809,20±792,68 and 5573,00±1276,64) in the SA there is a decrease, (G2= 5,073±803,69 and 4660,00±979,82), and both were significant. There was still a significant increase in the levels of the growth hormone, in both groups, with no difference between them. The present results demonstrate that the acute hormonal responses in different orders of combining of exercises show different results. So when it has to join in the same training session, exercises strength training and predominantly exercise aerobic, and the goal is to maintain muscle mass, it seems that aerobic exercise should come before the strength training. Keywords: Concurrent Training, acute hormonal response, aerobic training, strength training XIII

1.INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO 1 EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA 1

1.INTRODUÇÃO 1.INTRODUÇÃO A junção na mesma sessão de treino de exercícios do Treino Aeróbio (TA) com exercícios de Treino de Força (TF), que comumente é intitulado como treino concorrente (TC), caracteriza-se como uma metodologia de treino que tem como intuito proporcionar os estímulos característicos das duas modalidades e os seus respetivos benefícios 32. Esta metodologia tem sido largamente utilizada em academias, com o intuito de obter-se uma melhoria no sistema cardiovascular, neuromuscular e metabólico 33. Contudo, devido à especificidade dos estímulos fornecidos quer pelos ETA quer pelos ETF podem provocar interferência nas respostas, quer agudas quer crônicas, do nosso organismo aos dois tipos de Treino 18. Essas interferências podem estar associadas a vários fatores, nomeadamente: o baixo conteúdo de glicogênio muscular levando a um estado catabólico crônico, especialmente nas fibras do tipo I 4 ; o prejuízo nas adaptações neurais decorrentes do treino de força 10 ; e a fadiga periférica decorrente do treino aeróbio, podendo prejudicar a performance durante o treino de força 31. Esse efeito de interferência, descrito por Hickson em 1980, pode ocorrer quando o volume de treino é elevado 24. Kraemer et al.(1995) 29, referem que um grande volume de treino pode gerar uma grande elevação nas concentrações circulantes de cortisol, hormônio associado ao catabolismo proteico, e um consequente desequilíbrio no balanço entre hormônios anabólicos (testosterona, hormônio do crescimento) estimuladores da síntese proteica e hormônios catabólicos (cortisol), gerando um ambiente desfavorável para o desenvolvimento de massa muscular. Bell et al.(2000) 6 afirmam que o treino concorrente pode atenuar a hipertrofia muscular, embora as causas fisiológicas dessa interferência ainda permanecem desconhecidas. Desta forma a escolha pela melhor ordem de execução das modalidades de treino durante o TC, poderia otimizar a resposta hormonal anabólica proporcionando uma melhor adaptação neuromuscular 6. Cadore et al.,(2010) 11 encontraram que há interferência no ganho de massa muscular nos membros inferiores no TC, mas não há interferência para os membros superiores. Além disso, os valores das concentrações hormonais não sugerem qualquer evidência de aumento do 2

1.INTRODUÇÃO estado catabólico. Hakkinen et al.(2003) 22,23, mostraram que ao realizar um treino concorrente, podem ocorrer aumentos significativos das capacidades motoras força e resistência aeróbia, durante as primeiras semanas de treino, embora limitados com o prolongamento do treino. Em relação ao efeito agudo do TC,Goto et al.(2005) 21 encontraram que o EA suprimem a resposta do hormônio do crescimento (GH) ao TF, sendo que o EA não tem nenhuma influência na resposta do C ou TT no TF, contudo o protocolo utilizado não proporcionou nenhum aumento significativo nos níveis dos hormônios analisados. Em outro estudo Cadore et al. (2012) 12 afirmam que independente da ordem das modalidades de exercícios realizados (TF ou TA) durante a sessão de TC, a testosterona total (TT) e o cortisol (C) respondem com valores mais elevados na primeira sessão de exercícios. Há poucos estudos que relacionam o treinamento concorrente com a resposta hormonal aguda, sendo que existe uma necessidade de novos estudos, pois os resultados ainda são inconclusivos. Com isso, o objetivo deste estudo é observar o efeito de um treino concorrente nas respostas hormonais (testosterona, hormônio do crescimento, IGFBP-3 e cortisol) em homens treinados. 3

