澳 門 特 別 行 政 區 政 府 Governo da Região Administrativa Especial de Macau 個 人 資 料 保 護 辦 公 室 Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais
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1 Estudo do grau de conhecimento e das necessidades de protecção de dados pessoais entre os alunos do ensino secundário e do ensino superior de Macau 2014 Sumário Para saber qual o grau de conhecimento e as necessidades de protecção de dados pessoais entre os jovens locais, o (GPDP) solicitou ao Centro de Estudos de Ciências de Educação da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade de Macau a realização, no 4.º trimestre do ano de 2014, do Estudo do grau de conhecimento e das necessidades de protecção de dados pessoais entre os alunos do ensino secundário e do ensino superior de Macau O presente estudo foi principalmente realizado através de inquérito por questionário, complementado por entrevistas aprofundadas e por análise de materiais didácticos. Em relação aos sujeitos da investigação, o estudo em causa abrange os alunos do ensino secundário e do ensino superior e o pessoal docente. No que se refere ao inquérito por questionário, foram recebidos questionários válidos, provenientes de estudantes de 12 escolas secundárias (seleccionadas aleatoriamente entre 46 escolas secundárias locais) e de 5 estabelecimentos do ensino superior. Quanto às entrevistas aprofundadas, a equipa de investigação realizou entrevistas com 15 professores, cujas áreas de especialização ou disciplinas leccionadas têm relação com a protecção de dados pessoais, por exemplo, os docentes das disciplinas de educação moral, de conhecimentos gerais, de Direito, de Comunicações, de Ciência e Tecnologia e de Educação. Cada entrevista aprofundada teve a duração de 60 a 90 minutos. I. Inquérito destinado aos alunos Em relação a este inquérito destinado aos alunos o estudo incluiu principalmente os seguintes aspectos: a atitude sobre a recolha e a utilização de dados pessoais, as situações de transferência de dados pessoais, os conhecimentos e a atitude sobre a protecção de dados pessoais na utilização da Internet e de telemóvel inteligente, bem como as situações de subtracção e falsidade de dados pessoais. 1
2 1. Estatísticas sobre a recolha e a utilização de dados pessoais Na opinião dos alunos inquiridos, as situações com maior risco para a privacidade são: furto de documento de identificação (64,7%), sistema de vigilância em circuito fechado (64,5%), serviços da Internet/websites das redes sociais (58,8%), fuga de informações (56,6%), telemóvel inteligente/aplicação de telemóvel (56,3%), fotocópia/digitalização de documento de identificação (34,3%) e a transferência tranfronteiriça de dados (21,2%). Os dados que os alunos não querem oferecer às empresas, associações ou governo são: informações sobre os membros da família (64,5%), estado financeiro (56,7%), endereço (53%) e dados genéticos (52,8%). As razões para não quererem oferecer as informações acima referidas são: serem dados pessoais sem nenhuma relação com as empresas ou instituições (29,7%), não haver necessidade de lhas oferecer (13,5%), não quererem que terceiros tomem conhecimento do endereço e meios de contacto (12,2%) e considerarem que tal é importante para a prevenção de crimes/ segurança (10,9%). Confiança dos alunos inquiridos nos responsáveis pelo tratamento de dados pessoais Responsável pelo tratamento de dados Confiança dos alunos pessoais inquiridos (%) Prestadores de serviços de saúde 66,00 Serviços públicos 64,10 Instituições financeiras 58,80 Companhias de Seguros 40,00 Instituições de beneficência 40,00 Instituições de investigação 28,60 Empresas de fomento predial 23,30 Empresas de tecnologia 19,40 Sector das redes sociais 14,70 Empresas de venda a retalho 14,30 Sector do comércio electrónico 12,90 Instituições de crédito 11,60 2
3 Formas mais utilizadas pelos alunos para a protecção de dados pessoais Forma Utilização dos alunos (%) Controlar as definições de privacidade de websites de redes 52,20 sociais Limpar o histórico de pesquisas e de navegação 44,90 Rasgar papéis contendo dados pessoais 36,50 Verificar a segurança de websites antes de fornecer os dados 35,00 pessoais Perguntar às entidades públicas ou privadas a razão de 29,20 necessidade de dados pessoais Fornecer dados pessoais falsos 24,90 Ler políticas e avisos sobre a privacidade 23,20 Recusar fornecer os dados pessoais 22,30 Não utilizar nenhuma aplicação em dispositivo móvel 8,80 51,8% dos alunos manifestam preocupação sobre a transferência dos dados pessoais para o exterior, praticada por entidades locais. 71,3% dos alunos consideram que os responsáveis pelo tratamento devem, por sua iniciativa, informar o titular dos dados das formas de protecção dos seus dados. 81,8% dos alunos consideram que, aquando da perda dos dados pessoais, os responsáveis pelo tratamento devem informar o interessado. Devido à preocupação da protecção e utilização dos dados pessoais, 17,2% dos alunos recusaram fornecer os seus dados pessoais a serviços ou instituições públicas e 52,4% dos alunos recusaram fornecer os dados pessoais a entidades privadas. 13,7% dos alunos prestam atenção à Lei da Protecção de Dados Pessoais. Em caso de utilização abusiva de dados pessoais, 38,8% dos alunos queixar-se-ão ao. 3
