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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 403/96 - Plenário - Ata 27/96 Processo nº TC 017.660/93-9 Responsáveis: Eduardo Lacerda Trevisan (ex-prefeito), Luiz Márcio Pozzi (vice-prefeito, a época) e Paulo Manoel Christino Alho da Silva (Diretor da Construtora Brasília Ltda). Entidade: Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio/PR. Relator: Ministro Bento José Bugarin. Representante do Ministério Público: Dr. Jatir Batista da Cunha. Unidade Técnica: SECEX/PR. Especificação do "quorum": Ministros presentes: Homero dos Santos (na Presidência), Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin (Relator) e os Ministros-Substitutos José Antônio Barreto de Macedo e Lincoln Magalhães da Rocha. Assunto: Tomada de Contas Especial. Ementa: Tomada de Contas Especial. Convênio. SDR. Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio PR. Superfaturamento de preços ocasionado pela subcontratação de obras. Alegações de defesa rejeitadas. Novo prazo para recolhimento do débito. Data DOU: 30/07/1996 Página DOU: 14180 Data da Sessão: 10/07/1996 Relatório do Ministro Relator: GRUPO: I - CLASSE II - PLENÁRIO TC 017.660/93-9 NATUREZA: Tomada de Contas Especial. ENTIDADE: Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio/PR.

RESPONSÁVEIS: Eduardo Lacerda Trevisan (ex-prefeito), Luiz Márcio Pozzi (Vice-Prefeito, à época) e Paulo Manoel Christino Alho da Silva (Diretor da Construtora Brasília Ltda). EMENTA: Tomada de Contas Especial transformada em razão de denúncia apresentada pela Câmara Municipal, consoante Decisão nº 510/94 - Plenário (Ata nº 28/94). Realização de Inspeção. Citação dos responsáveis acerca do superfaturamento, em conseqüência da subcontratação do objeto pactuado, nos preços praticados na perfuração de poços semi-artesianos. Rejeição das alegações, uma vez que foram consideradas improcedentes. Fixação de novo e improrrogável prazo para que os responsáveis recolham os valores devidos. Em apreciação a Tomada de Contas Especial da Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio/PR, tendo em vista as diversas irregularidades constatadas na execução do Convênio nº 008/91/SDR-PR, firmado, em 28/10/91, entre a extinta Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República - SDR/PR e a referida Municipalidade, com a interveniência das Prefeituras Municipais de Andirá, Assaí, Bandeirantes, Leópolis, Nova Fátima, Santa Mariana e Sertaneja, todas no Estado do Paraná, tendo por objeto a perfuração de 26 (vinte e seis) poços semi-artesianos nas mencionadas localidades. EXAME ANTERIOR 2. Consoante Decisão nº 196/93 - Plenário (fls. 08), o Tribunal, ao acolher as nossas conclusões, resolveu conhecer da denúncia apresentada pela Câmara Municipal de Cornélio Procópio face ao atendimento dos requisitos de admissibilidade, para determinar à SECEX/PR a adoção de providências para sua instrução. 3. Em razão da inspeção e diligência realizadas pela SECEX/PR (fls. 09/30, 96, e 137/139), resultou a Decisão nº 510/94 - Plenário (fls. 140/141), no sentido de: a) transformar o processo em Tomada de Contas Especial; b) mandar citar os responsáveis, na forma legal; c) determinar a apensação do TC 006.595/94-4 aos autos; d) dar conhecimento da Decisão à Câmara Municipal de Cornélio Procópio; e) cancelar a chancela de sigiloso aposta aos autos. 4. Nos termos dos Ofícios de fls. 143/148, os responsáveis, Luiz Márcio Pozzi, Eduardo Lacerda Trevisan e Paulo Manoel Christino Alho da Silva foram devidamente citados, solidariamente,