2.REVISÃO DA LITERATURA REVISÃO DA LITERATURA 2 EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA 4

2.REVISÃO DA LITERATURA 2.REVISÃO DA LITERATURA 2.1.EFEITO DO TREINO AERÓBIO NO SISTEMA HORMONAL Uma boa capacidade aeróbia permite a um sujeito realizar exercícios cícliclos e acíclicos, por um período alargado de tempo, sem perda da sua eficiência. Os EA, normalmente, envolvem grandes grupos musculares e têm como fonte metabólica preferencial a via aeróbia. As características de um exercício aeróbio (EA), com objetivos de melhorar a capacidade física resistência aeróbia, tem as seguintes caraterísticas: a utilização de atividades que envolvam grandes massas musculares (por ex. caminhada, corrida, natação, ciclismo); a intensidade com que o exercício é realizado (nos limiares ou a baixo do limiares ventilatórios ou lático, dependendo do que for utilizado para determinar esse limiar, o consumo de oxigênio ou a acumulação sanguínea de ácido lático, respetivamente); a duração do exercício (30 minutos); e a frequência ( 2-3 dias por semana) 2. Wideman et al.(2002) 52 afirmam que a realização de um EA é um fator estimulador do hormônio do crescimento (GH), com elevações nos 15 minutos iniciais e valores de pico próximos ao final da sessão de treino no qual ele é utilizado. Contudo, para que esse aumento aconteça, existe a necessidade de que o EA tenha uma intensidade maior que o limiar de lactato e um volume maior que 30 minutos. No estudo de Cumming et al.(1986) 15 que avaliaram a resposta aguda, ao nível hormonal em 5 sujeitos, do sexo masculino,fisicamente ativos que realizaram um protocolo progressivo em cicloergômetro até a exaustão, foram observados aumentos significativos em todos os parâmetros hormonais analisados, nomeadamente: testosterona (T), dehidroepiandrosterona (DHEA) hormônio luteinizante (LH), hormônio folículo estimulante (FSH), androstenediona (ASD), prolactina (PRL) e cortisol (C). Por sua vez, Kanaley et al.(2001) 27 avaliaram 10 sujeitos que realizaram 30 minutos de treino aeróbio num aparelho de corrida estacionária, comumente apelidado de esteira rolante, separados em três ocasiões do dia e encontraram que o horário do dia não interfere na magnitude da liberação de GH, contudo em relação ao cortisol, o seu pico de libertação é influenciado pelo ciclo 5

2.REVISÃO DA LITERATURA circadiano, no qual o cortisol sofre variações nas várias fases do dia, com níveis mais altos pela manhã e níveis mais baixos à noite. Igualmente, Wilkerson et al. (1980) 53 avaliaram a resposta hormonal de testosterona de 5 sujeitos, do sexo masculino, que realizaram 20 minutos de corrida, num aparelho de corrida estacionária, em cinco intensidades diferentes (30, 45, 60, 75 e 90% VO 2 máx) e observaram que com o aumento da intensidade do exercício maior era a concentração de testosterona livre (TL), no entanto esse aumento foi praticamente igual à diminuição do volume do plasma observados com o aumento das intensidades do exercício o que resultou pouca alteração na testosterona total (TT). Kraemer et al. (2005) 30 avaliaram os sujeitos em um programa de treino aeróbio com alto volume de treino, com uma frequência de 4 dias por semana durante um período de 12 semanas. Observaram que houve um aumento significativo nas concentrações de cortisol, esses dados indicam um overtraining, prevalecendo o catabolismo. Fleck e Kraemer (1987) 17 afirmam que o EA realizado a 60% do VO2 máx não produz nenhuma alteração nas concentrações de testosterona por períodos moderados, ao contrário do EA com uma duração maior que 45 minutos, pois são considerados exercícios de longa duração. Em relação ao GH, um aumento nas suas concentrações é obervado nos primeiros 10 a 15 minutos com uma intensidade de 30% do VO2 máx, sendo que entre 40 e 60 minutos de atividade aeróbia pode aumentar os níveis de GH em diversas vezes, dependendo da intensidade em que é realizado 13. No estudo de Meckel et al., (2009) 38, foram avaliados 12 jovens jogadores de handebol da equipe junior de Israel, que realizaram treinamento intervalado com 4 sprints de 250m com 80% da velocidade máxima, com 3 minutos de intervalo entre cada sprint. A coleta hormonal era realizada préexercício, imediatamente após cada sprint e 60 minutos após o último sprint. Os autores encontraram um significativo aumento nos níveis de lactato sanguíneo, GH, IGFBP-3 e testosterona, e uma diminuição significativa de IGFBP-1. Já os níveis de IGF-1 e cortisol não tiveram uma mudança significatica. 6

2.REVISÃO DA LITERATURA Em outro estudo, Tierman et al., (2005) 49 avaliaram 173 mulheres de 50 a 75 anos de idade, divididas em 2 grupos, acompanhadas durante 12 meses. O G1 (n=87) realizava 45 minutos de EA de intensidade moderada com uma frequência semanal de 5 dias e o GC (n=86) realizava exercícios de alongamento por 45 minutos 1 vez por semana. Os resultados mostraram que os níveis de IGF-1 e IGFBP-3 diminuíram levemente, mas não estatisticamente significativo em ambos os grupos nos primeiros 3 meses e no final do estudo. Os autores sugerem que o TA tem um mínimo de efeito sobre os níveis de IGF- 1 e IGFBP-3 e afirmam que o efeito dos exercícios no IGF-1 e IGFBP-3 para mulheres com pós-menopausa são ainda desconhecidos. 2.2.EFEITO DO TREINO DE FORÇA NO SISTEMA HORMONAL Atualmente existem inúmeras metodologias de treino de força (TF) com o objetivo de obter melhorias no sistema neuromuscular. Contudo, a maioria dessas metodologias têm como base observações, usando diferentes metodologias e diferentes populações com um número pequeno de participantes, sem nenhuma comprovação científica 46. Várias são as variáveis do TF, tais como: volume, intensidade, frequência de treino, intervalo entre as séries, duração, ordem dos exercícios, entre outras. A manipulação destas variáveis, pode acarretar efeitos em termos hormonais dispares, podendo uma incorreta manipulação das mesmas causar um efeito catabólico em vez de um efeito anabólico desejado 29. As evidências na literatura indicam que o comportamento hormonal durante a realização de exercícios do treino de força (EF), está relacionado diretamente aos dois hormônios, nomeadamente, a testosterona total (TT) e o cortisol (C), que estão sendo usados como marcadores fisiológicos para avaliar o processo de remodelação do tecido muscular (ganho ou perda, consoante estivermo-nos a referir à TT ou ao C, respetivamente) e outros mecanismos envolvendo níveis mais altos de desenvolvimento muscular, através de vários protocolos, intensidades e volume de treino 17. Durante uma sessão de TF, dependendo da intensidade, volume, massa muscular envolvida e estado nutricional do indivíduo, podem existir comportamentos hormonais díspares, em que, em alguns casos, existe um aumento sérico de cortisol ou de 7

