Unidade IV. 7 Ferramentas tecnológicas aplicadas à logística (Parte II)



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Transcrição:

Unidade IV Unidade IV 7 Ferramentas tecnológicas aplicadas à logística (Parte II) Nesta unidade, vamos finalizar o assunto sobre as tecnologias existentes que auxiliam o planejamento e as operações logísticas, falando sobre tecnologias no processo de armazenagem e na última etapa das operações logísticas, que consiste no transporte e na distribuição. Abordaremos também o futuro da tecnologia aplicada à logística, as tendências, a sustentabilidade e a atuação do profissional da área de logística, assunto especialmente ligado a esta disciplina e à conclusão do tema. 7.1 WMS (Warehouse Management System) Sistema de Gerenciamento de Armazém Ferramenta utilizada para o gerenciamento do armazém com a finalidade de aproveitar melhor o espaço físico, a forma de armazenamento, o picking, a distribuição interna, o endereçamento de forma inteligente, entre outras funcionalidades. Essa ferramenta é indispensável para empresas que possuem armazéns, sejam internos ou externos, de qualquer segmento de negócio, seja comércio ou indústria, e também é fundamental para os PSLs (Prestadores de Serviços Logísticos), visto que nestes tipos de negócios o mix de produtos é bastante elevado. É possível imaginar uma empresa como a 3M, com mais de 30 mil SKUs (Stock Keeping Unit unidades mantidas em estoques), não utilizar uma ferramenta como esta ou que realize funções semelhantes? Só será possível se suas operações de movimentação e armazenagem forem terceirizadas por um PSLs (prestador de serviços logísticos). Uma pesquisa realizada pela revista Tecnologística mostra que, entre os PSL entrevistados em 2009, 88% deles utilizam a tecnologia WMS. 134 Lembrete O WMS pode ser integrado ao sistema de gestão (ERP) que a empresa possui e é mais bem-aproveitado com a utilização de outras tecnologias de apoio, como código de barras e RFID, que facilitam o recebimento, o inventário, o gerenciamento de pedidos, a expedição e as devoluções. O conceito dessa ferramenta de tecnologia é comercializado por diversas e diferentes empresas no mercado de softwares. Assim como o ERP que é um sistema de gestão empresarial comercializado por diferentes desenvolvedores no mercado, assim é o WMS.

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Antes da compra, é importante conhecer as integrações que o sistema faz com os demais sistemas da empresa, principalmente os ERPs. Caso contrário, ela não agregará benefícios na realização de suas operações, já que este é um dos principais desafios das empresas ao adquirem diferentes tecnologias no mercado que apoiam seu principal sistema de gestão. Vejamos a seguir com maiores detalhes as funcionalidades dessa ferramenta por Donath (2002). Funcionalidades Agendamento de recebimento Por meio de informações contidas no sistema, a ferramenta é capaz de realizar os cálculos de recursos e tempo para informar qual o melhor local e horário para que uma operação de recebimento possa ser feita. Ainda no recebimento, o sistema auxilia na conferência do material recebido, registrando possíveis divergências entre o sistema e o físico recebido, podendo ainda separar uma amostra para qualidade ou quarentena. Endereçamento Após a conferência, o sistema é capaz de calcular qual o melhor espaço físico disponível que esta mercadoria recebida pode ocupar no armazém, já emitindo as etiquetas com os devidos códigos de barras. Armazenagem Após o endereçamento, é hora de realizar a armazenagem. O papel do sistema é informar quais equipamentos serão necessários para realizar essa operação dentro do depósito até o seu armazenamento. Separação No picking, o sistema auxilia informando onde se encontra cada mercadoria para compor o pedido e ainda informa os equipamentos necessários para resgatar esses itens do seu local armazenado. A conferência é feita por meio da leitura do código de barras antes de ser movido para o local de expedição. Expedição Na tarefa de expedição, o WMS auxilia no gerenciamento da entrega. Após expedir a mercadoria, o sistema envia uma mensagem informando sobre a entrega, o que facilitará o seu follow up (acompanhamento). Na produção O sistema auxilia na programação da produção, calculando a quantidade necessária para a linha de produção, evitando rupturas e prejuízos. 135

