PROCESSO Nº TST-RO-9100-29.2013.5.17.0000 A C Ó R D Ã O SEDC/2014 GMFEO/MEV/IAP



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A C Ó R D Ã O SEDC/2014 GMFEO/MEV/IAP I - RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO POR SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SINDHES DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE E DE NATUREZA ECONÔMICA AJUIZADO POR SINDICATO PROFISSIONAL. ATA DA ASSEMBLEIA GERAL. FALTA DE AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES PARA O AJUIZAMENTO DO DISSÍDIO COLETIVO. FALTA DE REGISTRO DO TEXTO DAS CLÁUSULAS REIVINDICADAS. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. No dissídio coletivo o sindicato apenas representa os interesses da categoria profissional e a sua atuação somente é permitida nos limites autorizados pelos trabalhadores reunidos em assembleia. Daí ser imprescindível o registro na ata da assembleia convocada pelo Suscitante da autorização da categoria profissional para o ajuizamento do dissídio coletivo, bem como a transcrição nesse documento do teor da pauta de reivindicações, a fim de, respectivamente, se comprovar a legitimidade ad causam do sindicato profissional e se possibilitar a constatação de que as cláusulas apresentadas ao exame da Corte a quo na representação guardam identidade com aquelas submetidas à votação na assembleia geral. Observância do disposto no art. 859 da CLT e das diretrizes traçadas nas Orientações Jurisprudenciais nºs 08 e 29 desta Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Extinção do processo sem resolução do mérito que se decreta, nos termos do art. 267, IV e VI, do Código de Processo

fls.2 Civil. Recurso ordinário a que se dá provimento. II RECURSOS ORDINÁRIOS INTERPOSTOS POR VITÓRIA APART HOSPITAL S/A E UNIMED VITÓRIA - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO (ASSISTENTES LITISCONSORCIAIS). Julgamento prejudicado, em razão do decidido em relação ao recurso ordinário interposto por Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Ordinário n TST-RO-9100-29.2013.5.17.0000, em que são Recorrentes SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDHES, VITÓRIA APART HOSPITAL S.A. e UNIMED VITÓRIA - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO e assistentes litisconsorciais CENTRO MÉDICO HOSPITALAR DE VILA VELHA S.A e HOSPITAL MERIDIONAL S/A E OUTROS e é Recorrido SINDICATO DOS ENFERMEIROS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO - SINDIENFERMEIROS. O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo - SINDIENFERMEIROS ajuizou dissídio coletivo de greve e de natureza econômica perante o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo - SINDHES, pleiteando: 1) a concessão de liminar, inaudita altera parte, a fim de que se determinasse aos estabelecimentos de serviços de saúde do Estado do Espírito Santo, representados pelo sindicato suscitado, que suspendessem os atos de demissão de enfermeiros até o final da greve, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais) por empregado dispensado; 2) a declaração de legalidade da greve, a teor da Lei nº 7.783/89; 3) a designação de audiência de conciliação; 4) caso inviável a conciliação, a fixação das cláusulas relacionadas na pauta de reivindicações transcrita a fls. 09/47 (fls. 02/52).

fls.3 a pretensão liminar. Por meio da decisão de fls. 224 e verso, indeferiu-se Na audiência realizada em 1º de abril de 2013, perante o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região, as partes não se conciliaram. Em consequência, recebeu-se a defesa e os documentos do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES, anexados a fls. 240/600 (atas, fls. 231/233 e 239 e verso). O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo SINDIENFERMEIROS manifestou-se a respeito da contestação apresentada pelo Suscitado (fls. 496/520), anexando documentos. Em atenção ao despacho de fls. 605, o Sindicato dos SINDHES pronunciou-se sobre os documentos anexados à réplica (fls. 612/618). A fls. 620-verso/622-verso, o Sindicato dos SINDHES apresentou incidente de falsidade do documento juntado pelo Suscitante a fls. 535. O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo SINDIENFERMEIROS manifestou-se a respeito do incidente de falsidade requerido pelo Suscitado (fls. 626/632). Pela petição de fls. 642, o Sindicato dos SINDHES desistiu do incidente de falsidade documental. A teor do parecer de fls. 644/675, a Procuradoria Regional do Trabalho da 17ª Região opinou: 1) pela rejeição do pedido do sindicato patronal suscitado de retificação da classe processual dissídio coletivo de greve para dissídio coletivo ; 2) pela rejeição das preliminares de ilegitimidade ad causam do sindicato profissional, fundada na ausência da ata da assembleia geral em que se teria autorizado a instauração do dissídio coletivo, de falta de fundamentação das cláusulas reivindicadas e de ausência do mútuo consentimento para o ajuizamento do dissídio coletivo; 3) pelo acolhimento parcial da arguição de inépcia da petição inicial, por falta de autorização em assembleia