2.REVISÃO DA LITERATURA testosterona e GH 12. A libertação sérica destes hormônios pode resultar em diferentes efeitos adaptativos, sendo que a libertação de testosterona e GH pode proporcionar hipertrofia muscular, dos músculos ou grupos musculares envolvidos no TF, e a degradação muscular, dos mesmo, com a libertação sérica do cortisol 1. Metodologias do TF, que têm como objetivo a hipertrofia muscular, têm demonstrado um aumento agudo nos níveis séricos de testosterona e GH 14,34. No estudo de Leite et al. (2011) 31 que avaliaram o comportamento hormonal de 10 jovens saudáveis, os quais realizaram dois diferentes volumes de treino ( 3 séries de 80% da 6RM versus 3 séries de 80% da 12RM), sendo que ambos os protocolos demonstraram aumento nos níveis de testosterona e GH. No mesmo estudo, em relação ao cortisol, foram observadas diferenças, estaticamente significativas, nos níveis de cortisol entre os dois volumes de treino. Foi observado um aumento significativo, após o treino, quando utilizado 80% da 12RM e nenhuma diferença significativa quando usado o protocolo de 3 séries de 80% da 6RM. Esses resultados levam a supor que a manipulação do volume de treino pode modificar a resposta fisiológica desses hormônios. Ratamess et al.(2004) 42 encontraram um aumento nos níveis de testosterona livre depois de um protocolo de treino com 6 séries de 10 repetições a 80-85% da 1RM no exercício de agachamento, contudo não houve modificação nos níveis de testosterona quando os sujeitos realizaram 1 série de 10 repetições a 80-85% de 1RM. Corroborando com esse estudo, McCaulley et al.(2009) 37 encontraram um aumento nos níveis de testosterona, superior, depois de um protocolo de hipertrofia ( 4 séries de 10 repetições a 70% de 1RM com 3 minutos de intervalo), utilizando o exercício de agachamento, quando comparado com um protocolo de 8 séries de 6 repetições a 80% da 1RM com 3 minutos de intervalo e outro de 11 séries de 3 repetições a 90% da 1RM com 5 minutos de intervalo. Os autores, anteriormente referidos, afirmam que os aumentos nos níveis de testosterona após o treino,podem estar mais relacionados com o volume do treino do que com a intensidade. Parece que o aumento agudo dos níveis de testosterona, com os EF, está relacionado com a execução desses exercícios com uma alta intensidade 8

2.REVISÃO DA LITERATURA e com um alto volume 28,29. As variáveis volume e intensidade do TF parecem igualmente influenciar a resposta hormonal aguda, após sessão de treino. No estudo de Hoffman et al.(2003) 25, foram comparados o efeito agudo, de um protocolo de baixa intensidade, com um volume mais alto de TF (15 repetições de agachamento a 60% de 1RM) com um outro grupo que realizava um protocolo de intensidade mais alta e com um volume mais baixo (4 repetições de agachamento com 90% de 1RM). Estes autores encontraram valores significativamente mais altos de GH com protocolos de volumes mais altos. No estudo Zafeiridis et al. (2003) 55 compararam 3 protocolos de TF, com 4 exercícios, nos níveis agudos de GH e com as seguintes características: 4 séries de 5 repetições a 88% da 1RM com 3 minutos de intervalo, 4 séries de 10 repetições com 75% da 1RM com 2 minutos de intervalo, 4 séries de 15 repetições com 60% da 1RM com 1 minuto de intervalo entre as séries. Esses autores observaram uma resposta aguda de GH em todos os protocolos utilizados, mas o protocolo que demonstrou uma resposta, significativamente superior foi o último, que utilizou mais repetições, menos percentual de carga e menor tempo de descanso entre séries. Borst et al. (2001) 8 avaliaram o efeito do TF na circulação do IGF-1 e nas proteínas ligadoras IGFBP-1 e IGFBP-3 de 31 homens e mulheres durante 25 semanas de treinamento que foram divididos em três grupos: o G1 realizava uma série (n=11), o G2 realizava 3 séries (n=11) e o GC não realizava exercício (n=9). Os resultados mostraram que durante as primeiras 13 semanas houve um aumento de 20% nos níveis de IGF-1 em ambos os grupos, contudo nenhum aumento ocorreu entre a 13ª e a 25ª semana. Em relação às proteínas ligadoras, a IGFBP-1 não teve uma alteração significativa em ambos os grupos, Já a IGFBP-3 teve uma diminuição de 20% da 13ª a 25ª semana quando os sujeitos realizaram 3 séries. Em outro estudo Maestu et al. (2010) 35 avaliaram 14 homens fisiculturistas durante 11 semanas, que foram divididos em dois grupos: o G1 realizava uma dieta restrita e o G2 era o grupo controle. A coleta sanguínea foi realizada no início da 11ª semana, após a 5ª semana e 3 dias antes da competição. Os autores encontraram uma dimimuição nas concentrações de insulina e de IGF-1 no G1 comparado ao G2 após as 11 semanas de treino. Após a 5ª e 11ª semana os níveis de testosterona eram menores se 9