Unidade IV Vantagens Com base nas informações anteriores, é fácil extrair as principais vantagens do uso desta tecnologia: facilidade das operações no armazém; aumento da produtividade; redução de tempo das operações; redução de custo operacional; rapidez no processo de movimentação e armazenagem; melhor aproveitamento do espaço físico; maior eficiência no processo; aumento do nível de serviço e satisfação ao cliente. 7.2 RFID (Radio Frequency Identification Data) Identificação por Radiofrequência Tecnologia usada para compartilhamento de informações em tempo real na qual há identificação por meio de sinais de rádio, recuperando e armazenando informações de forma remota por meio de um dispositivo (tags: etiqueta) e transmitindo a uma rede acessível, chamada de EPC Electronic Product Code, ou Código Eletrônico de Produto. Com origem em 1935, a partir de um dispositivo usado na identificação de aviões aliados e inimigos, o RFID teve uma evolução maior na década de 1990. O primeiro registro de patente dessa tecnologia foi feito em 1973 por Mário Cardullo e daí por diante começou se a difundir essa ferramenta nos EUA, que se tornou estratégica nas operações logística. Somente no início da década de 1990, a IBM requereu a patente do sistema de RFID UHF (Ultra High Frequency), com transferência de dados mais velozes e de maior alcance, cerca de 6 metros. Apesar de realizar um piloto com a rede de supermercados Walmart, não teve êxito nos resultados, vendendo então a patente para uma empresa provedora de sistemas de código de barras (Intermec) que, desde então, tem utilizado a tecnologia nas mais diferentes aplicações, porém com alto custo, tornando a inviável para algumas operações. Em 1999, foi criado o plano Auto ID Center pelas Universidades Massachusetts Institute of Techology, nos Estados Unidos, Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e Universidade de Adelaide, na Austrália, com a finalidade de criar uma tecnologia de RFID baseada em padrões abertos de única arquitetura. O objetivo também era o de criar etiquetas de RFID com baixo custo para uso em todos os produtos industriais a fim de rastreá los em toda cadeia logística global, entre empresas e países diferentes. 136

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Além do Auto ID, nas universidades citadas na pesquisa existem outros grupos de estudo dedicados ao desenvolvimento desta tecnologia. São eles: GTAG (Global TAG) e GCI (Global Commerce Innitiative Iniciativa de Comércio Global). A EAN Internacional participa desse processo desde 1999. A aplicação do RFID se dá em diversos setores desde a pecuária, genética de animais, esporte, pedágios, bibliotecas, hospitais, segurança, comércio, indústria e até humanos. Apesar da diversidade da utilização do RFID, vamos limitar o assunto à aplicação nas operações logísticas, da indústria ao comércio. RFID na cadeia de suprimentos Indústria A indústria utiliza o RFI colocando os chips nos produtos e usa leitores na produção, nos estoques e nos armazéns. Segundo Duarte (1999, p. 13), os custos são menores na indústria do que no varejo, tanto na readequação dos sistemas como nos dispositivos de leitura. Vantagens Agilidade na identificação dos itens no estoque/armazém. Redução de tarefas, já que não há necessidade de leitura item a item como o código de barras. Redução de serviços operacionais (a leitura com RFID pode ser feita com a mercadoria em movimento). Maior segurança no estoque, já que o RFID pode rastrear o movimento do produto ou carga de forma individual. Maior acuracidade dos estoques, com leitura precisa dos itens. Varejo A tecnologia de RFID tem trazido muitos benefícios aos varejistas, rastreando e gerenciando mercadorias em diversos pontos, como estoques dos CDs, lojas, gôndolas de supermercados, entre outros pontos de abastecimento. Vantagens Total rastreabilidade do produto, do PDV ao ponto de origem (fábrica). Gerenciamento da mercadoria quanto às suas características comerciais (validade, origem, segmento, qualidade e até margem de lucro). Atualização da posição do estoque em tempo real. Gerenciamento de perdas, roubos, furtos. 137