em decorrência do superfaturamento, consoante valores ali consignados. 5. Em atendimento, os mencionados responsáveis apresentaram as alegações de defesa consignadas às fls. 151/252, que em essência, são as seguintes: Luiz Márcio Pozzi e Eduardo Lacerda Trevisan (fls. 152/169): 6. Os poços estavam sendo perfurados; nenhuma responsabilidade cabe ao Município nem à empresa contratada; a inflação era bastante alta e que os preços dos contratos eram fixos e irreajustáveis; o contrato com a Construtora Brasília Ltda tinha conotação aleatória, de risco; as irregularidades contidas no Edital não tem significado lesivo; a subcontração não afeta a execução do contrato; a documentação do ponto de vista técnico resultou aprovada; e, finalmente, que não consta inadimplência do SIAFI. Paulo Manoel Christino Alho da Silva (fls. 193/200) 7. Não iniciou, em nome próprio, qualquer negociação com a Prefeitura de Cornélio Procópio. Apenas como diretor da Construtora Brasília Ltda., empresa ganhadora da concorrência para a perfuração dos poços, é que teve tratativas com o citado município; a comparação dos preços é disparatada, não existindo superfaturamento. 8. Em complementação, os dois primeiros responsáveis (item 5, retro) apresentaram os esclarecimentos constantes às fls. 280/290. 9. Alega o Sr. Luiz Márcio Pozzi que: a solidariedade é conceito técnico, e não se aplica ao caso; era vice-prefeito, à época, estando transitoriamente no exercício do cargo; limitou-se à assinatura do Convênio, que já estava pronto e redigido, e do contrato; não participou de qualquer ato de negociação, discussão ou execução; os poços foram concluídos nove meses antes da gestão em que era vice-prefeito e quando eleito, tudo estava concluído. 10. Por sua vez, o Sr. Eduardo Lacerda Trevisan justifica que: falar em solidariedade é inadmissível; não houve superfaturamento; não se pode tomar o Convênio com a EMATER como parâmetro para demonstração de superfaturamento; o contrato firmado com a Construtora Brasília Ltda era de risco; e o do EMATER, não; os preços praticados no Convênio são visivelmente inferiores aos praticados pela EMATER; a questão relacionada com a subcontração não diz respeito à Administração Pública e sim à Construtora contratada; o poço perfurado no Município de Andirá não tem nada a ver com a Administração de Cornélio Procópio. EXAME TÉCNICO REALIZADO PELA SECEX/PR (fls. 262/265, 269/271,

292/295, 300/313) 11. O Sr. Diretor da 1ª Divisão, após ratificar as informações contidas na Instrução de fls. 262/265, ressaltou que as alegações apresentadas pelo Sr. Luiz Mário Pozzi não procedem porque justamente a assinatura do contrato por ele firmado que gerou a obrigatoriedade dos pagamentos efetuados pelas Prefeituras; os poços não estavam todos concluídos, haja vista que dois deles não haviam sido perfurados, e que por acordo verbal entre a empresa Waldemar Georg e o Prefeito Eduardo Lacerda Trevisan foram dados como quitação de uma dívida do Município, com a ratificação do Sr. Luiz Márcio Pozzi, em julho de 1993. 12. O Sr. Diretor evidencia, ainda, que os parâmetros utilizados para a demonstração do superfaturamento foram com relação aos preços dos contratos firmados pela construtora Brasília Ltda e as empresas subcontratadas, Waldemar Georg & Cia Ltda (assinado em 24/09/91 - subcontratação de 16 poços - fls. 232/236) e LAPA - Poços Artesianos Ltda (assinado em 27/09/91 - subcontratação de 10 poços - fls. 228/231), e não com os preços pagos pela EMATER, como insiste o implicado. 13. Por estas razões, o Sr. Diretor, ao acatar as conclusões do Sr. Analista (fls. 292/295) propõe, com o endosso do Sr. Secretário (fls. 294/295, 310/313), que seja(m): "a) rejeitadas as alegações complementares de defesa dos Srs. Eduardo Lacerda Trevisan e Luiz Márcio Possi, Prefeito e Vice-Prefeito à época dos fatos analisados, por não elidirem e nem acrescentarem fatos novos às irregularidades constatadas; b) cientificados, solidariamente, os responsáveis, Sr. EDUARDO LACERDA TREVISAN, LUIZ MÁRCIO POZZI e PAULO MANOEL CHRISTINO ALHO DA SILVA, fixando, por conseqüência, nos termos do art. 12, 1º da Lei nº 8.443/92, c/c art. 153, 2º, do Regimento Interno desta Corte de Contas, o prazo improrrogável de 15 (quinze) dias contados da ciência para que efetuem e comprovem perante o Tribunal, o recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional das quantias abaixo, devidamente corrigidas e acrescidas dos encargos legais previstos na legislação, até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor. - Cr$ 13.842.000,00 em 05/11/1991 e mais Cr$ 1.538.000,00 em 31/01/92 (total de Cr$ 15.380.000,00), provenientes da perfuração de um poço improdutivo, devido à mudança do local projetado no Município de Cornélio Procópio/PR, e outro que não apresentou água