2.REVISÃO DA LITERATURA comparados ao início do estudo. Mudanças na insulina foram significativamente relacionadas a mudanças na massa gorda e na massa magra e também as mudanças no IGFBP-3 foram relacionadas às mudanças no IGF-1 e na massa magra. Em outro estudo Nindl et al. (2001) 39 avaliaram 10 homens jovens durante um período de 13 horas, iniciando às 17h até às 6h da manhã em duas condições: o TF realizava múltiplas séries, alternando 10 e 5 repetições máximas com 70 e 85% de 1RM respectivamente, com 90 segundos de intervalo entre as séries e o treino era realizado entre as 15h-17h. Além disso o sangue era coletado imediatamente após o último exercício e depois disso a cada hora até às 6h do outro dia. No GC a coleta era realizada nos mesmos horários. Os resultados mostraram que nenhum efeito foi obervado no IGF-1 no período analisado, contudo um sigificativo aumento ocorreu no IGFBP-3 imediatamente após o exercício retornando aos valores de base 12 horas após o treino e um aumento no IGFBP-2 nas 13 horas após o exercício. Os dados sugerem que o exercício não exerce alteração na circulação de IGF-1, mas qualquer mudança que aconteça no IGF-1 é dividida com as proteínas ligadoras do IGF-1. 2.3.EFEITO DA JUNÇÃO DO TREINO AERÓBIO COM O TREINO DE FORÇA, NA MESMA SESSÃO, NA PARTE HORMONAL A junção do treino aeróbio e do treino de força, na mesma sessão, que normalmente aparece na literatura como treino concorrente (TC), está sendo bastante usado nas academias. Esse facto acontece devido à falta de tempo para treinar, fator mais referido pelos utilizadores de academias 5,20. No estudo de Tremblay et al. (2004) 50 analisaram a resposta hormonal da testosterona (livre e total), DHEA, LH e cortisol em 3 grupos : grupo de treino de força, grupo de treino aeróbio e grupo sedentário. A concentração de todos os hormônios estudados aumentou principalmente no treino de força, com a exceção do cortisol, em que foi observado um aumento somente durante o treino aeróbio. Os indivíduos que efetuam normalmente o treino aeróbio demonstraram menores variações hormonais em resposta ao exercício comparados aos sujeitos treinados em força. Rosa et al. (2010) 44 avaliaram 20 voluntários adultos com sobrepeso de ambos os sexos em relação aos níveis 10

2.REVISÃO DA LITERATURA de cortisol submetidos ao TC, os quais foram divididos em 2 grupos: (GC) que verificou os níveis basais de cortisol, seguindo um jejum de 12 horas e, no mínimo, oito horas de sono, sendo que nenhum dos participantes pudesse realizar qualquer tipo de exercício físico no dia anterior à intervenção, o (GE) realizou aula de bike indoor com duração de 40 minutos e com uma intensidade de cinco e sete da escala de OMNI e em seguida realizou a sessão de TF composta de 3 séries com 85% de 1RM, até a exaustão, tendo encontrado uma redução significativa nos níveis de cortisol após uma única sessão de TC. No estudo de Goto et al. (2005) 21 avaliaram 10 homens que realizaram 60 minutos de cicloergômetro a 50% FCM e em seguida realizaram 4 séries de 10 repetições com 90 segundos de intervalo entre as séries nos exercícios de supino e leg press. O sangue era coletado antes do TA e 10, 20, 30 minutos depois do TF e os autores não encontraram nenhuma diferença significativa entre os grupos nos níveis de glicose, lactato, testosterona e cortisol, contudo os níveis de GH aumentaram após 60 minutos do TA. Esses resultados indicam que a resposta do GH no TF é atenuada pelo TA causado pelo aumento de ácidos graxos livres na concentração sanguínea iniciada no TF. Cadore et al. (2012) 12 avaliaram 10 homens jovens que realizaram TC composto de: 30 minutos de TA no ciclo ergômetro a 75% FCM e, no TF, eram realizadas 3 séries de 8 repetições a 75% 1RM com 90 segundos de intervalo e após 1 semana a ordem era invertida. O sangue era coletado antes, entre as modalidades de exercícios e no final da sessão do TC com técnicas similares. Os autores afirmam que independente da ordem das modalidades realizadas no TC, as respostas de TT e C são sempre mais elevadas após a primeira modalidade realizada. No outro estudo de Cadore et al.(2010) 11 avaliaram a força, a ativação muscular, a capacidade aeróbia e a concentração hormonal de 23 homens idosos que realizaram a sessão de treino 3 vezes por semana durante 12 semanas de treino, divididos em 3 grupos: o TF, o TA e o TC. Houve aumento de força de membros inferiores de todos os grupos, sobretudo no TF (67%) e no TC (41%) e no TA (25%). No entanto, em relação aos membros superiores somente o TF e o TC tiveram aumento significativo. Em relação ao 11

