1 Simples Nacional e o Planejamento Tributário Marcos A. Nazário De Oliveira marcosadinavi@gmail.com Egresso do curso de Ciências Contábeis Rafael Antônio Andrade rfaandrade@msn.com Egresso do curso de Ciências Contábeis RESUMO O Simples Nacional é um Regime Especial Unificado de Arrecadação de Impostos e Contribuições devidos pelas Microempresas. Sendo implementado pela União, Estados, DF e Municípios, de forma a melhorar o ambiente de negócios do país. Sua primeira vantagem é a simplificação permitindo o recolhimento unificado dos impostos federais, estaduais e municipais e da contribuição patronal previdenciária. O Simples Nacional é um regime facultativo para o contribuinte, valendo para o ano todo, só podendo ser modificada no ano seguinte. O sistema jurídico brasileiro permite ao contribuinte a possibilidade de planejar seus atos de forma a escolher a melhor alternativa para não pagar um tributo, ou incidir na menor carga tributária. Partindo desse conceito o objetivo deste artigo é definir o imposto simples nacional, suas vantagens, objetivos, sendo viável ou não, as microempresas e empresas de pequeno porte através do Planejamento tributário oferecendo inúmeras vantagens, tais como controle apropriado, resolução antecipada de problemas e conflitos, grau mais elevado de assertividade nas tomadas de decisões, melhor coordenação das interfaces do projeto, entre outros. Palavras-chave: Simples Nacional; Planejamento Tributário; Controle.
2 INTRODUÇÃO Em meio à alta carga tributária imposta às empresas brasileiras, torna-se difícil manter a sobrevivência das mesmas. Pelo fato de as ME e EPP desempenharem um papel de desenvolvimento econômico dinâmico dentro da sociedade na busca de capacidade de inovação gerando empregos e desenvolvimento social, foi criado o Simples Federal, com a finalidade de dar tratamento diferenciado, simplificado e favorecido, relativo aos impostos e às contribuições sociais. Com a promulgação da Lei Complementar nº 123/2006 substituindo o Simples Federal pelo Simples Nacional tornou-se mais atrativa a inclusão do Simples Nacional, posto ter incluído o ICMS e o ISS, não abrangidos no Simples Federal e ainda abarcando outros ramos de atividades, tornando-se uma ferramenta de planejamento tributário para as ME e EPP com maior competição no mercado. Sua implantação é fruto do esforço de integração e de trabalho conjunto desenvolvido pela União, Estados, DF e Municípios, de forma a melhorar o ambiente de negócios do país. O objetivo deste artigo é definir o imposto simples nacional, suas vantagens, objetivos, sendo viável ou não, as microempresas e empresas de pequeno porte. O Simples Nacional é um regime facultativo para o contribuinte. Mesmo que a empresa esteja enquadrada na condição de ME e EPP ela pode decidir não fazer a opção pelo Simples Nacional. Se a empresa fizer a opção pelo Simples Nacional, ela vale para o ano todo, só podendo ser modificada no ano seguinte. Diante do exposto fica a seguinte questão: È realmente vantajoso nas microempresas e empresas de pequeno porte o enquadramento no simples nacional? Em quais situações podese optar por outro regime de tributação? Sobre esse assunto InfoMoney (2013) afirma: Uma coisa é certa: antes de optar por um regime ou outro, o ideal é que você reflita um pouco sobre quanto tempo pretende acumular recursos e como pretende efetuar essas contribuições, pois isso terá um impacto significativo na definição das alíquotas. Esta é uma questão difícil de ser respondida, já que, muitas vezes, mesmo com planejamento, surge uma necessidade financeira extra.
