PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE



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Transcrição:

PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

Marcelo Leles Romarco de Oliveira Coordenador Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE Viçosa MG 2012

Realização Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares UFV Associação dos Educadores Cooperativistas do Brasil - EDUCOOP Equipe Marcelo Leles Romarco de Oliveira (Prof. Orientador/DER/UFV) Thiago Teixeira Sant Ana e Castro (ITCP/UFV/EDUCOOP) Alvino de Souza Amaral (ITCP/UFV) Darlene do Carmo Ferreira (ITCP/UFV) Vinícius Lage Fontes (ITCP/UFV) Allan Ribeiro (Estudante de Ciências Sociais/UFV) Diagramação: Riverson Moreira dos Santos (Estudante de Cooperativismo/UFV) Ilustração: Arquimedes Fuga Vaismenos (ITCP/UFV) Apoio Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST Zona da Mata - MG Pró Reitoria de Extensão e Cultura PEC- UFV Patrocínio Essa cartilha foi confeccionada com recurso do Programa de Extensão Universitário - PROEXT 2011-2012/MEC Agradecimentos Às famílias do assentamento Olga Benário em Visconde do Rio Branco - MG Ficha Catalográfica preparada pela Seção de Catalogação e Classificação da Biblioteca Central da UFV Programa Nacional de Alimentação Escolar-PNAE / Marcelo P964 Leles Romarco de Oliveira. Viçosa, MG : Os Autores, 2012 2012. 17p. : il. ; 21cm. Essa cartilha foi confeccionada com recurso do Programa de Extensão Universitário-PROEXT 2011-2012/MEC. Bibliografia: p. 16. 1. Agricultura familiar. 2. Merenda escolar. I. Oliveira, Marcelo Leles Romarco de, 1972-. CDD 22. ed. 338.1 02 Viçosa MG 2012 Distribuição Gratuita

1. Apresentação Olá Seu Nico e Dona Rita! Tudo bem? A Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP/UFV) em parceria com a Associação dos Educadores Cooperativistas do Brasil - EDUCOOP, vem por meio desta cartilha apresentar a vocês o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O objetivo desta cartilha é servir de guia para o acesso ao programa, apresentando o passo a passo a ser seguido e outras informações importantes. Esperamos que ela seja útil e facilite a compreensão de todo o processo. 2. Mas afinal, o que é o PNAE? Criado pelo Governo Federal em 1955 é um dos programas sociais mais antigos na área de alimentação e nutrição do Brasil. A partir de 2009 com a aprovação da lei nº 11947/09 e da resolução nº 38 do FNDE foi estipulado que no mínimo 30% do orçamento das prefeituras que é destinado à alimentação escolar sejam utilizados na compra de alimentos produzidos pela agricultura familiar, com dispensa de licitação. De acordo com a resolução nº 25 de 4 de julho de 2012, cada Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP) poderá receber até R$ 20.000,00 com a venda dos alimentos. 03

Como funciona? O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transfere recursos aos municípios visando garantir a alimentação escolar aos alunos da educação infantil (creches e pré-escola), do ensino fundamental e médio das escolas públicas ou mantidas por entidades beneficentes de assistência social. Seu objetivo é atender às necessidades nutricionais dos estudantes durante sua permanência na escola, contribuindo para o crescimento, desenvolvimento, aprendizagem, rendimento escolar e a formação de hábitos alimentares saudáveis. O PNAE tem como principais diretrizes: O emprego da alimentação saudável e adequada; Educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem; Respeito aos hábitos regionais e às tradições culturais, e; Apoio ao desenvolvimento sustentável, adquirindo alimentos da agricultura familiar. Os princípios que norteiam o PNAE são: Universalidade beneficia todos os alunos cadastrados no censo escolar, independente da condição social, raça, cor e etnia; Continuidade garante o atendimento durante todo o ano letivo; Equidade promove o tratamento igual para os alunos sadios e o tratamento diferenciado para os alunos portadores de necessidades especiais, a exemplo dos diabéticos, que devem receber uma alimentação adequada à sua condição. 04