potável e com vazão insuficiente, no Município de Andirá/PR; - Cr$ 99.897.840,00 em 05/11/1991, mais Cr$ 11.099.760,00 em 31/01/1992 (total de Cr$ 110.997.600,00), provenientes do superfaturamento constatado em 24 (vinte e quatro) poços, conforme contratos firmados entre o Município de Cornélio Procópio e a Construtora Brasília Ltda e esta com as empresas Waldemar Georg & Cia. Ltda e LAPA - Poços Artesianos Ltda; c) cientificados, solidariamente, nos mesmos termos do item anterior, os Srs. EDUARDO LACERDA TREVISAN e LUIZ MÁRCIO POZZI, pelos valores de Cr$ 54.000,00 em 05/11/1991, mais Cr$ 6.000,00 em 31/01/92 (total de Cr$ 60.000,00), provenientes da diferença apurada entre o montante repassado pela SDR/PR - Cr$ 200.000.000,00 e o total contratado com a Construtora Brasília Ltda - Cr$ 199.940.000,00; d) determinado, o registro da impugnação da prestação de contas apresentadas pelo Município de Cornélio Procópio/PR (proc nº 01600.001974/91-51), relativa ao Convênio nº 008/SDR/PR; e e) reavaliada, se acolhidas as proposições acima, a conveniência de se atender à solicitação da Delegacia de Polícia Federal de Londrina/PR às fls. 258/261". MINISTÉRIO PÚBLICO 14. Manifesta-se de acordo com os Pareceres da SECEX/PR. É o Relatório. Voto do Ministro Relator: Em 28/10/91, foi firmado o Convênio nº 008/91, entre a extinta Secretaria de Desenvolvimento Regional da Presidência da República - SDR/PR e a Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio, com a interveniência das Prefeituras Municipais de Assaí, Andirá, Santa Mariana, Sertaneja, Leópolis, Bandeirantes e Nova Fátima, todas no Estado do Paraná, com o objetivo de perfurar 26 (vinte e seis) poços semi-artesianos (fls. 32), no valor de Cr$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de cruzeiros). Realizada a inspeção, em cumprimento à Decisão nº 196/93 (fls. 07/08), a Equipe constatou (fls. 09/15) o superfaturamento, conforme havia sido denunciado pela Câmara Municipal de Cornélio Procópio (fls. 02/03), e a subcontratação, fatos que motivaram o Tribunal a transformar o processo em Tomada de Contas Especial, uma vez que foram identificados os responsáveis e quantificados os valores (fls. 140/141).

2. Consoante apontado no Relatório precedente, os responsáveis apresentaram as alegações de defesas, que no entender da SECEX/PR e do Ministério Público, devem ser rejeitadas, posicionamento que, aliás, concordo. 3. Nos autos, tipifica-se uma situação de má gerência dos recursos públicos. Ora, a Construtora Brasília Ltda foi a vencedora da licitação promovida pela Prefeitura, e que se destinava a selecionar a proposta mais vantajosa para a construção dos poços semi-artesianos. Se foi selecionada pressupõe, como conseqüência, que a mesma tinha condições técnicas de efetuar o serviço, a teor do disposto no art. 25 do revogado Decreto-lei nº 2.300/86, que exigia comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível, em quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento técnico adequado e disponível para a realização do objeto da licitação. 4. Ocorre que a Construtora Brasília, subcontratou todo o serviço, gerando o superfaturamento, conforme está demonstrado às fls. 293/294, item 11, a seguir demonstrado: a) Valor total do contrato entre o Município de Cornélio Procópio e Construtora Brasília Ltda, em 20/09/91 (fls. 208): 26 poços = Cr$ 199.940.000,00 (cento e noventa e nove milhões, novecentos e quarenta mil cruzeiros) Valor da cada poço: Cr$ 7.690.000,00 (sete milhões, seiscentos e noventa mil cruzeiros) b) Valor total do contrato firmado entre a Construtora Brasília e Waldemar Georg, em 24/09/91 (fls. 233): 16 poços = Cr$ 49.692.600,00 (quarenta e nove milhões, seiscentos e noventa e dois mil e seiscentos cruzeiros) c) Valor total do contrato firmado entre a Construtora Brasília e Lapa -Poços Artesianos, em 27/09/91 (fls. 229): 10 poços = Cr$ 30.000.000,00 (trinta milhões de cruzeiros) d) Valor total da subcontração: 26 poços - Cr$ 79.692.600,00 (setenta e nove milhões, seiscentos e noventa e dois mil e seiscentos cruzeiros) Preço médio por poço = Cr$ 3.065.100,00 (três milhões, sessenta e cinco mil e cem cruzeiros) e) Superfaturamento preço pago por poço pelo Convênio Cr$ 7.690.000,00 preço pago pela Const. Brasília às subcontratadas Cr$ 3.065.100,00