3 REFERENCIAL TEÓRICO Administração do Simples Nacional O Simples Nacional, por ser um regime que engloba as três esferas de governo, é administrado por um Comitê Gestor, órgão responsável pela regulamentação e execução da parte tributária da LC 123/2006. O Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) é vinculado ao Ministério da Fazenda, composto pela União, representada por quatro membros da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dos quais um é o Presidente; Estados e Distrito Federal, representados por dois membros indicados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz); e Municípios, representados por um membro indicado pela Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf) e por um membro indicado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM). O CGSN possui uma Secretaria Executiva e diversos Grupos Técnicos, todos compostos por membros da União, dos Estados, DF e dos Municípios. Conceito do Simples Nacional O Simples Nacional é um Regime Especial Unificado de Arrecadação de Impostos e Contribuições devidos pelas Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), criado pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (LC 123/2006), e vigente a partir de 1º de julho de 2007. Seus principais objetivos são integrar os fisco federal, estadual e municipal; melhorar o ambiente de negócios do país; racionalizar procedimentos para o fisco e para as empresas; unificar o recolhimento de tributos em nível federal, estadual e municipal; facilitar o cumprimento das obrigações tributárias; reduzir a carga tributária e diminuir a informalidade e incentivar a formação de novas empresas. Os tributos de arrecadação do Simples Nacional são: Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Previdenciária Patronal (CPP); Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS); e Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
4 Conforme Resolução nº 94, de 29/11/2011 enquadra-se no Simples Nacional as Microempresas (ME) que em cada ano tenha receita bruta igual ou menor que R$ 360.000,00 e as empresas de pequeno porte (EPP) que obtenha em cada ano, receita bruta maior que R$ 360.000,00 e igual ou menor que R$ 3.600.000,00. Vantagens do Enquadramento De acordo com o Portal do desenvolvimento Local (2013) A primeira vantagem é a simplificação. O Simples Nacional permite o recolhimento unificado dos impostos federais, estaduais e municipais (ISS, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, IPI, ICMS e ISS) e da contribuição patronal previdenciária. Ao invés de utilizar diversas guias, com datas e cálculos diferentes para recolhimento, o empresário efetua apenas um pagamento, em todo dia 20 de cada mês, dando quitação a todos esses impostos e contribuições. A outra grande vantagem é a redução da carga tributária. A grande maioria das micro e pequenas empresas pagarão menos impostos se optar pelo Simples Nacional. A redução pode variar de 20 a 50%, dependendo do ramo de atividade da empresa e do seu volume de faturamento. Cabe destacar, porém, que cada caso deve ser analisado detalhadamente pelo contador que atende a microempresa e a empresa de pequeno porte para confirmar se é vantajoso ou não optar pelo Simples Nacional. Forma de Tributação O valor devido mensalmente pelas MEs e EPPs optantes do Simples Nacional será determinado de acordo com a aplicação sobre a receita bruta acumulada nos doze meses anteriores ao do período de apuração. Não devem ser consideras no cálculo dos tributos, as demais receitas obtidas pela empresa, não originárias de seus objetivos sociais, como é o caso das receitas de aplicações financeiras, ganhos obtidos em bolsas de valores, no mercado de balcão ou de mercadorias, juros recebidos, descontos auferidos, etc. Os valores da receita bruta acumulada devem ser proporcionalizados ao número de meses de atividade no período. No caso de início das atividades no próprio ano-calendário da opção, a determinação da receita bruta total acumulada para a aplicação da alíquota cabível dar-se-á pela multiplicação da receita bruta desse mês por doze. Nos onze meses subsequentes ao do início das atividades, as ME ou EPP efetuarão a média aritmética da receita bruta total dos meses anteriores ao do período de apuração, multiplicada por doze.
