Palavras-chaves Analysis of the Values of Agricultural Producers on the Vision to the Cooperative which are Associate Abstract



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Transcrição:

ANÁLISE DOS VALORES DOS PRODUTORES RURAIS FRENTE À COOPERATIVA AO QUAL ESTÃO ASSOCIADOS FABRICIO OLIVEIRA LEITÃO; MARLON VINÍCIUS BRISOLA; INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR CENECISTA - INESC UNAÍ - MG - BRASIL fabriciofol@hotmail.com APRESENTAÇÃO ORAL Economia e Gestão do Agronegócio Análise dos Valores dos Produtores Rurais Frente à Cooperativa ao qual estão Associados Resumo A gestão empresarial tem avançado em sua forma de atuação, deixando de lado uma postura convencional de busca de lucro e rentabilidade para um enfoque preferencialmente voltado à sustentabilidade de seus negócios e de seus acionistas. Uma cooperativa não tem a perspectiva de distribuir riquezas para os acionistas, uma vez que trabalha com foco no desenvolvimento social do ambiente em que se insere e de seus membros, embora cada vez mais convive com a necessidade de um adequado faturamento para sua sobrevivência e de seus cooperados. Para que isso se efetive, se faz necessário conhecer quais são os valores de seus associados para que estratégias possam emergir e serem implementadas com vistas a uma maior satisfação dos associados e conseqüentemente maiores retornos em seus negócios. Utilizando-se destes

elementos, o presente trabalho buscou identificar quais os valores considerados pelos cooperados, bem como a fidelidade destes para com a cooperativa ao qual são associados. Tal estudo desenvolveu na cidade de Unaí/MG. Dentro dos resultados encontrados neste estudo, ressalta-se que a maioria dos entrevistados é fiel à sua parceira, mas 18,8% disseram que se houvesse outro local que lhe pagasse melhor pela sua produção ele deixaria de entregá-la para a cooperativa; dentre os atributos valorizados pelos associados, foi destaque: a maior confiança e segurança dada pela cooperativa; local para entregar o seu produto quando necessário; e oportunidade de melhor compra de insumos. Disseram também que quem mais lhes prejudica em seu negócio rural é o governo, e quem mais lhe ajuda é a própria cooperativa. Quanto aos procedimentos metodológicos para a realização deste estudo, utilizou-se uma abordagem quantitativa, por meio de um Survey junto a 400 produtores rurais de três cooperativas do Município. Palavras-chaves: valores dos produtores rurais cooperativas estratégias de marketing Analysis of the Values of Agricultural Producers on the Vision to the Cooperative which are Associate Abstract The enterprise management has advanced in its form of performance, leaving of side a conventional position of search of profit and yield for an approach preferential directed to the sustentabilidy of its businesses and its stakeholders. The cooperative does not have the perspective to distribute wealth for the stakeholders, a time that works with focus in the social development of the environment where if it inserts and of its members, even so each time more coexists the necessity of one adjusted invoicing for its survival and of cooperated its. So that this if accomplishes, if it makes necessary to know which are the values of its associates so that strategies can emerge and be implemented, with sights to a bigger satisfaction of the associates and consequently bigger returns in its businesses. Using itself of these elements, the present work searched to identify to which the values considered for the cooperated ones, as well as the allegiance of these stops with the cooperative to which is associates. Such study it developed in the city of Unaí/MG. Inside of the results found in this study, it is standed out that the majority of the interviewed ones is faithful to its partner, but 18.8% had said that another place was had that it better paid to it for its production would leave to deliver it for the cooperative; amongst the attributes valued for the associates, it was prominence: the biggest confidence and security given for the cooperative; place to deliver its when necessary product; e chance of better purchase of inputs resources. They had also said that who more harms to them in its agricultural business is the government, and who more it aid is the proper cooperative. How much to the methodological procedures for the accomplishment of this study, a quantitative boarding was used, by means of a together Survey the 400 agricultural producers of three cooperatives of the City.