4 2. Estatísticas sobre a privacidade no uso da Internet e de telemóvel inteligente 79,5% dos alunos consideram que os websites recolhem os dados pessoais dos visitantes. 76,7% dos alunos consideram que as aplicações de telemóvel (app) recolhem os dados pessoais de utilizadores. 47,4% dos alunos mostram-se arrependidos de ter divulgado informações nas redes sociais. 51,1% dos alunos consideram que as redes sociais servem principalmente como um local de actividades privadas, onde os utilizadores partilham informações com os seus amigos enquanto 37,3% dos alunos consideram que são, principalmente, área pública onde o utilizador divulga informações aos outros. 67% dos alunos referem que não lêem políticas de privacidade de websites. Situação de leitura dos alunos sobre políticas de privacidade de websites Não sabem, 16,50% Lêem, 16,50% Lêem Não lêem Não lêem, 67% Não sabem 4
5 Os alunos não lêem as respectivas políticas pela razão principal de serem muito longas e tão complexas (77,1%) Razões que levam aos alunos de não lerem as politicas de privacidade As instituições não cumprem as respectivas políticas, 3% Outras razões, 2,80% Muito longas Não há necessidade de ler, 8,20% Não são fáceis de encontrar, 8,90% Muito complexas Não são fáceis de encontrar Muito complexas, 21,30% Muito longas, 55,80% Não há necessidade de ler As instituições não cumprem as respectivas políticas Outras razões 43,4% dos alunos consideram que as políticas de privacidade, oferecidas por websites, lhes permitem sentir-se seguros e garantidos Opiniões dos alunos sobre os websites que disponibilizam políticas de privacidade Opiniões Percentagem dos alunos (%) Sinto-me seguro e garantido 43,40 É um website com respeito pela privacidade 42,20 Acho que este tipo de website se torna mais 42,00 responsável/legal Isso pode-me ajudar a decidir se utilizo ou não o 34,60 respectivo website Fico mais atento na utilização do website 33,00 É difícil ler as respectivas políticas 21,60 Ainda não tenho a confiança no website 19,40 Não sabem 13,00 Outras opiniões 1,00 5
6 II. Entrevistas aprofundadas com o pessoal docente As entrevistas aprofundadas com professores abrangeram a discussão de várias matérias, nomeadamente o conhecimento e as experiências individuais dos próprios professores sobre a protecção de dados pessoais, a protecção de dados pessoais no âmbito do seu trabalho e nas actividades pedagógicas, bem como as dificuldades encontradas e os apoios necessários para ensinar aos alunos o tema da protecção de dados pessoais. Resumo dos resultados das entrevistas aprofundadas: A maioria dos professores entrevistados tem um conhecimento relativamente abrangente sobre as noções de dados pessoais. Em relação ao tratamento de dados pessoais, têm uma atitude cautelosa. No entanto, têm um nível de conhecimento relativamente baixo em relação aos seus direitos e ao seu exercício, por exemplo, direito de informação, direito de oposição ou até o direito de direito de indemnização. Os professores entrevistados reconhecem a importância da protecção de dados pessoais, mas desvalorizam as consequências da fuga de dados pessoais. A maioria de professores concorda que o tema da protecção de dados pessoais se deve inserir no programa da disciplina de educação cívica. Apenas 28,6% dos professores entrevistados referem terem recebido formação sobre a protecção de dados pessoais. A maioria de professores considera que existem as seguintes três dificuldades principais no ensino da matéria da protecção de dados pessoais: 1. O pessoal docente não tem conhecimentos suficientes sobre a matéria em causa; 2. Não há materiais didácticos específicos; 3. É muito difícil estabelecer uma disciplina própria para ensinar a protecção de dados pessoais. 6
7 III. Sugestões do estudo Com os resultados obtidos, o presente estudo sugere que: 1. Se deve desenvolver nas escolas a educação sobre a protecção de dados pessoais. A par disso, na realização dessa educação, deve incutir-se nos estudantes a consciência da protecção de dados pessoais segundo os níveis de desenvolvimento dos estudantes dos diferentes escalões etários. 2. Se deve elevar os conhecimentos do pessoal docente sobre a protecção de dados pessoais. A respectiva matéria pode inserir-se no curso de formação de professores. 3. As escolas devem proporcionar aos professores instruções de trabalho sobre o tratamento de dados pessoais. 4. As acções de promoção destinadas a toda a sociedade, devem ser realizadas conforme as necessidades dos diferentes estratos sociais. Para reforçar o efeito da sensibilização da Lei da Protecção de Dados Pessoais, devem utilizar-se casos reais na explicação. 7
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