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Capítulo I. Dos Requisitos para Instauração

Transcrição:

CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO Origem: PRT 2ª Região Interessado(s) 1: Sigiloso Interessado(s) 2: Instituto Cultural Bata Koto (Ibak Cultural) Interessado(s) 3: Ministério Público do Trabalho Assunto(s): 508.13 / 08.37 / 08.51 Procuradora oficiante: Ana Elisa Alves Brito Segatti Réplica de denúncia original não configura Recurso Administrativo interposto pelo denunciante. Pelo não conhecimento da peça como via recursal. Provável dano coletivo. Pela não homologação do indeferimento de instauração de inquérito civil e pela abertura de expediente investigativo próprio, nos termos do art. 2º, III, da Resolução CSMPT nº 69/2007. RELATÓRIO Trata-se de procedimento administrativo instaurado com gênese em denúncia sigilosa em face do Instituto Cultural Bata Koto, inicialmente recebida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e posteriormente encaminhada a este Parquet 1

laboral, noticiando o atraso no pagamento de salários, não fornecimento de vale transporte, desvio de função e insegurança em ambiente de trabalho. Narra a denúncia em síntese: Venho por meio desta denunciar diversas irregularidades que existem em uma determinada Ong de convênio com a prefeitura de São Paulo, localizada no bairro da Mooca, cujo nome: Espaço de convivência rua da Mooca, inaugurada pelo senhor Gilberto Kassab. Neste lugar é oferecido Assistência social a morador de rua, onde funcionários executam esse trabalho. Porém o salário sempre se atrasa absurdamente, estamos a dois meses sem receber inclusive o vale transporte. Esta Ong (Instituto Bata Koto) além de atrasar com o nosso salário e vale transporte, exige que trabalhemos mesmo sem salário, caso contrário, ficamos com falta. Sobretudo trabalhamos sem proteção alguma no ambiente de trabalho, estando exposto a violência e muito tráfico de droga que circula pelas mediações do local. Já presenciamos várias vezes brigas super violentas a ponte de ver mortes. Inclusive também somos ameaçados diariamente pelos frequentadores. Eu tenho um BO de ocorrência e posso comprovar isto. (...) Por fim, quero deixar claro que também os funcionários registrados como orientadores sócio educativos, não executam tal função e sim o que eles determinam, como por exemplo, lavar os banheiros. O ilustre Órgão ministerial oficiante indeferiu liminarmente a instauração de inquérito civil sob os seguintes fundamentos (fls. 09/11), verbis: 2

(...) Em consulta ao cadastro geral de empregados e desempregados CAGED, infere-se que o Instituto tem 26 empregados. A investigação de irregularidades trabalhistas pelo Ministério Público do Trabalho deve ter por objeto apurar fatos cuja ocorrência possa ensejar o ajuizamento de ação civil pública. No caso em exame, denota-se que não há relevância social para nortear o prosseguimento da atuação do Ministério Público no presente Procedimento, a teor do artigo 127 da Lei Maior. Com efeito, a denúncia engloba o número de 26 trabalhadores atingidos apenas, o que não recomenda a intervenção deste Órgão. Os direitos a serem defendidos por ação civil pública devem envolver, segundo a melhor doutrina, interesse social relevante. E, na presente hipótese, em face do número pouco expressivo de trabalhadores, não se configura infração a direitos revestidos de tal relevância social. (...) Ante o relatado, não configurada infração a direito revestido de interesse social relevante a justificar o prosseguimento das investigações e/ou o ajuizamento de ação civil pública (art. 5º, a, da Resolução 69 do CSMPT) e inexistindo, desta forma, interesse social compatível com a finalidade deste Órgão, indefiro a instauração de inquérito civil e promovo o arquivamento dos autos. Em sequência, a i. Procuradora então oficiante, considerando o recurso apresentado e a possível identificação do denunciante sigiloso, determinou sua juntada em pasta espelho dos presentes autos, bem como a notificação da investigada para,querendo, apresentar contrarrazões à peça de irresignação, remanescendo esta, todavia, inerte. 3