Key Words: values of the producer agricultural - cooperative marketing strategies 1. INTRODUÇÃO O setor cooperativista foi escolhido por se tratar de um segmento que não possui fins lucrativos, mas que constantemente precisa destes para sobreviver, e por se tratar de um sistema, onde a forma de gestão vem merecendo destaque cada dia mais no Brasil, precedendo de maiores estudos para que melhores estratégias possam emergir. Vieira e Tupy (2005) relatam que as cooperativas devem gerar excedentes, não só para cobrir os custos operacionais, mas também para remunerar o capital investido segundo uma determinada expectativa do investidor, ou seja, do cooperado. O que se sabe é que esse excedente, talvez não seja objetivo final de uma cooperativa, mas se torna necessário para cumprir sua missão social junto aos cooperados e para se manter como uma empresa competitiva num mercado globalizado, que, para tanto, precisa de garantir suas sobras (como são tratados os resultados financeiros em cooperativas), para fugirem de riscos do mercado. Para Sette, Sette e Souza (2005), os produtos e serviços atuais de uma cooperativa devem extrapolar a satisfação do consumidor de forma que ganhe a confiança e fidelidade dos mesmos. As palavras desses autores justiçam que o entendimento dos valores junto à cooperativa, ao qual são associados, é muito relevante para que as mesmas sejam competitivas no mercado. Por isso, é necessário que as empresas (nesse caso, as cooperativas) conheçam as nuances de seus associados, para que consigam ter uma relação de longo prazo com os mesmos. Fazendo isso, certamente essa atingirá seus objetivos, onde as estratégias de marketing podem ser ferramentas utilizadas para tais fins. Para o desenvolvimento do presente trabalho, foi conduzida uma pesquisa de campo realizada em Unaí/MG, junto a uma amostra de 400 produtores rurais associados de pelo menos uma cooperativa dessa região. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Cooperativismo O segmento agropecuário foi um setor que aprovou a cooperativa como solução dos seus problemas local onde cada vez mais esse modelo de organização tem crescido no país. Os fundamentos dos princípios cooperativistas tiveram sua origem na constituição da primeira cooperativa de consumo do mundo moderno, denominada Cooperativa dos Pioneiros Eqüitativos de Rochdale, onde 28 tecelões-pioneiros, na Inglaterra, formaram um novo modelo de empresa, e desde 1884, mantêm-se em vigor (SANTOS; ROCHA; RODRIGUES, 2005). De acordo com Santos (apud GONÇALVES, 2005), o movimento cooperativista no Brasil veio a ter início no ano de 1847, quando o francês Jean Maurice Faivre veio

fundar com um grupo de europeus, nos sertões do Paraná, a colônia Teresa Cristina, organizada em bases cooperativas. Segundo Gonçalves (2005), o cooperativismo é um processo associativo pelo qual homens livres aglutinam forças de produção, capacidade de consumo e poupanças, para se desenvolverem econômica e socialmente, elevando seu padrão de vida. Complementa dizendo que é o instrumento de organização da sociedade que atende, simultaneamente, um sistema de organização social e econômico, cujo objetivo não é o conjunto das pessoas, mas o indivíduo através do conjunto das pessoas. Essa forma de organização não é um movimento muito antigo, e se expandiu rapidamente pelo mundo, devido a sua eficiência. Sua doutrina cooperativista é universal, e considera as cooperativas como uma forma ideal de organização das atividades sócio-econômicas da humanidade. Através da cooperativa, o cooperado obtém benefícios que sozinho seriam quase impossíveis de consegui-los. Alguns desses benefícios são: facilidade na obtenção de crédito; garantia de venda de seu produto; acesso a insumos mais baratos; qualificação de seu produto; assistência técnica (agrônomo, veterinário, zootecnista, administrador, etc.), dentre outros. A população brasileira encontrou na organização cooperativista uma forma de amenizar suas dificuldades e perceber que com a união das forças seria mais fácil sobreviver e competir em um mercado onde existe tanta desigualdade. Para que esta consiga êxito, é necessário que haja cooperados atuantes e empenhados através da participação, com visão coletiva e, acima de tudo, serem os principais defensores do seu negócio (SETTE; SETTE; SOUZA, 2005). Dados da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) mostram que, em dezembro de 2002, o cooperativismo brasileiro era representado por 7.549 entidades, totalizando cerca de 5,25 milhões de cooperados, além de gerar trabalho e renda para aproximadamente 171,3 mil pessoas. Esses achados ainda trazem dados relacionados ao ramo agropecuário que, na época, era representado por 1.624 entidades (21,5% do total das cooperativas), com aproximadamente 865,5 mil cooperados, gerando cerca de 110 mil postos de trabalho (ANTONIALLI; SOUKI, 2005). Concordante com as palavras de Zylberztajn (1995), as estruturas cooperativas modernas precisam manter o seu papel de sistema produtivo centrado no homem e, ao mesmo tempo, desenvolver uma organização capaz de competir com empresas de outras naturezas com orientação para o mercado. Por isso, torna-se importante conhecer quais são os valores dos produtores rurais junto à cooperativa ao qual são associados, uma vez que o conhecimento desses valores, transformado em estratégias de marketing, darão suporte para que as cooperativas se mantenham competitivas no mercado. Os empreendimentos cooperativos são organizações atuantes no agribusiness como formas eficientes de coordenar as relações de contrato, bem como de possibilitar tanto a redução de riscos para o produtor, como a agregação de valor às commodities agropecuárias. Atualmente, as empresas cooperativas passam por importantes transformações de gestão, visando corrigir e adequar o empreendimento cooperativado aos novos padrões de negócios (BIALOSKORSKI NETO; ZYLBERZTJN, 1994). As palavras desses autores reforçam mais uma vez o que foi dito anteriormente.