Unidade IV Baixa automática dos itens no estoque, por meio da operação de caixa. Gerenciamento das tendências e hábitos de consumo. Redução de itens faltantes. Agilidade no atendimento ao cliente, isentando o de fila para realização de pagamento, uma vez que os valores poderão ser debitados automaticamente se o cliente tiver um cartão do estabelecimento. Morita (2004, p. 59) faz um comparativo entre as etiquetas inteligentes do RFID e código de barras: Quadro 9 Etiqueta inteligente chip/rfid Alta capacidade de armazenamento de informações: lê e grava Realiza a leitura fora do campo visual do código Elimina intervenção humana no processo de recebimento, expedição e armazenagem Preço entre U$ 0,20 e U$ 0,50 (em 2004) Código de barras Realiza somente leitura, sem armazenar dados Leitura somente quando o leitor está no campo visual Há necessidade de pessoas para realizar todo o processo de leitura dos códigos de barras Impressão do código já saía na embalagem, isentando se desse custo Desafios Readequação dos processos para adaptar se a essa tecnologia. Investimento em equipamentos (etiquetas, leitores). Adaptação dos sistemas de gerenciamento. Integração com sistemas de gerenciamento já utilizados na organização. Desempenho da leitura, já que pode haver falhas por distância, posição e até distorção do sinal em alguns tipos de materiais como o metal. Dependência da ferramenta nas operações. Saiba mais Leia sobre o Metro Group, o supermercado do futuro: <http://www. techzine.com.br/arquivo/supermercado-do-futuro/>. Acesso em: 4 abr. 2012. Conforme divulgação em seu portal, a empresa alemã Metro Group foi uma das primeiras varejistas em 2004 a utilizar a tecnologia RFID no processo logístico e na gestão dos seus armazéns. A empresa lançou um projeto piloto RFID Internacional em 2007, envolvendo seus principais fornecedores no uso da tecnologia. 138

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas O objetivo foi melhorar seus processos logísticos e a disponibilidade dos seus produtos nas lojas. Ela declara ainda que desde o uso da tecnologia vem tendo uma redução de custos de 8,5 milhões de euros anuais e pretende expandir o uso do RFID. A Metro utiliza RFID em seu mercado do futuro, criado em Rheinberg. É o supermercado mais moderno do mundo. Walmart Saiba mais Faça uma visita virtual ao Supermercado do Futuro no seguinte endereço: <http://www.future store.org>. Em 2006, a rede de supermercados Walmart iniciou nos EUA um projeto piloto em que 100 dos seus fornecedores tiveram de operar com RFID. Dessa forma, eles tinham que fazer a entrega das caixas e paletes com etiquetas inteligentes no CD da rede no Texas, onde seriam distribuídos para as sete lojas da bandeira. A gigantesca americana fundada em 1962 conta hoje com 8.692 lojas em 15 países e emprega cerca de 2,1 milhões de pessoas, segundo fonte do seu portal Walmart.com. Segundo o vice presidente executivo e diretor de TI do Walmart, Rollin Ford, em 2007, a empresa já contava com 600 fornecedores operando com etiquetas inteligentes em mais de 1000 lojas. Ele diz que o objetivo da rede é reduzir estoque e excesso de inventário. A medida gera uma redução de 30% de itens de estoque faltantes, com significativa redução de estoques na cadeia de suprimentos e nos impactos no meio ambiente. Ford estima que o projeto contribua com a sustentabilidade, pois, segundo ele, a rede recebe em média 24 milhões de pessoas diariamente em suas lojas, se 100 mil viagens extras forem evitadas, isso reduzirá para os clientes 22,8 milhões de dólares com combustível e reduzirá efeitos com gases poluentes e efeito estufa de 80.209 toneladas. O Walmart informa que o uso do EPC (Electronic Product Code Código Eletrônico de Produto) conseguiu: aumentar a acuracidade do estoque (melhor exatidão no inventário); proporcionar valor aos clientes, poupar dinheiro e ter uma vida melhor; melhorar disponibilidade dos itens nas gôndolas para o consumidor; gerenciar melhor as vendas com a melhor administração dos estoques. 139

Unidade IV Com o uso da tecnologia, ela deve elevar suas vendas em 287 milhões de dólares ao ano, segundo o executivo Ron Moser, que lidera a estratégia de RFID na companhia. Procter & Gamble A PG foi um dos 100 fornecedores a cumprir a exigência do varejista Walmart na utilização das etiquetas inteligentes (RFID) nos produtos. Larry Kellam, diretor de inovação da cadeia de suprimentos B2B na Procter & Gamble, disse que o uso da tecnologia tinha como propósito resolver dois problemas e aproveitar oportunidades. 1º problema: roubos (as perdas, globalmente, nas negociações B2B (empresa para empresa) chegavam a 53 bilhões de dólares ao ano). 2º problema: falsificação (a empresa perdia 500 bilhões de dólares ao ano). Segundo Kellam, a empresa tinha muitos itens nos estoques, tanto de produtos acabados como material produtivo, pois dependiam das previsões de seus fornecedores e como base os PDVs provenientes dos varejistas, com média de cinco dias após a venda. Ele diz ainda que deseja que o EPC seja um sinal da sua demanda em tempo real que desencadeia toda a demanda do seu processo. Agora, eles recebem resposta do PDV cerca de duas horas após o acontecimento da venda, com isso, podem tirar proveito das informações recebidas praticamente em tempo real, para gerenciar melhor os estoques. Com cerca de U$ 3 bilhões em estoques, Kellam espera reduzir para U$ 2 bilhões operando com RFID, podendo utilizar U$ 1 bilhão como capital de giro. Essa redução geraria um aumento na receita de U$ 150 milhões, já descontando os impostos. Quanto ao retorno de investimento (ROI Return On Investment), Kellam diz não haver um benefício único que pagará esta tecnologia. O aumento da receita e a redução de custos com estoques poderão obter retorno sobre o investimento. Segundo ele, há benefícios mais estratégicos além do ROI, como redução de trabalho, roubos e obsolescência. A seguir, os principais benefícios da P&G Global Operations, segundo porta voz da empresa Paul Fox, especialmente no tocante à parceria com o Walmart nas operações com RFID: 140 melhoria na exatidão nas entregas ao Walmart; agilidade nos processos, tornando os mais eficientes; acelerou a transferência de produtos entre CDs; rapidez na leitura das mercadorias com tag sem comparação com a leitura por código de barras (de 20 para 5 segundos); redução do custo das etiquetas para $ 0,10, tornando viável sua utilização (em 99, custava $ 2).

