CONCORRÊNCIA AA - 01/2008 RELATÓRIO DE APRECIAÇÃO TÉCNICA DOS RECURSOS E CONTRA-RAZÕES APRESENTADOS PELOS LICITANTES



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Transcrição:

No presente relatório estão as considerações da Comissão Técnica, em ordem alfabética pelo nome da empresa, sobre os recursos e contra-razões apresentados na fase de julgamento das propostas técnicas referentes à Concorrência AA 01/2008. 1. ERNST & YOUNG AUDITORES INDEPENDENTES S/S Segue a análise da Comissão Técnica referente ao recurso impetrado pela Ernst & Young, que apresentou considerações sobre o julgamento de sua proposta técnica e das outras duas licitantes, KPMG e PricewaterhouseCoopers. 1.1. Sobre o julgamento do subitem 1.2 do recurso da Ernst & Young A Ernst & Young questiona o julgamento relativo aos atestados emitidos pelas seguintes empresas a seu favor, afirmando que deveriam ser considerados válidos para pontuação: o BNP Paribas Brasil S/A; o Banco Rabobank Brasil S/A; o Banco WestLB do Brasil S/A; o Banco Calyon Brasil S/A; o Banco ABC Brasil S/A; o Telecomunicações de São Paulo S/A Telesp; o Alstom; o Grupo Pão de Açúcar Casino; o Grupo Telecom Itália; e o Iberdrola. Estes atestados foram considerados inválidos para pontuação por apresentarem ativos INFERIORES a R$ 20 bilhões. Em seu recurso, a impetrante alega que os atestados devam ser considerados em função dos ativos globais que estas entidades possuem, e não restritamente aos ativos no Brasil. A recorrente justifica o pleito com base na seguinte afirmativa, citada às fls. 9 (nove) do recurso:...a Ernst & Young está organizada mundialmente como uma rede de escritórios que possuem subordinação e compromisso com padrões de qualidade e normas técnicas comuns e que, portanto, quando falamos da contratação da Ernst & Young, deve-se 1-12

entender não somente um escritório e sim uma rede de escritórios que trabalham de forma padronizada e coordenada. A respeito desta parte do recurso da Ernst & Young, houve manifestação da PricewaterhouseCoopers às fls. 5 (cinco) de suas contra-razões, conforme transcrito a seguir:...a pessoa jurídica que prestou o serviço no Banco BNP Paribas Brasil S/A, cujo ativo não chega a R$ 20 bi foi a Ernst Young (sic) brasileira enquanto na França ou em outros países a Ernst Young (sic) brasileira não prestou o serviço de auditoria em IFRS. Neste sentido, também não poderão ser considerados os atestados dos Rabobank Brasil S/A, Banco WestLB do Brasil S/A, Banco Calyon Brasil S/A e Banco ABC Brasil S/A. A Comissão Técnica entende que, o que se quer aferir, é a experiência da licitante na prestação dos serviços requeridos no Edital. Sendo assim, foi considerado o total dos ativos do atestante. Cabe ressaltar que esta questão foi esclarecida no item 3 (três) do questionamento 1 (um) no endereço eletrônico www.bndes.gov.br/empresa/administracao/editais/concorrencias.asp. A Comissão Técnica ratifica o entendimento anteriormente expresso e mantém a decisão de DESCONSIDERAR tais atestados para pontuação. 1.2. Sobre o julgamento do subitem 2.1 do recurso da Ernst & Young A Ernst & Young questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pela empresa Odebrecht S/A em favor da PricewaterhouseCoopers, afirmando que deveria ser considerado inválido para pontuação. Em seu recurso a Ernst & Young afirma às fls. 11 (onze) de seu recurso que:...fica claro que o escopo dos serviços se restringiu à unidade Odebrecht Overseas Ltd., referindo-se a trabalho de auditoria de acordo com o IFRS e não de consultoria. Clara está a impropriedade do documento que se pretende juntar. O valor do ativo total indicado é o do Brasil que não foi auditado pela recorrida de acordo com o IFRS e, portanto, não pode ser considerado. Desta maneira, a pontuação atribuída a esse documento há que ser desconsiderada tanto para consultoria como para auditoria em IFRS. 2-12

