Rosa Maria Marques 11 de março de 2014 João Pessoa ENCONTRO REGIONAL - ECONOMIA DA SAÚDE NORDESTE Avanços e eficiências na política de saúde para o SUS
1. 2. 3. 4. 5. O gasto é predominante privado, apesar da existência do sistema público universal - SUS; O financiamento público está presente em todos os segmentos do sistema; A participação do setor público é baixa, quando comparada a outros países, embora tenha aumentado discretamente desde 2000. Diferentemente de países com cobertura universal, como Canadá, Inglaterra, etc. o segmento de Planos e Seguros de Saúde não é complementar, mas duplicado em relação ao SUS; O gasto privado direto das famílias é muito elevado.
Total -9% do PIB (OMS,2012) - não é pouco. Mas: (1) participação pública -3,91% do PIB (SIOPS); 47% do gasto total (OMS); (2) participação do gasto privado - 53% do gasto total (OMS).
Composição do gasto em saúde no Brasil - 2010 (OMS) Público 48,00% Privados (planos e seguros) 21,40% Privado (out of pocket) 30,60% 0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00 60.00
1º decis de renda - a maior parcela do gasto é com medicamentos; Nos últimos decis de renda: maiores gastos com planos de saúde, medicamentos e tratamento odontológico.
Praticamente todos os países têm sistemas de saúde com financiamento misto (fontes públicas e privadas); A diferença está na proporção das participações das fontes públicas e das fontes privadas; Com poucas exceções, nos países mais ricos, o gasto público é maior que o privado (WHO,2008). No Brasil, a participação pública é de47%. Na Argentina, o Uruguai e o Chile - 64,4%, 65,3% e 47,2%, respectivamente.
No SUS Nos funcionários civis e militares Nos Planos e Seguros de Saúde No Desembolso Direto
Segundo OCKÉ-REIS a) De 2003 a 2011 o governo federal deixou de arrecadar R$ 197.786 milhões (valores de 2011) Composição da renúncia fiscal
Note-se que, em 2011 - R$ 15.807 milhões (22,55% do gasto realizado pelo governo federal com o SUS
a) o gasto é predominante privado, apesar da existência do SUS; b) o financiamento público está presente em todos os segmentos do sistema, isto é, inclusive para a assistência à saúde que não é universal. c) a participação do setor público é baixa quando comparada a outros países, àqueles que não contam com uma cobertura pública universal; d) diferentemente de países com cobertura universal, o segmento de Planos de Saúde não é complementar, mas duplicado em relação ao SUS. e) o gasto privado direto das famílias é significativo; f) o gasto público não condiz com a existência de um sistema de acesso universal e atendimento integral.
1 A simbiose público / privado, existente desde os primórdios da atenção médica previdenciária e reforçada com a implantação do INAMPS, nunca foi rompida. A implantação de equipamentos público em saúde foi realizada pressupondo o investimento privado já existente, o que definiu e condicionou a trajetória subsequente dos investimentos tantos públicos como privados. Isso resultou num baixo nível da presença do Estado na saúde e numa concentração do investimento privado nos grandes centros populacionais do país, onde se concentra e se reproduz a sua dinâmica econômica.
2 A saúde pública no Brasil nunca foi uma bandeira de luta abraçada por um partido ou por uma classe social, diferentemente do que ocorreu em países europeus durante a longa trajetória da influência da social democracia. 3 A dependência econômica ao centro do capitalismo restringe ou condiciona o orçamento estatal, em particular do governo federal. Embora o Brasil seja atualmente considerado por muitos um emergente, ele continua sendo um país periférico, situado economicamente longe dos centros dinâmicos do capitalismo e por eles constrangido Mesmo que o PIB apresente um crescimento muito baixo ou baixo. Exemplo: superávit primário
4 - O mercado continua, apesar da crise internacional ter evidenciado os problemas decorrentes da desregulamentação extrema, a ser considerado o locus ideal da otimização dos recursos e da qualidade do serviço em saúde. Após mais de duas décadas de martelar da superioridade do mercado, não é de estranhar o crescimento dos Planos e Seguros de Saúde no Brasil. 5 - Pragmatismo assumido pelos partidos, inclusive daqueles que dizem estar representando os trabalhadores do país. É assim que o fim da renúncia fiscal relativa ao gasto privado com saúde, presente no primeiro programa do Partido dos Trabalhadores (PT), quando da eleição de 1989, desaparece nas campanhas seguintes. Em programas de partidos que teoricamente deveriam ser mais radicais, tais como PSOL, esse item nunca chegou a integrar seu programa. O receio de afastar a classe média falou mais alto do que as convicções.