Capa Nos últimos anos, o conceito de educação corporativa adentrou o ambiente corporativo e transformou valores nas organizações. Mas será que as empresas têm tratado o assunto com o devido cuidado?
Quem, diante de certas n a tu ra lm e n te asso ciad o à gran d e situações, ou mesmo mudança que ocorre na geografia da qual filósofo de "boteco", não falou horas valor do conhecim ento na sociedade produção e do consumo, em relação ao sobre o distanciamento entre a teoria e prática? mundo Ou mesmo, em que produtos e tecnologia p ó s -in d u s tr ia l. S im p le s : em um sen tad o em um b an co a ca d êm ico, são co m m o d itie s, o co n h ecim e n to quem nunca questionou o porquê de aprender algo que, provavelm ente, ja m a is u tiliz a r á em seu c o tid ia n o profissional? Se você, leitor, disse sim a uma das duas perguntas acima, certamente tem alguma idéia do papel que o termo educação corporativa desempenha no ambiente corporativo contemporâneo. N ão é para m enos. O cre scen te interesse em educação corporativa está passa a ser o diferencial e, ao mesmo tempo, o bem maior de um profissional que deseja destacar-se no com petitivo m ercado de trabalh o do século X X I. E inegável, no entanto, que, quem atua no ambiente pragmático da organização m u itas vezes não enxerga a relevância da educação corporativa para as co m p an h ias que an seiam destacar-se no mercado atual. De fato, principalm ente em um país que apresenta tamanhas carências mercadológicas como o Brasil, parece claro que os processos mecânicos ainda sejam hipervalorizados em detrimento do saber, do co n h e cim e n to m ais am plo e da consciência do todo que está sendo produzido. Por outro lado, e aqui entra o papel essencial dos profissionais ligados às áreas de R e cu rso s H u m an os das em p resas, co n tra b a la n ce a n d o essa o p o rtu n id a d e de c re s c im e n to das indústrias e dos serviços, observa-se a evolução, também muito significativa, do conhecimento como fator novo na equação m atéria-p rim a m eio de produção - trabalho. Educação Corporativa: desenvolvendo competências em um mundo em transformação P o r C a r o l in a M a n c io l a * Estamos vivendo a Era do Conhecimento! Este é um fato que nem as pessoas, nem as organizações podem ignorar, afinal essa nova era chegou acompanhada da competitividade e da velocidade das transformações. A informação, pura e simples, hoje, não é mais suficiente. Até porque as informações são diversas e precisam ser filtradas. Para isso, o ideal é a utilização de uma ferramenta que por muito tempo era dita finita: educação é seu nome. O tema educação corporativa insere-se num contexto mais amplo, que é o da educação continuada. Antigamente, ter o terceiro grau e falar inglês eram grandes diferenciais para o mercado de trabalho. Hoje, nem mesmo uma pós-graduação é suficiente. É preciso mais: é preciso atualizar-se sempre. Essa capacitação não diz respeito somente às habilidades técnicas, mas também as habilidades de relacionamento interpessoal, liderança, trabalho em equipe, dentre tantas outras, ditas psicossociais. Saber como agir, se comportar no ambiente de trabalho é, nos dias de hoje, uma habilidade crucial. E como diria um dos meus queridos mestres, o Professor Victoriano Garrido Filho: recrutamos pelas competências e avaliamos pelas atitudes. Um grande paradigma para o pessoal do RH. Não podemos nos esquecer do fator mudança, tão presente hoje, seja no mundo corporativo, seja em nosso cotidiano pessoal. Preparar as pessoas para isso é algo que requer um ensinamento amplo e contínuo, pois tudo muda o tempo todo, inclusive, nós mesmos. Assim, os programas de educação corporativa têm se alastrado e evoluído, numa busca constante pela adequação e têm sido implantados de diversas formas: através de treinamentos, cursos de desenvolvimento pessoal e profissional e das tão louváveis universidades corporativas. Mais do que investir em educação, investir em pessoas parece o ser o caminho certo para o crescimento das empresas. A utilização da educação corporativa como ferramenta que alia essas duas bases é, então, um excelente caminho na busca não da eficiência, mas da eficácia organizacional. * Carolina Manciola é administradora pela Universidade Federal da Bahia e aluna da pós-graduação em Gestão da Comunicação Organizacional pela mesma entidade.