A PricewaterhouseCoopers apresentou dois atestados da Odebrecht, um referente a consultoria em IFRS do Grupo Odebrecht (cuja controladora é a Odebrecht S/A), e outro da Odebrecht Overseas Ltd, com sede nas Bahamas, relativo a auditoria das demonstrações contábeis em IFRS. A Comissão Técnica atribuiu pontos apenas ao atestado relativo a consultoria, uma vez que a Odebrecht Overseas Ltd. não possui ativos superiores a R$ 20 bilhões. Entende-se que não há motivos para a não atribuição de pontos ao atestado referente à Odebrecht S/A, já que atende aos requisitos do edital, quais sejam, (a) total de ativos superior a R$ 20 bilhões e (b) serviços da mesma natureza ou similares ao objeto da contratação. A Comissão Técnica mantém o entendimento anteriormente expresso e ratifica a decisão de considerar VÁLIDO o atestado emitido pela Odebrecht S/A e INVÁLIDO o atestado emitido pela Odebrecht Overseas Ltd., ambos em favor da licitante PricewaterhouseCoopers. 1.3. Sobre o julgamento do subitem 2.2 do recurso da Ernst & Young A Ernst & Young questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pela empresa Banco Votorantim S/A em favor da PricewaterhouseCoopers, afirmando que deveria ser considerado inválido para pontuação. O referido atestado declara que: E ainda:...a PricewaterhouseCoopers...vem prestando desde o exercício findo em 31 de dezembro de 2003 ao Conglomerado Financeiro Votorantim serviços profissionais de auditoria das demonstrações financeiras em IFRS, considerando que a agência e a subsidiária, sediadas em Nassau, do Banco Votorantim S.A. apresentam suas demonstrações financeiras nesse padrão contábil. Informamos para os devidos fins que os ativos consolidados do Grupo Financeiro Votorantim...em 31 de dezembro de 2007 é acima de R$ 20.000.000,00. A interpretação das informações constantes do atestado leva ao entendimento de que a PwC presta serviços de auditoria das demonstrações financeiras em IFRS para todo o Conglomerado Financeiro Votorantim, e que estas demonstrações seriam utilizadas por suas 3-12

instituições em Nassau, já que estas apresentam suas demonstrações financeiras nesse padrão contábil. Entretanto, após diligência efetuada, constatou-se que o trabalho da PwC em IFRS se restringe apenas ao Banco Votorantim Nassau Branch e ao Votorantim Bank Limited, cujos ativos são inferiores a R$ 20 bilhões. Assim, a Comissão Técnica entende que o referido atestado é INVÁLIDO para pontuação, não atendendo ao disposto no item 11.2.1.1 do Edital, devendo a pontuação da PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes ser diminuída em 6 (seis) pontos, por se referir a auditoria de instituições financeiras em IFRS, conforme item 11.4.1. 1.4. Sobre o julgamento do subitem 2.3 do recurso da Ernst & Young A Ernst & Young questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pela empresa Metalúrgica Gerdau S/A em favor da PricewaterhouseCoopers, afirmando que a atestante não possui ativos superiores a R$ 20 bilhões. Às fls. 13 (treze) a impetrante afirma que: No atestado apresentado pela Metalúrgica Gerdau é demonstrado o total do ativo da Gerdau S/A. A licitante não apresentou comprovação através de atestados sobre o total do ativo da Metalúrgica Gerdau. A respeito desta parte do recurso da Ernst & Young, houve manifestação da PricewaterhouseCoopers às fls. 5 (cinco) de suas contra-razões, conforme transcrito a seguir: Por fim, quanto à alegação de que os ativos da Metalúrgica Gerdau S/A não atingem R$ 20 bi não pode prosperar, até porque na própria diligência dessa r. Comissão de Licitação, há cópia do Balanço Patrimonial da referida empresa confirmando que o atestado colocou corretamente o seu ativo, qual seja R$ 41.760.837. O atestado em epígrafe apresentado pela licitante PricewaterhouseCoopers está em conformidade com o item 11.2.1.1 do Edital, qual seja: (b) Atestado de capacidade técnica, expedido por pessoa(s) jurídica(s) de direito público ou privado, nacional ou estrangeira, com valor de ativos iguais ou superior a R$ 20 (vinte) bilhões (grifo nosso), que comprove(m) que o Licitante executou ou está executando serviços da mesma natureza ou similares ao objeto da contratação (consultoria na implantação das normas internacionais de contabilidade em IFRS). 4-12