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Fox não informou o valor de investimento na tecnologia, só disse serem milhões de dólares, mas garante que a P&G já recuperou o investimento e que considera a parceria com o Walmart frutuosa. Saiba mais Beer Game ou Jogo da Cerveja brasileiro Nesta interatividade, você poderá praticar a gestão de estoques de acordo com a demanda por meio de jogos on line. Este é um jogo muito conhecido entre os profissionais de logística. Acesse o link: <http://www.ogg.com.br/bg/>. 7.3 Tecnologia para distribuição física Quais as principais tecnologias para essa etapa tão importante para o cumprimento do papel logístico, que é o de facilitar a disponibilidade do produto ao cliente no melhor tempo possível, nas melhores condições e ao menor custo? Os grandes estudiosos sobre o assunto não discordam nos aspectos dos custos de transportes, que representam 2/3 de todos os custos logísticos, a maior parcela desses custos. Por isso, o assunto é importante e requer cuidados e muita atenção para não comprometer todo o processo logístico, de forma a inviabilizá lo. O transporte está presente tanto no processo logístico convencional como no processo reverso, conhecido como logística reversa. Antes de falarmos das tecnologias de distribuição, é importante conhecermos alguns índices do setor. Conforme estudo da Coppead/UFRJ, proposto por Lima (2004), sobre o volume monetário para o ano de 2004, os custos logísticos brasileiros representam 12,63% do PIB nacional, dos quais 7,5% são com transportes, divididos nas modalidades apontadas no gráfico abaixo: 82% 9% 6% 2% 1% Rodoviário Marinho Ferroviário Dutoviário Aéreo Figura 38 Fatias dos modais 141

Unidade IV Tabela 8 Modalidades de transporte Custos em R$ (bilhões) Rodoviário 109,2 Aquaviário (marítimo) 12,6 Ferroviário 7,5 Dutoviário 2,1 Aéreo 2,0 Fonte: Tecnologística, 2006. Para fazermos uma comparação com os Estados Unidos, os custos logísticos neste país representam 8,19% de seu PIB. Desse total, 5% são custos com transportes e esse percentual representa um custo de R$ 133,3 bilhões ao ano. Projeção de custos Saiba mais Leia o artigo de Maurício Pimenta Lima, indicado a seguir: LIMA, M. P. Custos logísticos na economia brasileira. Revista Tecnologística, jan. 2006. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/ custeio/art_custos_logisticos_economia_brasileira.pdf>. Acesso em: 2 abr. 2012. Informações mais recentes, como a declaração do ministro dos portos Pedro Brito em julho de 2010, mostram que esses índices cresceram. Segundo ele, os custos logísticos representam até 16% do PIB brasileiro. Se aplicarmos a mesma proporção que os custos logísticos representaram nas estatísticas de 2004 realizadas pela Coppead/UFRJ, no qual o percentual foi de 12,6% sobre o PIB, em 2009, os custos logísticos seriam em média de R$ 396 bilhões. Se a divisão dos custos entre os modais seguissem a mesma proporção, de 7,5% para os custos de transportes, então teríamos um custo de transporte médio de R$ 235 bilhões. Já vimos que os custos do setor são relevantes e merecem o devido cuidado para não se perder em competitividade. 142

