Poder potencial, vulnerabilidade externa e hiato de poder. Reinaldo Gonçalves. Prof. Titular UFRJ

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ICC setembro 2012 Original: inglês. Conselho Internacional do Café 109. a sessão setembro 2012 Londres, Reino Unido

Transcrição:

Poder potencial, vulnerabilidade externa e hiato de poder Reinaldo Gonçalves Prof. Titular UFRJ 1

2

Hipóteses: (1) o Brasil tem um grande poder potencial; (2) o Brasil tem uma enorme vulnerabilidade econômica externa, ou seja, um reduzido poder efetivo; e, (3) o Brasil se defronta com um elevado "hiato de poder", isto é, uma grande diferença entre o poder potencial e o poder efetivo. 3

Índices Índice de Poder Potencial (IPP) Índice de Vulnerabilidade Externa (IVE) Dimensão comercial (IVCO) Dimensão produtivo-tecnológica (IVPT) Dimensão monetário-financeira (IVMF) Índice de Poder Efetivo (IPE) Índice de Hiato de Poder (IHP) 4

Índice = X X X Máx Mín X Mín x100 5

Índice de Poder Potencial (IPP) IPP = ITT + ITP 3 + ITR 6

Índice de Vulnerabilidade Econômica Externa IVE = IVCO + IVPT 3 + IVMF 7

Indicadores de vulnerabilidade externa: Definições e fontes, 2002 Dimensão comercial Exportação de bens e serviços / PIB Crescimento real do comércio (exp. + imp.) de bens e serviços Crescimento do PIB real Índice de concentração das exportações Reservas internacionais líq. [excl. recursos do FMI] / Importação de bens e serviços Taxa de crescimento de longo prazo do valor das exportações de bens (1990-2001) Dimensão produtivo-real Estoque de IED / PIB Estoque de IED / Exportação de bens e serviços Estoque de IED em serviços / Estoque de IED total Gastos com pesquisa e desenvolvimento tecnológico / PIB Exportação de produtos intensivos em tecnologia / Exportação de manufaturados Pagamento de tecnologia / Gastos com P&D Dimensão monetário-financeira Dívida externa total / Exportação de bens e serviços Dívida com FMI / Dívida externa total Renda líquida / Exportação de bens e serviços Serviço da dívida pública e garantida pelo setor público / Exportação de bens e serviços Ajuda externa / Importação de bens e serviços 8

Índice de poder efetivo (IPE) IPE = 1 IVE Índice de Hiato de Poder (IHP) IHP = IPP IPE 1 x 100 9

Índice Brasil Média Mediana Desvio padrão Máximo Mínimo Índice de Poder Potencial (IPP) 80,8 46,5 43,9 16,7 95,9 11,6 Índice de Vulnerabilidade Externa (IVE) 49,1 39,9 39,7 9,9 69,7 18,1 Dimensão comercial (ICO) 38,1 43,4 42,4 11,9 84,4 15,8 Dimensão produtivo-tecnológica (IVPT) 51,4 48,8 49,7 14,0 91,1 14,2 Dimensão monetário-financeira (IVMF) 57,7 27,4 22,9 17,1 81,3 0 Índice de Poder Efetivo (IPE) 50,9 60,1 60,3 9,9 81,9 30,3 Índice de Hiato de Poder (IHP) 58,7-22,2-25,0 25,2 58,7-81,2 10

"O Brasil não é um país, é um exagero." Antônio Torres, O Nobre Seqüestrador, p. 12. 11