A Comissão Técnica mantém o entendimento anteriormente expresso e ratifica a decisão de considerar VÁLIDO o atestado emitido pela Metalúrgica Gerdau S/A em favor da licitante PricewaterhouseCoopers. 1.5. Sobre o julgamento do subitem 3 do recurso da Ernst & Young A Ernst & Young questiona o julgamento relativo aos atestados emitidos em favor da licitante KPMG Auditores Independentes pelas seguintes empresas: o Banco Bradesco S/A; o Bradesco Leasing S/A Arrendamento Mercantil; o Banco Finasa S/A; e o Bradesco Seguros. A licitante solicita, às fls. 14 (catorze) de seu recurso, que sejam atribuídos pontos a apenas um atestado, alegando que: Claro se torna que o projeto de consultoria é efetuado para o Banco Bradesco consolidado e não para cada entidade integrante do grupo econômico. A respeito desta parte do recurso da Ernst & Young, houve manifestação da KPMG às fls. 3 (três) de suas contra-razões, conforme transcrito a seguir: Os serviços prestados pela KPMG foram conduzidos por operação, isto é, os trabalhos foram conduzidos considerando a atividade operacional de cada uma dessas entidades, que têm campo de atuação próprio, negócios distintos, e conseqüentemente, cada entidade possui sistemas operacionais próprios, com sistemas contábeis que são processados de forma individualizada e segregada das demais sociedades. Assim, os serviços foram prestados de forma individualizada e autônoma para cada entidade, considerando suas particularidades próprias, independentemente da marca sob a qual atua ou se fazem parte do mesmo conglomerado econômico. A Comissão Técnica entende que os atestados emitidos pelas empresas são válidos, independentemente de serem de um mesmo Grupo ou Conglomerado, caso o atestante possua ativos superiores a R$ 20 bilhões, estando o escopo também dentro dos preceitos do edital. 5-12

Dessa forma a Comissão Técnica mantém o entendimento anteriormente expresso e ratifica a decisão de considerar VÁLIDOS tais atestados e a conseqüente pontuação atribuída. 2. KPMG AUDITORES INDEPENDENTES Segue a análise da Comissão Técnica referente ao recurso impetrado pela KPMG, que apresentou considerações sobre o julgamento das propostas técnicas das outras duas licitantes, Ernst & Young e PricewaterhouseCoopers. 2.1. Sobre o julgamento do subitem 3.1 do recurso da KPMG A KPMG questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pelo Banco Votorantim S/A a favor da PricewaterhouseCoopers, afirmando que deveriam ser considerados válidos para pontuação. As considerações quanto a este atestado já foram abordadas no item 1.3 deste Relatório. 2.2. Sobre o julgamento do subitem 3.2 do recurso da KPMG A KPMG questiona o julgamento relativo aos atestados emitidos pelas seguintes empresas a favor da PricewaterhouseCoopers, afirmando que deveriam ser considerados inválidos para pontuação: o Cia. Vale do Rio Doce ( vale ); e o Grupo Odebrecht; A licitante alega que o serviço prestado pela PwC para estas empresas não contempla o escopo requerido na alínea b do subitem 11.2.1.1 do Edital, qual seja:...que comprove(m) que o Licitante executou ou está executando serviços da mesma natureza ou similares ao objeto da contratação (Consultoria na implantação das normas internacionais de contabilidade IFRS). Em seu recurso a KPMG afirma, às fls. 6 (seis) que: Conforme atestado emitido pela Companhia Vale do Rio Doce, o escopo dos serviços prestados pela PwC correspondeu exclusivamente à identificação das diferenças entre as práticas contábeis atualmente adotadas pela Companhia Vale do Rio Doce para fins de USGAAP (conforme acima) e as IFRS. Neste mesmo sentido, o atestado técnico emitido pelo Grupo Odebrecht para a licitante PwC descreve os serviços prestados da seguinte nos seguintes termos: 6-12