fls.4 para o sindicato profissional postular a cláusula 22, tal como apresentada na representação, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito relativamente a essa cláusula; 4) pela rejeição da arguição do suscitado de limitação das cláusulas reivindicadas conforme mediação na Delegacia Regional do Trabalho; 5) pela declaração de legalidade da greve, com a determinação de pagamento dos valores correspondentes aos dias não trabalhados em virtude do movimento grevista; 6) pela rejeição da arguição de prescrição parcial quinquenal; 7) pelo deferimento parcial das reivindicações da categoria profissional. Nos termos do acórdão de fls. 686/721, o Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região decidiu: 1) rejeitar o pedido do Suscitado de retificação da classe processual dissídio coletivo de greve para dissídio coletivo ; 2) rejeitar as arguições, em contestação, de não apresentação da ata da assembleia em que se teria aprovado a pauta de reivindicações da categoria profissional, de falta de fundamentação das cláusulas reivindicadas, de inépcia da petição inicial, por falta de correlação entre as cláusulas ali dispostas e aquelas que fizeram parte da pauta de reivindicações encaminhada ao sindicato patronal suscitado em 21/08/2012, e, ainda, de ausência do mútuo consentimento para o ajuizamento do dissídio coletivo; 3) rejeitar a arguição do Suscitado de limitação das cláusulas reivindicadas conforme mediação na Delegacia Regional do Trabalho; 4) homologar o pedido de desistência do incidente de falsidade do documento de fls. 537, formulado pelo Suscitado, na forma do art. 267, VIII, do CPC; 5) julgar improcedente o pedido de natureza reconvencional de declaração de abusividade e/ou ilegalidade da greve; 6) determinar o pagamento integral dos valores correspondentes aos salários dos dias não trabalhados em virtude da greve; 7) rejeitar a arguição de prescrição parcial quinquenal; 8) indeferir o pedido do Suscitado de condenação do Suscitante por litigância de má-fé; 9) fixar a data-base da categoria profissional em 1º de outubro e a vigência da sentença normativa para o período de dois anos, contados de 1 de outubro de 2012 a 30 de setembro de 2014; 10) deferir, em parte, as reivindicações da categoria profissional.

fls.5 Os embargos de declaração opostos por Sindicato dos SINDHES (fls. 723/733) foram desprovidos, nos termos da fundamentação constante do acórdão de fls. 774/777. Por meio das petições de fls. 741/743 e de fls. 781, Vitória Apart Hospital S/A, UNIMED VITÓRIA - Cooperativa de Trabalho Médico e Centro Médico Hospitalar Vila Velha S/A pleitearam o ingresso no processo, na qualidade de assistentes litisconsorciais do Suscitado (SINDHES), o que foi deferido pelas decisões de fls. 765/verso e 928. Relativamente ao acórdão de fls. 686/721, complementado pelo de fls. 774/777, o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES (fls. 815/862-verso), a Vitória Apart Hospital S/A (fls. 867-verso/893) e a UNIMED VITÓRIA - Cooperativa de Trabalho Médico (fls. 895/921) interpuseram recursos ordinários. decisão de fls. 929. Os recursos ordinários foram admitidos por meio da O Sindicato dos Enfermeiros no Estado do Espírito Santo SINDIENFERMEIROS apresentou contrarrazões aos recursos ordinários interpostos por Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES, Vitória Apart Hospital S/A e UNIMED VITÓRIA - Cooperativa de Trabalho Médico (fls. 936-verso/953). Por meio da petição de fls. 932-verso/933, o Hospital Meridional S/A, o Hospital e Maternidade São Francisco de Assis Ltda., o Hospital Praia da Costa S/A e o Hospital São Luiz S/A pleitearam o ingresso no processo, na qualidade de assistentes litisconsorciais do Suscitado (SINDHES), o que foi deferido pela decisão de fls. 965. A fls. 958/963-verso, consta cópia do inteiro teor da decisão proferida pelo Exmo. Ministro Presidente deste Tribunal Superior do Trabalho, Antônio José de Barros Levenhagen, nos autos do TST-ES-8503-97.2014.5.00.0000, em que se deferiu parcialmente o pedido do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES de concessão de efeito suspensivo ao recurso ordinário que interpôs.