População, Área, Produto Nacional Bruto e Índice de Poder Potencial: Países classificados pelo Índice de Poder Potencial País População (milhões) Área (mil km2) Produto Nacional Bruto (PPP, US$ bilhões) Índice de Poder Potencial (IP) 1. China 1280 9598 5792 95,9 2. Estados Unidos 288 9629 10414 91,1 3. Índia 1049 3287 2778 88,7 4. Russa, Fed. 144 17075 1165 81,9 5. Brasil 174 8547 1300 80,8 6. Indonésia 212 1905 650 74,1 7. Japão 127 378 3481 72,3 8. Canadá 31 9971 907 72,0 9. México 101 1958 887 71,9 10. Alemanha 82 357 2226 68,4 11. Austrália 20 7741 539 67,2 12. França 59 552 1609 67,2 13. Irã, Rep. Islâmica 66 1648 438 66,8 14. Paquistão 145 796 284 66,4 15. Argentina 36 2780 387 65,3 16. Itália 58 301 1510 64,8 17. Turquia 70 775 438 64,5 18. Reino Unido 59 243 1574 64,3 19. África do Sul 45 1221 445 64,0 20. Egito, Rep. Árabe 66 1001 253 63,1 12

E a vulnerabilidade externa? Comercial Produtivo-tecnológica Monetário-financeira 13

Países Vulnerabilidade externa Comercial Países (IVCO) Produtivotecnológica (IVPT) 1. Azerbaijão 84,4 1. Nicarágua 91,1 2. Moldávia 72,6 2. Trinidad e 77,4 Tobago 3. Camboja 71,1 3. Chile 74,4 4. Arábia Saudita 69,6 4. Azerbaijão 73,0 5. Mongólia 66,5 5. Zâmbia 70,8 6. Zâmbia 66,4 6. Uganda 70,5 7. Gabão 65,3 7. Ruanda 69,7 8. Bulgária 62,7 8. Bolívia 69,5 9. Burundi 62,6 9. El Salvador 69,4 10. Papua Nova Guiné 61,5 10. Armênia 69,3 74. Brasil 38,1 49. Brasil 51,4 Estados Unidos 27,2 Finlândia 25,9 Peru 24,6 Japão 22,9 China 19,2 Israel 19,1 Nepal 16,6 Etiópia 18,9 Líbano 16,2 Filipinas 16,4 Índia 15,8 Coréia, Rep. 14,2 14

Vulnerabilidade externa Países Monetário-financeira (IVMF) 1. Burundi 81,3 2. Zâmbia 71,8 3. Ruanda 70,5 4. Burkina Fasso 67,5 5. Sudão 58,9 6. Uruguai 58,5 7. Brasil 57,7 8. Uganda 56,8 9. Nicarágua 56,7 10. Argentina 53,5 França 5,9 Reino Unido 3,4 Suíça 2,8 Japão 0,0 15

Países IVE 1. Zâmbia 69,7 2. Azerbaijão 66,5 3. Burundi 66,2 4. Ruanda 63,3 5. Nicarágua 61,8 6. Uganda 53,8 7. Moçambique 52,4 8. Equador 52,1 9. Armênia 51,7 10. Sudão 51,4 11. Uruguai 51,1 12. Bolívia 51,0 13. Malauí 50,5 14. Jamaica 50,1 15. Burkina Fasso 50,0 16. Moldávia 49,8 17. Brasil 49,1 18. Argentina 49,1 19. Quirguízia, Rep. 48,9 20. Bulgária 48,3 Estados Unidos 22,0 Índia 21,6 Israel 21,5 Japão 18,1 16

80 70 60 50 40 30 20 10 0 Índice de vulnerabilidade externa 49.1 17 Argentina Quirguízia, Rep Bulgária Ruanda Nicarágua Uganda Moçambique Equador Armênia Sudão Uruguai Bolívia Malauí Jamaica Burkina Fasso Moldávia Brasil Zâmbia Azerbaijão Burundi

O hiato de poder A diferença entre o poder potencial e o poder efetivo 18

País Hiato de poder IHP 1. Brasil 58,7 2. Zâmbia 34,8 3. Argentina 28,3 4. China 26,8 5. Russa, Fed. 19,8 6. Sudão 18,5 7. Turquia 17,3 8. Estados Unidos 16,8 9. Paquistão 16,1 10. Indonésia 13,2 19

