Orçamento Geral da União (OGU) Ministério da Saúde

Transcrição

1 Orçamento Geral da União (OGU) Ministério da Saúde Dispêndios Globais e Investimentos Brasília-DF, 14 de outubro de 2013

2 Problema crônico Os problemas de acesso e de qualidade da assistência em saúde têm, historicamente, causado impacto negativo na avaliação dos diferentes Governos federais. Governo FHC Governo Lula (Ibope, 1998) 49% da população apontou a Saúde como principal problema do país (CNI-Ibope, 2002) 51% dos brasileiros apontou a Saúde como principal problema do país (Ibope, 2007) 45% dos brasileiros desaprovou programas sociais na saúde (Ibope e Instituto Trata Brasil, 2009) 49% da população apontou a Saúde como principal problema do país Governo Dilma (CNI-Ibope, 2011) 52% da população apontou a Saúde como principal problema do país (Ibope e Instituto Trata Brasil, 2012) 61% da população apontou a Saúde como principal problema do país

3 Despesa Total em Saúde - Percentagem do PIB de ,2 17,9 França 11,6 Espanha 9,4 6,2 China 5,2 8,9 Argentina 8,1 9,0

4 Despesas com Saúde, públicas x privadas (2011) 17,9 Países/Descritor Brasil Canadá França Austrália Espanha Argentina China Despesas totais de saúde (% do PIB) 8,9 11,2 11,6 9,0 9,4 8,1 5,2 Despesas privadas de saúde, (% do PIB) 4,8 3,3 2,7 2,8 2,5 3,2 2,3 Despesas públicas de saúde, (% do PIB) 4,1 7,9 8,9 6,2 7,0 4,9 2,9 Despesas públicas de saúde (% do total de despesas em saúde) 45,7 70,4 76,7 68,5 73,6 60,6 55,9 Fonte: Indicadores de Desenvolvimento Mundial do Banco Mundial

5 Despesas com Saúde por entes federados Em R$ bilhão corrente 17,9 Fontes: SPO/MS, SIPOS e SIAFI / Câmara dos Deputados

6 Despesas com Saúde por entes federados (Valores deflacionados pela média anual do IPCA para 2011) 17,9 Fontes: SPO/MS, SIPOS e SIAFI / Câmara dos Deputados

7 Ministério da Saúde, 2001/2012 Dispêndios Globais (Valores constantes IGP-DI/FGV) Ano Dotação Autorizada TOTAL PAGO* Fonte: SIAFI ** Inclui os restos a pagar pagos R$ em bilhões TOTAL PAGO - Dotação Autorizada ,6 57,2-7, ,6 57,7-4, ,1 49,4-3, ,5 52,5-7, ,1 52,4-10, ,7 59,2-7, ,9 63,4-9, ,1 62,3-7, ,1 69,1-9, ,3 75,7-4, ,7 77,8-8, ,9 82,6-13,3 TOTAL 852,7 759,2-93,6

8 Ministério da Saúde, 2001/2012 Dispêndios Globais (Valores constantes IGP-DI/FGV) Fonte: SIAFI * Inclui os restos a pagar pagos

9 Ministério da Saúde, 2001/2012 Dispêndios Globais (% PIB) Fonte: SIAFI ** Inclui os restos a pagar pagos

10 Ministério da Saúde, 2001/2012 Investimentos (Valores constantes IGP-DI/FGV) Ano Dotação Autorizada Fonte: SIAFI ** Inclui os restos a pagar pagos TOTAL PAGO** R$ em bilhões TOTAL PAGO - Dotação Autorizada ,0 2,9-4, ,1 3,9-1, ,4 1,2-1, ,9 1,9-2, ,8 1,4-2, ,8 2,2-2, ,5 1,9-4, ,9 1,5-3, ,2 2,0-3, ,3 2,6-2, ,1 2,5-3, ,1 3,5-8,6 TOTAL 67,0 27,5-39,5 Total Pago (bilhões) = R$ 6, = R$ 6,0