fls.6 Público do Trabalho. O processo não foi submetido a parecer do Ministério É o relatório. V O T O I RECURSO ORDINÁRIO INTERPOSTO POR SINDICATO DOS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO SINDHES 1. CONHECIMENTO do recurso ordinário, dele conheço. Atendidos os pressupostos legais de admissibilidade 2. MÉRITO DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE E DE NATUREZA ECONÔMICA AJUIZADO POR SINDICATO PROFISSIONAL. ATA DA ASSEMBLEIA GERAL. FALTA DE AUTORIZAÇÃO DOS TRABALHADORES PARA O AJUIZAMENTO DO DISSÍDIO COLETIVO. FALTA DE REGISTRO DO TEXTO DAS CLÁUSULAS REIVINDICADAS O Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região rejeitou a arguição do Suscitado, em contestação, de extinção do processo sem resolução do mérito, por aplicação da Orientação Jurisprudencial nº 29 da SEDC/TST, fundada na ausência das atas das assembleias contendo a reinvindicação da categoria a justificar os pedidos contidos nesta ação (fls. 243). Consignou no acórdão de fls. 686/721, o seguinte fundamento: 2.1.2 PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DA ATA DA ASSEMBLEIA QUE APROVOU A PAUTA REIVINDICATÓRIA DA CATEGORIA. Sustenta o Sindicato patronal a ausência de pressuposto para manejo do dissídio coletivo de greve, visto que inexiste cópia da ata que legitimou o sindicato a postular as 70 cláusulas com novas condições de trabalho (SDC, OJ 29). Argumenta não haver equivalência entre a proposta que lhes foi enviada em Agosto de 2008 e a constante do presente Dissídio. Alega inexistir nos autos a ata, realizada em 07/12/2012, em que se deliberou pela deflagração da greve.

fls.7 Pois bem. De saída, por oportuno, registro não haver se falar em preclusão, vez que os documentos apresentados juntamente com a réplica o foram no sentido de rebater os argumentos aduzidos em contestação (especialmente no que toca à comprovação da anuência da categoria às alterações realizadas na proposta inicial), tendo sido observada a dicção do art. 398 do CPC. Constam dos autos diversas atas de assembleia da categoria representada pelo sindicato suscitado, não se podendo olvidar que nas de fls. 98-99 e 100-101, há demasiadas discussões acerca das cláusulas da pauta reivindicatória. O mesmo se dá nas atas constantes de fls. 546-551 e 554-556. Quanto à decisão acerca do movimento grevista existem os documentos de fls. 102-103, 552-553 e 554-556. E, como dito anteriormente, foram juntadas aos autos as atas atestando as alterações realizadas entre as propostas inicialmente encaminhadas ao suscitado e as que foram objeto da pauta reivindicatória apresentada neste dissídio. Rejeito (fl. 688). Nas razões do recurso ordinário, o Sindicato dos SINDHES renova a arguição de extinção do processo sem resolução do mérito, ante a ausência da ata da assembleia em que constasse a autorização dos trabalhadores para o ajuizamento do dissídio coletivo. Alega que no acórdão recorrido se contrariou a Orientação Jurisprudencial nº 29 da SEDC/TST, porque a ata de assembleia a que se refere é aquela que autoriza a categoria a interpor o dissídio e não aquelas indicadas no julgado vez que todas se referem à proposta de negociação coletiva e não para manejo do dissídio coletivo (fls. 819). Argumenta que a ata de fls. 98/99 foi construída sob 69 cláusulas enquanto o dissídio coletivo tem 47, a demonstrar a total ausência de harmonia entre o que foi decidido na ata da assembleia realizada quase um ano antes do ajuizamento da ação e o conteúdo do dissídio (fls. 819). Aduz que na ata de fls. 100/101 não consta deliberação acerca das cláusulas lançadas no dissídio coletivo e nas atas de assembleias de fls. 546/551 e 554/556 consta deliberação

fls.8 a respeito de propostas para negociação e não para interposição do dissídio (fls. 819 e verso). No art. 8º, III, da Constituição Federal assegura-se a substituição processual, em que o sindicato, munido de legitimidade ampla e extraordinária, atua em juízo como parte, em nome próprio, na defesa de direitos dos substituídos, situação em que a autorização destes em assembleia geral é inexigível. Todavia, quando o sindicato profissional ajuíza dissídio coletivo, quer de natureza econômica, quer de greve, não atua na qualidade de substituto processual, mas como representante da categoria (arts. 513, a, e 859 da CLT), dotado de legitimação ordinária, para a defesa de interesses gerais desse grupo. Nesta hipótese, a representação do sindicato em juízo fica subordinada à autorização dos representados, a qual, nos termos do citado art. 859 da CLT, deve ser obtida em assembleia geral específica e regularmente convocada. Daí por que o edital de convocação e a correspondente ata de assembleia geral, em que se registra a autorização da categoria profissional para ajuizamento do dissídio coletivo, são documentos imprescindíveis à comprovação da legitimidade ad causam do sindicato profissional, na forma da jurisprudência desta Seção Normativa, consubstanciada na Orientação Jurisprudencial nº 29. A propósito de tal autorização para ajuizamento de dissídio coletivo de greve, destaca-se o seguinte precedente desta Seção Normativa: DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. AUSÊNCIA DO EXTRATO DA ATA DA ASSEMBLÉIA. ART. 859 DA CLT. PRESSUPOSTO PROCESSUAL. A ata da assembleia que autoriza a entidade sindical a defender os interesses da categoria em juízo é pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, mesmo na hipótese de dissídio coletivo de greve, pois o art. 859 da CLT não traça distinção ao impor a exigência. Processo extinto sem resolução de mérito (TST-RODC - 2021200-09.2007.5.02.0000, Data de Julgamento: 10/04/2008, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DJ 18/04/2008).