Capa D e ce rta fo rm a, no B r a s il, esse processo tem tomado maior força nos últim os dez anos. Até então, o que se via eram program as de treinam ento focados nas atividades cotidianas das empresas. E aqui reside a grande diferença entre as companhias que apresentam p ro je to s e ações de E d u cação Corporativa e as que ainda confundem esse c o n c e ito com o fam ig e ra d o Treinam ento & D esenvolvim ento: o prim eiro produz o con h ecim en to; o segundo oferece aptidões para desempenhar funções específicas. Segundo Maísa Sabonaro, coordenadora de relações in stitu cion ais da Fecap (Fundação Escola de Comércio A lvares P en tead o), o d ebate acerca desse tema deve girar em torno da efetividade da parceria empresa-escola. Para ela, as organizações muitas vezes apresentam o tal discurso do descolamento entre a teoria e a prática, o que não deveria ocorrer. Por isso a educação corporativa, ou educação continuada, deve sempre se voltar e resgatar a noção da empresa bebendo na fonte o tempo inteiro, mostrando como a teoria pode, sim, ser um a ponte para o aspecto p rático, sem pre agregando m uitas coisas para os processos internos e externos das empresas, coloca. Nessa mesma esteira, Fábio Rocha, country manager da Saba Brasil, afirma que falta essa visão por parte de algumas empresas. Eu vejo que o con- ce ito de educação co rp o rativ a está m u ito m ais avan çad o em alg u n s setores como serviços, consultorias e te cn o lo g ia, mas ou tras áreas ainda estão defasadas com relação ao tem a. E continua: Através da educação continuada, as em presas estão redesco- brindo o valor hum ano, percebendo cada vez mais que os outros processos são m u ito com uns aos seus co n co r re n te s. Isso g a ra n te o p ro g resso do c o n h e c im e n to no a m b ie n te organizacional. Foco na estratégia da empresa Algo bastante comentado nas últimas décadas diz respeito à necessidade de que o acesso ao aprimoramento e ao Maísa Sabonaro, coordenadora de relações institucionaisda Fecap: A educação corporativa deve sempre resgatar a noção da empresa bebendo na fonte o tempo inteiro c o n h e cim e n to seja alg o co n tín u o. E ssa p arece ser m ais um a m áxim a indiscutível. No entanto, muitos personagens co rp o rativ o s (a cio n ista s, executivos do topo e do m eio) questionam qual a razão de uma empresa investir tanto tempo e dinheiro em um p ro cesso q u e, g e ra lm e n te, acaba re fletin d o pouco nos resultad os da companhia. C la ra m e n te, essa é um a visão m íope, mas recorrente no m ercado. Assim como em cursos de graduação é senso comum a existência de um distanciam ento entre o saber e a prática, em turmas fechadas de executivos de uma determinada companhia este tipo de debate também existe. Basta com preender, como foi salientado anteriormente, que o processo de educação corp orativa deve gerar co n h ecim en to, jamais se atendo ao resultado imediato necessário em program as de T & D. Mas nem sempre é assim que acontece. Um p ro fissio n a l que tem seu plano de carreira traçado, certam ente sabe que ca m in h o seg u ir após a graduação. B u scar o co n h ecim en to m ais e sp ecífico e esp ecializad o é o caminho e é isso o que esses cursos de educação continuada devem oferecer, afirma Maísa Sabonaro. E ntretanto, a busca pela especialização m uitas vezes acaba por gerar 24 Proí's^ g g c o S Maio/07
Eliana Toledo, gerente de RH da Lew Lara: Os processos de educação corporativa, possibilitam que os colaboradores tenham acesso aos valores essenciais da empresa que reside o seu objetivo. Fica a dis to talm en te integrad a e guiada pelo cussão: buscar conhecimento específico B a la n ce d S co reca rd, p ossu i um a e especializado ou algo mais amplo e U n iversid ad e C orp orativa que visa assim, mais valorizado socialmente? promover a educação contínua de seus W alter Sigollo, diretor de R H da colaborad ores, o b je tiv a n d o d esen Sabesp, que apresenta um com plexo volver as com petências consideradas program a de educação corp orativa, e sse n cia is para a v ia b iliz a ç ã o dos com ações diversas, tem a resposta na desafios empresariais. Com programas pesadas c r ític a s por p a rtes dos ponta língua: Acredito que a partir do presenciais e a distância (além de uma acadêmicos, que valorizam o conheci m om ento em que você, como profis T V co rp o ra tiv a ) que se ad ap tam m ento