Auto-avaliação da Escola

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Transcrição:

Auto-avaliação da Escola Primeiras imagens T e a RELATÓRIO SÍNTESE 2011-03-31 O presente documento é um relatório que sintetiza as primeiras imagens sobre o funcionamento e o desempenho do Agrupamento de Escolas Gil Vicente elaboaradas a partir de uma iniciativa de recolha de informação inserida num processo de auto-avaliação da organização escolar. No ano lectivo 2009/2010, respondendo ao desafio de desenvolver procedimentos de avaliação interna, identificado pela Avaliação Externa (IGE, 2007) e contemplado nas finalidades do Projecto Educativo, o Agrupamento de Escolas Gil Vicente constituiu uma equipa de avaliação e inscreveu no seu Plano Anual de Actividades a realização de um processo de auto-avaliação na escola. No desenvolvimento das suas actividades e após um movimento de divulgação dos pressupostos, princípios e finalidades subjacentes à avaliação, junto dos órgãos consultivos e de decisão da escola e dos vários actores educativos, a equipa de auto-avaliação elaborou e aplicou um questionário assente em três questões gerais: O que funciona bem?, Que problemas identifica? e Que propostas de resolução sugere?. É com base nos resultado da aplicação deste questionário, a docentes, a alunos do ensino secundário, a pessoal não docente, às associações de pais e encarregados de educação, no último trimestre escolar de 2009/2010, que a TEA elabora a presente leitura de pontos fortes, pontos críticos e sugestões de melhoria. Estas são as primeiras imagens de um processo introspectivo da organização; ainda que não decorram de uma recolha sistemática e exaustiva de informação, são um resultado a ter em consideração numa avaliação mais abrangente da organização e um passo seguro para a apropriação do valor da avaliação como instrumento de melhoria, por parte de todos os que nela trabalham, estudam ou depositam expectativas sobre a educação dos seus filhos. Nem todas as organizações reagem ou interpretam do mesmo modo os processos avaliativos. Por razões de cultura organizacional, história ou contexto, entre outras, cada organização tem o seu modo específico de acolher o processo avaliativo e os seus resultados. No Agrupamento de Escolas Gil Vicente, a TEA encontrou um trabalho cuidado e sustentado por estudo e entendimento sobre avaliação das organizações escolares, desenvolvido pela equipa de avaliação interna, que apostou, essencialmente, numa divulgação clara e fundamentada, junto dos diversos actores da organização escolar, da intenção e do valor da auto-avaliação. Este procedimento, além de contribuir para a transparência do processo, é um pilar estruturante que pode, em qualquer momento, satisfazer o desejo de informação de quem, seja qual for a razão que o mova, procure saber mais sobre o processo. É também um convite à participação de todos através da expressão das suas perpectivas e ideias sobre o funcionamento e o desempenho da escola e sobre como esta pode ser melhorada. Esta síntese das primeiras imagens é um desiderato do esforço de avaliação iniciado em 2009/2010 e da resposta que este mereceu por parte da comunidade educativa. Que outras razões não fossem, entre elas a pertinência de alguns dos resultados encontrados, o facto 1/12

de ter sido tomado com apreço por todos os que responderam aos questionários aplicados é suficiente para relevar a sua divulgação. Não se trata, contudo, de um relatório de avaliação da organização escolar; sendo uma síntese dos resultados dessa auscultação preliminar, deverá ser tomada como tal. O relatório de auto-avaliação será produto de uma avaliação sistemática e abrangente, actualmente em curso, e na qual se tomarão os resultados aqui identificados como parte da informação. Esta síntese está apresentada em quatro partes de modo a permitir aos seus utilizadores identificar o corpus da síntese elaborada; conhecer a análise a que foi submetida a informação; constatar os principais resultados, divididos em pontos fortes e aspectos a melhorar; e perpectivar algumas soluções de melhoria da escola pensadas pelos elementos da sua comunidades educativa. É com elevada expectativa sobre a utilidade deste documento, subsidiário de uma avaliação mais abrangente mas com valor próprio para poder influenciar algumas medidas de melhoria do funcionamento do Agrupamento de Escolas Gil Vicente e incentivar a participação e aceitação da avaliação como instrumento de melhoria, que a TEA apresenta as Primeiras Imagens da Auto-avaliação da Escola. Conceição Gonçalves 2/12