Segundo Antonialli (2000), o ponto fundamental nas cooperativas é encontrar o equilíbrio entre três diferentes níveis de interesse de seus associados: o econômico, o social e o político. No nível econômico, os interesses residem no crescimento mútuo do patrimônio do associado e da cooperativa; no nível social, os interesses estão ligados ao leque de prestação de serviços no qual os associados e familiares possam ser beneficiados; e, finalmente, no nível político, os interesses estão ligados tanto ás disputas internas pelo poder, como também à competitividade da cooperativa e de seus associados frente a sociedade. Contudo, administrar esses diferentes níveis de interesses é uma tarefa difícil e complicada. O fato é que grande parte das cooperativas estão perdendo espaço para seus concorrentes, pois não estão conseguindo equilibrar satisfatoriamente esses conflitos. De acordo com Rios (1998), a cooperativa deve ser vista em termos organizacionais como empresa moderna, mas cuja natureza é diferente da chamada empresa mercantilista, uma vez que a cooperativa é formada de pessoas para pessoas; portanto, os seus sócios não são empregados e sim donos, mas não no sentido de acionistas, que buscam somente os lucros. Embora a finalidade da cooperativa não seja gerar lucro pelo lucro, seu desempenho precisa estar estruturado de maneira eficaz a fim de gerar resultados positivos que lhes permitam ter sua sobrevivência garantida hoje e estabelecer planos de crescimento sustentado que lhe permitam sobreviver amanhã. Cooperados e dirigentes precisam ter plena consciência de que a cooperativa deve ser administrada nos mesmos moldes que determinam a eficácia de qualquer empresa moderna bem sucedida, respeitando-se, no entanto, a filosofia que rege o cooperativismo (RIOS, 1998). O cooperativismo vem atravessando sérios problemas, tais como, a perda dos seus melhores produtores para as empresas privadas, ausência de profissionalização dos quadros de dirigentes e falta de orientação para o mercado. No entanto, estes podem ser solucionados através de estratégias de marketing que visem ao atendimento dos anseios dos cooperados, com vistas ao mantimento dos mesmos na organização (ANTONIALLI, 2000). Só conhecendo o que o cooperado realmente valoriza, é que as estratégias podem ser direcionadas para esse fim. Reis (1999) relata que para uma cooperativa obter sucesso nas atividades, essa tem que atender às seguintes condições: aumentar os lucros das vendas dos produtos dos associados; reduzir os custos dos produtos dos associados, seja prestando serviços ou vendendo insumos e bens de consumo mais baratos; e prestar novos e melhorados serviços, seja no processo de produção, ou seja, para a melhoria do bem geral do associado, incluindo educação, saúde, habitação, lazer e outros. O desafio é encontrar o ponto de equilíbrio entre os interesses da cada membro da sociedade e os objetivos coletivos simbolizados nas necessidades da cooperativa em permanecer ativa e dinâmica (BIALOSKORSKI NETO; ZYLBERZTJN, 1994). Isso mais uma vez reforça a necessidade de se conhecer melhor o que o associado tem como valor. 2.2 O marketing no agronegócio