Descentralização o Governo Federal repassa recursos aos municípios, que são os responsáveis pela oferta de alimentos aos alunos; Participação social favorece a participação da sociedade no acompanhamento e controle da execução do programa via os Conselhos de Alimentação Escolar (CAE). O CAE é um conselho deliberativo e autônomo composto por representantes do executivo, sociedade, trabalhadores da educação, alunos e seus pais, com mandato de quatro anos. Este conselho tem como principal objetivo fiscalizar a aplicação dos recursos transferidos e zelar pela qualidade dos produtos, desde a compra até a distribuição nas escolas, prestando sempre atenção às boas práticas higiênicas e sanitárias. Os agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) fazem a ponte entre os agricultores e a prefeitura através da chamada pública, para recebimento de projetos de venda. As cooperativas, associações e os grupos informais podem ou não utilizar os serviços deste agente, ficando a critério de cada grupo. As atribuições do CAE são: Analisar a prestação de contas e outros documentos financeiros; Participar das etapas de controle de qualidade (zelar pela qualidade dos alimentos, orientar quanto ao armazenamento, fiscalizar o veículo que transporta os alimentos, orientar as merendeiras); Receber o Relatório Anual de Gestão do PNAE e fazer a avaliação; Informar as irregularidades encontradas no Programa para os responsáveis pela fiscalização (Ministério Público, Tribunal de Contas, FNDE). 05

} O fluxograma a seguir dá a idéia de todo o processo: } Fonte: ONG EDUCOOP. Quem participa? Participam deste processo as Secretarias Estaduais de Educação, prefeituras, escolas, entre outras entidades que compram os produtos dos grupos formais e informais (cooperativas e associações de agricultores familiares) que têm a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP). Os grupos informais (agricultores sem vínculo com associações ou cooperativas) podem participar desde que cada agricultor tenha sua DAP. 06

A Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) é um documento de identificação do agricultor familiar necessário para acessar políticas públicas. Para obtê-la o agricultor deve procurar uma das entidades credenciadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), tendo em mãos o CPF e dados de seu estabelecimento de produção (área, número de pessoas residentes, composição da força de trabalho, da renda e endereço completo). São entidades credenciadas pelo MDA: CEPLAC Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. CONTAG Confederação dos Trabalhadores na Agricultura. EMATER Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural FETRAF Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar. ANPA Associação Nacional dos Pequenos Agricultores. CAPB Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. ITESP Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo. FUNAI Fundação Nacional do Índio. MPA Ministério da Pesca e Aquicultura. Federação de Pescadores. 07

Fundação Cultural Palmares. INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Secretaria de Reordenamento Agrário do Ministério de Desenvolvimento Agrário (SRA/MDA) É muito importante que os atores envolvidos fiquem atentos a publicação da chamada pública e sigam com cuidado os itens presentes no edital. Devem constar no edital o cardápio e os preços de referência, pontos estes de responsabilidade da entidade executora, ou seja, de responsabilidade da escola ou da prefeitura. Cardápios O cardápio deve ser elaborado por um profissional nutricionista, sendo que o mesmo deverá utilizar alimentos básicos, respeitando os hábitos alimentares, as referências nutricionais e a cultura local. É importante que os cardápios ofereçam, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana. Dentro do processo de elaboração do cardápio, a pessoa contratada como nutricionista deverá mapear os produtos da agricultura familiar, elaborar os cardápios e informar a entidade executora a demanda. Tabela 1: Relação de Alimentos Considerados Básicos Açaí Açúcar Amido de milho Arroz Banha Batata doce Batata inglesa Biscoito de polvilho Bolacha doce (tipo maizena) Bolacha salgada (tipo cracker) Café Leite em pó Leite fluido Lentilha Macarrão Mandioca Manteiga Margarina Mel de abelha Melado de cana Milho para canjica (mungunzá) Milho para pipoca 08

Canjiquinha/Xerém Cará Carne bovina congelada Carne bovina fresca Carne bovina resfriada Carne salgada Carne suína congelada Carne suína fresca Carne suína resfriada Charque ou carne seca Creme de milho Farinha de mandioca Farinha de milho Farinha de rosca Farinha de tapioca Farinha de trigo Fécula de batata Feijão Frango abatido congelado Frango abatido fresco Frango abatido resfriado Frutas Fubá Grão de bico Inhame Legumes Relação obtida no site www.fnde.gov.br Miúdos congelados Miúdos resfriados Óleo de soja Ovos Pão Pescado congelado Pescado fresco Pescado resfriado Polpa de frutas Polpa de tomate Polvilho Queijo de coalho Queijo de minas Rapadura Sagu Sal Sardinha em conserva (óleo) Sêmola de milho Soja em grão Suco de laranja concentrado Suco natural Temperos Toucinho defumado Trigo para quibe Verduras/hortaliças Vinagre Preços de Referência Os preços de referência deverão ser atualizado s semestralm ente, sendo que os alimentos destinados à alimentação esco lar não po derão ter preço s inferiores ao s produtos cobertos pelo Programa de Gar antia de Preços para a Agr icultura Fam ilia r (PGPAF). 09