1. Corpus de análise Todas as afirmações sobre o funcionamento ou o desempenho do Agrupamento de Escolas Gil Vicente que constam desta síntese de resultados tiveram por base a informação gerada pela aplicação de um questionário aos seguintes grupos de actores educativos: docentes, pessoal não docente, alunos do ensino secundário e representantes das associações de pais e encarregados de educação. A técnica de inquérito por questionário foi utilizada pela equipa de avaliação da escola como meio de recolher a opinião dos diversos membros da comunidade educativa sobre a eficácia da actuação e organização [do agrupamento de escolas]. 1 e num formato de resposta aberta que deixa ao respondente a escolha de quais são os factores do funcionamento e desempenho da escola a que pretende dar relevo. No questionário, com quatro versões que variam apenas na designação dos seus destinatários, são três as questões propostas: (a) Pontos Fortes - O que funciona bem?, (b) Pontos Críticos Que problemas identifica? e (c) Sugestões de melhoria Que propostas de resolução sugere?. Sendo que para cada uma destas questões o respondente pode apresentar, no máximo, três testemunhos como resposta. São, portanto, as respostas a estas três questões, apresentadas por 67 docentes, 20 elementos do pessoal não docente, 226 alunos do ensino secundário e 5 representantes das associações de pais e encarregados de educação, que constituem o corpus desta síntese de resultados. No caso dos docentes, do pessoal não docente e das associações de pais e encarregados de educação o convite para responder ao questionário foi endereçado ao universo de potenciais respondentes, sendo a resposta voluntária. No caso dos alunos a aplicação foi feita por grupos/turma e também com carácter voluntário. A informação disponível é, pois, aquela que, no terceiro trimestre do ano lectivo de 2009/2010, os elementos da comunidade educativa disponibilizaram. As taxas de participação para docentes (35%) e pessoal não docente (48%) ficam aquém da metade do universo de potenciais respondentes, contudo, num processo de autoavaliação de escolas a finalidade da análise da informação não é a inferência estatística nem é a certificação da organização face a um conjunto de critérios, situações em que taxas elevadas de resposta estão na base de inferências sobre a organização. A finalidade, num processo interno de avaliação, é, sim, encontrar evidências que sustentem decisões que visem a melhoria da organização escolar. Certamente que quanto mais elevados forem os níveis de participação, em processos de auscultação por questionário, mais abrangentes poderão ser as conclusões geradas; contudo, porque todos os contributos voluntários recebidos são testemunhos de quantos no Agrupamento de Escolas Gil Vicente quiseram potenciar a melhoria da organização em que trabalham, estudam ou na qual depositaram a confiança para a educação dos seus filhos, a informação gerada é fiável e válida no contexto de um processo de auto-avaliação, portanto, passível de análise e interpretação. 1 in texto de introdução ao Questionário. 3/12

