LISINA Principal Aminoácido para Deposição Protéica Disponível em nosso site: www.lisina.com.br Dentre todos os aminoácidos, a lisina é o único que exerce uma função específica na composição corporal dos frangos de corte. O principal papel da lisina é na síntese protéica ou melhor, na deposição de carne. O Nível Adequado de Lisina na Ração de Engorda é Fundamental para Deposição de Carne Baseando-se nesta afirmativa, verificamos os resultados de análises do Laboratório da Ajinomoto, do nível de lisina das rações de engorda para frangos de corte da América Latina (Figura 1). Observamos que, a média encontrada dos níveis de lisina foi de 1,07%. Sendo adequada para atingirmos resultados satisfatórios para o parâmetro ganho de peso dos frangos de corte. Entretanto, se considerarmos a otimização dos principais fatores econômicos na produção de frangos: a conversão alimentar relacionada ao custo alimentar e o rendimento de peito, o nível médio de lisina encontra-se marginal (abaixo do ideal). Figura 1 Análise de Lisina Total em Rações de Engorda para Frangos de Corte 1.25 1.20 1.15 1.10 Lys total (%) 1.05 1.00 0.95 0.90 0.85 0.80 0.75 0.70 Média = 1,07% Desvio padrão = 0,384 Nível máximo = 1,197% Nível mínimo = 0,875% 01
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DOS FRANGOS A fase inicial dos frangos de corte se caracteriza por: 1 - Alto desenvolvimento corporal 2 - Alta taxa metabólica 3 - Baixo consumo de alimento Frangos de 1 a 21 dias de idade são menos eficientes em depositar proteína dietética do que frangos mais velhos. Esse fato está associado as características da fase inicial: maior taxa de degradação protéica em função da demanda energética e também a menor capacidade de consumo comparado a exigência energética e a eficiência digestiva (Kessler, 2001). Entretanto, o nível adequado de lisina para a fase inicial é necessário, pois, níveis marginais de lisina podem proporcionar uma maior desuniformidade do lote comprometendo o seu resultado final de desempenho e no abatedouro (Ben Schutte, 1999). Kidd e Fancher (2001) pesquisaram a necessidade de lisina na fase inicial (1-18 dias) e os efeitos subsequentes no período de crescimento, e recomendaram 1,22% de lisina total na fase estudada, para um ótimo crescimento e qualidade de carcaça. Na fase de crescimento dos frangos, ocorre maior desenvolvimento dos tecidos musculares e um menor desenvolvimento corporal. Os órgãos digestivos das aves são gradualmente reduzidos proporcionalmente ao corpo, ocorrendo maior crescimento das partes comestíveis incluindo peito e pernas. REQUERIMENTO DE LISINA E RESULTADOS ZOOTÉCNICOS Em virtude da necessidade de atualização dos requerimentos nutricionais, temos um grande número de trabalhos publicados, estimando a exigência de lisina nas diferentes fases de criação dos frangos de corte, de acordo com o parâmetro zootécnico avaliado. Na Tabela 1 eles são apresentamos e podem nos servir de guia para determinar qual o nível de lisina nas rações dos frangos de corte. Não esquecendo dos fatores que podem alterar esse requerimento como: energia metabolizável da dieta, idade da ave, linhagem, sexo, temperatura, status sanitário. Tabela 1 Exigência de Lisina (%) de Acordo com o Parâmetro Avaliado Fases da Ração Inicial Engorda Final Parâmetro GP CA GP CA Carc. GP/CA Autor Han et al. (1991) 1,01 1,21 Baker et al. (1994) 1,01 1,15 Vasquez e Pesti (1997) 1,21* 1,32* Schutte et al. (1997) 1,25* 1,15* Leclerq (1997) 0,98 1,15 1,00 Valerio et at (1999) 1,16 1,16 Conhalato et al. (1999) 1,05 1,03 1,02 0,98 Mack et al. (1999) 1,15 02
