4 Regime Transitório de Turbinas a Gás 4.1. Introdução

Documentos relacionados
BC1309 Termodinâmica Aplicada

UTFPR Termodinâmica 1 Análise Energética para Sistemas Abertos (Volumes de Controles)

Mecânica dos Fluidos Aula 4 Formas Integrais das Leis Fundamentais

Aula 28 Tópicos em Estabilidade em Sistemas de Potência (continuação)

EC1 - LAB FREQUÊNCIAS COMPLEXAS PRÓPRIAS

Universidade Salvador UNIFACS Cursos de Engenharia Métodos Matemáticos Aplicados / Cálculo Avançado / Cálculo IV Profa: Ilka Rebouças Freire

Capítulo 5 Análise com volumes de controle fixos

Módulo 6: Conteúdo programático Estudo da perda de carga distribuída Bibliografia: Bunetti, F. Mecânica dos Fluidos, São Paulo, Prentice Hall, 2007.

ESCOLA POLITÉCNICA DA USP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

WEB YOUTUBE. Alemão MecFlu Resolve

Aula 9 de laboratório de ME5330. Experiência do freio dinamométrico

5 Simulação do sistema de cogeração

Quarta aula de laboratório de ME5330. Primeiro semestre de 2015

Após a obtenção da curva H S =f(q), vamos procurar também obter as curvas H B =f(q) e h B =f(q) em uma outra bancada de laboratório!

1 O Pêndulo de Torção

Aula #20 ESCOAMENTOS INTERNOS Resumo Feito por Joana Martins

Será realmente importante na engenharia química o estudo de bombeamento dos fluidos?

Oitava aula de laboratório de ME5330. Segundo semestre de 2014

+ (1) A primeira lei da termodinâmica para o volume de controle é:

Modelos Determinísticos

Figura Volume de controle

ESZO Fenômenos de Transporte

1. O tempo que a partícula sai do ponto de deslocamento máximo e atinge o ponto de equilíbrio corresponde a. x m, o que nos conduz a:

3 Modelagem de motores de passo

Décima quarta aula de hidráulica. Primeiro semestre de 2016

Resolução da Prova 1 de Física Teórica Turma C2 de Engenharia Civil Período

O ciclo Rankine é o ciclo da água/vapor que compreende idealmente os seguintes processos: 1-2 :Aumento de pressão (bombeamento) adiabático da água;

CEFET-MG NOTAS DAS AULAS DE TERMODINÂMICA Baseadas no livro Fundamentos da Termodinâmica, 6ª Edição, VanWylen, Sonntag e Borgnakke

Integral Indefinido - Continuação

Capítulo 5: Análise através de volume de controle

EFICIÊNCIA DE UMA UNIDADE DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO DE VAPOR

Curso Física 1. Aula Dinâmica de Rotação de um Corpo Rígido

3.5 Métodos Numéricos para a Solução de Problemas de Contorno

MODELOS CONSTITUTIVOS

Capítulo 5: Análise através de volume de controle

Capítulo 4 EQUAÇÃO DA ENERGIA PARA REGIME PERMANENTE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

III Integrais Múltiplos

Sistemas de coordenadas em movimento

RESPOSTA TEMPORAL. 1. Motivação. 2. Solução homogênea. Calcular a resposta temporal de sistemas dinâmicos LIT na forma SS.

DEDUÇÃO DA EQUAÇÃO DE TRANSPORTE

ANÁLISE DIMENSIONAL E SEMELHANÇA. Determinação dos parâmetros

Admite-se a possibilidade da espessura da parede variar ao longo do comprimento da linha média. Eduardo Nobre Lages CTEC/UFAL

Aproximações de Camada Limite (Boundary-Layer)

1ª. Lei da Termodinâmica para um Volume de Controle

Lista 2 - Campo Elétrico e Potencial Elétrico Terceiros anos Etec. estão

Dinâmica. Prof.ª Betty Carvalho Rocha Gonçalves do Prado

Introdução às máquinas de fluido

Experimento B 4 : Pêndulo de Torção

Resoluções dos exercícios propostos

Mecânica dos Fluidos para Engenharia Química

Tópicos Especiais em Energia Elétrica (Projeto de Inversores e Conversores CC-CC)

