Vigilância Socioassistencial. A construção da Vigilância Socioassistencialno SUAS

Documentos relacionados
PARTICIPAÇÃO POPULAR NO SUAS

Nota Técnica. Conceitos da Vigilância Socioassistencial Nº 01. Curitiba, PR. Junho de Coordenação da Gestão do SUAS

A Vigilância Socioassistencial e a Implantação da NOB SUAS 2012

VIGILÂNCIA SOCIAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 2014/2017 VIGILÂNCIA SOCIAL MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Centro de Referência de Assistência Social. Paraná, agosto de 2012

Coordenação-Geral de Regulação da Gestão do SUAS do Departamento de Gestão do SUAS

Oficina O Uso dos Sistemas de Informação como Ferramentas de Gestão Local do SUAS

Secretaria Nacional de Assistência Social

Cadastro Nacional das Entidades de Assistência Social CNEAS

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

SISTEMA DE MONITORAMENTO NA POLÍTICA PÚBLICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: experiência do setor de Vigilância Socioassistencial de Pindamonhangaba/SP

PAIF. Programa de Atenção Integral à Família - PAIF CRAS

A GESTÃO DO CREAS E AS MUDANÇAS COM A TIPIFICAÇÃO E O PROTOCOLO DE GESTÃO

Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social

Proteção Social Básica

ESTA PALESTRA NÃO PODERÁ SER REPRODUZIDA SEM A

Secretaria Nacional de Assistência Social

EIXO 5 GESTÃO DOS BENEFÍCIOS DO SUAS

Rosimeire Ap. Mantovan Escola de Governo Novembro/15

O Centro de Referência de Assistência Social CRAS como Unidade de Gestão Local do SUAS

Secretaria de Trabalho, Emprego e Promoção Social Piraí do Sul/PR: Órgão Gestor

Sistema Único de Assistência Social

A GESTÃO DOS PROCESSOS TRABALHO NO CREAS

CREAS - Institucional. O que é o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social)?

F n i a n n a c n i c a i m a en e t n o Foco: Objetivo:

SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL COMISSÃO INTERGESTORES TRIPARTITE RESOLUÇÃO Nº 4, DE 24 DE MAIO DE 2011

Lea Lúcia Cecílio Braga Diretora do Departamento de Proteção Social Básica/DPSB Secretaria Nacional de Assistência Social / SNAS Ministério

REESTRUTURAÇÃO INSTITUCIONAL DOS ÓRGÃOS GESTORES, PARA ADEQUAÇÃO À ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO SUAS.

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

A operacionalização da gestão de condicionalidades no Programa Bolsa Família (PBF) ocorre de forma:

LEI N.º 7.390, DE 6 DE MAIO DE 2015

O PETI e o Trabalho em Rede. Maria de Fátima Nassif Equipe Proteção Social Especial Coordenadoria de Ação Social Secretaria de Desenvolvimento Social

CECAD Consulta Extração Seleção de Informações do CADÚNICO. Caio Nakashima Março 2012

CREAS Recursos Humanos

O trabalho social com famílias. no âmbito do Serviço de Proteção e. Atendimento Integral à Família - PAIF

I Oficina com os Estados: Fortalecer a Gestão para Concretizar a Proteção Social

TEXTO 2 A EFETIVAÇÃO DO ACOMPANHAMENTO FAMILIAR: AS ATRIBUIÇÕES DA GESTÃO E DAS EQUIPES MUNICIPAIS. 1.

Palestra: Política Nacional de Assistência Social e Sistema Único da Assistência Social SUAS

PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA DO SUAS

Sistema Único de Assistência Social

IX Conferência Nacional de Assistência Social. Orientações para a realização das Conferências Municipais de Assistência Social

A PROTEÇÃO SOCIOASSISTENCIAL PARA USUÁRIOS DE CRACK E SUAS FAMÍLIAS: OS DESAFIOS DA INTERSETORIALIDADE

Curso I Introdução ao provimento de serviços e benefícios socioassistenciais do SUAS

Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a Área da Assistência Social PAPÉIS COMPETÊNCIAS

VIII Jornada de Estágio de Serviço Social: instrumentais técnico-operativos no Serviço Social. CRAS CONSULESA HELENA VAN DEN BERG - CASTRO/ PARANÁ

POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SUAS e legislações pertinentes. Profa. Ma. Izabel Scheidt Pires

Eixo II - A GESTÃO DO SUAS: VIGILÂNCIA SOCIOASSISTENCIAL, PROCESSOS DE PLANEJAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

PLANO VIVER SEM LIMITE

CENTRO DE REFERÊNCIA ESPECIALIZADO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNÍCIPIO DE PALMEIRA-PR

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 44, DE 19 DE FEVEREIRO DE 2009

Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos Secretaria Executiva de Desenvolvimento e Assistência Social Gerência de Planejamento,

Articulação Intersetorial no cuidado às pessoas em situação de rua Telma Maranho- SNAS/MDS

O SUAS e o Plano Brasil Sem Miséria 1

Congresso Ministério Público e Terceiro Setor

PLANO ESTADUAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU ESTADO DE SÃO PAULO Secretaria Municipal do Bem-Estar Social

Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)

RESOLUÇÃO CNAS Nº 11, DE 23 DE SETEMBRO DE 2015.

Art. 2 O Sistema Municipal de Assistência Social de Mangueirinha SUAS é regido pelos seguintes princípios:

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME Secretaria Nacional de Renda de Cidadania Secretaria Nacional de Assistência Social

Minuta PARECER Nº, DE RELATORA: Senadora LÚCIA VÂNIA

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE BENEFÍCIOS ASSISTENCIAIS

Plano Decenal SUAS e o Plano Decenal : Como fazer a análise do SUAS que temos como projetar o SUAS que queremos

3 o A instância coordenadora da Política Nacional de Assistência Social é o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. (NR).

Faço saber que a Câmara Municipal de Queimados, APROVOU e eu SANCIONO a seguinte Lei:

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome POLÍTICA DE ATENDIMENTO AO IDOSO NO ÂMBITO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL - S U A S

SECRETARIA MUNICIPAL ADJUNTA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL-SUAS TRABALHANDO EM REDE

Financiamento no Sistema Único de Assistência Social

O SUAS e rede privada na oferta de serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME CONSELHO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL RESOLUÇÃO N.º 191, DE 10 DE NOVEMBRO 2005 DOU 17/11/2005

Etapa 01 Proposta Metodológica

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 11. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua


DIALOGANDO COM O PLANO DE ENFRENTAMENTO AO CRACK E OUTRAS DROGAS. Departamento de Proteção Social Especial Juliana M.

Mostra de Projetos Projovem em Ação

TEXTO 3 O SICON: PASSO A PASSO PARA VIABILIZAÇÃO DA SEGURANÇA DE RENDA DAS FAMÍLIAS EM DESCUMPRIMENTO DE CONDICIONALIDADES NO ÂMBITO DO SUAS 1.

POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL BRASILEIRA. Sistema Único. de Assistência Social- SUAS

PORTARIA NORMATIVA Nº 3, DE 25 DE MARÇO DE 2013

VI - reconhecer as especificidades, iniquidades e desigualdades regionais e municipais no planejamento e execução das ações;

TEXTO 3 O REORDENAMENTO DO SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS - SCFV: AS MUDANÇAS NA GESTÃO ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA

RESOLUÇÃO CONJUNTA CNAS/CONANDA Nº 001 DE 09 DE JUNHO DE 2010

PLANO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NOB/SUAS/2012. Vânia Guareski Souto Assistente Social - Especialista em Gestão Social de Políticas Públicas

EIXO 5 GESTÃO DA POLÍTICA NACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS

Diretrizes para Implementação dos Serviços de Responsabilização e Educação dos Agressores

Seminário de Mantenedoras: ANEC 2015 Plano de ação e Relatório de atividades para entidades de Assistência Social. Prof.ª Cristiane Michette

PREFEITURA MUNICIPAL DE PILÕES CNPJ: / CEP: GABINETE DO PREFEITO

Histórico da transferência de renda com condicionalidades no Brasil

ORIENTAÇÃO TÉCNICA Nº 02/2013

Re s p o n s a b i l i z a ç ã o e

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

EIXO 2 PROTEÇÃO E DEFESA DOS DIREITOS: PROPOSTAS APROVADAS OBTIVERAM ENTRE 80 e 100% DOS VOTOS

Em resumo, trata-se de seis (6) modalidades de serviços de 24 horas:

SINAPIR: SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

XXVI Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo

O Projeto Casa Brasil de inclusão digital e social

PENSANDO NA PRÁTICA: AS AÇÕES E ATIVIDADES EXECUTADAS NOS CRAS/CREAS FACILITADORA: INÊS DE MOURA TENÓRIO

Câmara Municipal de Uberaba A Comunidade em Ação LEI Nº 7.904

Escola de Políticas Públicas

SUAS: vantagens e desafios de um sistema único de assistência social

Transcrição:

Vigilância Socioassistencial A construção da Vigilância Socioassistencialno SUAS Luís Otávio Farias Coordenador Geral dos Serviços de Vigilância Social Departamento de Gestão do SUAS Secretaria Nacional de Assistência Social - MDS

Vigilância Socioassistencial na LOAS Art. 2o A assistência social tem por objetivos: I -a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) II -a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) III -a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. Art. 6º A gestão das ações na área de assistência social fica organizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social (Suas), com os seguintes objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) (...) VII -afiançar a vigilância socioassistencial e a garantia de direitos. (Incluído pela Lei nº12.435,de2011)(...) Artigo 6º-A: Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é um dos instrumentos das proteções da assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e seus agravos no território.

Vigilância Socioassistencial Dimensão teórico-conceitual conceitual A concepção de Vigilância Social instituída pela PNAS está ancorada em um conjunto integrado de conceitos e categorias que buscam instituir uma abordagem específica para a produção de conhecimentos aplicados ao planejamento e desenvolvimento da política de assistência social. Tal abordagem evoca a apropriação e utilização de três conceitos-chave que interrelacionados propiciam um modelo para análise das relações entre as necessidades e demandas de proteção social no âmbito da assistência social, de um lado; e as respostas desta política em termos de oferta de serviços e benefícios à população, de outro. Estes conceitos-chaves a partir dos quais busca-se analisar a relações entre necessidades e ofertas são: risco, vulnerabilidade e território.

Vigilância Socioassistencial Dimensão teórico-conceitual conceitual O conceito de risco é utilizado em diversas áreas do conhecimento e tem aplicação distinta no âmbito de diversas políticas públicas, tais como, saúde, meio-ambiente, segurança etc. Via de regra, a operacionalização do conceito, visa identificar a probabilidade ou a iminência de um evento acontecer e, consequentemente, está articulado com a disposição ou capacidade de antecipar-se para preveni-lo, ou de organizar-se para minorar seus efeitos, quando não é possível evitar sua ocorrência. Sendo assim, a aplicação do conceito de risco está necessariamente associada à pré-definição de um evento (ou de certo conjunto de eventos), tendo em vista a peculiaridade de cada área. A Vigilância Socioassistencial deve, necessariamente, organizar-se para prover informações, análises e indicadores referentes aos riscos e eventos diretamente relacionados às competências da política de Assistência Social;

Vigilância Socioassistencial Dimensão teórico-conceitual conceitual Para a Assistência Social, portanto, a operacionalização do conceito risco exige a definição do conjunto de eventos em relação aos quais lhe compete diretamente desenvolver esforços de prevenção ou de enfrentamento para redução de seus agravos. Em relação a tais eventos é necessário desenvolver estudos que permitam algum tipo de mensuração da sua probabilidade de ocorrência ou de identificação de sua iminência, além de realizar o monitoramento de suas incidências. Porém a Vigilância Socioassistencial não pode ficar adstrita a este escopo pois é extremamente importante reunir informações e análises relativas aos riscos sociais (inclusive socioambientais) em sentido amplo, visto que estes tendem a se remeter a situações de vulnerabilidade que desencadeiam efeitos sobre a necessidade/demanda por assistência social, ainda que o enfrentamento ou prevenção das causas não esteja na esfera de competência desta política. Como exemplo disso, pode-se citar o risco(e a incidência) do desemprego; as questões de segurança pública e violência urbana; os riscos socioambientais relacionados a desabamentos e enchentes etc.