90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 80,8 46,5 43,9 Poder Potencial (IPP) 49,1 50,9 39,9 39,7 Vulnerabilidade Externa (IVE) 60,1 60,3 Poder Efetivo (IPE) Brasil Média Mediana 20

70 60 50 40 30 49,1 39,9 39,7 43,4 38,1 42,4 51,4 48,8 49,7 57,7 27,4 22,9 20 10 0 Vulnerabilidade Externa (IVE) Dimensão comercial (ICO) Dimensão produtivotecnológica (IVPT) Dimensão monetáriofinanceira (IVMF) Brasil Média Mediana 21

Conclusões: (1) o Brasil tem um grande poder potencial; (2) o Brasil tem uma enorme vulnerabilidade econômica externa, ou seja, um reduzido poder efetivo; e, (3) o Brasil se defronta com um elevado "hiato de poder", isto é, uma grande diferença entre o poder potencial e o poder efetivo. 22

Implicação 1: diretriz fundamental do seu projeto de desenvolvimento: a redução da sua própria vulnerabilidade externa. Necessário mudar as atuais diretrizes e políticas domésticas que afetam a inserção internacional do país e agravam a sua vulnerabilidade externa nas dimensões comercial, produtivo-tecnológica e monetário-financeira. 23

Implicação 2: Quando as atuais políticas forem revertidas e o Brasil tiver poder efetivo, é que o país será capaz de superar o atual hiato de poder. Aí sim, é que o Brasil se qualificará seriamente para um papel protagônico no cenário internacional. 24

E a vulnerabilidade externa nos últimos anos Vulnerabilidade externa conjuntural Vulnerabilidade externa estrutural 25

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Spread, mercados emergentes, 2003-10 (pbs) 26 1Ene03 1Abr03 30Jun03 26Sep03 25Dic03 24Mar04 22Jun04 20Sep04 17Dic04 17Mar05 15Jun05 13Sep05 12Dic05 10Mar06 8Jun06 6Sep06 5Dic06 5Mar07 1Jun07 30Ago07 28Nov07 26Feb08 26May08 22Ago08 20Nov08 18Feb09 19May09 17Ago09 13Nov09 11Feb10 12May10 10Ago10 8Nov10 Spread - Embi+ en puntos básicos (pbs) Spread - Embi+ America Latina (pbs) Spread - Embi+ Brasil (pbs)

8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 Spread, Brasil e Argentina,2003-10 27 1Ene03 28Mar03 24Jun03 18Sep03 15Dic03 10Mar04 4Jun04 31Ago04 25Nov04 21Feb05 18May05 12Ago05 8Nov05 2Feb06 1May06 26Jul06 20Oct06 16Ene07 12Abr07 9Jul07 3Oct07 28Dic07 25Mar08 19Jun08 15Sep08 10Dic08 6Mar09 2Jun09 27Ago09 23Nov09 17Feb10 14May10 10Ago10 4Nov10 Spread - Embi+ en puntos básicos (pbs) Spread - Embi+ Argentina (pbs) Spread - Embi+ Brasil (pbs)

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Spread, Brasil e Peru, 2003-10 28 1Ene03 12Mar03 21May03 30Jul03 8Oct03 17Dic03 25Feb04 5May04 14Jul04 22Sep04 1Dic04 9Feb05 20Abr05 29Jun05 7Sep05 16Nov05 25Ene06 5Abr06 14Jun06 23Ago06 1Nov06 10Ene07 21Mar07 30May07 8Ago07 17Oct07 26Dic07 5Mar08 14May08 23Jul08 1Oct08 10Dic08 18Feb09 29Abr09 8Jul09 16Sep09 25Nov09 3Feb10 14Abr10 23Jun10 1Sep10 10Nov10 Spread - Embi+ en puntos básicos (pbs) Spread - Embi+ Perú (pbs) Spread - Embi+ Brasil (pbs)