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Lembrete Vale lembrar que, desde as estatísticas da década de 1990, os fatores decisivos para compras sofreram muitas alterações. O fator preço caiu cerca de 8% nos últimos 14 anos (entre 1994 e 2008), enquanto o fator serviços de distribuição cresceu quase 5% no mesmo período. Veja o resumo dos resultados de 1994 e 2008. Tabela 9 Ano Produto Preço Serv. de distribuição 1994 30,8% 38,5% 14,4% 2008 30,9% 30,5% 19,2% Agora que já conhecemos os índices desse importante setor, vamos brevemente conhecer as tecnologias para distribuição, conhecidas como modais de transportes e suas características. Esse tema é bem difundido em várias outras disciplinas deste curso, portanto, não terá grande enfoque nesta disciplina. A abordagem sobre os modais a seguir se dará de forma abrangente, ou seja, na logística global. 7.3.1 Modais de Transportes Aquaviário/marítimo Este modal é o mais antigo e também o mais utilizado pelas trocas internacionais e tem uma grande importância na logística internacional pelo número expressivo de divisas transferidas para fora do país pelo pagamento de fretes contratados no exterior. Na utilização doméstica, ele é bem menos utilizado que o rodoviário. Em termos de custos fixos de transporte brasileiro, é o segundo colocado: em média, 10% entre os modais. Vantagens Maior capacidade de carga entre os modais. Tarifas de frete mais competitivas. Maior flexibilidade em tipos de cargas. Grande abrangência. 143

Unidade IV 144 Não está sujeito a más condições de tempo. Desvantagens É o meio de transporte mais lento entre os modais. Baixo alcance entre os pontos de origem e destino, gerando transbordos, maior manuseio e maior risco de danos e atrasos. Baixa regularidade, gerando maior custo de armazenagem. Frequentes congestionamentos nos portos, o que gera maiores gastos pela demora nas atracações e desatracações. Necessidade de embalagens especiais devido às operações de manuseio nos portos. Transporte aéreo O transporte aéreo é o modal mais desejado pela sua rapidez. Mas, além do alto custo para transportar mercadorias, ele tem algumas restrições para determinadas cargas, o que talvez explique o fato de ser o menos utilizado entre os modais. Esse tipo de transporte também é o que tem menor custo no total dos custos de transporte frente ao custo total gerado para a logística no país (não estamos abordando aqui o custo para o transporte de cargas individuais), pois representa um volume pequeno diante dos volumes transportados pelo modal rodoviário, por exemplo. Vantagens Velocidade, eficiência e seguro. Redução de custos com estoque, armazenagem pela rapidez de entrega e frequência de voo. Não exige embalagens reforçadas devido ao manuseio cuidadoso desse modal. Menor custo com seguro por ser um modal de extrema segurança. Maior abrangência e alcance no mercado nacional e internacional. Desvantagens Baixa capacidade, restrição com peso e volume. Restrição de carga a granel: é impossível o transporte de minérios, petróleo, grãos e químicos. Produtos com baixo custo unitário por não ter condições de absorver o alto valor das tarifas aéreas. Restrição de tipos de cargas, como artigos perigosos.

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Transporte rodoviário Nas operações logísticas nacionais, é o modal mais utilizado e representa a maior fatia nos custos de transportes. Sua principal característica é a simplicidade do funcionamento. A mercadoria é embarcada do exportador e desembarcada na porta do importador. O sistema é conhecido como porta a porta. Vantagens Modal versátil. Grande acessibilidade: podem ser feitas operações door to door (porta a porta). Podem se efetuar entregas programadas. Flexibilidade na entrega, podendo entregar em locais específicos determinados pela empresa (galpão, filial, cliente etc.). Flexibilidade de carga (pode se transportar qualquer tipo de mercadoria, com carga a granel, líquida ou sólida, desde que em veículos especializados). Desvantagens No caso de fretes internacionais, em países com fronteira com o Brasil, este modal tem baixa capacidade de carga e alguns países ainda restringem o limite de tamanho e peso dos caminhões. Nesse caso, os demais modais têm maiores vantagens. Regulamentação rodoviária e trânsito. Rodoviárias brasileiras ainda precárias, sem condições de uso, o que faz com que se elevem os custos deste modal. Transporte ferroviário Este transporte tem participação relativamente baixa entre os modais de transportes. Entre os países latino americanos, a utilização se torna difícil por conta da bitola das estradas de ferro não ser padronizada. Nos custos de transporte nacional, ele é o terceiro maior, ficando atrás apenas do rodoviário e do marítimo. São cargas ferroviárias as do seguimento de carga geral, como sacarias, e grãos agrícolas, como soja, milho e outros. Granéis líquidos embarcados em vagões especializados (química, petróleo e derivados). 145