2. Tratamento da informação O Agrupamento de escolas Gil Vicente estabeleceu como objecto de avaliação a escola, tendo em consideração a partição do seu funcionamento e desempenho em função de cinco domínios resultados, prestação do serviço educativo, organização e gestão escolar, liderança e capacidade de auto-regluação e melhoria da escola os mesmos que são considerados no referencial de avaliação externa das escolas, da Inspecção Geral de Educação. Assim sendo, a leitura e interpretação dos dados foi organizada de modo a ser possível identificar em que domínios (e respectivos factores) se enquadram os resultados enunciados. Seguidamente enunciam-se as fases de tratamento da informação. Fase 1. Lançamento das respostas numa base de dados, separadas por tipo de respondente e por questão. A base de dados apresenta um total de 2862 células de entrada de informação de natureza qualitativa que descrevem o ponto forte, ponto fraco e sugestão de melhoria enunciados pelos respondentes. Fase 2. Análise de conteúdo da informação de modo a gerar categorias de análise que permitiram leituras agregadas dos pontos fortes, dos pontos críticos e das sugestões de melhoria. Procedeu-se a ajustamentos no conjunto de categorias utilizadas conforme o grupo de respondentes, pois, não tendo havido condicionamento a priori de domínios ou factores a mencionar nas respostas (o questionário é de resposta aberta, sendo que cada respondente selecciona os aspectos que considera relevantes), há grupos de respondentes que elegem aspectos da organização escolar que outros não os chegam a mencionar. Fase 3. Estabilizadas as categorias de análise foram feitas estatísticas descritivas elementares para identificação de tendências de resposta e identificação de pontos comuns aos diferentes grupos de respondentes. Fase 4. As categorias dominantes para pontos fortes, pontos críticos e sugestões de melhoria foram subordinadas aos domínios e factores do Quadro de Referência através de um instrumento organizador (Figura 1) que foi utilizado para juntar os pontos que permitiram definir as primeiras imagem de escola. Domínio Factor Pontos fortes Pontos críticos Sugestões de Melhoria Resultados Sucesso académico (registo) (registo) (registo) Participação e desenvolvimento cívico Comportamento e disciplina Valorização e impacto das aprendizagens (registo) (registo) (registo) (registo) (registo) (registo) (registo) (registo) (registo) Figura 1. Matriz de identificação de pontos fortes, pontos críticos e sugestões de melhoria por domínios e factores do Quadro de Referência. 4/12

Este instrumento foi, também, utilizado para gerar visões parciais da organização escolar; seleccionando domínios ou factores, geraram-se leituras por domínio (ou factor) que concentram o entendimento do funcionamento e desempenho da organização nos mesmos. A escola ao avaliar-se enquanto organização pode gerar informação sobre a qualidade do seu desempenho em várias dimensões de actividade e utilizar essa informação para sustentar decisões que venham a traduzir-se na melhoria do ensino, do funcionamento da organização, da liderança e dos resultados dos alunos. Tendo este pressuposto presente, a TEA procedeu ao tratamento e interpretação dos dados existentes e enunciou os resultados que a seguir se apresenta sob a designação de primeiras imagens 5/12

3. Primeiras imagens Nesta secção são enunciados os resultados que sustentam as primeiras imagens do Agrupamento de Escola Gil Vicente separados em pontos fortes e pontos críticos. Pontos Fortes A leitura que os diferentes actores fazem sobre quais são os pontos fortes do agrupamento de escola é variegada. Existem, contudo alguns vectores comuns como é o caso do reconhecimento do serviço prestados pela Biblioteca/Centro de Recursos, destacado por variados atributos, entre eles o funcionamento, a disponibilidade, e os projectos e actividades que promove. Professores e alunos mencionam-na como um bem que apoia o seu trabalho e o seu estudo (cf. Quadros 1 e 3). Outro vector comum, neste caso aos profissionais docentes e não docentes é o entendimento de si mesmos como profissionais competentes e dedicados: os docentes destacam o seu empenho, aliado à competência e dinamismo, como uma mais valia para o bom desenvolvimento das actividades escolares, salientam, ainda, a capacidade de coordenação a vários níveis de liderança e a colaboração; os não docentes referem-se à competência do seu desempenho e à sua disponibilidade como factores essenciais ao bom funcionamento da organização (cf. Quadros 1 e 2). Também os pais e encarregados de educação salientam como ponto forte da organização a competência dos professores a sua disponibilidade e a qualidade do ensino. Esta é uma percepção que alguns alunos do ensino secundário também consideram relevante destacar entre os pontos fortes da organização (cf. Quadro 3). Os Quadros que se seguem proporcionam uma leitura mais detalhada dos pontos fortes em função do grupos de actores educativos, sendo que para os Encarregados de Educação não faz sentido o tratamento das frequêncais tendo em conta que são 5 as Associações de Pais e encarregados de educação que apresentaram o seu testemunho e que todas elas mencionaram como ponto forte o desempenho dos docentes, já aqui referido. Quadro 1 Pontos fortes identificados por docentes categorias de resposta ordenadas por frequência relativa. Pontos fortes (O que funciona bem?) Coordenação. A coordenação das estruturas intermédias e de topo é destacada através do trabalho de coordenação dos directores de turma, elogiado pela sua estratégia de organização e de apoio, da coordenação das várias escolas, da direcção da escola, referida pela articulação e proximidade da coordenação do 1º ciclo, mas também pela liderança forte e gestão estratégica, boa articulação com outras estruturas de gestão e resposta aos problemas ou incentivo às iniciativas. % docentes 52% Colaboração entre docentes. Trabalho cooperativo, 1º ciclo, troca de experiências e materiais. Biblioteca. Este serviço da escola é mencionado entre os pontos fortes por uma variedade de atributos que incluem a qualidade do seu funcionamento e dos projectos e actividades que desenvolve, a competência dos seus funcionários ou o seu acervo. É vista como um espaço dinamizador de actividades e de difusão de cultura. 48% 32% 6/12