1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Spread, Brasil e México, 2003-10 29 1Ene03 10Mar03 15May03 22Jul03 26Sep03 3Dic03 9Feb04 15Abr04 22Jun04 27Ago04 3Nov04 10Ene05 17Mar05 24May05 29Jul05 5Oct05 12Dic05 16Feb06 25Abr06 30Jun06 6Sep06 13Nov06 18Ene07 27Mar07 1Jun07 8Ago07 15Oct07 20Dic07 26Feb08 2May08 9Jul08 15Sep08 20Nov08 27Ene09 3Abr09 10Jun09 17Ago09 22Oct09 29Dic09 5Mar10 12May10 19Jul10 23Sep10 30Nov10 Spread - Embi+ en puntos básicos (pbs) Spread - Embi+ Brasil (pbs) Spread - Embi+ México (pbs)

2500 2000 1500 1000 500 0 Spread: Argentina, Brasil e México, julho 2008-dezembro 2010 507 289 164 30 1Jul08 23Jul08 14Ago08 5Sep08 29Sep08 21Oct08 12Nov08 4Dic08 26Dic08 19Ene09 10Feb09 4Mar09 26Mar09 17Abr09 11May09 2Jun09 24Jun09 16Jul09 7Ago09 31Ago09 22Sep09 14Oct09 5Nov09 27Nov09 21Dic09 12Ene10 3Feb10 25Feb10 19Mar10 12Abr10 4May10 26May10 17Jun10 9Jul10 2Ago10 24Ago10 15Sep10 7Oct10 29Oct10 22Nov10 14Dic10 Spread - Embi+ en puntos básicos (pbs) Spread - Embi+ Argentina (pbs) Spread - Embi+ Brasil (pbs) Spread - Embi+ México (pbs)

Indicadores de endividamento externo (final do ano, valores US$ milhões) 2006 2007 2008 2009 2010 Dívida total (C) 172 589 193 219 198 340 198 192 256 824 Dívida total do setor público 89 245 85 956 84 160 95 502 103 940 Dívida total do setor público não financeiro 76 269 70 272 67 351 77 155 83 607 Reservas internacionais - conceito liquidez (D) 85 839 180 334 206 806 239 054 288 575 Reservas internacionais - conceito caixa Créditos brasileiros no exterior (E) Haveres de bancos comerciais (F) 85 839 2 939 8 990 180 334 2 894 21 938 193 783 2 657 16 560 238 520 2 435 18 474 288 575 2 227 16 630 Dívida total líquida (G)=(C- D-E-F) 74 821-11 948-27 683-61 771-50 607 31

DÍVIDA EXTERNA - indicadores 2006 2007 2008 2009 2010 Serviço da dívida / exportações (%) 41,3 32,4 19,0 28,5 23,0 Serviço da dívida / PIB (%) 5,2 3,8 2,3 2,7 2,2 Dívida total / PIB (%) 15,9 14,1 12,0 12,4 12,3 Reservas (liquidez) / dívida total (%) 49,7 93,3 104,3 120,6 112,4 Dívida total / exportações (razão) 1,3 1,2 1,0 1,3 1,3 Reservas / serviço da dívida (razão) 1,5 3,5 5,1 5,5 6,2 32

Posição internacional de investimentos do Brasil (estoque) 2010 - final do Passivo externo ano Total 1 293 681 Investimento estrangeiro 472 579 direto Participação no capital 1/ 377 441 Empréstimos intercompanhia 95 137 Investimentos em carteira 656 284 Investimentos em ações 430 234 Títulos de renda fixa 226 051 Derivativos 3 781 Outros investimentos 161 037 sendo Empréstimos 145 926 33