Programa de Pós-Graduação Processo de Seleção 2 0 Semestre 2008 Exame de Conhecimento em Física

Prova de Conhecimentos Específicos. 1 a QUESTÃO: (1,5 ponto) PROAC / COSEAC - Gabarito. Considere a função f definida por. f(x)=.

a) 10 x 10 2 V b) 6 x 10 2 V c) 8 x 10 2 V d) 1,5 x 10 2 V e) 2 x 10 2 V

Análise de Estabilidade 113

Carregamentos Combinados (Projeto de Eixos e Árvores Contra Fadiga) Mecânica dos Materiais II

Determinação dos Parâmetros do Motor de Corrente Contínua

Eletrônica de Potência II Capítulo 3. Prof. Cassiano Rech

A seção de choque diferencial de Rutherford

Atrito Fixação - Básica

Controle de Processos Aula: Balanços de massa e de energia

Cinemática e dinâmica da partícula

Programa CI-Brasil Conversão por Sobre- Amostragem. Sumário

A energia cinética de um corpo de massa m, que se desloca com velocidade de módulo v num dado referencial, é:

CURSO de ENGENHARIA (MECÂNICA) VOLTA REDONDA - Gabarito

Cálculo Diferencial e Integral II

Sistemas Robotizados

Amostragem de sinais contínuos

FORMULÁRIO DE TEORIA DAS FILAS (QUEUEING THEORY)

Métodos de cálculos de esforços no processo de conformação de metais. Forjamento

Mini_Lista11: Rotação de Corpos Rígidos: Eixo Fixo

Módulo III Capacitores

FENOMENOS DE TRANSPORTE 2 o Semestre de 2012 Prof. Maurício Fabbri 2ª SÉRIE DE EXERCÍCIOS

(c) [0,5] Qual a potência média transferida ao rotor nesse intervalo L

Física II (Química) FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 4. O Pêndulo Físico

1 a Prova de F-128 Turmas do Noturno Segundo semestre de /10/2004

DEFORMAÇÃO TÉRMICA EXEMPLO EM 423 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS EM 423 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS EM 423 RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS

Ângulos de Euler. x y z. onde

FÍSICA COMENTÁRIO DA PROVA DE FÍSICA

Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha Curso de Eletrônica Eletrônica de Potência Prof. Irineu Alfredo Ronconi Junior

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Instituto de Física Gleb Wataghin F o semestre Fernando Sato Prova 3 (Gabarito) - Diurno - 23/06/2008

UCP Gestão/Economia Matemática II 9 de Abril de 2010

FEP Física Geral e Experimental para Engenharia I

Balanceamento e Velocidades Críticas de Rotores

II Funções em IR n. INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR Escola Superior de Tecnologia de Tomar. Área Interdepartamental de Matemática Análise Matemática II

Capítulo 7: Escoamento Interno

Breve apontamento sobre enrolamentos e campos em sistemas trifásicos

Capítulo 5: Análise através de volume de controle

Introdução à Exergia

Curso de Engenharia Elétrica Disciplina: Nota: Rubrica. Coordenador Professor: Rudson Alves Aluno:

/ d0) e economicamente (descrevendo a cadeia de causação

2 Fluxo em meios porosos não saturados

4 Modelos para rochas consolidadas e não consolidadas

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini - Novembro 2013

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

3 ANALISE ESTÁTICA DA ESTABILIDADE - MÉTODO RAYLEIGH RITZ.

hc m 6, ms cin máx 2 max max φ =1,85eV = 2,96.10 J 5-1 q(c) V(V) = E(J) 1 ev = 1q(C) V = 1, CV = 1, J -19 a) E Como

Aula do cap. 10 Rotação

Transcrição:

4 Rgim ranitório urbina a Gá 4.1. Introução O rgim tranitório a turbina a gá é caractrizao la conição muança o u rgim funcionamnto. O ríoo muança uma conição rgim rmannt ara outra conição rgim rmannt como, or xmlo, quano há uma muança carga manaa, é caractrizao como um rgim tranitório. A imulação o rgim tranitório turbina a gá lva m coniração a inércia o conjunto rotativo (tranitório ixo), a inâmica o coamnto m volum (tranitório fluio) também o tranitório tranfrência calor (tranitório térmico) ntr a art mtálica o fluio, influnciano na imnõ o comonnt o motor. O cálculo o mnho no onto rojto fora o onto rojto ão ralizao forma a atifazr o rquiito comatibilia fluxo otência ntr o comonnt. Porém, urant o rgim tranitório a coniçõ comatibilia vm r moificaa. O tranitório ixo é rultant a rlação ntr o torqu obr o conjunto rotativo a ua variação quantia movimnto. Et fnômno ocorr quano há um balancamnto ntr a otência graa la turbina a gá a mana rquiitaa la carga. A turbina a gá inutriai um ixo utilizaa ara gração nrgia létrica ão acolaa a um graor létrico, girano a uma vlocia rotacional contant íncrona. Rquiito gração limitam a variação frqüência a nrgia létrica graa m ana %. Portanto, ara avaliar a qualia a nrgia létrica rouzia, o tuo o tranitório é uma imortância. A quaçõ qu rgm a inâmica o ga ntro o volum control a quaçõ a inâmica o ixo rão arntaa na çõ 4. 4.3, Alv [1].

Rgim ranitório urbina a Gá 53 4.. Análi a Dinâmica o Ga A variaçõ a quantia movimnto, nrgia maa armaznaa no volum o comonnt a turbina a gá trminam o u comortamnto urant o ríoo tranitório. A comoição caa uma ta variaçõ trmina o tmo rlacionao ao fnômno tranitório. O comonnt com volum gran, como a câmara combutão, irão influnciar o mnho o rgim tranitório. Dntro t volum ocorr acúmulo maa vio à variação rão tmratura, o qu rultará m uma ifrnça ntr a vazão máica na ntraa na aía o comonnt, Alv [1]. A quaçõ conrvação maa, nrgia quantia movimnto rão crita na çõ 4..1., 4.. 4..3. 4..1. Equação Conrvação Maa A quação a conrvação crv a variação líquia maa ntro o volum control como a ifrnça ntr a variação maa ntrano aino no volum control, conform Figura 1. Obrva- qu a quantia maa na rgião ntraa aía não ão ncariamnt iguai qu a quantia maa contia ntro o volum control o muar ao longo o tmo, caractrizano uma conição rgim tranitório. Por outro lao, a quantia maa ntrano aino no volum control form iguai, não xitirá variação maa no intrior o volum control, caractrizano aim, uma conição rgim rmannt. Figura 1 Diagrama qumático ara o nvolvimnto a quação a conrvação maa ara um volum control. Conform Eato [18] Van Wylr [19], a quação conrvação maa é xra a guint manira:

Rgim ranitório urbina a Gá 54 m m, & (8) on: é a vazão máica na ntraa o volum control m [kg/]; é a vazão máica na aía o volum control m [kg/]; m é a variação maa ntro o volum control m [kg/]. 4... Equação a Conrvação Enrgia A quação a conrvação nrgia tablc qu a variação nrgia (trabalho, calor, nrgia intrna, nrgia otncial cinética) ntro o volum control é igual à quantia nrgia ntrano mno a quantia nrgia aino o volum control, conform ilutra a Figura. Figura Diagrama qumático ara o nvolvimnto a quação conrvação nrgia ara um volum control. Conform Eato [18] Van Wylr [19], a quação conrvação nrgia é xra a guint manira: on: E C C Q& W& + + +, + + h gz h gz (9) h é a ntalia a maa ntrano no volum control m [J/kg], C é a nrgia cinética a maa ntrano no volum control m [m / ], gz é a nrgia otncial a maa ntrano no volum control m [m / ],

Rgim ranitório urbina a Gá 55 Q & é a taxa tranfrência calor qu atrava a frontira o volum control m [J/]. W & é a taxa tranfrência trabalho qu atrava a frontira o volum control m [J/], E é a variação a nrgia ntro o volum control m [J/]. 4..3. Equação a Quantia Movimnto Conform Eato [18] Van Wylr [19], a oma toa a força agino no volum control é igual à oma a taxa variação a quantia movimnto ntro o volum control a taxa rultant fluxo quantia movimnto atravé t volum, conform Equação (10). on: ( mc ) VC F + V V, (10) C é a quantia movimnto qu ntra no volum control m [kg.m/ ], C é a quantia movimnto qu ai o volum control m [kg.m/ ], ( mc) VC é a taxa variação a quantia movimnto ntro o volum control m [kg.m/ ], F é o omatório a força qu agm obr o volum control m [kg.m/ ]. Além ito, a força qu agm obr o itma ão iguai à oma a comonnt a força rão mno a força atrito na ar o volum. Portanto, a Equação (10) o r rcrita a guint forma: ( ) ( mc ) VC A R + C C, (11) on: ( )A é a força rão m [kg.m/ ], R é a força atrito na ar o volum control m [kg.m/ ]. 4..4. Moificação a Equaçõ Conrvação A quaçõ conrvação maa, nrgia quantia movimnto rão rcrita ara oibilitar a trminação a variação o arâmtro