5 Já no caso de início das atividades no ano-calendário anterior ao da opção, as ME ou EPP adotarão os critérios citados no parágrafo anterior até atingir o número de treze meses, quando então passará a reconhecer a receita bruta total dos doze meses anteriores ao do período de apuração. O cálculo do Simples Nacional será feito por meio de aplicativo específico disponibilizado na Internet na página da Receita Federal do Brasil, no endereço http://www.receita. fazenda.gov.br/simplesnacional. Para utilizar o programa de cálculo e emissão de guias, o contribuinte usará a senha de acesso ou sua Certificação Digital. Planejamento Tributário O sistema jurídico brasileiro permite ao contribuinte a possibilidade de planejar seus atos de forma a escolher a melhor alternativa para não pagar um tributo, ou incidir na menor carga tributária. O planejamento tributário é o processo de escolha de ação ou omissão lícita e não deve ser simulada antes da ocorrência do fato gerador, que corresponde ao conjunto de pressupostos previstos na lei e vinculados à obrigação jurídica de pagar um determinado tributo. Planejar os atos que não produzirão tributação ou que reduzirão a obrigação tributária é permitido a todos. Logo, é necessário escolher a maneira legal para se evitar possíveis problemas. É importante esclarecer que qualquer empresa pode fazer o seu planejamento de modo que proponha atitudes que, se realizadas adequadamente, reduzirão o valor do tributo. A opção da escolha do tipo do regime de tributação que será aplicada à empresa já é um planejamento tributário e devem ser analisados por qualquer micro e pequena empresa. No planejamento tributário as alternativas devem estar de acordo com a lei. Diante disso, infere-se que o Simples Nacional é uma ferramenta de planejamento tributário para ME e EPP. Sua elaboração inicia-se na pesquisa do fato objeto, sendo assim o pesquisador levanta os dados considerando a estrutura, as atividades operacionais da empresa, a qualificação fiscal e a particularidade das operações. Terminada esta fase, iniciam-se a análise e avaliação da importância, objetividade e abrangência das informações na qual são realizadas projeções para os anos seguintes, de modo que o empresário tenha consciência de que sua escolha é a melhor e menos onerosa para a empresa. Um planejamento bem realizado oferece inúmeras vantagens, tais como controle
6 apropriado, resolução antecipada de problemas e conflitos, grau mais elevado de assertividade nas tomadas de decisões, melhor coordenação das interfaces do projeto, entre outros. METODOLOGIA Para a efetivação desde artigo no primeiro momento foi realizado uma pesquisa documental sobre o tema, onde se entende o conceito, objetivo, formas de tributação, abrangência e a expansão do mercado. Por se tratar de um estudo focado no imposto Simples Nacional, a pesquisa utilizou dados fornecidos por diversos sítios eletrônicos, principalmente o da Receita federal. A pesquisa foi realizada com definições e conceitos de vários autores, com base na legislação do país, dando mais veracidade a informação e agregando conteúdo e conhecimento aos leitores. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante de um mercado cada vez mais competitivo, a maior parte das micro e pequenas empresas, com a intenção de se estabilizar, devem procurar benefícios e a diminuição de tributos, para que possam aumentar seu ciclo de vida. A maior dificuldade de quem abre um micro ou pequena empresa, não é somente a carga tributária, mas também o desconhecimento da mesma. Na maioria das vezes, o empresário não tem o conhecimento da responsabilidade fiscal, e quando se depara com ela, normalmente perde o controle da situação. Diante do exposto, após a conclusão desse artigo entende-se que a solução do problema proposto é fornecida por meio do planejamento tributário, sendo de suma importância para a manutenção da existência das empresas. Considerando os diferentes tipos de tributos existentes em nosso país, a alta carga tributária, atualmente, tem representado uma significativa parcela do resultado das empresas, que interfere no resultado econômico das mesmas.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, Gilberto Luiz do. A Aplicação da Norma Geral Antielisão no Brasil. In AMARAL, Gilberto Luiz do. (Coord.) Planejamento tributário & A Norma Geral Antielisão. Curitiba: Juruá, 2002. CATELLI, Armando. Controladoria, uma abordagem da gestão econômica GECON. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2006. Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2006/leicp123.htm>. Acesso em 10 Out. 2013. Lei Complementar nº 127, de 14 de agosto de 2007. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/leiscomplementares/2007/leicp127.htm>. Acesso em 10 Out. 2013. MARTINEZ, Manuel Perez. O contador diante do planejamento tributário e da lei antielisiva. Disponível em <http://cosif.com.br/publica.asp?arquivos=20040619elisao> Acesso em 23 Set. 2013 Simples Nacional. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/legisassunto/simplesnacional.htm#portari as do CGSN> Acesso em 10 Set. 2013 InfoMoney 2013 Disponível em: <http://dinheiro.br.msn.com/guias/previd%c3%aancia-como-decidir-entreos-dois-regimes-de-tributa%c3%a7%c3%a3o> Acesso em 05 Nov. 2013. PORTAL DO DESENVOLVIMENTO Disponível em: <http://www.portaldodesenvolvimento.org.br/faq_resposta.php?id=129> Acesso em 05 Nov. 2013.