UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS CLEIDE BARBOSA



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS CIÊNCIAS ECONÔMICAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS CLEIDE BARBOSA GESTÃO DE ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA DA EMPRESA DIGITEL São Leopoldo 2005

CLEIDE BARBOSA GESTÃO DE ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA DA EMPRESA DIGITEL Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS. Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Diehl São Leopoldo 2005

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família. Aos meus queridos pais, Nelmo e Marisa que sempre me apoiaram, para que eu conseguisse conquistar meu espaço no mundo. Sem dúvida, este foi o grande alicerce que me sustentou em todas as dificuldades, e possibilitou que eu acreditasse no sucesso desta minha caminhada. E ao meu irmão Toni, pelo qual tenho grande admiração, que serviu como espelho durante esta importante etapa da minha vida.

AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, que estiveram sempre presentes durante esta longa caminhada. E ao meu irmão, por ser meu espelho no decorrer de toda minha graduação. Agradeço a Deus, por me dar força e me iluminar, em todos os momentos em que estava desanimando. Agradeço ao meu incansável orientador, Dr. Carlos Diehl, por me capacitar a desenvolver este estudo, através de seus amplos conhecimentos, por me transmitir segurança durante todo este longo caminho, e pela sua admirável paciência. Creio que todas essas virtudes e muitas outras, foram fundamentais para que eu conseguisse finalizar este trabalho. Agradeço aos meus colegas da Digitel, pela atenção desprendida, a disposição e colaboração nos momentos em que lhes foi solicitado. E a todos que contribuíram direta ou indiretamente Muito obrigada a todos vocês.

RESUMO Este trabalho é um estudo de caso realizado na empresa Digitel Indústria Eletrônica, líder no segmento de Comunicação de Dados no Mercado Brasileiro de Telecomunicações, a maior fabricante de Modens e Multiplexadores de Dados da América Latina e está situada na cidade de Porto Alegre/RS. O trabalho apresenta uma descrição do processo de planejamento e controle de materiais, e objetivando identificar as principais causas do alto nível de estoque de matériaprima. Para o desenvolvimento do estudo foi utilizada como apoio uma bibliografia composta por assuntos de administração de materiais, administração de estoques, inventário, entre outros, o que possibilitou a realização de uma análise da situação atual e a proposta de melhorias ao final da pesquisa. No levantamento de informações foram realizadas observações e entrevistas, e utilizados dados secundários. Em seguida, ocorreu a avaliação dos resultados, os quais foram comparados com a bibliografia utilizada, com o intuito de sugerir melhorias, salientar críticas e contribuir para o aperfeiçoamento do processo. Palavras-Chave: Matéria-prima. Estoque. Processo. Planejamento.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Gestão de materiais integra a gestão de fluxo de materiais com o fluxo de informações associado...13 Figura 2: Modelo genérico de curva de nível de estoques...14 Figura 3: Conceito de curva ABC...28 Figura 4: Fluxo tradicional e JIT entre estágios...31 Figura 5: Esquema do Planejamento e Necessidade de Materiais...33 Figura 6: Tipos de métodos científicos de previsão de vendas...36 Figura 7: Utilizando Kanban para itens de alto volume e MRP para itens de baixo volume...46 Figura 8: Foto da empresa Digitel...53 Figura 9: Esquema de atividades do PCP...55 Figura 10: Esquema de atividades do PCM...59 Figura 11: Demonstrativo Analítico de Estoques Digitel...65

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...8 1.1 Definição do Problema...9 1.1.1 Questão-Problema...9 1.2 Objetivos...10 1.2.1 Objetivo Geral...10 1.2.2 Objetivos Específicos...10 1.3 Justificativa...10 2 GESTÃO DE ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA...13 2.1 Importância da Administração de Materiais...14 2.2 Almoxarifado...15 2.3 Objetivos da Área de Planejamento e Controle de Materiais...15 2.4 Características do Estoque...16 2.5 Razões para o surgimento / manutenção de estoques...17 2.6 Fundamentos da gestão de estoques...19 2.7 Objetivos e Políticas de Estoques...20 2.8 Indicadores de desempenho...21 2.9 Análise do comportamento de consumo...22 2.10 Obsolescência e alienação de materiais inservíveis...23 2.11 Controle de Estoques...23 2.12 Custos de Estoque...24 2.13 Tipos de Estoques...26 2.14 Tempo de Ressuprimento...27 2.15 Técnicas de Administração de Estoques...27 2.16 Conceito Just in Time JIT...30 2.17 Material Requirements Planning (MRP I)...33 2.18 JIT e MRP...45 3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS...48 3.1 Delineamento da Pesquisa...48 3.2 Unidade de Análise...50 3.3 Coleta de Dados...50 3.4 Análise de Dados...52 4 ESTUDO DE CASO: EMPRESA DIGITEL IND. ELETRÔNICA SA...54 4.1 Caracterização da empresa...54