11 Ministério da Saúde, 2001/2012 Investimentos (Valores constantes IGP-DI/FGV) Fonte: SIAFI ** Inclui os restos a pagar pagos

12 Ministério da Saúde, 2001/2012 Investimentos (% PIB) Fonte: SIAFI ** Inclui os restos a pagar pagos

13 Ministério da Saúde em 2013 Investimentos (Janeiro/Agosto) Fonte: SIAFI * Inclui os restos a pagar pagos

14 Investimentos da União, por Órgão, em 2013 (Janeiro/Agosto) R$ 29,1 bilhões foram investidos pela União. R$ 24,2 estão representados no gráfico. Fonte: SIAFI Inclui os restos a pagar pagos

15 Principais observações 1 No Brasil, o dispêndio global em Saúde (pública e privada) em 2011 representou 8,9% do Produto Interno Bruto (PIB), percentual semelhante aos da Austrália (9%), Inglaterra (9,3%) e Espanha (9,4%). 2 O financiamento da Saúde no Brasil é predominantemente privado, ao contrário do que ocorre em outros países com cobertura universal, nos quais o setor público apresenta participação superior a 60%. 3 No Brasil, durante a última década, observou-se evolução nos dispêndios globais destinados à Saúde. No entanto, a participação percentual da União foi reduzida se comparada às dos Estados e Municípios. 4 - Nos últimos 12 anos (2001/2012), em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV), foram autorizados no Orçamento Geral da União R$ 852,7 bilhões para o Ministério da Saúde, no entanto, apenas R$ 759,2 bilhões (89%) foram efetivamente pagos. Deixaram de ser aplicados R$ 93,6 bilhões. Continua...

16 ... Continuação Principais observações 5 Em valores constantes, as dotações anuais e os valores pagos pelo Ministério da Saúde, aumentaram. Em 2001 o valor desembolsado foi de R$ 57,2 bilhões. Em 2012 o dispêndio somou R$ 82,6 bilhões. Comparativamente às demais Pastas, o orçamento do Ministério da Saúde era o 4 colocado em 2001/2002. A sua posição relativa melhorou entre 2003 e 2011, quando ocupou o 3 lugar. Em 2012 voltou à 4ª colocação. 6 Ao se relacionar o total pago pelo Ministério da Saúde com o PIB observa-se que em 2001 e 2002 a relação era de 1,85% e 1,87%, respectivamente. Esses percentuais caíram no período de 2003 a Em 2012 o percentual atingiu 1,88%, semelhante àqueles do início da década. 7 No que diz respeito exclusivamente aos investimentos (obras e aquisições de equipamentos), nos últimos 12 anos foram autorizados, em valores constantes, R$ 67,0 bilhões, mas apenas R$ 27,5 bilhões foram pagos (incluindo os restos a pagar pagos). Deixaram de ser investidos R$ 39,5 bilhões. Em outras palavras, de cada R$ 100 previstos, apenas R$ 41 foram aplicados. Os totais pagos em 2001 e 2002 (R$ 6,8 bilhões) superam a soma dos exercícios de 2011 e 2012 (R$ 6 bilhões). Continua...

17 ... Continuação Principais observações 8 A participação dos investimentos do Ministério da Saúde no PIB foi reduzida de 0,09% (2001) e 0,13% (2002) para 0,08% (2012). 9 Em 2013 a dotação prevista para os investimentos do Ministério da Saúde é de R$ 10 bilhões. Até agosto foram investidos apenas R$ 2,6 bilhões, incluindo os restos a pagar pagos. Somente R$ 1,9 bilhão foi empenhado, ou seja, 19,2% do autorizado, relação que coloca o Ministério da Saúde em 23 lugar comparativamente à execução orçamentária dos demais órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário. 10 Ainda no que diz respeito aos investimentos do Ministério da Saúde em 2013 as três principais ações orçamentárias em valores absolutos apresentaram até agosto execução pífia. Na maior delas, a Estruturação de Unidades de Atenção Especializada em Saúde, dos R$ 3,1 bilhões previstos somente R$ 451,4 milhões foram pagos (15%).