Ativo Total Investimento direto brasileiro no exterior Participação no capital 1/ Empréstimos intercompanhia Investimentos em carteira Investimentos em ações Títulos de renda fixa Derivativos Outros investimentos Crédito comercial (de fornecedores) Empréstimos Moeda e depósitos Outros ativos Ativos de reservas 2010 - final do ano 595 448 175 184 152 724 22 460 16 594 834 15 760 153 114 941 71 155 341 34 049 9 396 288 575 34

Posição internacional de investimento 1995 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 US$ milhões - 165 513-347 282-264 975-230 515-272 474-297 609-331 085-389 842-550 396-283 800-605 662-698 233 35

2010 Média 2003-10 Taxa de retorno sobre o passivo externo médio Investimento estrangeiro direto Participação no capital Empréstimos intercompanhia Investimentos em carteira Investimentos em ações Títulos de renda fixa Outros investimentos Passivo total 6,1 7,0 2,4 2,5 1,7 4,0 3,8 4,0 6,0 6,3 4,8 4,7 3,0 6,6 5,9 5,3 Taxa de retorno sobre o ativo externo médio Investimento estrangeiro direto Participação no capital Empréstimos intercompanhia Investimentos em ações Outros investimentos Ativo total 0,6 0,6 0,7 0,1 1,6 1,3 1,3 1,2 1,6 0,4 3,2 2,3 36

Despesas relativas ao passivo externo como proporção (%) do superávit da balança comercial: 2002-10 140,0 250,0 120,0 100,0 80,0 200,0 150,0 60,0 40,0 20,0 100,0 50,0 0,0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Investimento direto Investimento em carteira Outros investimentos Despesas totais 0,0 37

As propostas alternativas para mudanças de políticas econômicas www.corecon-rj.org.br/artigos.asp 38

Manifesto dos Economistas, 22 de novembro de 2004: Medidas imediatas: 1. Reduzir drasticamente a atual taxa de juro básica (Selic), que serve para remunerar os títulos públicos; portanto, a taxa de juro passa a ser focada no ajuste das contas públicas; 2. Desvincular a taxa de redesconto (que remunera os empréstimos do Banco Central aos bancos) da taxa Selic, liberando o Bacen para a utilização ativa das taxas de redesconto, depósitos compulsórios e cobrança de IOF como formas de regulação seletiva do crédito; 3. Estabelecer mecanismos de controle no fluxo de entrada e saída de capitais externos do país, controlando a conta de capitais, com o objetivo de impedir a evasão externa de divisas, em face da queda da taxa de juros; 4. Interromper a captação de recursos externos pelo setor público, recompor de forma contínua as reservas internacionais do país e estabelecer critérios para o processo de endividamento externo privado; 5. Promover a redução do "spread" e dos custos dos serviços dos bancos privados por meio da rivalidade agressiva derivada da oferta de crédito e de serviços financeiros pelos bancos públicos; 39

6 Realizar uma reforma fiscal que priorize os investimentos na economia interna e nos programas sociais e inclua um sistema progressivo de tributação, capaz de acelerar a distribuição da renda e, em conseqüência, o crescimento sustentado da economia e das oportunidades de trabalho; 7 Realizar uma auditoria financeira e social da dívida externa, para dar transparência e justiça ao processo de endividamento e para tornar efetivo o controle democrático; 8 Administrar a política cambial de maneira favorável às exportações e à substituição das importações, e compatível com o equilíbrio dos fluxos de capitais externos; 9 Reverter o processo de desnacionalização dos setores de produtos não comercializáveis internacionalmente, de modo a reduzir a rigidez das contas externas do país (o que implica cancelar o programa Parceria Público Privado); 10 Utilizar os recursos públicos, ora esterilizados no superávit primário, em programas de dispêndio público voltados para a expansão e melhora dos serviços públicos básicos, como educação, saúde, habitação popular, assim como para investimentos de infra-estrutura e apoio decisivo à agricultura familiar, reforma agrária e economia solidária. 40

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