Descobrir valores. Este tem sido o papel fundamental do marketing para as organizações que buscam, cada vez mais, a satisfação dos seus clientes. Isso não é uma tarefa trivial e muito menos fácil de ser realizada, mas que está se tornando cada vez mais necessária para atingir os objetivos empresariais. Mais do que desejos e necessidades, o marketing tem buscado satisfazer ou superar expectativas dos clientes, ou seja, as estratégias das empresas devem não apenas buscar somente a satisfação, mas também ultrapassar esse sentimento, oferecendo-os algo que os deixem encantados (KOTLER, 1998). Isso mostra que as empresas devem focar cada vez mais seus clientes, utilizando-se de estratégias de marketing para atraí-los e mantê-los sempre satisfeitos e fiéis à organização. Pode ser que, se as cooperativas não oferecerem o que realmente seus associados valorizam isso pode resultar em uma possível saída dos mesmos para outras associações ou até podem tomar a decisão de fazer suas transações sobre outras formas de coordenação. Em um país como o Brasil que sempre tem atravessado períodos de crise, o cooperativismo surge como uma estratégia capaz de contribuir para a solução de problemas políticos, econômicos e sociais de grupos de indivíduos, fazendo assim com que este tipo de organização seja bem adequado para países como o nosso. De acordo com a American Marketing Association, marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais (CHURCHILL; PETER, 2000, p.04). Mackenna (1992) dizia ainda que as empresas de décadas atrás estavam com o foco lançado sobre elas próprias. Hoje o foco principal é o consumidor final, em que as empresas devem buscar adaptar o produto ou serviço às exigências do cliente, pois é ele que é o ponto focal de todo empreendimento. Como esses autores relatam, as trocas entre distribuidor e consumidor devem ser as mais benéficas possíveis para ambos, mas a empresa que souber ouvir seu cliente e conseguir entregar maior valor para esses, através de seus produtos ou serviços, possivelmente conseguirá obter maior capacidade para garantir seu espaço no mercado. Churchill e Peter (2000) dizem que descobrir o que os clientes precisam ou desejam, produzir bens ou serviços que eles dizem precisar ou desejar, e oferecê-los aos clientes, é o papel principal do marketing. Para Kotler (1998, p. 27) o marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. Sheth, Mittal e Newman (2001), Kotler (1998) e Churchill e Peter (2000), dão uma visão de valor para o cliente como a diferença entre as percepções deles aos benefícios da compra e uso dos produtos e serviços, tendo em contrapartida os custos que eles incorrem para obtê-los. Então, valores para os associados nada mais é do que os benefícios percebidos menos os custos desembolsados por eles. Se os benefícios forem maiores que os custos, a empresa consegue oferecer valor para seu cliente. Isso mostra a importância de se conhecer os benefícios que os consumidores esperam encontrar em uma cooperativa.

Se a empresa conseguir ser eficiente e eficaz para com seus associados, é provável que ela vá oferecer concomitantemente valor para o associado, ou seja, se o custo que o cliente está disposto a pagar for menor do que algo que ele deseja receber isso gerará valor para ele (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Segundo Kotler (1998, p.53) a satisfação é o sentimento de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto ou serviço em relação às expectativas das pessoas. No mercado, cada vez mais competitivo, se torna relevante que as cooperativas consigam satisfazer seus cooperados por meio de seus produtos ou serviços oferecidos para os mesmos. Para que isso aconteça, é necessário conhecer quais são seus valores e adotar estratégias para conseguir atende-los. O marketing de relacionamento pratica a construção de relações de longo prazo com seus consumidores, fornecedores e distribuidores para reter suas preferências e negócios a longo prazo (KOTLER, 1998). Isso deve ser compreendido e fazer parte das estratégias das Cooperativas, uma vez que estas esperam ter um relacionamento de longo prazo com seus associados. Essa ferramenta deve buscar o que atualmente é chamado de ganha-ganha, onde todas as partes envolvidas nas transações devem sair satisfeitas para que o êxito seja alcançado. Segundo Stone e Woodcock (1998, p.01) o marketing de relacionamento é importante porque ganhar novos clientes custa muito mais caro do que os manter. Eles ainda dizem que apesar do marketing de relacionamento ser uma das sistemáticas mais antigas do marketing, ainda continua a ser não entendida. Na atualidade as estratégias têm sido a essência pelos quais as empresas buscam a solidez e melhores relacionamentos com seus clientes, bem como obter maior liquidez, pois só como um bom plano estratégico é que as empresas conseguirão atingir seus objetivos (MONTGOMERY; PORTER, 1998). Depois de conhecido os reais valores dos associados, as Cooperativas em questão devem buscar traçar estratégias que busquem essa solidez e concomitantemente melhores relacionamentos com seus associados. 3. METODOLOGIA Unaí/MG, espaço onde foi realizado este estudo, é uma cidade de médio porte que possui três cooperativas agropecuárias ativas, no qual atendem produtores de leite e de grãos. O presente estudo buscou verificar, a partir de entrevistas feitas com os associados dessas cooperativas, quais são seus valores frente a sua parceira, bem como analisar a fidelidade destes para com a mesma. Esse estudo foi caracterizado como uma pesquisa do tipo aplicada, de campo e exploratória; e a abordagem foi quantitativa. Para a efetivação deste trabalho foi desenvolvido um Survey (pesquisa quantitativa semi-estruturada) aos produtores cooperados da Cidade de Unaí/MG. Um Survey que, como relata Richardson (1999), consiste em uma técnica de coleta de dados