Vigilância Socioassistencial Dimensão teórico-conceitual conceitual O segundo conceito-chave para o arcabouço conceitual da Vigilância Socioassistencial é o de vulnerabilidade. Segundo a PNAS (2004) a vulnerabilidade se constitui em situações ou ainda em identidades que podem levar a exclusão social dos sujeitos. Estas situações se originam no processo de produção e reprodução de desigualdades sociais, nos processos discriminatórios, segregacionista engendrados nas construções sociohistóricas que privilegiam alguns pertencimentos em relação a outros. A Assistência Social deve compreender o aspecto multidimensional presente no conceito de vulnerabilidade social, não restringindo esta à percepção de pobreza, tida como posse de recursos financeiros. É necessário que a vulnerabilidade seja entendida como uma conjugação de fatores, envolvendo, via de regra, características do território, fragilidades ou carências das famílias, grupos ou indivíduos e deficiências da oferta e do acesso a políticas públicas.

Vigilância Socioassistencial Dimensão teórico-conceitual conceitual Anoçãodeterritórioseconstróiapartirdarelaçãoentreopróprioespaçofísicoe as pessoas que dele se apropriam. O processo de produção e reprodução de desigualdades sociais manifesta-se, também, na conformação e apropriação dos territórios, portanto, se faz necessário que a política de assistência social incorpore esta dimensão no planejamento e execução de suas intervenções. Isto significa que as potencialidades ou vulnerabilidades das famílias e indivíduos são, em certa medida, reflexo das características do território em que estão inseridos. Como consequência desta perspectiva, o território em si, também deve ser encarado como objeto de intervenção/atuação da política de Assistência Social, para além das ações desenvolvidas com as famílias e indivíduos.

Vigilância Socioassistencial -Conceito A Vigilância Socioassistencial é uma área vinculada à Gestão do SUAS que tem como responsabilidade precípua a produção, sistematização e análise de informações territorializadas sobre as situações de risco e vulnerabilidade que incidem sobre famílias e indivíduos, assim como, de informações relativas ao tipo, volume e padrões de qualidade dos serviços ofertados pela rede socioassistencial O Objeto central da Vigilância Socioassistencial é realizar a análise da adequação entre as necessidades da população e a oferta dos serviços, vistos na perspectiva do território. Esta visão de totalidade, integrando necessidades e ofertas, permite traçar melhores ações e estratégias para prevenção e para redução de agravos, contribuindo para o planejamento, gestão e execução da política e dos serviços, objetivando sempre o fortalecimento da função de proteção social do SUAS.

Vigilância Socioassistencial e Modelode Atenção A Vigilância Socioassistencial possui, necessariamente, o compromisso com a instituição e consolidação de um modelo de atenção que, partindo do reconhecimento e identificação das necessidades da população, aja proativamente para assegurar a oferta e efetivar o acesso das famílias e indivíduos aos serviços socioassistenciais. Tal modelo implica, não apenas, o planejamento da oferta com base no diagnóstico da demanda, mas também, a instituição da busca ativa como método estratégico de efetivação do acesso, potencializando o caráter preventivo das ações, ou, no mínimo, evitando o agravamento dos danos.

O olhar da Vigilância Socioassistencial A Vigilância Socioassistencial deve contribuir na formulação e execução de ações que induzam à adequação da oferta (no que se refere ao tipo, volume e qualidade) às necessidades da população. Para tal, a Vigilância deve produzir e analisar dados e informações relativos aos riscos e vulnebabilidades das populações e territórios, bem como, do financiamento, da oferta, da qualidade e do acesso aos serviços, benefícios, programas e projetos do SUAS. TERRITÓRIO TERRITÓRIO Demanda para Serviços e Benefícios Socioassistenciais Ofertas da Política Assistência Social Necessidades de Proteção Social TERRITÓRIO Riscos e Vulnerabilidades Serviços Benefícios Programas e Projetos Proteção Básica Proteção Especial TERRITÓRIO

Vigilância e as Proteções do SUAS Opapeldavigilânciaé: Apoiaraorganizaçãodasaçõesdebuscaativa; Ajudar a pensar o dimensionamento da oferta. Contribuir com o estabelecimento do diálogo horizontal(entre setores). Olhar pra demanda potencial e buscar um maior equilíbrio(oferta/ demanda)