Empenho. Disponibilidade e empenho dos docentes para resolução das situações da vida da escola, incluindo a participação em projectos, mas também competência e dinamismo, concorrem para o bom desenvolvimento das actividades. 21% Ambiente educativo. Existe um bom relacionamento entre os vários actores educativos. 21% Espaços da escola. Seja explicitamente pelos melhoramentos introduzidos pelas obras, as salas são referidas como um espaço agradável e luminoso e os pátios e espaços lúdicos e as instalações desportivas são também mencionados entre os pontos fortes da escola. 17% Documentos estruturantes. O PAA é o documento de referência da condução da actividade do agrupamento mais referido entre os pontos fortes. O interesse das actividades que comporta e a participação de diferentes departamentos na sua concretização é igualmente objecto de destaque. 14% Tecnologia. O apetrechamento tecnológico das salas de aula com computadores, quadros interactivos e projectores é mencionado como bem à disposição de alunos e professores. 11% Papel dos auxiliares de acção educativa. Estão disponíveis para responder às solicitações e fazem-no em concertação com os docentes. 10% Potencialidades do agrupamento. Favorecimento da articulação entre as diferentes estruturas. 6% Educação especial. Existência de uma equipa de educação especial 5% Quadro 2 Pontos fortes identificados por pessoal não docente categorias de resposta ordenadas por frequências relativas. Pontos fortes (O que funciona bem?) Desempenho do pessoal não docente. A disponibilidade e o zelo que os funcionários colocam no cumprimento das tarefas que lhes são atribuídas são destacados pelos próprios como um contributo importante para o bom funcionamento da organização. % pessoal não docente 55% Relacionamento. O bom relacionamento entre funcionários e professores, entre os primeiros e os aluno se entre os próprios funcionários é uma dimensão positiva da vida e do trabalho na organização escolar. Serenidade nos corredores. O facto de os alunos não permanecerem nos corredores no período de aulas torna o ambiente mais calmo e facilita o controlo e a manutenção da limpeza. Direcção da escola. A direcção da escola é mencionada pela proximidade e pela coordenação do pessoal não docente. Colaboração entre os pares. Os funcionários ajudam-se na realização das suas tarefas, na resolução de problemas e na superação de dificuldades. 35% 35% 20% 10% Disponibilidade para apoiar professores e alunos. O facto de a limpeza ser assegurada por uma empresa liberta os funcionários deste tipo de tarefas permitindo-lhes maior disponibilidade para apoiar os professores e os alunos. 10% Escola como referência educativa. A escola destaca-se pela dimensão do espaço escolar, pelos recursos audiovisuais e pela multiculturalidade dos alunos. 5% 7/12