identificação das principais diferenças entre as práticas contábeis adotadas no Brasil para elaboração de demonstrações financeiras locais e o IFRS. E ainda: Em nenhum dos dois atestados consta indicação de serviços de assessoria, consultoria ou acompanhamento na implantação das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) na elaboração das demonstrações financeiras das sociedades emissoras dos respectivos documentos. A respeito desta parte do recurso da KPMG, houve manifestação da PwC às fls. 4 (quatro) de suas contra-razões, conforme transcrito a seguir: Quanto aos atestados emitidos pela Companhia Vale do Rio Doce e pelo Grupo Odebrecht, mais uma vez a KPMG tenta induzir a erro essa r.comissão já que ambos atestam plenamente a experiência da PwC em serviços de consultoria em IRFS (sic) em instituições não financeiras. No atestado emitido pela Vale pode-se ler: 2) DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS Fase I Diagnóstico Identificação das diferenças entre as práticas contábeis atualmente adotadas pela Companhia Vale do Rio Doce para fins de US GAAP (conforme acima) e as IFRS. Para as diferenças identificadas, pesquisamos a literatura técnica com o objetivo de apresentar as conclusões preliminares sobre tratamento contábil. Preparação do diagnóstico preliminar e apresentá-lo à administração da Companhia. O Diagnóstico foi apresentado na forma de slides em Power Point e contém cada uma das diferenças significativas identificadas, juntamente com a base técnica suporte. Definimos os assuntos que, por sua relevância, complexidade ou por não se enquadrarem em uma norma contábil específica, que exigiram pesquisas técnicas detalhadas, assim como a participação de nosso escritório técnico especializado em IFRS (Global Accounting Consulting Services ACS IFRS) sediado em Londres. Coordenamos a revisão do ACS-IFRS. Ainda no atestado emitido pela Odebrecht, pode-se ler: 7-12

2) DISCRIMINAÇÃO DOS SERVIÇOS PRESTADOS Identificação das principais diferenças entre as práticas contábeis adotadas no Brasil para elaboração de demonstrações financeiras locais e o IFRS. Da análise dos atestados em epígrafe, depreende-se que o escopo dos trabalhos é similar ao escopo dos trabalhos solicitado no Edital, indicando que a prestadora do serviço foi obrigada a entender as operações dessas empresas, suas especificidades, e identificar os pronunciamentos em IFRS adequados às transações. A Comissão Técnica entende que os atestados emitidos pelas empresas são VÁLIDOS, estando os respectivos escopos dentro dos preceitos do edital. 2.3. Sobre o julgamento do subitem 4 do recurso da KPMG A KPMG questiona a proposta comercial apresentada pela Ernst & Young e pede a desclassificação da proposta: A Comissão Técnica entende que o julgamento deste item deve ser observado e/ou efetuado pela Comissão de Licitação. 2.4. Sobre o julgamento do subitem 4.2.1 do recurso da KPMG A KPMG questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pelo Banco Central do Brasil em favor da Ernst & Young, afirmando que deveria ser considerado inválido para pontuação. A licitante alega que o serviço prestado pela Ernst & Young não especifica se foi prestado pela Ernst & Young Auditores Independentes S/S (Brasil) ou pela firma membro da Rede Ernst & Young na França, conforme transcrito abaixo: Assim, o atestado não especifica que experiência o escritório de São Paulo da licitante EY possui, de modo que não pode ser considerado. A respeito desta parte do recurso da KPMG, a Ernst & Young explica, em suas contra-razões, que o serviço foi prestado pela empresa brasileira, conforme exposto a seguir: A Ernst & Young Auditores Independentes S/S foi responsável pelo desenvolvimento de todo o projeto junto ao Banco Central do Brasil, ficando a Ernst & Young França como revisora técnica ao final do trabalho. A Ernst & Young Auditores Independentes S/S foi responsável por aproximadamente 80% das horas dedicadas ao projeto. 8-12