Estruturação da Vigilância Socioassistencial e Equipe Técnica Por ser uma área diretamente vinculada à gestão a Vigilância Socioassistencial deve ser estar constituída na estrutura de Gestão no âmbito das Secretarias de Assistência Social(Federal/Estadual/Municipal). indica-se que a equipe da Vigilância seja multidisciplinar, constituída por profissionais (estatísticos, sociólogos, outros) com experiência em elaboração de diagnósticos socioterritoriais, indicadores, relatórios, produção e coleta e análise de dados, qualitativos e quantitativos, manuseio de bancos de dados e softwares estatísticos, entre outros. A Vigilância numa atuação horizontal ( dentro da secretaria) é uma atividade técnicopolitica: tem um conteúdo politico e por esta razão os profissionais precisam ter uma habilidade para lidar com os aspectos políticos. Os técnicos não podem se colocar na posição dos que pensam, atuar isoladamente, pois é importante fazer alianças.

Informações para análise da Demanda por Serviços e Benefícios Pesquisas Domiciliares do IBGE (Censo Demográfico, PNAD, POF) Cadastro Único de Programas Sociais CadÚnico Disque 100 (Disque Denúncia Nacional) SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação - DataSUS Notificação de Violências) Estudos e pesquisas específicos

Informações para análise da Oferta de Serviços e Benefícios CadSUAS Cadastro Nacional do SUAS (cadastro da rede de CRAS e CREAS) Censo SUAS Registro Mensal de Atendimentos (RMA) CRAS e CREAS Registro Individualizado de Atendimentos (RMA-i) CRAS e CREAS (em fase de testes/finalização pelo MDS) Prontuário SUAS (previsão de implantação ainda em 2012) Cadastro de Beneficiários (Bolsa Família, BPC, PETI) SUASWeb Informações do cofinanciamentofederal para oferta de serviços socioassistenciais SISJOVEM e SISPETI (usuários de serviços de convivência para crianças e adolescentes) Cadastro das Entidades Privadas de Assistência Social

Monitoramento e Vigilância Socioassistencial No âmbito do SUAS o monitoramento é uma atividade da Vigilância Socioassistêncial, por meio da qual procura-se levantar continuamente informações sobre os serviços ofertados à população, particularmente no que diz respeito a aspectos de sua qualidade e de sua adequação quanto ao tipo e volume da oferta. O monitoramento é fundamental para a identificação de problemas, assim como para subsidiar as estratégias de correção dos rumos. O Censo SUAS consolidou-se como uma referência nacional que materializa uma experiência exitosa de monitoramento do SUAS. Seus dados têm sido utilizados intensamente pelos gestores para o planejamento e aprimoramento do sistema.

Competênciasda Vigilância Socioassistencial A vigilância se materializa em atividades concretas nos 3 níveis de governo, por isso é muito importante que as SMAS e SEAS instituam a área da vigilância dentro das secretarias. A área de Vigilância deve, entre outras ações: elaborar e atualizar periodicamente o diagnóstico socioterritorial (do município, do estado ou do país) que deve conter informações espacializadas dos riscos e vulnerabilidades e da consequente demanda de serviços de proteção social básica e de proteção social especial, bem como informações igualmente espacializadas referentes ao tipo e volume de serviços efetivamente disponíveis e ofertados à população; contribuir com as áreas de gestão e de proteção social básica e especial, na elaboração planos e diagnósticos, tais como, planos para enfrentamento do trabalho infantil e da exploração sexual de crianças e adolescentes, bem como na elaboração dos diagnósticos circunscritos aos territórios de abrangência de cada CRAS; colaborar com a gestão no planejamento das atividades pertinentes ao cadastramento e atualização cadastral do CadÚnico em âmbito municipal;

Competências da Vigilância Socioassistencial Utilizar a base de dados do Cadastro Único de Programas Sociais CadÚnico como ferramenta para construção de mapas de vulnerabilidade social dos territórios, para traçar o perfil de populações vulneráveis e para estimar a demanda potencial dos serviços de Proteção Social Básica e sua distribuição no território. Responsabilizar-se pelo preenchimento mensal do Sistema de Registro dos Atendimentos do SUAS (Resolução CIT nº 04/2011), coletando as informações produzidas pelos serviços socioassistenciais e lançando o dados no aplicativo eletrônico. Coordenar, âmbito nacional, estadual e municipal, o processo de realização anual do Censo SUAS, zelando pela qualidade das informações coletadas. Disponibilizar informações sobre a rede socioassistencial e sobre os atendimentos por ela realizados para a gestão, os serviços e o Controle Social contribuindo com a função de fiscalização e controle desta instância de participação social.