Quadro 3 Pontos fortes identificados por alunos do ensino secundário categorias de resposta ordenadas por frequências relativas. Pontos fortes (O que funciona bem?) Instalações desportivas. São visualmente agradáveis, amplas, com boas condições para a prática desportiva, seguras; isto tanto no que respeita ao ginásio como aos campos ao ar livre; os balneários também têm boas condições. % alunos 42% Biblioteca. É um espaço bonito e agradável, com bons recursos, incluindo o acesso a computadores; é um local de estudo sempre tranquilo; o atendimento é muito simpático e um apoio para os alunos. 36% Espaços da escola. A escola é descrita como mais bonita e com um design mais moderno e seja pela amplitude dos seus espaços, pela preservação de alguns espaços, seja porque as salas são um espaço agradável e luminoso ou os pátios e espaços lúdicos são agradáveis, ou ainda devido a espaços como a sala de teatro ou os laboratórios, as instalações são elogiadas pelos alunos. 35% Tecnologia. O apetrechamento tecnológico das salas de aula com computadores, quadros interactivos e projectores é mencionado como um bem à disposição de alunos e professores. 16% Professores. A sua competência, dedicação e apoio é reconhecida pelos alunos. 11% Oportunidades de aprendizagem. A variedade de iniciativas que vão sendo desenvolvidas na escola, incluindo exposições subordinadas a vários temas, actividades extracurriculares e de apoio a alunos, desporto escolar, constituem oportunidades que engrandecem a escola como espaço de aprendizagem. Associação de estudantes. O apreço pela sua existência e pelo papel que tem na representação dos alunos. Instalações sanitárias. Após as obras não só são em maior número como as suas condições de higiene são boas. 11% 8% 8% Segurança. O controlo das entradas aumenta a segurança na escola. 5% O espaço da escola merece destaque entre os pontos fortes, especialmente para os alunos. Não é assunto consensual quando se trata de fazer uma análise estética ou funcional, mas a amplitude e a modernização das instalações, acima de todas, das instalações desportivas, é matéria de apreço. Pontos Críticos (ou aspectos a melhorar) Na identificação de pontos críticos os docentes dão destaque à necessidade de colmatar necessidades de apoio especializado, enquanto os alunos e os assistentes operacionais se concentram em questões relacionadas com as instalações e os espaços. Os Quadros 4,5 e 6 proporcionam uma leitura da perspectiva dos vários actores. Na perspectiva dos encarregados de educação o que há a melhorar é a qualidade da alimentação fornecida na cantina e é o reforço da segurança dentro e fora do espaço escolar. 8/12