e informações de forma estruturada, com base em estatísticas, para a análise dos resultados. Nesse sentido, Günther (apud BRISOLA, 2004, p. 98) define Survey como: Levantamento de dados por amostragem, permitindo, portanto, uma generalização do estudo para uma população mais ampla. As técnicas para o desenvolvimento de um Survey são (1) definição da população a ser estruturada, (2) definição do modo de coleta de dados, (3) definição do modelo de amostragem, (4) definição do formato das questões e (5) estabelecer o método de processamento dos dados. Para a aplicação da entrevista junto aos cooperados, foi utilizada a amostragem probabilística, uma vez que a mesma tem como objetivo selecionar os elementos do universo da pesquisa aleatoriamente ou ao acaso, tendo esses elementos a mesma probabilidade de serem sorteados. Esta forma permite a utilização de um tratamento estatístico, possibilitando compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a representatividade e significância da amostra (LAKATOS; MARCONI, 2001). São três as cooperativas situadas na cidade de Unaí: A, B e C. Segundo informações de cada uma destas cooperativas, extraiu-se que a Cooperativa A possui em sua totalidade 3.200 cooperados; a Cooperativa B possui 205 cooperados; e a Cooperativa C possui 263 cooperados, perfazendo um total de 3.668 produtores. Esse número foi o universo da pesquisa. Sabendo-se que o universo de pesquisa dos cooperados é finito (menor que 100.000), Richardson (1999) sugere a seguinte fórmula: n = s 2.p.q.N E 2 (N 1) + s 2.p.q Fonte: Richardson (1999). Onde: n = tamanho da amostra; s 2 = nível de confiança escolhido; p = proporção da característica pesquisada no universo, calculado em percentagem; q = 100-p (em percentagem); N = tamanho da população; E 2 = erro amostral Feito isso, a amostra da população da cidade de Unaí foi à seguinte:

n= 2 2.50.50.3668 5 2.(3668-1)+2 2.50.50 n= 36680000 101675 n= 360,75 Para tanto foram entrevistados 400 produtores rurais. A pesquisa foi aplicada durante os meses de agosto, setembro, outubro, novembro e dezembro de 2006 por uma equipe capacitada para tal. Após coletados os dados, eles foram lançados no software SPSS (Statistical Pachage of Social Science), versão 11.0 for Windows e analisados posteriormente. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS A pesquisa revelou que os valores dos associados variam de acordo com as variáveis que os diferenciam, e que eles, de certa forma, são fiéis à sua parceira. Para saber a respeito dessa fidelidade, foi perguntado aos associados se eles entregariam seus produtos a outro local que não a Cooperativa ao qual são associados. Os resultados mostram que 18,5% dos associados disseram que sim, como mostra a Tabela 01. Tabela 01: Dos produtos que a cooperativa recebe, algum deles o(a) Sr(a) entrega a outro lugar? Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado Sim 74 18,5 18,5 18,5 Não 326 81,5 81,5 100,0 Total 400 100,0 100,0 Fonte: Dados da Pesquisa Outra questão formulada para saber da fidelidade dos associados frente à Cooperativa foi quando perguntado a eles se houvesse outro local que lhe pagasse melhor pela sua produção, se ele deixaria de entregar seu(s) produtos para as mesmas. Os resultados mostraram que 18,8% dos respondentes disseram que entregariam seu produto em outro local, 57,5% disseram que não e 23,8% disseram que talvez