Unidade IV 146 Vantagens Não há restrições de carga, é ideal para o transporte de sacarias e grãos agrícolas como soja, milho entre outros. Flexibilidade combinada, pois os vagões são transportados em balsas em caso de subsistema água ferrovia. Em comparação com o rodoviário, a velocidade deste modal tem vantagens superiores. Desvantagens Maior necessidade de complemento de serviços de transportes pela localização das estações ferroviárias e os pontos de origem e destino. Riscos de furto e roubo nas operações de transbordo entre os pontos de origem e destino. Ferramentas para gestão e operação de transportes ITS (Intelligent Transportation Systems) Sistemas Inteligentes de Transportes Sistemas inteligentes de transporte é a expressão utilizada para denominar as soluções de tecnologia da informação aplicadas ao transporte que têm a finalidade de qualquer outra tecnologia: oferecer maior produtividade, maior segurança, rapidez e mobilidade, com um diferencial das demais tecnologias de outra área, pois têm também como objetivo oferecer maior segurança para pessoas, com manutenção preventiva e corretiva, a fim de evitar acidentes e consequentemente mortes. Principais tecnologias empregadas São utilizadas basicamente três tecnologias: equipamentos eletrônicos, comunicação e tecnologia da informação. Pode-se citar como exemplos: GPS, sensores de telemetria para verificação do estado do motor, abertura de portas, comunicação e voz, vídeos, câmeras, transmissão de dados para o servidor, softwares para gerenciamento e controle da frota, entre outros. Principais aplicações Transporte urbano e usuários Para esse tipo de aplicação, não faremos abordagem dos recursos de equipamentos, hardwares e softwares por isso não fazer parte do objetivo deste trabalho. No entanto, confira a seguir um breve resumo desta tecnologia. Nos ônibus, essa tecnologia possibilita a cobrança automatizada da passagem, o controle de abertura de portas e o monitoramento do motor. Na empresa, geram-se maiores produtividade e eficiência da

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas frota, pontualidade, controle dos recursos, nível de serviço, agilidade e segurança nas tomadas de decisões. Os usuários de transporte podem receber informações por meio de soluções via internet ou celulares sobre itinerários, horários, tarifas, ponto de ônibus, roteiros, baldeações etc. Gestão da frota Os softwares para gestão da frota são compostos por: uma programação operacional, uma solução de monitoramento de frota em tempo real e por recursos de comunicação central de controle operacional com o motorista. Ferramentas e recursos dentro dos sistemas de gestão da frota oferecem os benefícios de que trataremos a seguir. Principais benefícios Maior controle na manutenção preventiva e corretiva. Redução e controle de custos operacionais. Maior segurança das informações. Maior segurança para os motoristas. Redução de riscos. Maior produtividade. Aumento do nível de serviço. Agora que já se sabe sobre os sistemas inteligentes de transporte, vamos conhecer algumas destas ferramentas, um resumo das principais nas operações logísticas de transporte e distribuição. Vejamos a seguir: GPS (Global Positioning System) Sistema de Posicionamento Global Criado na década de 1970 pelo Departamento de Defesa Americana e chamado de Navstar GPS (Navigation Satellite Timing And Ranging Global Positioning System), fornecia informações para a navegação de aeronaves civis sobre o oceano e demais áreas remotas espalhadas pelo globo terrestre. Formado por três elementos Espacial Consiste na constelação de 29 satélites (último lançado em janeiro de 2007) divididos em órbitas em volta da Terra, com altitude de 12.600 milhas, ou 20.000 km. 147