2.REVISÃO DA LITERATURA comportamento hormonal o TA teve uma diminuição significativa nos níveis de (TL) após 12 semanas de treino, bem como ocorreu um decréscimo aproximado no TC, e um decréscimo significativamente aproximado na TT e C no TA. Kraemer et al.(1995) 24 avaliaram 35 homens saudáveis divididos em 4 grupos, sendo que o G1 realizava alta intensidade de força com exercício aeróbico (TC), o G2 realizava alta intensidade de força para membros superiores e exercício aeróbico (FSA), o G3 realizava alta intensidade de exercício aeróbico (A) e o G4 realizava treino de força de alta intensidade (F). Nesse estudo, foi observado que os grupos TC, FSA e A demonstraram aumentos no consumo máximo de oxigênio, e o grupo F aumentou sua força. O tipo de treino, realizado pelos diferentes grupos, produziu diferenças nas respostas hormonais, sendo que essas diferenças podem influenciar a síntese de proteínas e neurotransmissores, e subsequentemente a adaptação à fibra muscular para utilizar substratos para o treinamento aeróbico. No grupo TC houve um aumento significativo na concentração de cortisol após 12 semanas e a testosterona não teve um aumento significativo. Um aumento no cortisol em repouso também foi observado no grupo A, que teve um comprometimento na força muscular, potência e ganhos no tamanho da fibra muscular. O F teve uma diminuição significatica nos níveis de cortisol. Os autores afirmam que as grandes diferenças encontradas no cortisol e na testosterona nos diferentes tipos de treino sugerem que o aumento total de trabalho pode resultar num tipo de overtraining, sendo que o aumento no cortisol tem sido associado ao mecanismo de degradação proteica, em face que nenhuma mudança na testosterona no treino pode reduzir as células das fibras musculares tipo I e II. Além disso, outro fato seria a imcompatibilidade do treino que pode ter ocasionado um estresse no eixo hipotalâmico-hipofisário adreno-cortical e gonodal. Corroborando com o estudo de Kraemer, Bell et al.(1997) 7 avaliaram as concentrações de testosterona e cortisol de homens e mulheres durante 16 semanas e encontraram um aumento de cortisol nos homens tanto no grupo TC quanto no TF após 8 semanas. Contudo após 16 semanas houve diminuição do cortisol nos indivíduos que realizaram somente TF e no grupo 12

2.REVISÃO DA LITERATURA TC os níveis mantiveram-se elevados. Os mesmos efeitos foram observados nas mulheres que participaram do estudo. Em outro estudo similar Bell et al. (2000) 6 avaliaram 45 pessoas de ambos os sexos que foram divididos em 4 grupos: o G1 realizava treino de força (TF); o G2 realizava treino aeróbio (TA); o G3 que realizava treinamento concorrente (TC) e o G4 que era o controle (GC). O programa de treino, usado nesse estudo, foi realizado durante 12 semanas, tendo sido observado um aumento similar no consumo máximo de oxigênio nos grupos TA e TC. Nos exercícios de leg press e extensão do joelho houve um aumento no teste de 1RM nos grupos TF e TC, mas os ganhos no exercício de extensão de joelho foram superiores no TF quando comparados aos outros grupos. Nenhuma mudança foi observada nas concentrações de testosterona, GH ou na SHBG em qualquer grupo. Elevada concentração de cortisol urinário nas mulheres do grupo TC, e nos homens do grupo TA diminuíram depois de 12 semanas de treino. Esses resultados podem indiciar que com a realização do treino concorrente podem ocorrer prejuízos na hipertrofia muscular esquelética nas mulheres. Peeri et al. (2011) 40 avaliaram os níveis de IGF-1 e interleucina-15 de 27 meninas durante 8 semanas que realizavam o treinamento 3 vezes por semana, foram divididas em quatro grupos: TF, TA, TC e GC. O grupo TF realizou um treino linear com aumento progressivo das intensidades, iniciando com 2 séries de 10 repetições com 30% de 1RM e ao término das 8 semanas realizaram 4 séries de 6 repetições com 70% de 1RM. O TA realizou 15 minutos de corrida contínua a uma intensidade de 50% da FCM e no final da oitava semana, realizou 40 minutos de corrida a 80% FCM. O grupo TC realizou o TF e na sequência o TA e o GC não realizou exercícios físicos. Os resultados mostraram que não houve diferenças significativas nos níveis de IGF-1 entre os 4 grupos analisados, contudo houve um aumento nos níveis de IGF-1 no TA e no GC e uma diminuição no TF e no TC, mas não significativa. Num outro estudo, Ruiz et al. (2010) 46 avaliaram 7 crianças com leucemia com idade compreendida entre 4 e 7 anos que realizaram 3 vezes por semana de TF e TA na mesma sessão durante 16 semanas. O TF compreendia 1 série de 8-15 repetições com 1-2 minutos de intervalo entre os 13

2.REVISÃO DA LITERATURA 11 exercícios, sendo que a carga era ajustada com o passar das semanas. O TA consistia em corrida, caminhada, cicloergômetro e jogos aeróbios (exercícios de pular, com bola e em grupo). Iniciaram com 10 minutos a 50% da FCM e progrediram para 30 minutos a 70% no final das 16 semanas. Da décima sexta semana até a vigésima as crianças foram destreinadas. A coleta sanguínea foi realizada no início do treinamento, no final do treinamento e após 20 semanas. Os resultados mostraram que os níveis de IGF-1 e IGF-2 não tiveram mudanças significativas após o período de treino ou do destreinamento. Também, os níveis de GH, IGFBP-2 e IGFBP-3 não tiveram mudanças significativas após o treino e depois do período de destreinamento. É concebível que o EA no treino concorrente pode proporcionar um maior estado catabólico, e esse fato pode inibir o desenvolvimento da capacidade motora força. Por sua vez, e o TF no treino concorrente pode estimular a produção de hormônios anabólicos, mesmo que este esteja associado ao componente aeróbico no treino concorrente 32. 14