7 4.2 Descrição do processo...55 4.3 Resultados...65 4.4 Análise Crítica e Considerações...71 4.5 Sugestões de melhoria...76 5 CONCLUSÃO...84 REFERÊNCIAS...86 APÊNDICE A ROTEIRO PARA ENTREVISTAS...88 ANEXO A ABC DE COMPRAS DIGITEL JUNHO/2005...89

1 INTRODUÇÃO Os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico, os quais representam um investimento destinado a incrementar as atividades de produção e servir aos clientes. Entretanto, a formação de estoques consome capital de giro, que pode não estar tendo nenhum retorno do investimento efetuado e, por outro lado, pode ser necessitado com urgência em outro segmento da empresa, motivo pelo qual o gerenciamento deve projetar níveis adequados, objetivando manter o equilíbrio entre estoque e consumo. Em muitas empresas, os estoques representam componente extremamente significativo, seja sob aspectos econômico-financeiro ou operacionais críticos. Nas empresas industriais ou comerciais, os materiais concorrem, normalmente, com mais de 50% do custo do produto vendido, o que faz com que os recursos financeiros alocados a estoques devam ser empregados sob forma mais racional possível (VIANA, 2000, pg. 108). O presente trabalho visa abordar a administração de materiais da empresa Digitel S/A, mais especificamente o modelo de gestão utilizado atualmente, procurando identificar as causas que contribuem para o alto nível de estoque de matéria-prima. Desta forma, poderá proporcionar sugestões para a melhoria nos processos envolvidos. Será utilizado o estudo de caso, como método para a realização da pesquisa, que será melhor explicado no capítulo três.

9 O problema de pesquisa busca as causas de altos níveis de matéria-prima na empresa Digitel. Como objetivo geral será avaliar o modelo de gestão de estoques de matéria-prima utilizado pela empresa. 1.1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Um alto nível de estoque de matéria-prima não é desejável pela organização. Assim, torna-se relevante avaliar as melhores alternativas existentes para gerenciar os estoques de matéria-prima, de forma que venham ser úteis para regularizar os altos níveis de estoques atuais, pois de acordo com dados da Digitel, identifica-se que no mês de janeiro de 2005, as matérias-primas representavam 61,4% (em torno de U$ 2.880 mil) do estoque existente na empresa, enquanto que a fase de elaboração (produção) representava 15,4% do estoque e os produtos prontos representavam 23,1% do estoque. Neste mesmo período considerado, o giro de estoque de matéria-prima estava em torno de 98 dias. 1.1.1 Questão-Problema Quais as causas de altos níveis de estoques de matéria-prima na empresa Digitel?

10 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Avaliar o modelo de gestão de estoques de matéria-prima da empresa Digitel, identificando as principais causas do alto nível de estoque de matéria-prima e sugerir melhorias para o gerenciamento. 1.2.2 Objetivos Específicos Descrever a situação atual do Planejamento e Controle de Materiais (PCM), identificando as principais causas do alto nível de estoque de matéria-prima; Levantar alternativas não utilizadas pela empresa, para a gestão de estoques de matéria-prima; Propor alternativas mais adequadas, de acordo com a realidade da organização, que proporcionem melhorias nos processos envolvidos; Sugerir ações para o gerenciamento de estoque de matéria-prima, que possibilitem a futura redução do estoque. 1.3 JUSTIFICATIVA Um trabalho que objetiva apresentar alternativas para a gestão de estoques de matériaprima da empresa Digitel Ind. de Componentes Eletrônicos, através de melhorias no setor de planejamento e controle de materiais estará contribuindo para o bom andamento do