18 Impacto da falta de financiamento e de gestão nos indicadores de saúde Dispêndios Globais e Investimentos

19 As propostas do Governo garantem respostas permanentes aos problemas do SUS? - Para reduzir este impacto, os gestores simplificaram a complexidade da assistência e reduziram o problema à máxima de que faltam médicos no país. - No entanto, ignoram que a dificuldade do acesso decorre da ausência de políticas públicas estruturantes, sem as quais o futuro do SUS estará comprometido. - Os principais nós residem na falta de infraestrutura física, de políticas de trabalho eficientes para médicos e outros profissionais da saúde, e, principalmente, em um financiamento limitado, que não permite novos investimentos e nem a absorção de novas demandas da sociedade.

20 Contexto Entre os problemas que afetam o funcionamento do Sistema estão aqueles relacionados ao trabalho médico: -Desigualdade no acesso; -Concentração dos profissionais nas áreas mais desenvolvidas (capitais e litoral); -Dificuldade de fixação dos profissionais em zonas de difícil provimento (interior do Nordeste, Norte e periferias de grandes centros); -Desestímulo de ingresso na rede pública; -Falta de investimento em infraestrutura e políticas de recursos humanos.

21 Crescimento exponencial do contingente de médicos - O crescimento do número de médicos é maior que o a da população em geral - Em 1970, o país contava com 59 mil médicos; em 2011, tinha 372 mil (salto de 530%) - No mesmo período a população brasileira cresceu 105% Evolução da taxa de crescimento da população brasileira, da população de médicos e da razão médico/habitante, 1980 a 2010 Brasil, 2011

22 No contexto mundial, o Brasil... É o 5º país do mundo em número absoluto de médicos - à frente de 188 países. Os médicos brasileiros representam 4% da população médica mundial e 19% dos médicos de todas as Américas. Com a densidade de 1,95 médicos/1.000 habitantes, o país está acima da razão do planeta, de 1,4 médicos/1.000 habitantes. A OMS projetou a provável escassez de médicos no mundo para o ano de 2015, e concluiu que em 45 países faltarão médicos. O Brasil juntamente com EUA, Canadá e outros países das Américas e Europa não foi incluído neste grupo que, em 2015, terá número insuficiente de médicos. Os países sem médicos são quase sempre aqueles que têm maior taxa de mortalidade infantil e materna, menor expectativa de vida ao nascer e outros péssimos indicadores de saúde (o que não é o caso do Brasil).

23 Não é apenas é a razão de médicos por habitantes que reflete na qualidade da assistência e nos indicadores de saúde O financiamento do setor é fundamental para obtenção de melhores resultados. Os países com melhor performance na razão médico/habitante - como Alemanha, França, Espanha, Uruguai, Argentina e Inglaterra com forte participação do Estado no financiamento. Os quadros a seguir comparam a situação do Brasil com outras nações, de diferentes perfis socioeconômicos, mas que mantém similaridades.

24 Países com maior razão de médicos/habitantes têm maior participação do Estado no financiamento na gestão e na prestação de serviços Países com sistema universal de saúde Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

25 Países com maior razão de médicos/habitantes têm maior participação do do Estado no financiamento na gestão e na prestação de serviços Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

26 Países onde o Estado investe mais em saúde tendem a ter melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Países com sistema universal de saúde Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

27 Países onde o Estado investe mais em saúde tendem a ter melhor desempenho no Índice de Desenvolvimento Humano(IDH) Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

28 O maior investimento público também contribui para a redução das taxas de mortalidade neonatal. Países com sistema universal de saúde Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

29 O maior investimento público também contribui para a redução das taxas de mortalidade neonatal. Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

30 Países onde o Estado investe mais em saúde tendem a ter maior expectativa de vida Países com sistema universal de saúde Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

31 Países onde o Estado investe mais em saúde tendem a ter maior expectativa de vida Fonte: Estatísticas Sanitárias Mundiais OMS

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