entregariam seu produto em outro local caso o preço pago fosse melhor do que da Cooperativa em questão, como mostra a Tabela 02. Tabela 02: Se houvesse outro local que lhe pagasse melhor pela sua produção, o(a) sr(a) deixaria de entrega-la para a Cooperativa ao qual é associado? Freqüência Percentual Percentual Válido Percentual Acumulado Sim 75 18,8 18,8 18,8 Não 230 57,5 57,5 76,3 Talvez 95 23,8 23,8 100,0 Total 400 100,0 100,0 Fonte: Dados da Pesquisa Cabe à cúpula das cooperativas adotarem estratégias que visem a maior fidelidade de seus associados, uma vez que a pesquisa revelou que há vários casos de infidelidade quanto a entrega de produtos a outra entidade que melhor remunere por seus produtos. Em relação aos atributos que são valorizados pelos associados em suas cooperativas, pode-se dizer que os atributos mais citados por eles foram: maior confiança e segurança (114 associados disseram ser o mais importante); local para entregar o meu produto; oportunidade de melhor compra de insumos; adotar princípios do cooperativismo: melhor preço no meu produto; e serviços diversos para mim e para a minha família, como mostra a Tabela 03. Tabela 03: Atributos valorizados pelos associados nas Cooperativas Maior Segunda maior Terceira maior Não identificou Total vantagem vantagem vantagem como vantagem Local para 99 64 57 180 400 entregar o meu produto Melhor preço no 49 35 35 281 400 meu produto Oportunidade de 68 124 71 137 400 melhor compra de insumos Serviços diversos 13 37 44 306 400

para mim e minha família Maior confiança 114 83 98 105 400 / segurança Adotar os 49 35 69 247 400 princípios do cooperativismo (maior justiça social) Fonte: Dados da pesquisa Para saber dos valores dos associados frente ao ambiente externo ou institucional que os circundam, foi perguntado aos associados quem mais eles achavam que os ajudavam em seu negócio rural e quem mais lhes prejudicavam. Dentre os resultados coletados, a Tabela 04 mostra que os associados acham que quem mais lhes prejudicam frente ao seu negócio rural é o governo; em 2º lugar, o mercado, em 3º, seus funcionários; em 4º, a cooperativa, sendo que só 3 dentre os 400 entrevistados disseram que esta é a que mais prejudica seu negócio; e em 5º, os técnicos que o assistem. Quando perguntados quem mais os ajudam no seu negócio rural, a cooperativa ficou em 1º lugar; em 2º ficaram os técnicos; em 3º, o governo; em 4º, os funcionários; e em 5º, o mercado. Os resultados mostram que em relação a outras variáveis, a Cooperativa é uma das que menos os prejudicam e que mais os ajudam em seu negócio rural. Tabela 04: Quem mais lhe ajuda e prejudica em seu negócio rural Governo Mercado Funcionários Técnicos Cooperativa Total Quem 243 143 9 2 3 400 mais lhe prejudica, no seu negócio rural? Quem mais lhe ajuda, no seu 47 35 39 63 216 400

negócio rural? Fonte: Dados da pesquisa Para saber como os associados se consideram diante de seu negócio rural e o que pretende fazer com seu empreendimento nos próximos anos, foram elaboradas questões que conseguissem responder a essas indagações. Quando perguntados como eles se consideravam diante do seu negócio rural, a resposta que apareceu com mais freqüência foi estar apreensivo (com medo) (148 vezes); 102 disseram estar seguro diante de seu negócio; 92 disseram estar otimistas; e 58 disseram estar pessimistas, como mostra a Tabela 05. Tabela 05: Como o produtor se considera diante do seu negócio rural Otimista 92 Seguro 102 Apreensivo (com medo) 148 Pessimista 58 Total 400 Fonte: Dados da Pesquisa Em relação ao que os associados pretendem fazer com seu negócio rural para os próximos anos, pôde-se perceber que 216 pretendem ampliar o seu negócio; 129 disseram continuar com a mesma atividade sem maiores investimentos; 27 disseram mudar de ramo; e 16 disseram mudar de produção, como mostra a Tabela 06. Tabela 06: O que o associado pretende fazer com o seu negócio rural nos próximos anos Ampliar o negócio 216 Reduzir o negócio 12 Continuar com a mesma atividade sem maiores investimentos 129 Mudar de produção 16 Mudar de ramo 27 Total 400 Fonte: Dados da Pesquisa Isso mostra que os associados, em sua maioria, estão dispostos a ampliar seus negócios ou no mínimo continuar com a mesma atividade sem maiores investimentos.

