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Transcrição:

JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº201070500166981/PR RELATORA : Juíza Ana Carine Busato Daros RECORRENTE : WALDEMAR FIDELIS DE OLIVEIRA RECORRIDA : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL DECLARAÇÃO DE VOTO Dispensado o relatório, nos termos dos artigos 38 e 46, da Lei nº 9.099/95, combinado com o artigo 1º, da Lei nº 10.259/2001. Trata-se de recurso interposto pela parte autora, contra sentença que julgou improcedente o pedido de restabelecimento de pensão por morte. O recorrente alega, em síntese, que a dependência econômica restou demonstrada. Com as contrarrazões, os autos foram conclusos para julgamento. A nobre Relatora apresentou voto condutor para negar provimento ao recurso do autor, considerando que caberia ao autor demonstrar por meios hábeis a existência de dependência em relação aos seus pais, fato que restou descaracterizado frente ao recebimento de aposentadoria por invalidez. Fundamentos Acompanho o resultado ora apresentado pela nobre colega e, não obstante os brilhantes fundamentos lançados no Voto condutor, ouso apenas divergir quanto aos fundamentos para tanto. 201070500166981 [DOR /DOR] 1/5

Inicialmente, impende salientar que, conforme bem salienta a sentença, há presunção de dependência do filho maior inválido em relação a seus pais, consoante ementas a seguir colacionadas: PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ARTIGO 16, INCISO I E PARÁGRAFO 4º DA LEI DE BENEFÍCIOS. DEPENDÊNCIA ECONOMICA PRESUMIDA DAS PESSOAS ELENCADAS NO DISPOSITIVO LEGAL. PRECEDENTES DA TNU. 1. Conforme já decidiu a TNU: "A dependência econômica de filho maior e inválido é presumida e não admite prova em contrário ( 4º, do art. 16, I, da Lei nº 8.213/91)". (PEDILEF 200771950120521). 2. Idêntico raciocínio aplica-se ao cônjuge, ao companheiro(a) e ao filho menor de 21 anos (não emancipado). 3. Pedido conhecido e provido. (IUJEF 0008357-56.2006.404.7195, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator Antonio Fernando Schenkel do Amaral e Silva, D.E. 31/05/2011) PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. PENSÃO POR MORTE. FILHO MAIOR E INVÁLIDO. DEPENDÊNCIA. PRESUNÇÃO. 1. A dependência econômica de filho maior e inválido é presumida e deve ser considerada no momento do óbito do segurado instituidor do benefício ( 4º, do art. 16, I, da Lei nº 8.213/91). 2. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e da Turma Nacional de Uniformização 3. Pedido de Uniformização conhecido e provido. (IUJEF 0012061-43.2007.404.7195, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora Susana Sbroglio Galia, D.E. 09/03/2011) 201070500166981 [DOR /DOR] 2/5

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. FILHA APOSENTADA POR INVALIDEZ. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA RECONHECIDA PELO TRIBUNAL A QUO. REEXAME DE MATÉRIA PROBATÓRIA. SÚMULA N.º 7 DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E DESPROVIDO. 1. Nos termos do art. 16, 4º, da Lei n.º 8.213/91, a dependência econômica de filho inválido (inciso I do mesmo dispositivo legal) é presumida. 2. In casu, o acórdão recorrido, em face das provas documentais e testemunhais trazidas aos autos, reconheceu que a Autora, mesmo recebendo o benefício por invalidez, era dependente econômica de seu pai, razão pela qual a pretendida inversão do julgado demandaria, necessariamente, o reexame do conjunto fático-probatório. Incidência da Súmula n.º 7 do STJ. 3. É perfeitamente possível acumulação de pensão por morte com aposentadoria por invalidez, por possuírem naturezas distintas, com fatos geradores diversos. 4. Recurso especial conhecido em parte e desprovido. (REsp 486030/ES, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 25/03/2003, DJ 28/04/2003, p. 259) No entanto, deste último julgado, impede destacar o seguinte trecho elucidativo: Em que pesem entendimentos em sentido contrário, tal presunção admite prova em contrário, haja vista que nem todo o filho inválido depende, de fato, de seus pais, podendo, em alguns casos, usufruir de rendas adquiridas antes da invalidez ou, até mesmo, exercer atividades compatíveis com seu grau de incapacidade que possam garantir meios de subsistência a complementar o benefício previdenciário, quando houver. 201070500166981 [DOR /DOR] 3/5

Sendo a referida presunção juris tantum, e considerando que a aposentadoria por invalidez pudesse garantir a subsistência da autora a ponto de afastar a presunção, far-se-ia necessária a comprovação da dependência econômica da Autora em relação a seu pai. Trata-se, portanto, de presunção relativa, que admite prova em contrário. Nada obstante isso, entendo que o recebimento de aposentadoria por invalidez não afasta, por si só, a presunção de dependência. No presente caso, porém, por se tratar de aposentadoria por idade rural de valor mínimo (evento 1, INFBEN7) e aposentadoria por invalidez também de valor mínimo, recebida há mais de um ano e cinco meses antes do óbito (evento 1, INFBEN8 e CCON10), precedida por auxíliodoença desde 2003 (consoante INFBEN ora anexado), pode-se concluir que cada um era responsável por seu próprio sustento e, logo, não havia dependência econômica do filho em relação a sua mãe. Dessarte, não merece provimento o recurso da autora. Conclusão Ante o exposto, VOTO por NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, para manter a sentença, pelos fundamentos acima expostos. Condeno a parte autora ao pagamento das custas e honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) do valor atualizado da causa (artigo 55 da Lei 9.099/95), cuja execução resta suspensa por litigar com AJG. 201070500166981 [DOR /DOR] 4/5

Considero prequestionados especificamente todos os dispositivos legais e constitucionais invocados na inicial, contestação, razões e contrarrazões de recurso, porquanto a fundamentação ora exarada não viola qualquer dos dispositivos da legislação federal ou a Constituição da República levantados em tais peças processuais. Desde já fica sinalizado que o manejo de embargos para prequestionamento ficarão sujeitos à multa, nos termos da legislação de regência da matéria. Curitiba, 26 de julho de 2011. Andréia Castro Dias Juíza Federal 201070500166981 [DOR /DOR] 5/5