hum anístico, que privilegia o sional da área de G estão de Pessoas, às necessidades apontadas pelas lid e todo e o relativismo. Por outro lado, o identifica quais são as necessidades da ranças da empresa, a equipe de Sigollo conhecim ento genérico m uitas vezes sua em p resa e q u ais são os focos m ostra claram ente a am plitud e que não co n fig u ra exatam en te o que as estratégicos, fica muito mais fácil saber o tem a educação corporativa pode empresas buscam, já que é no conheci o direcionamento dos esforços e como atingir. mento técnico, que atende às expecta preparar os profissionais. C o n co rd an d o com a visão de tivas da organização onde se trabalha, A Sabesp, aliás, que tem sua gestão Sigollo, Eliana Toledo, gerente de R H Para uma empresa ser líder, ela precisa que o seu potencial humano se destaque. I Assessment E, para ele se destacar, conte com a competência da Franquali Marque uma visita com os nossos consultores e comece a preparar a sua equipe para a liderança. Gmpresa Rua Ministro Nelson Hungria, 239, cj. 15 Real Parque 05690-050 - São Paulo - SP - Tel.: 11 3758-0064 www.franquality.com.br Goaching Desenvolvimento de Com petências Consultoria Estratégica de Recursos Humanos! Desenvolvimento G erencial fft FRANQUALITY business p erfo rm an ce LIDERANÇA EM COMPETÊNCIAS
Capa Fábio Rocha, contry manager da Saba: Através da educação continuada, as empresas estão redescobrindo o valor humano. Isso garante o progresso do conhecimento da Lew Lara, acredita que os processos de educação corporativa possibilitam que os colaboradores tenham acesso aos valores essenciais, metas e objetivos, da e m p re sa. P ara e la, é p ap el do R H estar sempre se perguntando sobre quais são as faltas e falhas apresentadas pelas equipes para que possa sem pre estar d esenvolvend o-as e cobrin d o essas lacunas. Só assim os profission ais p o d erão tra z e r os re su lta d o s esperados. De acordo com essas opiniões, fica claro que a escolarização vale tanto pelo conhecim ento de técnicas, m étodos, teorias e conteúdos, como pelas estruturas de pensar, resolver problem as e inventar, produzidas pelo desenvolvim e n to da cap acid ad e in te le c tu a l. E esse novo trabalhador, com h ab ilidade p ara c o n ju g a r um a a tu a ção m ais te c n ic is t a com um a b u sca por conhecim ento mais amplo, que as e m p re sa s a in d a têm d ific u ld a d e de formar. De qualquer forma, muitas empresas estão preenchendo as lacunas nessa formação, tomando para si a tarefa de treinar, estim ular a com plem entação dos níveis de escolaridade, bem como tro ca r, com o m undo a ca d ê m ico, saberes, técn icas e pessoas. C harles C a lm u c c i, g e re n te co rp o ra tiv o de Gestão do Conhecim ento da Flytour, empresa que estruturou um programa de universidade corporativa chamado A cad em ia F ly to u r, afirm a que o desenvolvimento dos profissionais é o prim eiro valor da em presa. Tem os uma filosofia de trabalho que eu digo que está no D N A da o rg an ização. C o n tam o s com os nossos p ró p rio s profissionais formando outros trabalhadores e isso é muito gratificante. Pouco a pouco, a vida nas organizações vai rivalizando com o am biente educacional form al. E nas organizações, onde eventos não p rev isív eis ocorrem continuam ente, que o aprendizado acontecerá de forma acelerada. A u ton om ia, id en tid ad e, co m p a rtilham ento de metas e estratégias, sistem as m e rito crá tico s baseados em competências convergem para fazer do dia-a-dia, nas organizações, um bom espaço para ensinar e aprender. D esta fo rm a, além da tarefa de sup rir lacunas de form ação, d esen volvim ento in telectu al e conteúdos para o bom desempenho no trabalho, as organizações educam pela cultura com partilhada, ou seja, pelo jeito de fazer, pelos valores, mitos e ritos que expressa e pratica, pelos métodos de liderar, prem iar, pu nir e de fazer as coisas. A ssim, as organizações estão, co n tin u am e n te, co n trib u in d o para uma formação cada vez mais completa. Educação Corporativa: limites e perspectivas Assim com o um profissional que ch eg a a um a in s titu iç ã o de en sin o trazendo seu gap em relação aos seus colegas de turma, outros problemas e dificuldades surgem na hora de implem en tar um program a in teg rad o de educação corporativa. Maísa Sabonaro, da Fecap, relata que algumas vezes há um ch o q u e de in te re sse s b a sta n te palpável entre o direcionam ento buscado pelo profissional e pela organização. Essas necessidades têm de estar bem alinhadas. P or isso, co n fo rm e su g ere e recomenda Ricardo Pimenta, professor da Fundação Dom Cabral, a empresa tem de tomar bastante cuidado com a seleção das pessoas e do grupo que ini- 26 Pr f'ssiondó c i o s Maio/07