Contudo as entidades executoras (Secretarias Estaduais de Educação e Redes Federais de educação básica ou suas mantenedoras) deverão considerar como preços de referência aqueles praticados pelo PAA, através da CONAB. Edital de Chamada Pública As entidades executoras deverão publicar a demanda para aquisição de gêneros alimentícios da agricultura familiar destinados a alimentação escolar, esta publicação deve ser realizada em jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional, via internet, ou em forma de mural em local público de ampla circulação. As cooperativas, associações e os agricultores familiares deverão ficar atentos à chamada pública para que não percam estas oportunidades. Como já mencionado, a lei n 11947/09 estabelece que as prefeituras gastem 30% do orçamento destinado à alimentação escolar com produtos oriundos da agricultura familiar. Entretanto, vale destacar que, esta lei também estabelece situações onde serão permitidas a dispensa do percentual mínimo de 30% a ser adquirida da agricultura familiar quando houver: i) impossibilidade de emissão do documento fiscal correspondente; ii) inviabilidade de fornecimento regular e constante dos gêneros alimentícios; iii) condições higiênico-sanitárias inadequadas. 10

3. Passo a passo para participar do PNAE 1º Passo Mapeamento dos produtos e orçamento A Secretaria de Educação do município deve solicitar à Secretaria de Agricultura, à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural local e ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, quando houver, um mapeamento conjunto dos produtos da agricultura familiar local (produto, quantidade e época da colheita). Além disso, deve verificar o valor do repasse enviado pelo Governo Federal e definir quanto vai ser gasto com compras da agricultura familiar (mínimo 30% do recurso). A entidade executora é responsável pelo mapeamento e verificação do recurso 2º Passo Construção do cardápio Os cardápios da alimentação escolar deverão ser elaborados pelo nutricionista responsável. Este deverá utilizar alimentos básicos, respeitando as referências nutricionais, a cultura alimentar local, levando sempre em conta a diversificação agrícola da região e sua sazonalidade, uma alimentação saudável e adequada, além da sustentabilidade. Podem ser adquiridos não só alimentos in natura, mas também industrializados para a alimentação escolar, por exemplo, pães, bolos, sucos, doces, entre vários outros. Os cardápios deverão oferecer, no mínimo, três porções de frutas e hortaliças por semana. 11

3º Passo Chamada pública A chamada pública é um procedimento que tem por finalidade assegurar o princípio da ampla publicidade dos atos da administração e deve sempre visar ao interesse público. Ela deve conter informações suficientes (tipos de produtos, quantidades, cronograma e local das entregas) para que os fornecedores (agricultores familiares) formulem corretamente os projetos de venda. A entidade executora deve publicar a demanda por produtos alimentícios da agricultura familiar para alimentação escolar em: Jornal de circulação local, regional, estadual ou nacional; Página na internet; ou mural em local público de ampla circulação. Os agricultores familiares e os empreendedores familiares rurais devem ficar atentos para tomar conhecimento da chamada pública. A entidade executora é responsável pela chamada pública. 4º Passo Projeto de venda É o documento que formaliza o interesse dos agricultores familiares em vender para a Alimentação Escolar. O responsável pela elaboração do projeto de venda deve ser o grupo formal, ou o grupo informal (assessorado pela entidade articuladora), devendo o projeto estar em conformidade com a chamada pública e deve posteriormente ser encaminhado à entidade executora acompanhado dos documentos exigidos. O fluxograma a seguir mostra os documentos exigidos para cada grupo. Para Grupos informais Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) de cada agricultor participante, Cadastro de pessoa física - CPF Projeto de Venda. 12

Para Grupos formais: Extrato da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP) jurídica; CNPJ; Cópias das certidões negativas junto ao INSS, FGTS, Receita Federal, dívidas ativas da União e cópia do estatuto. Projeto de Venda. FONTE: ONG EDUCOOP. O projeto de venda deve ser assinado, no caso dos grupos formais, pelo representante e no caso dos grupos informais, pelos agricultores fornecedores. 5º Passo Seleção dos projetos de venda A seleção dos projetos de venda será realizada pela entidade executora e terão prioridade, nesta ordem, os projetos do município, da região e do território rural. Têm prioridade, também, os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e quilombolas. O limite individual de venda por agricultor familiar é de R$ 20.000,00 por agricultor/ano. 13

