CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. DESTINAÇÃO ESPECÍFICA DAS RECEITAS E O DESVIO DE FINALIDADE. Paulo Ayres Barreto
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- Sofia Maria Júlia Pereira Belém
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1 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. DESTINAÇÃO ESPECÍFICA DAS RECEITAS E O DESVIO DE FINALIDADE Paulo Ayres Barreto
2 Contribuições e destino do produto arrecadado Crescente processo de desvinculação / desvio do produto arrecadado. Dificuldade no controle da destinação. Manutenção dos valores arrecadados como reserva de contingência. Regra-matriz da despesa pública
3 - Desvio na CPMF Contribuição e destino do produto arrecadado - Sub-utilização dos recursos da CIDEcombustível - Não utilização dos recurso da Contribuição ao FUST (reserva de contingência) Cf. Pesquisa efetuada na Fundação Getúlio Vargas, por Tathiane dos Santos Piscitelli e Andréa Mascitto
4 Direito Comparado Contribuição na doutrina estrangeira: (ii) natureza tributária; (iii) atividade estatal (não necessariamente qualificada como o fato que compõe o antecedente na norma geral e abstrata tributária); (iv) vantagens ou benefícios decorrentes desta atividade estatal para o contribuinte; (v) vinculação do produto da arrecadação à atividade a ser financiada.
5 Contribuições no Brasil:dificuldade de sistematização O direito positivo Divergências doutrinárias - Acepções Jurisprudência Vacilante
6 Contribuições no Brasil: Dificuldade de Sistematização Direito Tributário e Direito Financeiro Investigação de cunho científico em matéria tributária encerra-se com a extinção do crédito tributário? Limites à atuação do poder de reforma da constituição
7 Contribuições: traços típicos Parte que cabe a cada um em certa despesa ou encargo comum; a atividade estatal deverá ser voltar para o grupo de pessoas instado a contribuir para o órgão, fundo ou despesa; vantagem ou benefício que vincule aquele que suporta o custo ou despesa (contribuinte), em relação à atividade a ser desenvolvida pelo Estado;
8 Contribuições: traços típicos existência de uma necessária correlação entre o custo da atividade estatal e o montante a ser arrecadado; o produto da arrecadação deve, necessariamente, ser aplicado na finalidade que deu causa à instituição da contribuição.
9 Limites formais Legalidade Irretroatividade Anterioridade
10 Limites materiais Compatibilidade entre causa e o fim almejado Necessidade Adequação
11 Limites quantitativos Paralelo com a taxa A receita destinada ao custeio da atividade estatal deve ser compatível com o custo dessa atividade Relevância do orçamento
12 Estruturas Normativas Regra matriz de Incidência Norma que vincula a destinação Norma Orçamentária Necessidade do atendimento às três estruturas normativas
13 Previsão Orçamentária:Exigência Constitucional Art. 167, I da CF. Vedado o início de programa ou projeto não incluído na Lei orçamentária. Daniel Peixoto: Sem lei orçamentária, falta à regra de destinação eficácia técnicosintática Desvio de Finalidade das Contribuições da Intervenção no Domínio Econômico. Artigo Inédito.
14 Tribunal de Contas da União Acórdão /TCU Determina a não alocação de recursos a outros programas que não os que motivaram a criação da CIDE-Combustível Acórdão nº 2148/2005 Fust (Universalização dos serviços de comunicação) - Aplicação quase integral em reserva de contingência revela que não há política integrada nem prioridade - para as iniciativas de inclusão digital do Poder Executivo Federal - Voto do Ministro Ubiratan Aguiar
15 Reserva de Contingência Dotação global não especificamente destinada a constituir recursos disponíveis e hábeis para abertura de créditos suplementares José Afonso da Silva. Orçamento Programa no Brasil, p. 316
16 Lei orçamentária Normas individuais e concretas (Dotações) Normas gerais e abstratas (estipulação de critérios para abertura de créditos orçamentários) Possibilidade de controle concentrado de constitucionalidade
17 ADIN Min. Sepulveda Pertence Não vê a possibilidade de interpretação que leve à autorização de um desvio das destinações predeterminadas às receitas vinculadas, como são as receitas das contribuições: e não vejo, primeiro, dada a natureza mesma do crédito suplementar, no Direito Constitucional orçamentário; segundo, pela vinculação explícita do próprio artigo 4º, à observância do artigo 8º, 2º da Lei de Responsabilidade Fiscal, que torna absolutamente inequívoco que o crédito suplementar só pode destinar verbas vinculadas ao objeto de sua vinculação.
18 ADIN nº (...) É inconstitucional interpretação da Lei Orçamentária , de 14 de janeiro de 2003, que permita abertura de crédito suplementar em rubrica estranha à destinação do que arrecadado a partir do disposto no 4º do artigo 177 da Constituição Federal, antes a natureza exaustiva das alíneas a, b e c do inciso II do citado parágrafo.
19 Síntese O vocábulo contribuição tem significação própria seja no uso comum, seja no uso técnico distinta de imposto e taxa; o legislador constituinte fez menção às contribuições em várias oportunidades no Texto Constitucional; o legislador constituinte poderia, se assim pretendesse, ter referido sempre impostos e taxas; se não o fez, tem-se um importante indício de que as contribuições deles (impostos e taxas, se distinguem).
20 Síntese o legislador constituinte poderia, também, ter trilhado o caminho adotado pela legislação portuguesa, que submete as contribuições ao regime jurídico dos impostos; porém, não é essa a dicção constitucional; há, no Texto Constitucional de 1988, diferentes mecanismos de outorga da competência tributária. Por força disso, o exercício dessa competência está jungido à observância de critérios diversos;
21 Síntese nos impostos, taxas e contribuição de melhoria, perquire-se sobre a amplitude da competência constitucionalmente referida, mediante a indicação das materialidades, delimitadoras dessa competência, bem como dos requisitos para o exercício da chamada competência residual pela União;
22 Síntese nas contribuições, o foco reside na causa para a instituição do tributo, no exame da necessidade e adequação do tributo para o custeio de uma atividade estatal específica. As materialidades, quando referidas, configuram limite adicional a ser respeitado; as receitas públicas geradas com a arrecadação de impostos não podem ser vinculadas a órgão, fundo ou despesa, ao passo que, nas contribuições, tais vinculações são constitucionalmente exigidas;
23 Síntese as receitas decorrentes de contribuições sujeitam-se a controle quantitativo. Devem ser dimensionadas em conformidade com os dispêndios gerados pela atividade estatal que fundamentou a instituição.
24 Síntese Contribuições não são tributos destinados a gerar excessos de arrecadação. Deve haver compatibilidade entre receita e despesa. A reiteração de excessos, a não utilização da receita obtida por intermédio de contribuições, ou ainda, a tredestinação do produto arrecadado desnaturam a exigência. Rompe-se o encadeamento normativo. (CRMIT, regra que vincula a destinação e norma orçamentária).
25 Síntese Uma vez comprovado o excesso, a não utilização ou tredestinação abre-se ao contribuinte a possibilidade de questionar a validade futura de obrigações dessa natureza.
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