Quadro 4 Pontos críticos identificados por docentes categorias de resposta ordenadas por frequência relativa. Pontos críticos (O que precisamos melhorar?) Apoios especializados. A falta de recursos humanos faz-se sentir nos apoios especializados aos alunos com necessidades educativas especiais, nos SPO e no apoio aos alunos de Língua Portuguesa como Língua não materna. Instalações. Os espaços físicos e as instalações da escola são referidas entre os aspectos a melhorar pela precariedade dos materiais utilizados na sua construção, pela utilização que deles é feita (falta de espaços de convívio ou de brincadeira para os alunos mais jovens e a separação dos espaços de trabalho dos espaços de convívio) ou, ainda, por estarem pouco limpos. Liderança mais próxima. Os actores educativos desejam ter a direcção mais próxima do quotidiano da escola, concertada, e anseiam por um reforço da motivação e envolvimento de todos nas decisões da escola e na concepção de um rumo, de um projecto de escola. Recursos materiais. Os recursos materiais são mencionados pelo seu desgaste, por exemplo, no que respeita a canetas para quadros interactivos, ou à sua falta quando se trata de computadores, impressoras ou materiais didácticos. Articulação entre ciclos de ensino. Entre os aspectos a melhorar é mencionada a necessidade de estender o conhecimento e o entendimento da realidade do 1.º ciclo aos restantes ciclos e níveis de ensino do agrupamento e de reforçar o apoio aos alunos na transição entre ciclos. Recursos humanos. A falta de auxiliares de acção educativa ou a sobrecarga dos professores com inúmeras tarefas são causa apontada para a falta de capacidade de resposta a todas as tarefas por parte dos recursos humanos. Condições de trabalhos dos professores. A distribuição de serviço na OPTE, os horários das reuniões e a falta de uma sala de trabalho onde estejam disponíveis computadores e impressora são situações que os docentes gostariam de ver melhorar. Serviços de apoio. Reprografia, serviços administrativos, biblioteca funcionam em horários que não facilitam ou permitem o acesso a todos os seus utilizadores. Situações disciplinares. A complexidade dos procedimentos disciplinares dificulta a resolução célere dos problemas de indisciplina, o apelo à participação de todos na correcção de situações de mau comportamento é também visto como um aspecto a melhorar, a coexistência de regras diferentes no seio do agrupamento também deve ser revista. Alimentação. O bar e o refeitório poderiam disponibilizar alimentos mais saudáveis e o bar poderia alargar o seu horário de funcionamento de modo a abranger um período maior da actividade escolar. Os preços praticados no bar são também mencionados como elevados. Burocracia. Certos requisitos burocráticos são mencionados por dificultarem a actividade pedagógica ou por tomarem muito tempo aos professores (um exemplo mencionado são os requisitos necessários à realização de visitas de estudo). Segurança. O controlo do acesso à escola pode ser melhorado, assim como a vigilância dos espaços. % docentes 40% 35% 27% 25% 24% 21% 19% 17% 16% 16% 11% 6% 9/12

Quadro 5 Pontos críticos identificados por pessoal não docente categorias de resposta ordenadas por frequência relativa. Pontos críticos (O que precisamos melhorar?) Estrutura e dimensão da escola sede. Pela dimensão ou pela organização dos espaços as instalações da escola sede causam alguma dificuldade ao trabalho dos auxiliares. A escola é grande, o facto de um dos espaços de convívio dos alunos ser na entrada dificulta o atendimento do telefone ou de quem se dirige à recepção, a falta de espaços para recreio dos mais novos, a proximidade do refeitório acarreta barulho e concentração de cheiro a comida na biblioteca. % pessoal não docente 50% Falta de Assistentes Operacionais. No entender do pessoal não docente os Assistentes Operacionais são em número insuficiente para realizar todas as tarefas que há para executar, sendo difícil atender a todas as solicitações que podem surgir ao mesmo tempo. 40% Comportamento dos alunos. Alguns alunos têm um comportamento indisciplinado outros são desrespeitosos na relação com os assistentes operacionais e com os professores. 40% Comunicação. A necessidade de conhecimento por parte dos Assistentes Operacionais dos horários dos docentes, de iniciativas/eventos, de reuniões e de outros acontecimentos da vida da escola, para que possam realizar as suas tarefas, está na origem do desejo de um acréscimo de comunicação na organização escolar; incluindo da comunicação entre os assistentes operacionais e a Direcção. 40% Segurança. O controlo do acesso à escola pode ser melhorado, especialmente no que diz respeito à identificação de visitantes da escola. 20% Sujidade. Alguma sujidade é deixada pelos alunos, especialmente, no refeitório, outra deve-se à falta de competência do trabalho efectuado pela empresa que assegura a limpeza. 20% Liderança mais próxima. Os assistentes operacionais desejam ter a direcção mais próxima do quotidiano da escola, mais visível nos corredores. 20% Quadro 6 Pontos críticos identificados por alunos do ensino secundário categorias de resposta ordenadas por frequência relativa. Pontos Críticos (Que problemas identifica?) Instalações sanitárias. O facto de estarem fechadas, de haver controlo de papel higiénico por parte dos assistentes operacionais ou a falta de higiene em alguns casos, causam constrangimentos de acesso às instalações sanitárias. % alunos 23% Accionamento dos cartões. Existem algumas dificuldades como o número reduzido de locais de carregamento, as falhas dos equipamentos de registo, do sistema informático ou de luz, que condicionam a utilização dos cartões. 16% Questões com assistentes operacionais. Alguns desentendimentos sobre o modo ou o tom do discurso ou mesmo sobre a disponibilidade e simpatia dos assistentes operacionais são as razões que colocam a relação entre estes e os alunos entre os aspectos a melhorar, na perspectiva dos alunos. 14% Alimentação. As refeições servidas na cantina e os alimentos vendidos no bar da escola podiam ser melhoradas, na perspectiva dos alunos do ensino secundário; no primeiro caso especialmente porque as consideram mal confeccionadas ou pouco saborosas, no segundo por falta de variedade e preço elevado. 12% Numa sítese das primeiras imagens da organização escolar subordinada aos domínio do Quadro de Referência, destaca-se na Figura 2 os pontos fortes e os aspectos a melhorar mais relevantes. 10/12