6º Passo Controle de qualidade Os produtos alimentícios devem atender o que determina a legislação sanitária: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa/Ministério da Saúde); Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa/Mapa). As amostras dos alimentos servirão para a avaliação do produto a ser adquirido e deverão ser submetidas a testes necessários, imediatamente após aprovação do projeto de venda. Caso conste na proposta alimentos de origem animal, como por exemplo, ovos, mel, frango, entre outros, será necessário o laudo da vigilância sanitária do município que ateste a procedência destes alimentos. 7º Passo Contrato de co mpra O co ntrato de compra é a fo rmalização legal do compro misso assu mido pela entidade executora e pelos fornecedores para a alimentação escolar. Ele estabelece, entre outros, o cronograma de entrega d os alimentos e a data de pagamento dos agriculto res familiares. Deverá ser assinado pela entidade executo ra e p elo representante da coo perativa ou associação, no caso de grupos formais. Co m relação ao grupo info rmal, além da entidade executora, todos os agricultores familiares que co mpõem este grupo devem assinar. O contrato de venda deve ser preenchido co m os documentos de cada agricultor. Além disso, será necessário relatar os produtos que irão ser co mercializados, bem co mo a quantidade, o preço proposto e o valo r total de cada produto. 1. Nome do Agricultor Familiar 2. CPF 3. DAP 4. Produto 5. Unidade 6.Quantidade/ Unidade 7. Preço Proposto 8. Valor Total Fonte: ONG EDUCOOP. 14

8º Passo Termo de recebimento É o instrumento que atesta que os produtos entregues estão de acordo com o cronograma previsto no contrato e dentro dos padrões de qualidade exigidos. Deve ser assinado pelo representante da entidade executora e pelo grupo fornecedor. Documento fiscal exigido: Nota do produtor rural; Nota avulsa (vendida na prefeitura); ou Nota fiscal (grupo formal). A emissão de documentos fiscais varia de Estado para Estado. Para saber qual documento fiscal é exigido em seu Estado, consulte a Secretaria Municipal de Agricultura ou uma Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER). 15

16 Referências Bibliográficas: Associação Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa AREDE, Projeto de compra da merenda escolar diretamente dos Agricultores Familiares, Santa Rosa, RS, p. 1-23, inverno de 2007. CONSEA, Princípios e diretrizes de uma política de segurança alimentar e nutricional. In:Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, 2 jul. 2004, Brasília. Textos de Referência. Brasília: Consea, 2004. EDUCOOP - Minas Gerais. Associação dos Educadores Cooperativistas do Brasil. PAA Doação Simultânea Elaboração do Projeto. Disponível em www.educoop.org.br, maio de 2012. MARTINS SILVA, Juniele, MENDES Estevane de Paula Pontes, Agricultura Familiar no Brasil: Características e Estratégias da Comunidade Cruzeiro dos Martírios Município de Catalão (GO), XIX Encontro Nacional de Geografia Agrária, São Paulo, p. 1-28, 2009. SANTOS, Luiz Carlos Rebelatto dos, Reflexão sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE e a Agricultura Familiar no Nordeste, Brasília, p. 1-4, 04 de outubro de 2009. SOUZA, Cleonice Borges, CAUME, David José, Credito Rural e Agricultura Familiar no Brasil, SOBER XLVI Congresso da sociedade brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, Rio Branco (AC), p. 1-21, 20 a 23 de julho de 2008. Sites Consultados: http://comunidades.mda.gov.br/portal/saf/ http://www.fnde.gov.br acesso em 11 de junho de 2011 http://www.mda.gov.br/portal/ http://www.sebrae.com.br/ http://www.territoriosdacidadania.gov.br/

Para maiores informações: Procurar a secretaria de Educação, Agricultura, EMATER ou qualquer órgão de extensão do seu município. Órgão de denúncia: De acordo com a resolução 38 do FNDE as denúncias destinadas ao FNDE deverão ser encaminhadas conforme o caso, se formuladas por pessoa física à Ouvidoria do FNDE, no seguinte endereço: Setor Bancário Sul - Quadra 02 - Bloco F - Edifício FNDE Sala 504 - Brasília DF - CEP: 70070-929, ou para o email ouvidoria@fnde.gov.br, e se formuladas por pessoa jurídica, à Auditoria Interna do FNDE para o Setor Bancário Sul - Quadra 02 Bloco F Edifício FNDE Sala 401- Brasília DF CEP: 70070-929 ou para o email audit@fnde.gov.br. Associação dos Educadores Cooperativistas do Brasil - EDUCOOPP Site: www.educoop.org.br E-MAIL: adm@educoop.org.br Tel: 31 3891-5518 Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares ITCP/UFV e-mail: itcpufv@gmail.com Tel: 31 3899-2798 17