Prof. Dr. Paulo Roberto Coimbra Silva UFMG Limites à imposição de sanções estritamente fiscais e os princípios gerais da repressão (oriundos do Direito Penal). 1
1. Natureza Jurídica das Sanções Tributárias Relevância Natureza x Função Correntes: a) administrativa b) penal c) tributária 1ª Corrente Natureza Administrativa Alemanha Goldschmidt Normas de autoproteção da Administração Pública Aplicação pela Administração Pública Algumas causas de sua superação: insubordinação aos princípios e normas gerais da repressão; não sujeição aos limites impostos ao ius puniendi; não sujeição aos limites impostos ao ius tributandi; desprezo à necessidade de um regime jurídico próprio. 2
2ª Corrente Natureza Penal Fundamentos: Origem no iuspuniendi ou unicidade do poder punitivo Identidade ontológica Prevalente na Europa Fundamento para submissão aos princípios do Direito Penal Alguns óbices à sua adoção no Brasil: natureza jurídica é determinante do regime jurídico competência legislativa privativa da União; jungida pelo Princípio da Reserva Jurisdicional; competência imputativa do MP; intransmissibilidade da pena; limites qualitativos e quantitativos específicos e distintos; Adequação/conformação dos princípios oriundos do DP Fatores de aproximação 3
3ª Corrente Natureza Tributária A natureza jurídica de uma sanção é determinada pelo ato ilícito que lhe é pressuposto Origem no ius tributandi Sujeição aos princípios que limitam o Poder de Tributar Vedação ao Confisco Capacidade Contributiva Legalidade (tipicidade ou especificidade conceitual) 2. REPRESSÃO AO ILÍCITO FISCAL Infrações e sanções Tributárias Tipificação e cominação da pena ius tributandi ius puniendi Semelhanças e distinções Inexoráveis interfacesentre o Direito Tributário (Sancionador) e o Direito Penal (Tributário) 4
3. INFLUÊNCIAS DO DIREITO PENAL NO DIREITO TRIBUTÁRIO SANCIONADOR Princípios Gerais da Repressão Oriundos do Direito Penal Onicompreensivos Pairam sobre toda a orbe jurídica Sua prevalente eficácia há de se fazer presente sempre quando houver qualquer manifestação concreta da potestade Punitiva do Estado Expressa ou implícita Permeabilidadedo Direito Tributário aos PGR Comunicabilidadedos Princípios Gerais da Repressão Comunicabilidade expressa Legalidade (art. 97, V, CTN) Retroatividade benéfica (art. 106, II, CTN) Interpretação mais favorável (art. 112, CTN) Denúncia espontânea (art. 138, CTN) 5
Comunicabilidadedos Princípios Gerais da Repressão Comunicabilidade tácita Irretroatividade da lex gravior Tipicidade da conduta ilícita Nebisinidem Princípio da verdade material Vedação da analogia in malam partem Culpabilidade Individualização da sanção e dosimetria da pena Personalidade ou intranscendência da pena Dosimetria da pena(porporcionalidade) Capacidade econômica do condenado Concurso formal de infrações Princípio da insignificância ou bagatela Limitesda comunicabilidade de princípios la recepción de los principios constitucionales del orden penal por el Derecho Administrativo sancionador no pueden hacerse mecanicamente y sin matices, esto es, sin ponderar los aspectos que diferencian a uno y otro sector del ordenamiento jurídico (STC 76/1990, de 26 de abril) 6
Limitesda comunicabilidade de princípios Una vez promulgada la Constitución, resulta claro que su artículo 25, donde se reconoce implícitamentela potestad administrativa sancionadora tiene como suporte teórico la negación de cualquier diferencia ontológica entre sanción y pena. En tal sentido, resulta expresiva y concluyente la Sentencia de 8 junio 1981 (RTC 1981/18), en la cual el Tribunal Constitucional afirma que los principios inspiradores del orden penal son de aplicación con ciertos matices, al derecho Administrativo sancionador, dado que ambos son manifestaciones del ordenamiento punitivo del Estado, tal y como refleja la propia Constitución y una reiterada jurisprudencia de nuestro Tribunal Supremo, hasta el punto de que un mismo bien jurídico puede ser protegido con técnicas administrativas o penales, si bien en el primer caso con el límite que establece el propio artículo 25, en su número 3, al señalar que la Administración civil no podrá imponer penas que directa o subsidiariamente impliquen privación de libertad (Tribunal Supremo, Sentencia de 17/5/1996) Limitesda comunicabilidade de princípios Exceções parciais Potestade sancionadora da administração fazendária revela-se refratária a certas nuanças de determinados princípios, fazendo-se necessária a adaptação destes para mitigar a irritabilidade ou a perturbação decorrentes de sua translação a um novo subsistema, tornando-os compatíveis e coerentes. Retroatividade benigna Arrependimento (denúncia espontânea) Intranscendência da pena Presunção de inocência Legalidade 7
Limitesda comunicabilidade de princípios Exceções absolutas Princípio incompatível com a potestade sancionadora da administração, revelando-se o campo de repressão próprio da administração resistente às suas influências. Princípio da mínima intervenção do Direito penal Princípio da presunção de inocência x presunção de culpa OBRIGADO! 8
Prof. Dr. Paulo Roberto Coimbra Silva coimbra@coimbrachaves.com.br 9