+ Relacionamento entre os actores + Colaboração entre docentes + Instalações desportivas + Biblioteca + Desempenho do Pessoal não docente 1 Resultados + Competência e disponibilidade dos docentes + Coordenação (nas estruturas intermédias e de topo) 2 Prestação do Serviço Educativo 3 Organização e Gestão 4 Liderança 5 Auto-regulação e Melhoria - Falta de Assistentes Operacionais - Apoios especializados - Instalações (materiais de construção) - Instalações sanitárias (acesso e condições de utilização) - Accionamento de cartões - Estrutura e dimensão da escola 1 Figura 2. Pontos fortes e aspectos a melhorar em cada domínio de avaliação da organização escolar (identificados respectivamente com os sinais + e -). 11/12

4. Sugestões de melhoria As sugestões de melhoria apresentadas (Figura 3) são as enunciadas pelos respondentes, sem que tenham sido sujeitas a elaborações estratégicas ou a considerações sobre a sua exequibilidade. Devem ser tomadas como um conjunto de ideias plausíveis que podem ser exploradas e transformadas em medidas ou pequenas intervenções que visem melhorar alguns dos aspectos apontados. Identificação das visitas - cartões de cores diferentes conforme a finalidade da visita Espaços de trabalho para professores equipados com computador e impressora. Celebração, reconhecimento e comunicação criar/reforçar oportunidades de manifestação de apreço e reconhecimento pelo trabalho de docentes e não docentes. Reparar equipamentos máquinas de accionar cartões, quadros interactivos Melhorar serviços rever horários de funcionamento, insistir numa alimentação saudável. Espaços de convívio abrir o espaço actualmente destinado à Associação de Estudantes, plantar árvores para criar sombras no espaço exterior. Aproximação à comunidade através das actividades do PAA, mas também de parcerias com instituições de ensino superior que possam proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional dos docentes Mais agrupamento reforçar as iniciativas que aprofundam a relação entre os vários ciclos de ensino Figura 3. Sugestões de melhoria. A auto-avaliação da escola convergirá num retrato da organização escolar quanto a vários domínios de desempenho Resultados, Prestação do Serviço Educativo, Organização e Gestão Escolar, Liderança e Capacidade de Auto-regulação e Melhoria da Escola. Identificará pontos fortes da actividade e das condições da escola e o que é preciso melhorar. As leituras deste retrato sustentarão a construção de uma visão de futuro para a escola. Por agora, com esta síntese, o Agrupamento de Escolas Gil Vicente dispõe de um conjunto de imagens sobre as quais pode reflectir e que pode utilizar para conceber algumas intervenções de melhoria. A auto-avaliação produz um retrato da escola, um alicerce para uma visão de futuro 12/12