3.METODOLOGIA METODOLOGIA 3 EFEITO DA ORDEM DE CONJUGAÇÃO DE UM EXERCÍCIO DO TREINO AERÓBIO COM EXERCÍCIO DE TREINO DE FORÇA NA RESPOSTA HORMONAL AGUDA 15

3.METODOLOGIA 3.METODOLOGIA 3.1.CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA Para constituir a amostra deste estudo foram selecionados 20 sujeitos voluntários, do sexo masculino, aparentemente saudáveis, com idade compreendida entre 20 e 35 anos. Os sujeitos foram colocados nas sessões de estudo de forma randomizada. Foram utilizados como critérios de inclusão neste estudo: os sujeitos serem fisicamente ativos e realizar o TF e o TA 3 vezes, ou mais por semana, à mais de 12 meses; não apresentar nenhuma resposta positiva no Par-Q teste; não tomar nenhum suplemento alimentar que possa influenciar as variáveis analisadas; não usarem esteroides anabolizantes; não possuírem problemas osteomioarticulares ou metabólicos que limitassem ou contraindicassem a prática de exercícios programados 51. Todos os participantes foram esclarecidos sobre todos os procedimentos inerentes a este estudo e foram incentivados a exporem todas as dúvidas relacionadas a ele relacionadas. Posteriormente foi pedido aos sujeitos da amostra para lerem e assinarem um termo de consentimento de participação neste estudo, elaborado de acordo com a declaração de Helsinqui. 3.2.PROCEDIMENTOS Os sujeitos selecionados para participar do estudo, após o preenchimento da declaração de livre consentimento de participação, foram submetidos ao preenchimento de uma anamnese e do par-q teste. Após esta sessão e a verificação se os critérios de inclusão e exclusão estavam garantidos, os sujeitos da amostra realizaram, durante duas semanas, um treino de força de adaptação aos exercícios realizados neste estudo. Após estas duas semanas os sujeitos realizaram uma sessão de medição das medidas antropométricas (massa corporal, estatura, e percentagem de gordura corporal estimada). Nesta mesma sessão foi realizado o teste da 1RM, em todos os exercícios de treino de Força, executados neste estudo, e pela ordem que eles seriam executados nas duas sessões experimentais. Passadas 72 16

3.METODOLOGIA horas voltou-se a realizar um re-teste da 1RM, seguindo os mesmos procedimentos da sessão anterior. Após 72 horas, foi realizado um teste submáximo na esteira (marca Embreex, modelo 568, Brusque, Brasil) e repetido o mesmo teste depois de 72 horas após. Posteriormente, foi efetuada, 72 horas após e por sorteio, a divisão dos sujeitos da amostra em dois grupos: um grupo G1 que relizaram uma sessão experimental em que o exercício do treino aeróbio antecedia os exercícios do TF; e um G2 que foi realizaram uma sessão onde o exercício aeróbio era executado após os exercícios de TF. Estas duas sessões foram realizadas com um intervalo entre si de 1 dia. Foi solicitado aos sujeitos da amostra que nos 3 dias que antecedessem a sua respetiva sessão experimental, não realizassem nenhum exercício físico ou atividade física vigorosa, assim como não ingerir suplementação de proteína e/ou hidratos de carbono com o objetivo de não influenciar nas respostas hormonais. Nestas duas sessões foi realizada uma recolha de sangue antes e logo após a término da sessão 3. Tabela 1 - Médias e respectivos desvios-padrão das variáveis cronológicas, antropométricas e de força máxima (1RM) dos sujeitos da amostra, em ambos os grupos Variáveis G1 G2 Idade (anos) 24,70±5,10 24,44±5,05 Massa Corporal (Kg) 79,75±8,00 79,89±7,33 Estatura (cm) 174,30±5,46 177,67±5,92 % Gordura Estimada 11,62±2,13 11,14±3,02 1RM Agachamento (Kg) 158,00±17,51 171,11±23,15 1RM Supino Horizontal (Kg) 110,40±10,01 109,56±7,67 1RM Prensa Inclinada (Kg) 344,00±32,04 357,22±36,50 1RM Puxada Alta Dorsal (Kg) 86,56±11,07 84,44±7,26 G1 Grupo que executa o exercício de treino aeróbio antes dos exercícios de treino de força; G2 Grupo que executa o exercício de treino aeróbio depois dos exercícios de treino de força 17