Ademais, a KPMG questiona, às fls. 10 (dez) de seu recurso, o período da prestação do serviço e alega que o atestado não atende ao item 11.4.1 do edital, conforme descrito a seguir: De fato, o atestado pode ter sido solicitado em 2004, sendo que os serviços podem ter sido prestados em 2003 e, portanto, fora o (sic) período de comprovação exigido no Edital ( serviços prestados nos últimos 4 (quatro) anos ), devendo, portanto ser excluído para fins de pontuação. Em relação ao período de prestação dos serviços, a Ernst & Young afirma, em seu contrarecurso, que: Os trabalhos foram realizados no período que compreendeu os anos de 2003 e 2004. Após diligência solicitada pela Comissão Técnica e devidamente efetuada pela Comissão de Licitação, conclui-se, pela resposta do atestante, que o trabalho executado pela EY começou em março de 2004, com o relatório final emitido em julho de 2004. Além disso, os profissionais da EY Brasil (São Paulo) fizeram todo o trabalho de discussão das operações, elaboração das notas técnicas e relatório final. O escritório da EY França ficou com a responsabilidade de revisão das notas técnicas. Assim, a Comissão Técnica ratifica a pontuação atribuída ao atestado emitido pelo Banco Central do Brasil em favor da Ernst & Young Auditores Independentes, considerando-o VÁLIDO para pontuação, de acordo com os preceitos do referido edital. 2.5. Sobre o julgamento do subitem 4.2.2 do recurso da KPMG A KPMG questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pelo Banco ABN Amro Real em favor da Ernst & Young, afirmando que deveria ser considerado inválido para pontuação. A licitante alega que o escopo do trabalho de consultoria pode ter sido limitado, abrangendo apenas a fase de diagnóstico, uma vez que a Ernst & Young audita a entidade, fato que impede a prestação de alguns serviços de consultoria, conforme demonstrado a seguir: Isso porque, os mencionados serviços de consultoria prestados pela EY podem referir-se apenas a serviços de diagnóstico ou outros serviços que não possuem a mesma abrangência e profundidade dos serviços objeto do Edital. 9-12

Sobre o questionamento referente ao escopo do serviço, em seu contra-recurso, a Ernst & Young esclarece que: Nos exercícios de 2003, 2004 e 2005 (data da primeira demonstração financeira em IFRS) participamos do diagnóstico das diferenças entre BR GAAP, Dutch GAAP e IFRS, discussões sobre planos de ação, revisões de qualidade sobre as políticas contábeis adotadas e os ajustes calculados, revisão da metodologia desenvolvida pelo Banco para cálculo da Provisão para Devedores Duvidosos e participação no Steering Committee de IFRS para discussão de assuntos relevantes. Nos exercícios de 2006 e 2007: (i) ministramos treinamentos de IFRS para as áreas de contabilidade, políticas contábeis e auditoria interna do Banco; (ii) efetuamos trabalho de revisão e sugestões de melhorias para o processo de elaboração do CBS (Collective Balance Sheet), relatório que contempla as planilhas para a elaboração das notas explicativas em IFRS. Em relação à impossibilidade de prestação do serviço, a Ernst & Young afirma que: O trabalho de consultoria não envolveu responsabilidades relativas ao gerenciamento do projeto, remodelagens de sistemas, definições de políticas contábeis, cálculos e avaliações, tomadas de decisões em nome da administração do Banco ou quaisquer outros serviços que pudessem impactar nossa independência profissional junto ao Banco Real. Outrossim, a KPMG menciona que, no mesmo período, a licitante PricewaterhouseCoopers prestou serviço de consultoria relativo às normas internacionais de contabilidade para o Banco ABN Amro Real. Da análise do atestado emitido pelo Banco ABN Amro Real, deduz-se que o escopo dos trabalhos é similar ao escopo dos trabalhos solicitado no Edital, indicando que a prestadora do serviço foi obrigada a entender as operações do referido banco, suas especificidades, e identificar os pronunciamentos em IFRS adequados às transações. Ademais, a prestação do serviço foi ratificada através de diligência. Dessa forma, a Comissão Técnica entende que o atestado emitido pelo banco é VÁLIDO. 10-12