Unidade IV 148 Controle São as redes de estação terrestre de controle e monitoramento dos relógios de cada satélite. Há cinco dessas estações espalhadas pelo mundo. Usuário Consiste na antena e no receptor/processador que fica no interior da aeronave e fornece informações para o usuário. O sistema GPS tem uma precisão de 100 metros, com probabilidade de 95%, e de 300 metros, com probabilidade de 99,99%. Como se pode ver, o GPS foi criado exclusivamente para uso militar. Vinte anos depois, na década de 1990, foi considerado totalmente operacional. São geralmente categorizados em três tipos de uso, são os Geodésicos, Topográficos e os de Navegação, sendo este último o de interesse deste material de estudo. A principal diferença entre eles está na precisão alcançada. As categorias Geodésicos e Topográficos têm melhor precisão e são para uso técnico. Apesar de o GPS de categoria de navegação ter a menor precisão entre as três, ele tem maiores vantagens, como menor preço de aquisição e muitas aplicações de uso. Os Sistemas Integrados de Rastreamento de veículos (SIR) podem ser rastreadores e bloqueadores de veículos. Vamos ver algumas aplicações do GPS de navegação utilizadas atualmente em conjunto com outras tecnologias, como rádios e celulares, com a finalidade de realizar rastreamento e bloqueio de veículos e cargas. GPS + Celular A localização é feita através do GPS e o celular embarcado no veículo tem a finalidade de transmitir as informações de coordenadas e receber informações de bloqueio. GPS + Rádio Da mesma forma que a combinação anterior, o GPS realiza a localização e o rádio no interior do veículo transmite as informações, coordenadas e comando de bloqueio. GPS + Satélite Neste caso, o rastreamento é feito pelo GPS e a comunicação é feita via satélite, que tem baixo custo. Alguns possuem computador de bordo, pelo qual o motorista se comunica com a central para informações de paradas ou ocorrências. Atualmente, as empresas de transportes ou simplesmente os veículos das empresas podem contar com uma grande variedade para reduzir o risco do transporte de cargas, mas devemos observar que o

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas fato de se ter as tecnologias de rastreamento e bloqueio por si só não oferece grandes benefícios se não houver nas CM (centrais de monitoramento) softwares que possam analisar, medir, comparar e gerenciar os dados gerados pelos sistemas tecnológicos. Não se pode acreditar que os riscos nas estradas são somente roubos, outro fator preponderante são os acidentes nas rodovias brasileiras, que não são das melhores. Estudos mostram que os altos índices de acidentes se dão pelo fato de os motoristas dirigirem cansados (até 18 horas seguidas) em velocidades incompatíveis. Alguns dados publicados na Revista Entre-Vias em outubro de 2009: Quadro 10 Eventos Quantidade anual Prejuízo em R$ Observação Roubos 12 mil 800 milhões Indenizáveis Acidentes 90 mil 9,7 bilhões 8,5 mil mortes Ineficiência do transporte 13 bilhões Ref. 8% dos custos totais com transportes (cerca de 165 bilhões) Fonte: Revista Entre-Vias, 2009. Segundo pesquisa realizada pela revista Tecnologística com análise do Instituto Ilos, entre os prestadores de serviços logísticos, a maioria utiliza a tecnologia de rastreamento por satélite. Os resultados demonstram que o setor tem crescido de forma estruturada e com qualidade nos serviços logísticos. Tendo em vista o que já vimos até aqui, a tecnologia contribui significativamente para a qualidade e eficiência das operações. Ao analisar a tabela a seguir, considere a informação relevante: os últimos dois anos analisados (2008 e 2009) referem se ao rastreamento por celular, no período anterior, por rádio. Observe a tabela a seguir: Tabela 10 Ano Consultas pela Internet Rastreamento Satélite (frota terceiros) Rastreamento Satélite (frota própria) Rastreamento (frota terceiros)* Rastreamento (frota própria)* 2002 84% 74% 72% 73% 75% 2003 81% 68% 59% 68% 59% 2004 82% 93% 71% 61% 69% 2005 90% 76% 74% 67% 59% 2006 95% 84% 77% 75% 70% 2007 86% 71% 65% 57% 52% 2008 87% 73% 66% 64% 55% 2009 84% 61% 70% 54% 53% Fonte: Tecnologística, 2010. 149

Unidade IV Principais vantagens Alto poder de precisão Funcionamento em tempo integral (24h). Cobertura em todo o globo terrestre. Cronometra o tempo. Auxilia na condução de trajetos. Armazenam coordenadas de posições, facilitando a reconstituição quando necessário. Indica velocidade. Independe de condições atmosféricas. Baixo investimento. Desvantagem Esta tecnologia possui como desvantagem o fato de não ser possível rastrear em locais fechados em que o sinal não alcança. 7.4 TMS (Transportation Management Systems) Sistemas de Gerenciamento de Transportes Os softwares de gerenciamento de transportes auxiliam na gestão da área de transportes agindo na manutenção preventiva e corretiva, propondo melhoria na qualidade dos serviços e aumento da produtividade. Esta tecnologia tem como função principal: Mensurar os custos de manutenção. Controlar os gastos. Identificar os recursos materiais e humanos para operações. Obter informações para relatório de acompanhamento de entrega. Controlar entregas e devoluções. Emissão de relatórios. Administrar tabelas de preços. Controla frete de terceiros. Faturamento de frete. 150

