Painel II: 11h30 às 12h40 Investimentos em energia e infra-estrutura

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Transcrição:

Painel II: 11h30 às 12h40 Investimentos em energia e infra-estrutura João Antonio Del Nero Presidente - Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projetos Paulo Pedrosa Presidente Executivo - Abrace Eduardo Barros das Chagas Gerente Departamento de Energia Elétrica BNDES Abrace Paulo Pedrosa 27 de setembro de 2010

Quem Somos Associação de consumidores industriais de energia Energia Elétrica Fundada em agosto de 1984 47 Associadas (500 unidades de consumo) Focada na competitividade e no desenvolvimento sustentável do País e na modernização, transparência e integração competitiva do setor de energia Energia Térmica 2 2

Associadas ABRACE 3

x X

Perspectivas 5

Perspectivas 6

Perspectivas É possível promover a satisfação geral de investidores, financiadores, empresas do setor de energia, fornecedores, fabricantes, prestadores de serviço, trabalhadores, governos estaduais, municipais e federal e atender as necessidades dos consumidores? Como deve se organizar a agenda da infraestrutura/energia? 7

Perspectivas Realidade: hoje o mercado de energia é concentrado, complexo, pouco transparente, pouco previsível,marcado por conflitos de interesse e oferece gás e energia elétrica em condições de preço e liquidez que comprometem a competitividade da indústria e da economia. Subestima o papel dos consumidores e perde oportunidades de ganhos de eficiência e sinergia. 8

Perspectivas A energia mais cara é a que não existe Verdadeiro Falso 9

Perspectivas A energia mais cara é a que não existe Verdadeiro Falso 10

Perspectivas A energia mais cara é a que não existe Verdadeiro Falso A energia mais cara é aquela que não se pode pagar Verdadeiro Falso 11

O Custo da Energia no Brasil InfoMoney (set/2008) Energia é a principal preocupação dos gestores de empresas brasileiras Para 66% dos CEOs (diretores executivos) brasileiros, o custo da energia é a preocupação número um 12

Tarifa Gás Natural para Indústria sem impostos 11,9 6,6 * Valores ex-impostos vigentes em fevereiro/10 para o volume industrial de 100 mil m³/dia. Dólar = R$1,80 ** Industrial Price Fonte: ABRACE, Distribuidoras Estaduais de Gás Canalizado, Agências Reguladoras Energy Information Administration 13

Preços internacionais Brasil residencial Brasil Industrial sem ICMS Fonte: Ontario Power Authority e Abrace Base: 1o. Trim 2008. Preços incluem encargos, transmissão e impostos com exceção dos EUA (sem impostos). 14

Evolução das Tarifas de Energia Elétrica 15

Impacto dos Encargos e Tributos 100 51,6 Encargos e tributos +107% Parcela de encargos e tributos Custo livre de encargos e tributos 48,4 X 0 16

Explosão de Encargos 17

Encargos Setoriais Histórico dos Encargos (bilhões de reais) 16,00? 14,00 13,68 13,65 12,00 10,00 8,00 6,00 4,00 2,00 2,11 0,68 2,66 0,94 4,28 1,96 5,50 2,62 4,98 2,05 6,37 2,04 10,88 10,04 9,10 8,17 4,53 3,32 3,42 3,52 2,87 3,03 4,76 0,00 1998 1999 2000 2001 2002 2003 Apenas a CCC 2004 2005 2006 Total dos Encargos 2007 2008 2009 2010 Fonte: ABRACE * Cotas preliminares ANEEL não considera consumidores conectados à RB. 18

Visão do consumidor Indústria atuando em um mercado competitivo, submetida a um conjunto de pressões no mercado global e local (demanda, competidores, tecnologias...) Focada nas necessidades de seus clientes (e clientes de seus clientes). Reconhece os limites de repasses de custos Setor de energia parece protegido das pressões competitivas que transformaram as indústrias Regulação estaria sendo capaz de promover interesses dos consumidores? 19