Competênciasda Vigilância Socioassistencial fornecer sistematicamente às unidades da rede socioassistencial, especialmente aos CRAS e CREAS, informações e indicadores territorializados produzidos a partir de dados do CadÚnico e de outras fontes objetivando auxiliar as ações de busca ativa e subsidiar as atividades de planejamento e avaliação dos próprios serviços. utilizar os cadastros, bases de dados e sistemas de informações e dos programas de transferência de renda e dos benefícios assistenciais como instrumentos permanentes de identificação das famílias que apresentam características de potenciais demandantes dos distintos serviços socioassistenciais e, com base em tais informações, planejar, orientar e coordenar ações de busca ativa a serem executas pelas equipes dos CRAS e CREAS. fornecer sistematicamente aos CRAS e CREAS listagens territorializadas das famílias em descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família com bloqueio ou suspensão do benefício, e monitorar a realização da busca ativa destas famílias pelas referidas unidades. organizar, normatizar e gerir, no âmbito da Política de Assistência Social, o sistema de notificações para eventos de violação de direitos, estabelecendo instrumentos e fluxos necessários à sua implementação e funcionamento. Tal sistema deve contemplar, no mínimo, o registro e notificação de violações de direitos que envolvam eventos de violência intrafamiliar, de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes e de trabalho infantil.

Competênciasda Vigilância Socioassistencial orientar quanto aos procedimentos de registro das informações referentes aos atendimentos realizados pelas unidades da rede socioassistencial, zelando pela padronização e qualidade dos mesmos, uma vez que tais informações são de fundamental relevância para a caracterização da oferta de serviços e para a notificação dos eventos de violação de direitos. coordenar e acompanhar a alimentação dos sistemas de informação que provêm dados sobre a rede socioassistencial e sobre os atendimentos por ela realizados, mantendo permanente diálogo com as áreas de Proteção Social Básica e de Proteção Social Especial, que são diretamente responsáveis pela provisão dos dados necessários à alimentação dos sistemas específicos ao seu âmbito de atuação. realizar a gestão do cadastro de unidades da rede socioassistencial pública no CadSUAS. realizar a gestão do cadastro de unidades da rede socioassistencial privada no CadSUAS, quando não houver na estrutura do órgão gestor, área administrativa específica responsável pela relação com a rede socioassistencial privada. responsabilizar-se pela gestão e alimentação de outros sistemas de informação que provêm dados sobre a rede socioassistencial e sobre os atendimentos por ela realizados, quando estes não forem específicos de um programa, serviço ou benefício.

Competênciasda Vigilância Socioassistencial analisar periodicamente os dados dos sistemas de informação anteriormente referidos, utilizando-os como base para produção de estudos e de indicadores. Coordenar, em âmbito nacional, estadual e municipal, o processo de realização anual do Censo SUAS, zelando pela qualidade das informações coletadas. estabelecer, com base nas normativas existentes e no diálogo com as demais áreas técnicas, padrões de referência para avaliação da qualidade dos serviços ofertados pela rede socioassistencial e monitorá-los por meio de indicadores. coordenar em nível municipal e do DF, de forma articulada com as áreas de Proteção Social Básica e de Proteção Social Especial da Secretaria, as atividades de monitoramentodarede socioassistencial pública e privada, de forma a avaliar periodicamente a observância dos padrões de referência relativos à qualidade dos serviços ofertados. estabelecer articulações intersetoriais de forma a ampliar o conhecimento sobre os riscos e vulnerabilidades que afetam as famílias e indivíduos num dado território, colaborando para o aprimoramento das intervenções realizadas.

OBRIGADA! Coordenação-Geral dos Serviços de Vigilância Socioassistencial Departamento de Gestão do SUAS Secretaria Nacional de Assistência Social Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome E-mail: vigilanciasocial@mds.gov.br