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Expedição. Rastreamento. Principais vantagens desses softwares Redução de custo operacional. Melhor identificação dos custos. Maior controle dos gastos. Controle da qualidade dos serviços. Melhor manutenção preventiva. Aumento da disponibilidade da frota. Melhor aproveitamento dos recursos. Aumento da produtividade. Aumento do nível de serviços. Mais segurança e rapidez para tomadas de decisões. Muitos relatórios. Aplicação O uso de sistemas de gerenciamento de transportes pode ser de: empresas de transportes (transportadores e prestadores de serviços logísticos); empresas com frota própria; empresas que terceirizam sua frota. É possível encontrar no mercado vários softwares de gerenciamento de transporte, muitos deles são acoplados aos ERPs como mais um módulo do sistema de gestão empresarial, tornando se um diferencial competitivo para os fornecedores de ERPs a empresas do segmento. Muitos sistemas disponíveis no mercado oferecem uma integração com as tecnologias de rastreamento e roteirizadores, gerando informações em tempo real quanto à posição de entrega das mercadorias. Softwares de roteirização Com a velocidade em que cresce a frota de veículos nos estados brasileiros, especialmente nas grandes metrópoles, otimizar a rota de entrega da mercadoria é um diferencial competitivo com certeza. 151

Unidade IV 152 Como escolher a rota de entrega? Por bairro (CEP)? Por cliente? Por pedidos? Como tomar a melhor decisão? Os sistemas de roteirização fazem esse trabalho para a empresa. Eles são sistemas computacionais que realizam os cálculos de rota e programação de veículos por meio de algoritmos em uma base de dados específica. Na década de 1980, nesse tipo de sistema, praticamente não havia representação gráfica e os sistemas eram pouco flexíveis quanto aos parâmetros para os usuários. As principais evoluções nesse tipo de software ocorreram na década de 1990, quando a tecnologia contava com os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que além do visual, aumentaram a flexibilidade nas janelas do sistema, as múltiplas rotas, os retornos, os roteiros com pernoite, entre outros recursos (Golden &Bodin, 1986). Atualmente, os recursos não deixam a desejar, há inúmeras opções de tarefas, parâmetros e relatórios customizados com interfaces amigáveis e fáceis de operar. Funcionalidades Calcular rotas de forma estratégica. Rastreamento e monitoramento da entrega. Exclusão da rota de caminhos com trânsito, barreiras, obras e acidentes. Definição de parâmetros para cálculo da rota (vias, caminho curto, rápido etc.). Atribuição de paradas e sequência de paradas, levando em conta tempo, custo e capacidade do veículo. As funcionalidades listadas anteriormente variam de produto para produto. Alguns desenvolvedores possuem parte dos recursos, todos eles ou ainda recursos não mencionados aqui. Vantagens Podemos destacar aqui as principais vantagens dessa tecnologia no processo de distribuição. É evidente que se tem muito mais do que a relação a seguir. Flexibilidade em mudança de rota. Visualização da rota/mapa durante o trajeto. Rapidez no processo de expedição. Maior produtividade. Redução de custos operacionais. Menor risco nas operações.

Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas Aumento do nível de serviço. Maior satisfação do cliente. Rapidez na tomada de decisão. Cálculo da capacidade e produtividade do veículo. É muito comum encontrar esse tipo de sistema como parte dos ERPs e softwares de supply chain management, especialmente os que possuem módulo de gestão de transporte ou frota, o que possibilita à empresa oferecer ao cliente final o acompanhamento de seu produto por meio da internet, com detalhes da localização dos veículos e previsão do horário de entrega. A partir dos clientes a serem atendidos, os roteirizadores realizam o cálculo da rota levando em conta os seguintes parâmetros: distância média entre os pontos; velocidade média por trecho; taxa de descarga; rotas com pernoite; jornada de trabalho do motorista; custo de hora extra. Esses são, entre outros, os parâmetros que definirão o custo total de cada rota. Soluções Mobile (móveis) Todas as soluções que estudamos nesta disciplina podem e são desenvolvidas com aplicativos para operação e consulta por meio de soluções mobile (soluções móveis) tais como: internet, laptops, rádios, celulares, palms, smartphones entre outros. Lembrete Nesses aplicativos, as tecnologias normalmente são GPRS (General Package Radio System), que constam de um sistema para transmissão de dados por telefonia celular com tecnologia GSM (Global System Global Comunications), 3G e WiMax. As tecnologias móveis são utilizadas tanto por executivos em aprovações remotas como para os operadores, na coleta de dados nos pontos de vendas, nas entregas de encomendas, entre outras utilizações. 153