Geração de valor na cadeia produtiva Fonte: ANP 20

Geração de valor na cadeia produtiva Fonte: ANP 21

Geração de valor na cadeia produtiva Fonte: ANP 22

Geração de valor na cadeia produtiva Valor Preço Fonte: ANP 23

Geração de valor na cadeia produtiva Valor? Preço Fonte: ANP 24

Preocupações energia elétrica Atribuição aos consumidores de um conjunto de políticas públicas explosão de encargos Custo crescente da energia Mercado livre sem acesso à energia competitiva e com baixa liquidez Imprevisibilidade e falta de transparência 25

Consumidores X Segurança Energética Premissas do modelo (risco = 5%) ESS despacho pelo CMSE e despacho pela CAR SEGURANÇA ENERGÉTICA Contratos EER 26

Preocupações gás Presença de um agente monopolista, que atua em diversas etapas da cadeia (produção transporte distribuição) Dificuldade de contratação de longo prazo e incerteza em relação ao preço do transporte e da commodity Maioria dos Estados com acesso fechado na comercialização Não estão previstos o acesso a rede básica, a criação de um mercado secundário e a figura do consumidor parcialmente livre 27

Visão do consumidor Consumidor deseja: Preço que promova competitividade escolha. Flexibilidade nas condições de fornecimento mecanismos de proteção em relação aos riscos do mercado. Instituições fortes, regulação independente transparência, previsibilidade, liquidez, eficiência, competição. Confiança. 28

Agenda de Política Energética Reversão das distorções dos encargos setoriais Oferta e segurança de suprimento Tributação Inovações Gás natural Transparência e eficiência setorial 29

Agenda de Política Energética 30

Agenda de Política Energética Não criar novos encargos Encargos que não têm relação direta com o setor elétrico deveriam ser excluídos da conta de luz (CCC, CDE, P&D e subsídios cruzados: menos 13%) Não postergar encargos com vida útil esgotada (ex. RGR: menos 2,12% no custo da energia) Desonerar o investimento em geração de energia, com foco na redução do seu custo Transparência nas decisões relativas a segurança operacional (ex. acesso às atas do CMSE) 31

Agenda de Política Energética Renovação onerosa de concessões vencidas com uso dos resultados para abatimento em TUST e ESS Opções competitivas na geração de energia, ênfase na hidroeletricidade Competição e segurança no abastecimento do gás natural Transparência e preços competitivos que permitam ao gás natural ser fator de desenvolvimento econômico e social 32

Visão ABRACE Energia como fator de competitividade industrial Brasil perde muito com o encarecimento da energia: Perde pujança econômica Perde desenvolvimento social Perde inserção no mercado internacional Cenário econômico é de incertezas quanto a: Preço futuro da energia Oferta adequada às necessidades da indústria Dificuldade para planejamento 33

www.abrace.org.br SBN - quadra 1 - bloco B, 14 - sala 701 Edifício CNC - Brasília - DF - (61) 3878 3500 abrace@abrace.org.br 34

Encargos Setoriais 2009 TOTAL: R$13,65 bilhões Ou R$34/MWh Equivale a praticamente metade da tarifa do leilão de Jirau R$71,40/MWh Comparativo 2008-2009 (em mil R$) 2008 2009 Diferença Variação CCC 3.523.370 3.034.720-488.650-13,87% CDE 2.583.000 3.874.520 1.291.520 50,00% RGR 1.436.000 1.586.893 150.893 10,51% PROINFA* 895.750 1.292.556 396.806 44,30% TFSEE 366.440 377.090 10.650 2,91% ESS 2.354.410 520.541-1.833.869-77,89% EER 11.090 31.719 20.629 186,02% P&D* 1.159.000 1.594.991 435.991 37,62% CFURH** 1.252.890 1.338.536 85.646 6,84% TOTAL (R$) 13.581.950 13.651.565 69.615 0,51% * valor estimado ** não inclui royalties de Itaipu Fonte: ANEEL / Presidência da República 35 35

Concentração Horizontal e Vertical no setor de gás participação em 20 distribuidoras 35%** Térmicas Fafens Refinarias 95% 100% 100% 100% 100% * Das 27 distribuidoras a Petrobras tem participação em 20. ** Dos 54 milhões de m³/dia disponíveis, 19 milhões de m³/dia correspondem ao consumo das térmicas+fafens+refinarias (Base: 1 trimestre de 2010) 36