Bellaver et al. (1999) 1,11 1,36 Kerr et al. (1999) 1,21* 1,21* Cella et al. (2000) 1,40* Barboza et al. (2000) 1,19 1,03 0,90 Costa et al. (2001) 1,29* 1,30* 1,13* 1,16* 1,22* 1,04* Barbosa et al. (2001) 1,14* Kidd e Fancher (2001) 1,11 Labadan Jr. et al. (2001) 1,24 1,11 0,92 Si et al. (2001) 1,10 1,20 Bellaver et al. (2002) 1,18 * Lisina total GP= ganho de peso, CA = conversão alimentar e Carc.= carcaça O requerimento de lisina para frangos é variável, pois depende de qual parâmetro analisamos ou desejamos maximizar. HIERARQUIA DO REQUERIMENTO DE LISINA Gordura Abdominal > Rendimento de Peito > Conversão Alimentar > Ganho de Peso (minimizar) (maximizar) (minimizar) (maximizar) Podemos observar as maiores respostas de ganho de peso dos frangos com os níveis crescentes de lisina na ração (Figura 2), resultados dos trabalhos realizados por Mack et al. (1999) e Conhalato et al. (1999). Figura 2 Resposta do Ganho de Peso dos Frangos Alimentados com Diferentes Níveis de Lisina na Ração de Engorda Mack et al. (1999) Conhalato et al. (1999) 1590 1560 1530 1500 1470 1440 1410 1380 1350 1320 1290 1260 1230 1200 GP 22 a 40 dias (g) 0,73 0,82 1,0 1,09 1,18 Lisina Digestível, % GP 22 a 40 dias (g) 0,8 0,86 0,91 0,97 1,02 Lisina Digestível, % 03
Em pesquisa desenvolvida por Azcona et al. (2000), submentendo os frangos de corte à diferentes níveis de lisina nas rações, pode-se observar também a melhora na conversão alimentar na fase de 22 a 42 dias de idade, com o aumento dos níveis de lisina. portamento esse, que mantevese mesmo quando consideramos o período total (Figura 3). Figura 3 Conversão Alimentar Acumulada (0-42 dias) e Durante o Período Experimental de 22 a 42 Dias de Idade 2,100 1,850 2,050 2,000 1,800 1,950 1,750 Conversão 22-42 dias 1,900 1,850 1,800 1,700 1,650 Conversão 0-42 dias 1,750 1,700 1,600 1,650 0,76 0,84 0,92 1,00 1,08 1,16 1,24 Lisina digestível, % 1,550 Já têm sido apresentado por (Hickling et al. (1990), Moran and Bilgili (1990), Acar et al. (1991), Holsheimer e Veerkamp (1992), Leclerq et al., (1994 e 1998)) que a suplementação de lisina acima do requerimento para maior ganho de peso, resulta em um efeito específico e significativo da composição da carcaça, principalmente em relação ao rendimento de peito. Outros pesquisadores, sugerem que o requerimento de lisina para máximo rendimento de peito não é diferente do requerimento para maior eficiência alimentar. DEPOSIÇÃO PROTÉICA PRODUÇÃO DE CARNE Os aminoácidos da dieta são os maiores determinantes da composição da carcaça dos frangos de corte. A deficiência de lisina afeta o crescimento das aves e possui um maior efeito na redução do peso do músculo do peito, comparado com os outros músculos (Tesseraud et al.,2002). Este fato está relacionado com os tipos de fibras que compõem os diferentes músculos (Leclerq, 1998): Peito - pectoralis major (fibras tipo IIb - glicolíticas), Asas latissimus dorsi (fibras tipo I oxidativas) e Pernas - sartorius (fibras tipo I e IIb oxidativas e glicolíticas).
As novas linhagens estão sendo selecionados para aumentar o rendimento de peito, de pernas e diminuir à quantidade de gordura. Sendo importante conhecer a resposta das diferentes linhagens à suplementação de aminoácidos. Kerr et al. (1999) verificaram que o desempenho e o rendimento de peito são melhores, quando os níveis de lisina utilizados são maiores do que os níveis considerados adequados pelo NRC (1994). Seguindo o mesmo raciocínio Schang et al. (2001) verificaram diferentes níveis de lisina digestível nas rações de frangos de corte de 36 a 48 dias de idade. Onde obteve-se maior peso de carcaça e de peito com o nível de lisina digestível de 1,15% na ração dos frangos (Figura 4). A equação abaixo representa o comportamento do peso de peito com o aumento dos níveis de lisina da ração. Figura 4 Peso de Carcaça (g) e de Peito (g) de Frangos de Corte aos 49 Dias de Idade 720 2250 700 2200 680 2150 660 2100 Peito (g) 640 620 2050 2000 Carcaça (g) 600 1950 580 1900 560 0,55 0,65 0,75 0,85 0,95 1,05 1,15 1,25 0,95 18,7% 20,9% lisina digestível, % 1850 Equação: Peito = 346,3507 + 562,34 X 224,65 X 2 R2=0,99