Rgim ranitório urbina a Gá 56 rão, tmratura vazão máica ntro o volum o comonnt a turbina a gá. Utilizano- a quação tao ara um gá ial, a quação conrvação maa, Equação (8), o r rcrita a guint manira: V R m, & (1) A rivaa tmoral o lao quro a Equação (1) o r rcrita, conform Equação (13). V R Por ua vz, 1 V R, Portanto, a Equação (1) rulta m: 1 R + V R V (13) (14) (15) (16) A Equação (9), qu crv a conrvação nrgia ntro o volum, o r rcrita, rzano- o trabalho nglignciano- a nrgia otncial cinética, a guint manira: U C C + h h Q& + + Ecrvno qu, (17) h C + h C + ( mh & ) (18) On: H h + C ( m & H ) H H Portanto, a Equação (17) o r xra a guint forma: U ( mu ) ( mh & ) + Q& (19)

Rgim ranitório urbina a Gá 57 ( mu ) m u V u u + m u + ( mh & ) + Q& (0) R Iolano- o trmo a rivaa tmoral a nrgia intrna a Equação (17), tm-: u R ( mh & ) u + Q& V (1) Finalmnt, a Equação (11), qu rrnta a conrvação a quantia movimnto, o r rcrita conform Equação (4): ( mc ) ( ρalc ) L ( ) + C m C R A & ( ρac ) ( ) L A + & ( ) A + ( mc & ) L R ( mc ) R () (3) (4) O métoo rolução numérica aotaa ara a quaçõ ifrnciai (16), (1) (4) foi o Eulr imlícito. 4.3. ranitório Eixo Na turbina a gá, o tranitório ixo é fortmnt nnt a inércia o conjunto rotativo (rotor o comror, rotor a turbina rotor o graor). O torqu qu romovrá a variação a quantia movimnto angular, ortanto, a rotação o conjunto rotativo, é corrnt o balancamnto ntr a otência rouzia la turbina a otência conumia lo comror. S a otência a turbina for maior o qu a o comror, o conjunto rotativo aclra. Cao contrário, o conjunto rotativo aclra. Et balancamnto o r rouzio vio à variaçõ o ângulo a gomtria variávi o comror (VIGV), a vazão combutívl ou a otência manaa lo itma létrico. A guna Li Nwton tablc qu o torqu xtrno qu atua obr um itma é igual à taxa variação a quantia movimnto angular o itma, conform Equação (5). on: L τ xt, (5)

Rgim ranitório urbina a Gá 58 L I. w, é a quantia movimnto angular m [kg.m /], I é o momnto inércia m [kg.m ], w é a vlocia angular m [ra/]. Portanto, a Equação (5) rulta m: ( I. w), τ xt (6) τ I.α, xt (7) on o torqu τ xt qu atua no itma é o agnt qu afta a vlocia angular w, rultano na aclração angular α. O momnto inércia, I, é a mia a ritência a altraçõ o movimnto rotação. A vlocia angular m função a rotação é: π w N, (8) 60 on N é a vlocia rotação o ixo m [rm]. A otência o itma rotativo é aa or: W& τ xt.w (9) Além ito, a otência qu rá a ronávl la variação rotação é xra a guint manira: on: W & W& W& c W& A, (30) W & é a otência rouzia la turbina m [MW], W & c é a otência conumia lo comror m [MW], W & A é a otência conumia lo auxiliar m [MW]. Da Equaçõ (9) (30), a variação a rotação é aa or: N W& π I. N 30 (31) A Equação (31) é utilizaa ara o cálculo a rotação m caa intant urant o tranitório, o métoo utilizao na olução é o Eulr imlícito.