3.METODOLOGIA 3.3.INSTRUMENTOS E MEDIÇÕES 3.3.1.ESTATURA A estatura foi medida recorrendo a uma balança com estadiômetro da marca Welmy (modelo 110). A estatura foi definida como a distância, em linha reta, entre o crânio e o piso, sobre o qual se apoiam os pés, estando os sujeitos em posição ereta, posicionado segundo o plano de Frankfurt. Esse plano consiste numa linha imaginária que passa pelo ponto mais baixo do bordo inferior da órbita ócular direita e pelo ponto mais alto do lado superior do meato auditivo externo correspondente. Os sujeitos da amostra encontravam-se descalços, com os pés juntos e com os calcanhares, o cóccix, a coluna dorsal e a parte occipital em contato com o estadiômetro. Aos avaliados pedia-se que realizassem uma inspiração profunda e que se mantivessem em posição completamente ereta, sem que alterne a massa corporal sobre os calcanhares. A leitura foi expressa em centímetros. 3.3.2.MASSA CORPORAL A massa corporal foi medida recorrendo a uma balança de marca Welmy (modelo 110). Os sujeitos da amostra, descalços e apenas de sunga, colocavam-se no centro da plataforma da balança e permaneciam imóveis. A leitura foi realizada após estabilização da balança e a massa corporal foi expressa em Kg, com aproximação as gramas. 3.3.3.PERCENTAGEM DE GORDURA ESTIMADA A avaliação da percentagem de gordura estimada foi efetuada através das pregas de gordura subcutânea com a utilização do lipocalibrador da marca Cescorf, com precisão de 1mm, e realizada por um avaliador experiente. Foram obtidas nos sujeitos da amostra as pregas: subescapular, tricipital, peitoral; 18

3.METODOLOGIA axilar média; suprailíaca; abdominal; coxa seguindo o protocolo de Pollock 7 dobras 26. A obtenção das pregas cutâneas foi realizada do lado direito do corpo, com o lipocalibrador colocado perpendicularmente à prega a ser medida. A prega cutânea foi pinçada com os dedos polegar e indicador, cerca de 1 cm do local previamente marcado e a leitura foi realizada cerca de 2s após o pinçamento da dobra, sem largá-la. Foram efetuadas duas medidas no mesmo local, considerando-se a média de ambas como valor final, desde que as duas medições não apresentassem valores que diferissem entre si mais de 0,2mm. Os pontos anatômicos utilizados para a obtenção dos valores das pregas cutâneas foram os seguintes: Abdominal: paralelamente ao eixo longitudinal do corpo; a 2 cm, lateralmente à direita da cicatriz umbilical; Peitoral: obliquamente no ponto médio de uma linha imaginária entre a parte anterior da linha da axila e o mamilo; Coxa: anterior e paralelamente ao eixo longitudinal da coxa; no meio de uma linha imaginária que segue da crista ilíaca anterossuperior à borda superior da patela. Suprailíaca: obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média. Tricipital: medida na parte posterior do braço, paralelamente ao eixo longitudinal, no ponto que compreende a metade da distância entre a borda superolateral do acrômio e o olecrano. Subescapular: obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a 2 cm do ângulo inferior da escápula. Axilar média: transversalmente ao eixo longitudinal, entre a linha axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide no esterno. 19

3.METODOLOGIA As formulas utilizadas para obter a densidade corporal foram: DENS=1,097 0,00046971 ( DC) + 0,00000056 ( DC)²- 0,00012828 x idade. Sendo que: DENS= Valor predito da densidade corporal; DC= somatória das espessuras das pregas cutâneas abdominal, peitoral, tricipital, subescapular, suprailíaca, axilar média e da coxa. Para calcular o percentual de gordura estimado, através da densidade corporal, utilizou-se G%=[(4.95/DENSIDADE C.) - 4.50] X 100 (fórmula de Siri, 1961). 3.4.PROTOCOLO DE MEDIÇÃO DE 1RM Todos os sujeitos da amostra foram submetidos a duas sessões semanais, durante duas semanas, para familiarização com o protocolo de 1RM. Na primeira sessão os sujeitos da amostra realizaram o teste para 1RM, em todos os exercícios e 72 horas após foi realizado o reteste desta medição. Nenhum exercício foi realizado no período de 72 horas entre os testes de 1RM. Para minimizar os erros durante o teste da 1RM, algumas estratégias foram adotadas: 1) foram fornecidas instruções básicas sobre os procedimentos do teste; 2) foi relembrada a forma de execução técnica dos exercícios; 3) foi utilizada motivação verbal durante o protocolo de teste; 4) foram utilizados os mesmos pesos e barras em todas as sessões; e 5) foi controlada a cadência do movimento (40 bat.min -1,) através de um metrônomo (marca Quartz, São Paulo,Brasil). Os valores de carga máxima foram obtidos ao longo de três a cinco tentativas, quando o avaliado apresentasse falha concêntrica no movimento dinâmico. Desse modo foi validada a carga máxima obtida na última tentativa. A cada nova tentativa a carga era ajustada com um intervalo de 5 minutos entre cada tentativa, e 10 minutos de intervalo para iniciar o próximo exercício 36. A ordem para o teste de 1RM foi: agachamento, supino, prensa de pernas e puxada alta dorsal pela frente (Próphysical, São Paulo, Brasil). 20

3.METODOLOGIA Figura 1 - Teste de 1RM nos exercícios de agachamento (esquerda) e supino (direita) Figura 2 - Teste de 1RM nos exercícios de prensa de pernas (esquerda) e puxada pela frente (direita) 3.5.TESTE AERÓBIO Cada sujeito realizou um aquecimento de 3 minutos numa velocidade de 5Km/h e, após, iniciou o teste submáximo progressivo na esteira, (marca Embreex, modelo 568, Brusque/Brasil) e foi utilizado um frequencímetro (marca Polar, modelo RS 800) para avaliar a frequência cardíaca no momento do teste, sendo que os sujeitos iniciaram numa velocidade variando de 7.5 e 8,3 km/h, com imcrementos de 1,6 km/h a cada estágio. Cada estágio teve a duração de 3 minutos de exercício com interrupção de 1 minuto para a coleta do lactato, no qual utilizamos um lactímetro (Accutrend Plus da marca Roche), para a coleta do lactato no lóbulo da orelha, e às vezes no dedo indicador da mão direita; assim que estivesse coletado, o indivíduo retornava para a esteira 21