Estilo de Vida AxisMed melhora saúde dos doentes crônicos Melhorar e estabilizar a saúde e a qualidade de vida de p acien tes crônicos e, como conseqüência, otimizar a utilização dos recursos das operadoras e gerar grande economia. Esses são os principais conceitos que regem a AxisMed - Gestão Preventiva da Saúde, a primeira empresa brasileira em Gerenciamento da Saúde de Doentes Crônicos. A AxisMed trouxe ao País técnicas inéditas de medicina preventiva e promoção de saúde e de doentes crônicos. O ponto crítico é capacitar as pessoas a ter um papel ativo no cuidado com sua saúde e, assim, permitir que a AxisMed identifique a possibilidade de ocorrências graves antes que aconteçam, conta Fábio Abreu, diretor-executivo da AxisMed. O objetivo é com binar conhecim ento da condição de saúde, dentro de padrões estabelecidos em modelos internacionais, com tecnologia da informação, a fim de oferecer soluções preventivas que sejam aplicáveis a grandes quantidades de pessoas e ofereçam resultados confiáveis e mensuráveis. A operação da AxisMed é afiliada a D M A A (D isease M anagem ent Association of America) associação que congrega as melhores empresas de gerenciamento de doentes crônicos dos EUA. Os associados da AxisMed rapidamente percebem os benefícios, como menor necessidade de internação e atendimento em prontos-socorros, pois há significativa melhora na condição de saúde. Solução com ampla extensão de ferramentas O prim eiro passo do trabalho da AxisMed é identificar, dentro da maior confid encialidad e, doentes crônicos através da utilização do plano de saúde. Estudos mostram que, dentre a população das operadoras de saúde, apenas 10% são responsáveis por 70% dos custos assistenciais dessas empresas. Nesse percentual, as pessoas que apresentam doenças crônicas são grande maioria. Ao analisar o banco de dados das empresas, a AxisMed identifica os grupos de risco e apresenta as ferramentas de gestão, que podem ser aplicadas total ou parcialmente. São elas: G e re n c ia m e n to de D o e n te s C rônicos com cen tral de re la cionamento e suporte de equipe multiprofissional; Central 2 4 horas para urgências e emergências com suporte médico; Gestão de casos especiais; A com panham en to de p acien tes internados; Modelo de apuração de resultados: econômicos, freqüência de utilização, o p e ra c io n a is, c lín ic o s e pesquisa de satisfação; Equipe de visita domiciliar; Portal AxisM ed, que possibilita a gestão da solução nas empresas; Sistem a de relacionam ento com a rede de médicos dos clientes; Consultoria para análise do perfil e do risco da população, integrando várias fontes de dados (contas médicas, medicamentos, medicina ocupacional, liberação de senhas etc); E-Praxis - Software de Gestão da Promoção de Saúde; Modelo estruturado de avaliações individuais; Pesquisa de satisfação com médicos e associados; Análise de risco de depressão e de risco nutricional. Resultados A e x p e r iê n c ia da A x ism ed d em o n stra e x c e le n te s re su lta d o s: após seis meses de m onitoram ento, a média de internações cai de 2,7 para 0,8 dia/ano, em um estudo realizado com g ru p o de 2 3 2 p a c ie n te s. O número de atendim entos em prontos-socorros dim inui 18%. Ao mesmo tempo, os médicos dos pacientes tiveram uma adesão ao programa de 9 2 %, mostrando satisfação e r e c o n h e c im e n to p o r e le s da im portância do Gerenciam ento para a resposta do paciente a sua conduta. O m e lh o r c o n tro le da saú d e, com cada vez menos recaídas, im plica um índice da satisfação com o programa superior a 9 0 %. Desde seu inicio a AxisMed - I Gestão Preventiva da Saúde: ^ Analisou cerca de 140 m ilhões de procedim entos e 3,5 m i lhões de vidas; Realizou 18 m il avaliações individuais; M onitorou mais de 13 m il p essoas. Entre os clientes da AxisM ed, encontram -se: A bet, A B N -A m ro R eal, Am bev, A on, G am a Saúde, M ediservice, M ediai Saúde, N atura, Q ualicorp, Sistel, Sul A m érica Saúde, Telefônica e W yeth P harm aceuticals. 28 Pr f ó c io s Moio/07