Já em tramitação perante esta CCR/MPT, o presente feito foi convertido em diligência, conforme despacho às fls. 21/24, lançado por esta Relatora, objetivando a remessa a este Órgão Colegiado da pasta espelho dos autos, uma vez que nesta constariam a denúncia original assim como o recurso apresentado pelo denunciante. Cumprida a diligência, o Parquet de origem restituiu o feito a esta Câmara, devidamente acompanhado da pasta espelho. Entretanto, compulsando os autos, não verifiquei a existência de qualquer recurso administrativo interposto pelo denunciante, razão pela qual proferi novo despacho (fls. 29/31), solicitando a imediata remessa do recurso faltante ou as razões do seu não envio à CCR/MPT. Às fls. 33, esclarecimento prestado pelo i. Procurador do Trabalho, Dr. Miron Tafuri Queiroz, informando em síntese, verbis: Em atenção ao r. despacho de fls. 29/31, remetam-se os presentes autos, acompanhados de sua pasta espelho à Câmara de Coordenação e Revisão, com o esclarecimento de que, a teor do contido às fls. 12-verso/13, a então Procuradora oficiante no presente feito, Exma. Dra. Ana Elisa Alves Brito Segatti, considerou como recurso administrativo a peça de informação de fls. 08/09 da pasta espelho, que nada 4

mais é do que a reprodução dos termos da denúncia original (grifos nossos). certidão de fls. 35. Autos restituídos à CCR/MPT, conforme É o relatório. VOTO-FUNDAMENTAÇÃO Data máxima vênia do despacho de fl. 13, que admitiu como recurso administrativo a manifestação de fls. 08/09 pasta espelho do denunciante, equivocada a apreciação do feito, neste particular, porquanto o referido documento não constitui recurso, mas cópia idêntica de e-mail repassado à PRT de origem, com transcurso de lapso temporal de apenas 04 minutos em relação à peça tida como denúncia original. Equivocada, portanto, a remessa do procedimento à CCR, à qual não compete a persecução inicial da denúncia, mas sim análise revisional. Assim, de recurso nos presentes autos não se trata. Todavia, diante da gravidade do provável ferimento a atributos trabalhistas, tais quais atraso de salários, não fornecimento de vale transporte, insegurança em ambiente de trabalho e desvio de função, não há de se entender, tal qual o fez data vênia a i. Procuradora então oficiante às 5

fls. 09/11, acerca da irrelevância social do caso em tela, para descartar a atuação do MPT máxime senão desenvolvido qualquer princípio investigatório nestes autos. Especificamente quanto à questão da insegurança no ambiente de trabalho, tem-se aqui a preocupação com a segurança física dos trabalhadores da ONG denunciada (Instituto Bata Koto), porquanto narra a denúncia - fls. 08/09 - a ocorrência de violência entre os próprios frequentadores (moradores de rua abrigados pelo Instituto Bata Koto), inclusive com vítima fatal, e muito tráfico de drogas nas imediações da investigada ( Sobretudo trabalhamos sem proteção alguma no ambiente de trabalho, estando exposto a violência e muito tráfico de droga que circula pelas mediações do local. Já presenciamos várias vezes brigas super violentas a ponte de ver mortes. Inclusive também somos ameaçados diariamente pelos frequentadores. Eu tenho um BO de ocorrência e posso comprovar isto. (...) Este espaço já se tornou extensão da cracolândia, os moradores de rua usam drogas diante dos nossos olhos e nada é feito para deter tal situação e tão pouco se preocupam com as condições físicas e metal dos funcionários. ). Logo, a busca de informações sobre as condições de trabalho reinantes no âmbito do Instituto Bata Koto e a forma como se desenvolve as atividades de seus empregados é medida que se impõe. Ademais, a existência de 26 empregados, consoante extrato do CAGED, não demonstra a irrelevância da matéria, mas sim um provável dano coletivo. 6

Assim, vindos os autos à apreciação desta CCR/MPT, em atividade revisional, não homologo o indeferimento liminar de instauração de inquérito civil. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO pelo NÃO- CONHECIMENTO da manifestação de fls. 08/09 pasta espelho como Recurso administrativo e, em análise revisional, pela NÃO HOMOLOGAÇÃO do indeferimento liminar de instauração de inquérito civil de fls. 09/11 e, aos termos do art. 2º, III, da Resolução CSMPT nº 69/2007, pela determinação de abertura de expediente administrativo próprio, para que se dê prosseguimento às investigações, com a colheita de elementos de informação capazes de subsidiar uma adequada e efetiva análise revisional. cabíveis. Ao Órgão de origem para as providências Brasília, 23 de março de 2012. VERA REGINA DELLA POZZA REIS Subprocuradora Geral do Trabalho Coordenadora da CCR RELATORA ffpam 7