Cabe a Cooperativa, sabendo da vontade dos produtores em ampliar seu negócio rural, tentar estimula-los a esse crescimento, dando suporte para tal. Fazendo o cruzamento dos dados da escolaridade com a fidelidade dos associados, percebe-se que quanto maior o grau de escolaridade, maior a probabilidade dos cooperados entregarem seu produto a outro local. Aqueles que também possuem maior fonte de renda são os que mais disseram poder entregar sua produção em outro local se esse pagar um preço melhor pelo seu produto do que a cooperativa ao qual é associado. Quando cruzado os dados da escolaridade com o atributo local para entregar o meu produto bem como oportunidade de melhor compra de insumos, percebeu-se eu que quem possui menor grau de escolaridade valorizou mais esse serviço oferecido pelas cooperativas do que os demais. Quando os atributos serviços diversos para mim e minha família e adotar princípios do cooperativismo foram cruzados com a escolaridade dos associados, foi inferido que quanto maior o grau de instrução mais este atributo é valorizado pelos associados. Quando cruzado os dados da escolaridade com a pergunta feita aos produtores de como se considera o associado diante de seu negócio rural as pessoas que possuem o segundo grau são mais otimistas que os outros níveis de escolaridade. Já os que se sentem mais seguro diante de seu negócio rural são aqueles que têm menor grau de escolaridade. Pôde-se inferir também que as pessoas que possuem maior grau de escolaridade são mais apreensivas e pessimistas quanto ao seu negócio rural do que as demais. O cruzamento da variável faturamento médio mensal do associado com a variável como se considera diante de seu negócio rural mostrou que as pessoas que possui maior faturamento estão mais apreensivas (com medo) do que as demais, e que os associados que possuem menor faturamento são as mais pessimistas quanto ao seu negócio rural. Esses foram os cruzamentos realizados na presente pesquisa. 5. CONCLUSÃO Foi interessante saber quais os atributos valorizados pelos associados e o seu grau de fidelidade para que através dessas informações as cooperativas possam planejar estratégias que visem o melhor desempenho da mesma para com seus cooperados, visando sua satisfação e relação de longo prazo com os mesmos. Assim sendo ela possivelmente conseguirá ser competitiva e sólida no mercado. Foi interessante também descobrir junto à opinião dos associados quem mais lhes ajudam e prejudicam em seu negócio rural e o que ele espera para o futuro de seu negócio. O cruzamento dos dados nos permitiu fazer inferências que seria de difícil mensuração. Através desses, pode-se descobrir a inter-relação de algumas variáveis nas

quais as cooperativas, com base nessas informações podem adotar estratégias para um melhor relacionamento com seus cooperados. Futuros trabalhos podem ser desenvolvidos para que cada vez mais os presidentes das cooperativas possam ter informações precisas para a tomada de decisão em relação a qual estratégia de marketing utilizar frente a seus associados. 6. REFERÊNCIAS ANTONIALLI, L.M.; SOUKI, G.Q. Princípios Cooperativistas e Modelo de Gestão: um estudo sobre conflitos de interesses entre grupos de produtores rurais. In: XLIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL. Anais... Ribeirão Preto: 2005. CD-ROM. ANTONIALLI, L.M. Modelo de gestão e estratégias: o caso de duas cooperativas mistas de leite e café de Minas Gerais. São Paulo: FEA/USP, 2000. 163p (Tese de Doutorado). BIALOSKORSKI NETO, S.; ZYLBERSZTAJN. D. Cooperativismo: economia de empresas e estratégias. Perspectiva Econômica, São Leopoldo, v.29, n.84, p.7-22, jan./mar.1994. (Série Cooperativismo, 35). BRISOLA, M.V. Fluxo e sintonia da informação sobre as preferências dos consumidores de carne bovina do Distrito Federal entre os agentes a montante da cadeia de produção. Dissertação (Mestrado em Ciências Agrárias)- UNB/DF, Brasília, 2004. CHURCHIL, G.A.; PETER, P.J. Marketing: criando valor para o cliente. Tradução: Cecília Camargo Bartalotti e Cid Knipel Moreira. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, M. Administração de Marketing. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1992. GONÇALVES, J.E. Histórico do Movimento Cooperativista Brasileiro e sua Legislação: um enfoque sobre o cooperativismo agropecuário. In: XLIII CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL. Anais... Ribeirão Preto: 2005. CD-ROM.

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