---------------- Superfaturamento por poço... Cr$ 4.624.900,00 f) Valor total do superfaturamento (24 poços)= Cr$ 110.997.600,00 (cento e dez milhões, novecentos e noventa e sete mil e seiscentos cruzeiros). 5. Aliás, essa subcontratação consistia em motivo suficiente para que a Prefeitura rescindisse o contrato, conforme estabelecia o art. 68 do Decreto-lei nº 2.300/86. 6. Por outro lado, entendo que não se deve determinar o registro, no SIAFI, da impugnação da prestação de contas relativa ao convênio em epígrafe, tendo em vista que não houve deliberação definitiva por parte do Tribunal a respeito do presente processo. 7. Registre-se que a Ministra Élvia L. Castelo Branco, então Presidente deste Tribunal, já havia comunicado que tão logo fosse proferida decisão definitiva sobre o presente processo seria comunicado ao Sr. Delegado de Polícia Federal em Londrina/PR. Desse modo, entendo desnecessária a proposta da SECEX/PR (item 12, alínea "e", retro). 8. No que pertine aos esclarecimentos prestados pelos responsáveis acerca da perfuração de um poço improdutivo, devido à mudança do local projetado e outro que não apresentou água potável e vazão suficiente, entendo que devem ser considerados satisfatórios, pelas seguintes razões. 9. Em primeiro lugar, não foi apontada a vazão de cada poço, de forma a cotejar com a vazão mínima de 2 m3/h, durante 10 horas de operação por dia, estabelecida na cláusula 7.2 do contrato firmado com a Construtora Brasília (fls. 52). 10. Ademais, a cláusula 7.3 previa que a localização de cada poço poderia ser alterada em função de melhores condições geológicas para obtenção de água, ou por outro motivo que determinasse a falta de condições técnicas para a perfuração. Além do mais, a cláusula 7.4 determinava que caso a localização do poço não pudesse ser alterada por determinação da Prefeitura ou pela comunidade local, contrariando as recomendações técnicas em função das condições geológicas do terreno, a contratada não se responsabilizaria pela vazão mínima exigida (fls. 52). 11. Finalmente, entendo adequada a proposta da SECEX/PR no sentido de que os Senhores Eduardo Lacerda Trevisan e Luiz Márcio Pozzi efetuem o recolhimento do valor de Cr$ 60.000,00 (sessenta mil cruzeiros), proveniente da diferença entre o montante repassado

pela extinta SDR/PR (Cr$ 200.000.000,00) e o total contratado com a Construtora Brasília Ltda (Cr$ 199.940.000,00). Em razão do exposto, acolho os pareceres, e VOTO no sentido de que o Tribunal adote a Decisão que ora submeto à apreciação deste E. Plenário. Decisão: O Tribunal Pleno, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE rejeitar as alegações de defesa apresentadas pelos responsáveis, e fixar-lhes, nos termos do disposto no art. 12, 1º, da Lei nº 8.443/92, c/c o art. 153, 2º, do Regimento Interno, o prazo improrrogável de 15 (quinze) dias, contados da ciência, para que efetuem, e comprovem perante o Tribunal, o recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional das quantias abaixo discriminadas, corrigidas monetariamente e acrescidas dos encargos legais até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor: Responsáveis Valor (Cr$) Data Eduardo Lacerda Trevisan, 99.897.840,00 05/11/91 Luiz Márcio Pozzi e Construtora Brasília Ltda (representada pelo Sr. Paulo Manoel Christino Alho da Silva - Sócio Gerente), solidariamente. 11.099.760,00 31/01/92 Eduardo Lacerda Trevisan e Luiz Márcio Pozzi, solida- 54.000,00 05/11/91 riamente. 6.000,00 31/01/92 Indexação: Tomada de Contas Especial; Convênio; Cornélio Procópio PR; Prefeitura Municipal; Denúncia; Superfaturamento de Preços; Obra Pública; PR;