3.METODOLOGIA para um próximo estágio, ocasião em que era aumentada a velocidade na esteira, e assim sucessivamente até que o sujeito atingisse os 4mmol de lactato sanguíneo, que foi usado como padrão para o limiar anaeróbico, ao qual este, foi o parâmetro para o treinamento aeróbico, e os dados coletados foram lançados no V4 running em uma planilha do Excel (ver anexo 1) 2,41,43. Tabela 2 Protocolo de teste aeróbio Repouso Intensidade Estágio1 Estágio2 Estágio3 Estágío4 Estágio5 7,5 km/h 8,3 km/h 9,9 km/h 11,5 km/h 13,1 km/h Figura 3 Coleta de lactato 3.6.EXERCÍCIO AERÓBIO O exercício aeróbio foi realizado num aparelho de corrida na esteira (marca Embreex, modelo 568, Brusque/Brasil). O exercício teve a duração de 32 minutos de modo intervalado, em que eram realizados 2 minutos, com uma carga correspondente à acumulação de 2mmol de lactato por ml de sangue, seguidos de 1 minuto, com uma carga correspondente à acumulação de 4mmol de lactato por ml de sangue, e assim sucessivamente até terem sido realizados 32 minutos. 22

3.METODOLOGIA 3.7.EXERCÍCIOS DE TREINO DE FORÇA Foram realizadas 3 séries, de 10 repetições, com 70% de 1RM para os exercícios de agachamento (AG), supino (SU), prensa inclinada (PI) e puxada alta dorsal pela frente (PADF). No exercício de abdominal crunch (ABD), foram realizadas 3 séries, de 30 repetições, com a carga do próprio corpo. No exercício de extensão lombar (EXTL) foram realizadas 3 séries, de 20 repetições, igualmente, com a carga do próprio corpo. Os exercícios de força seguiram esta ordem: AG; SU; ABD; PI; PADF; e EXTL. Todos os exercícios de TF foram efetuados com intervalo entre séries de 1 minuto. Os exercícios foram executados com uma cadência de 40 bat.min -1, controlado através de um metrônomo (marca Quartz, São Paulo,Brasil). 3.8.COLETA E ANÁLISE DE SANGUE A recolha do sangue foi efetuada antes e imediatamente após cada sessão de treino. Cada sujeito ficou confortavelmente, sentado, com o seu braço garroteado, foi efetuada uma recolha de de 5ml de sangue, da veia antecubita. Para controlar a variação do ritmo circadiano hormonal todas as coletas hormonais foram realizados entre 08:00 horas e 10:30 horas(10, 29). Depois da recolha da amostra de sangue, este foi mantido numa temperatura ambiente de 20-25 o C, por 45 minutos e centrifugado por 10 minutos a 1500 rpm. O soro foi removido e mantido a -20 o C para análise posterior. Para avaliar as concentrações de testosterona, cortisol, GH e IGFBP-3 foram utilizados os kits de radioimunoensaio COAT-ACOUNT, DPC- MedLab 51. Figura 4 - Coleta sanguínea pré-sessão de treino 23

3.METODOLOGIA 3.9.ANÁLISE ESTATÍSTICA A análise de todos os dados foi efetuada utilizando o software de tratamento e análise estatística Statistical Package for the Social Sciences, SPSS Science, Chicago, USA versão 19,0. Foi efetuada uma análise exploratória de todos os dados para caracterizar os valores das diferentes variáveis em termos de tendência central e dispersão. Dessa forma, todas as variáveis foram sujeitas a uma observação gráfica com o objetivo de detetar a existência de outliers e possíveis introduções incorretas dos dados. Foram, calculadas, na análise estatística descritiva, as médias e os respetivos desviospadrão de cada variável em estudo e em todos os contextos de análise planeados. Com o objetivo de realizar a análise estatística inferencial, foi necessário avaliar a normalidade da distribuição dos dados recolhidos. Desta forma, e tendo em conta a natureza biológica das medidas que foram efetuadas, foi efetuada uma análise do tipo de distribuição através do teste de Shapiro-Wilk. Foi, igualmente, assegurado e testado a homogeneidade das variâncias e covariâncias através do teste de Levene e a esfericidade através do teste de Mauchly. Feitos os procedimentos referidos, verificados os pressupostos da utilização de testes paramétricos, foi utilizado para comparar médias do pré teste das variáveis em estudo, entre grupos, a ANOVA a 1 fator. Após este procedimento e tendo sido verificado a existência de diferenças estatisticamente significativas nas variáveis cortisol e razão testosterona/cortisol, foi usado para a análise inferencial, (2 momentos X 2 grupos), uma ANOVA de medidas repetidas (GLM), usado como covariavel o pré teste das variáveis anteriormente referidas. Nas restantes variáveis em estudo foi usado uma ANOVA de medidas repetidas (GLM), igualmente com o modelo (2 momentos X 2 grupos), sem covariáveis. Os valores de eta (µ) adotados, em que a explicação da variância da variável independente pela variável dependente, foi considerada: baixa, quando os valores se encontram entre 0,1 e 0,24; média, quando os valores se situam entre 0,25 e 0,39; e alta quando os valores são superiores a 0,4. O nível de significância foi mantido em 5%. 24