fls.9 No mesmo sentido, os seguintes julgados desta Seção Especializada: RODC - 2005500-27.2006.5.02.0000, Data de Julgamento: 11/04/2011, Relator Ministro Fernando Eizo Ono, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 13/05/2011; RODC - 2018300-87.2006.5.02.0000 Data de Julgamento: 12/09/2011, Relator Ministro Fernando Eizo Ono, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 23/09/2011. No caso concreto, não se registra nos editais de convocação (fls. 113, 114, 117, 121, 122) e nas atas de assembleia geral extraordinária (fls. 98/99, 100/101, 102/103, 544/549, 550/551, 552/554), constantes do processo, o chamamento dos trabalhadores representados para deliberarem sobre o ajuizamento do dissídio coletivo, tampouco a sua autorização para a propositura de dissídio coletivo. De fato, esses documentos, ora dizem respeito ao debate e aprovação das propostas e contrapropostas resultantes da negociação concernente à celebração de convenção coletiva de trabalho para o período 2012/2014, ora dizem respeito ao debate e aprovação da data de início da greve e da suspensão do movimento grevista. Nessa perspectiva, forçoso é concluir que não há comprovação quanto à concessão de poderes ao sindicato profissional suscitante para o ajuizamento do presente dissídio coletivo de greve e de natureza econômica. De outro lado, verifica-se que nas referidas atas lavradas nas assembleias gerais convocadas pelo Suscitante, notadamente naquela específica de fls. 98/99, não consta o texto das cláusulas que deveriam compor a pauta de reivindicações, apenas 69 (sessenta e nove) títulos, o que inviabiliza a constatação de que as 47 (quarenta e sete) cláusulas submetidas ao exame da Corte a quo na representação (fls. 09/47) são aquelas objeto de votação nas correspondentes reuniões e, pois, de aprovação pela categoria profissional. Assim, considerando-se que se trata de dissídio coletivo misto, ou seja, dissídio coletivo de greve combinado com a apresentação de reivindicações gerais da categoria na data-base, proposto pelo sindicato profissional, tem-se pela inobservância de

fls.10 requisito indispensável para legitimar o sindicato profissional a ajuizar o dissídio coletivo em nome da categoria que representa, conforme Orientação Jurisprudencial nº 08 desta Seção Especializada, nestes termos: DISSÍDIO COLETIVO. PAUTA REIVINDICATÓRIA NÃO REGISTRADA EM ATA. CAUSA DE EXTINÇÃO. A ata da assembleia de trabalhadores que legitima a atuação da entidade sindical respectiva em favor de seus interesses deve registrar, obrigatoriamente, a pauta reivindicatória, produto da vontade expressa da categoria. Diante do exposto, dou provimento ao recurso ordinário interposto por Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Espírito Santo SINDHES, a fim de decretar a extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 267, IV e VI, do Código de Processo Civil. Em consequência, julgo prejudicada a apreciação das demais matérias impugnadas no recurso ordinário. II RECURSOS ORDINÁRIOS INTERPOSTOS POR VITÓRIA APART HOSPITAL S/A E UNIMED VITÓRIA - COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO (ASSISTENTES LITISCONSORCIAIS) Julgamento prejudicado, em razão do decidido em relação ao recurso ordinário interposto por Sindicato dos SINDHES. ISTO POSTO ACORDAM os Ministros da Seção Especializada em Dissídios Coletivos do, à unanimidade: 1) dar provimento ao recurso ordinário interposto por Sindicato dos SINDHES, a fim de decretar a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, IV e VI, do Código de Processo Civil, ressalvadas as situações fáticas já constituídas, na forma do art. 6º, 3º, da Lei

fls.11 nº 4.725/65; 2) julgar prejudicado o exame das demais matérias impugnadas no correspondente recurso ordinário; 3)julgar prejudicado o exame dos recursos ordinários interpostos por Vitória Apart Hospital S/A e UNIMED VITÓRIA - Cooperativa de Trabalho Médico (assistentes litisconsorciais). Custas invertidas pelo Suscitante, no valor de R$ 20,00 (vinte reais), sobre o montante de R$ 1.000,00 (mil reais) atribuído à causa na representação (art. 789, II, da CLT). Brasília, 13 de outubro de 2014. Firmado por Assinatura Eletrônica (Lei nº 11.419/2006) FERNANDO EIZO ONO Ministro Relator