Custo Alimentar = Conversão Alimentar x Custo da Ração Simulando os custos das rações, na Figura 5 podemos observar que o custo da ração segue uma forma linear crescente em função do aumento dos níveis de lisina na ração. Entretanto, o custo alimentar segue forma linear decrescente até o nível de 1,05% de lisina digestível. Significando que, mesmo com o aumento do custo da ração, há um ponto onde o aumento do nível de lisina na ração é viável, pela melhora obtida na conversão alimentar. Figura 5 Impacto do Nível de Lisina Digestível da Ração (36 a 49 dias de idade) Sobre o Custo Alimentar dos Frangos de Corte 1005 1000 995 990 985 980 112 110 108 106 104 102 100 98 96 94 0,85 0,95 1,05 1,15 Lisina Digestível, % Custo da Ração Custo Alimentar
IMPACTO DA UTILIZAÇÃO DOS AMINOÁCIDOS INDUSTRIAIS NAS RAÇÕES DE ENGORDA Figura 6 - Alterações na Inclusão dos Ingredientes nas Rações de Frangos com a Utilização de L-lisina e L-treonina Milho e F. de soja (%) 70 65 60 55 50 45 40 35 30 25 20 Óleo Sem L-Lys Milho Farelo de Soja 18,5% PB 5.0 4.5 4.0 3.5 3.0 2.5 2.0 1.5 1.0 0.5 0.0 Óleo (%) Figura 7 - Custo Relativo e Adição de L-lisina HCl nas Rações em Função da Utilização de L-lisina e L-treonina 3.00 0.432 2.50 0.43 Kg de L-Lys 2.00 1.50 1.00 0.50 L-Lisina HCl (kg/ton de ração) Custo de ração 0.428 0.426 0.424 0.422 0.42 Custo relativo da ração 0.00 0.418 Sem L-Lys 18,5% PB
CONSIDERAÇÕES FINAIS Necessitamos adequar melhor os níveis de lisina das rações de frangos de corte, principalmente o nível da ração de engorda, visando obter melhores resultados em: Conversão Alimentar Custo Alimentar Carne de Peito Gordura Maior Retorno Econômico BIBLIOGRAFIA Acar, N., Moran, E.T., Bilgili, S.F., et al. Poultry Science, 70: 2315-2321, 1991. Azcona et al. (2000) dados não publicados. Baker, D.H. and Han, Y. Poultry Science 73:1739-1745, 1994. Barbosa, M.J.B., Junqueira, O.M., Andreotti, M.L., et al. R. Brasileira de Zootecnia,v.30, n.5, p.1476-1480, 2001. Barboza, W.A. Rostagno, H.S. Revista Brasileria de Zootecnia v.29, n.4, p.1082-1090, 2000. Barboza, W.A. Rostagno, H.S. Revista Brasileria de Zootecnia v.29, n.4, p.1091-1097, 2000. Bellaver, C., Brum, P.A.R., Guidoni, A.L., et al. XXXVI Reunião Anual da SBZ, Porto Alegre, 1999. Bellaver, C., Guidoni, A.L., Brum, P.A.R., et al. Revista Brasileira Zootecnia., v.31, n.1,p.71-78, 2002. Cella, P.S., Donzele, J.L., Oliveira, R.T.M., et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.2, p.433-439, 2001. Conhalato, G.S., Donzele, J.L., Albino L.F.T., et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.28, n.1, p. 91-97, 1999. Conhalato, G.S., Donzele, J.L., Albino L.F.T., et al. Revista Brasileira de Zootecnia, v.28, n.1, p. 98-104, 1999. Costa, F.G. P., Rostagno, H. S., Albino, L.F.T., et al. R. Brasileira de Zootecnia, v.30, n.5, p.1490-1497, 2001. Han, Y. and Baker, D.H. Poultry Science 73:1739-1745, 1991. Hickling, D., Guenter, w., Jackson, M. Canadian Journal Animal Science, 70: 673-678, 1990. Holsheimer, J.P. and Veerkamp, C.H. Poultry Science, 71: 872-879, 1992. Kerr, B.J., Kidd, M.T., Halpin, K.M., et al. Journal Applied Poultry Research, 8: 381-390, 1999. Kessler, A.M. In: 1st LA Workshop of Poultry and Swine Ajinomoto Biolatina. Foz do Iguaçu, p.86 98, 2001. Kidd, M. e Fancher, B.I. Journal Applied Poultry Research, 10: 385-393, 2001. Kidd, M.T. e Fancher, B.I. Journal Applied Poultry Research, 10:385-393, 2001. Leclerq, British Poultry Science, 76: 13-18, 1997. Leclerq, British Poultry Science, 77: 118-123,1998. Leclerq, B., Chagneau, A.M., Cochard, T., et al. British Poultry Science, 34: 383-391, 1994. Mack, S., Bercovici, D., Groote, G., et al. British Poultry Science 40:257-263, 1999. Moran, E.T.and Bilgili, S.F. Poultry Science, 69: 702-710, 1990. NRC, Nutrients Requirements of Poultry. 9th ed. National Academic Press, Washington D.C.: 1994. Schang, et al. (2001) dados não publicados. Schutte, J. B. Short communication. Feed Mix, vol.7 n.3, 1999. Schutte, J.B., Smink, W. Journal Applied Poultry Research, 1997. Si, J., Fritts, C.A., Burnham, D.J., et al. Poultry Science, 80:1472-1479, 2001. Tesseraud, S., Bigot, K., Berri, C., et al. Symposium: 6.5 Broiler Production Bremen (2002). Valerio, S.R., Oliveira, R.F.M., Donzele, J.L. et al. XXXVI Reunião Anual da SBZ, Porto Alegre, Julho 1999. Vasquez, M. e Pesti, G.M. Journal Applied Poultry Research, 6:241-246, 1997.