2.6. Sobre o julgamento do subitem 4.2.3 do recurso da KPMG A KPMG questiona o julgamento relativo ao atestado emitido pela Vivo Participações S/A em favor da Ernst & Young, afirmando que deveria ser considerado inválido para pontuação. A licitante menciona, às fls. 13 (treze), que o escopo do trabalho de auditoria prestado pela Ernst & Young teve escopo e relevância limitados, uma vez que foi auditado o Reporting Package da Brasilcel N.V., conforme exposto abaixo: Isto porque, nos serviços de auditoria de Reporting Package nem todas as contas do balanço são auditadas, somente aquelas que possuem materialidade em face das contas da controladora. Sobre este questionamento, em seu contra-recurso, a Ernst&Young afirma que: Cabe esclarecer que a Vivo Participações S.A. é uma subsidiária relevante da Brasilcel N.V., cujo investimento representa aproximadamente 75% do total dos ativos da Brasilcel N.V. em 30 de junho de 2008. Dessa forma, os serviços de auditoria em IFRS são efetuados com base na materialidade calculada no Brasil e com base nos parâmetros da Vivo Participações S.A. e envolvem procedimentos completos de auditoria para todas as contas relevantes, diferentemente do que alega a KPMG. Com base no exposto, a Comissão Técnica julga que o escopo do serviço atende aos requisitos do Edital e que o atestado é VÁLIDO para pontuação, entendendo que o serviço foi prestado para a Vivo Participações, que reporta seus demonstrativos em IFRS para a BRASILCEL N.V. 3. Conclusão Face ao exposto, a Comissão Técnica sugere ACATAR os recursos administrativos impetrados pela Ernst & Young Auditores Independentes e pela KPMG Auditores Independentes, estritamente quanto ao atestado emitido pelo Banco Votorantim à PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes referente a serviço de auditoria em suas demonstrações financeiras em IFRS. 11-12

Quanto aos demais itens dos recursos impetrados tanto pela KPMG Auditores Independentes quanto pela Ernst & Young Auditores Independentes, não foram consideradas válidas as argumentações técnicas das recorrentes no sentido de alterar a pontuação atribuída, restando ainda à Comissão de Licitação observar os questionamentos que não contemplam assunto da alçada desta Comissão Técnica. Assim, a Comissão Técnica sugere a ALTERAÇÃO da pontuação atribuída à PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes e a manutenção da pontuação das demais licitantes, apresentando a nova pontuação e os respectivos Índices Técnicos no quadro a seguir: Empresa Total de Pontos Recomendados Índice Técnico 1. PricewaterhouseCoopers 56 100,00 2. KPMG 44 78,57 3. Ernst & Young 34 60,71 Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2008. Suzana Costa Ribeiro João Carlos Fernandes Luzio Alexandre Cordeiro de Andrade José Wagner Morais de Paiva Andrea Azevedo Simões Luiz Felipe Fernandes Cunha (integrantes da Comissão Técnica) 12-12