11 processo. Conseqüentemente, trará bons resultados para a organização como um todo, viabilizando um melhor atendimento aos clientes. Uma vez que, um estoque encontra-se em nível adequado, tende a tornar-se mais organizado, agilizando os processos de uma forma geral, e ainda permitirá um investimento de capital maior em outros aspectos, para que se reflita diretamente no bom atendimento de seus clientes. Por isso é relevante que as empresas se preocupem e valorizem a administração de seus estoques, pois se este processo estiver bem organizado e controlado, a tendência é trazer benefícios para a organização. Como já mencionado anteriormente, um benefício notável seria a disponibilidade de capital para que seja investido de outras formas, e assim, permitindo que outros departamentos proporcionem a evolução de seus processos, e possam contribuir para que a empresa consiga satisfazer seus clientes. Um dos grandes objetivos da empresa é atingir a excelência no atendimento aos clientes. Uma forma de atingi-lo é disponibilizando os produtos nas quantidades e datas necessárias. Para que isso ocorra é imprescindível que o processo de gerenciamento de estoque flua corretamente. A empresa trabalha com o sistema make-to-order 1, logo, não tem a intenção de manter um alto nível de estoque de matéria-prima. Pretende-se então, identificar causas que propiciam esta situação, a qual não é desejável pela empresa. Nessa linha, ainda sugerir melhorias de processos para minimizar este problema, o qual, obviamente, prejudica o desenvolvimento da empresa em outros aspectos, devido à má utilização do capital. Outro aspecto importante a ser considerado na realização deste trabalho, é o fato da possibilidade de aplicação dos conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso, os quais estão relacionados diretamente com a prática, já que o assunto da pesquisa foi muito 1 Make to order, segundo Arnold (1999), é o ambiente, no qual os fabricantes esperam até que uma encomenda seja recebida de um consumidor antes de começar a fabricar os bens.

12 mencionado em todo o período de estudo, justificando sua relevância, e, ainda oportunizando desenvolvimento pessoal e profissional do aluno. Em relação à viabilidade do projeto, serão utilizados bibliografias e conhecimentos de usuários, levantamento de dados internos da empresa, tais como relatórios, para a realização da pesquisa, que não proporcionará custo elevado. Tendo acesso ao processo da empresa, por fazer parte do quadro de funcionários da mesma, ao mesmo tempo em que já lhe foi concedida a autorização para a realização da pesquisa, o pesquisador tem facilidade na obtenção das informações necessárias para efetuá-la. Devido à competitividade de mercado existente, as empresas estão sendo pressionadas a aperfeiçoarem os seus processos continuamente para que, dessa forma, consigam atingir seus objetivos, que são lucratividade, custos baixos, aumento na participação de mercado, entre outros. Assim, esse ambiente se torna favorável para a implementação de mudanças organizacionais, priorizando, principalmente, setores que apresentam problemas pontuais já detectados, mas que ainda não tiveram nenhum tipo de ação desenvolvida para efetuar qualquer mudança. Mas isso deve ocorrem o quanto antes, para que as mesmas possam se manter no mercado.

2 GESTÃO DE ESTOQUES DE MATÉRIA-PRIMA Nesta seção serão apresentados os temas relacionados à pesquisa, com o propósito que seja possível a compreensão do estudo em andamento. Para exemplificar veja a figura a seguir, que se refere ao conceito de gestão de materiais. Saída de caixa Compras Gestão de Estoques Processamento de materiais Gestão de Estoques Submontagem Gestão de estoques Montagem Gestão de Estoques Fornece dores Estoq Matprima Estoque em processo Estoque de produto acabado Entrada de caixa Distribuição Física Clientes Fluxo de materiais e serviços Fluxo de informações Figura 1: Gestão de materiais integra a gestão de fluxo de materiais com o fluxo de informações associado. FONTE: SLACK; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002, p. 428.

14 2.1 IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS O setor de Planejamento e Controle de Materiais (PCM) é o responsável pela determinação das quantidades de produtos a serem produzidas e das quantidades de matériasprimas a serem compradas. Logo, é o responsável também, pela determinação dos níveis de estoque (veja figura 2). Então, de certa forma, torna-se também responsável pela otimização dos recursos da empresa, uma vez que, o estoque compromete parte do capital, que poderia estar disponível para outros tipos de investimentos. Para que os recursos sejam otimizados, é necessário projetar processos eficientes. Depois que este processo estiver definido é necessário administrá-lo para produzir bens de maneira econômica. Existem vários métodos para auxiliar a administração a planejar e controlar, um deles é através do controle do fluxo de materiais. O fluxo de materiais pode controlar o desempenho do processo (ARNOLD, 1999). Segundo Bertaglia (2003), o gerenciamento de estoque é um ramo da administração de empresas que está relacionado com o planejamento e o controle de estoques de materiais ou produtos que serão utilizados na produção de bens ou serviços. Por isso, a preocupação efetiva com os estoques pode interferir nos resultados estratégicos de uma empresa. Quando comprar? Quanto comprar? Nível de estoque Taxa de demanda (d) Tempo Figura 2: Modelo genérico de curva de nível de estoques. FONTE: CORRÊA,GIANESI E CAON, 1999, p. 53.

15 Um setor muito importante para a administração de materiais é o almoxarifado, o qual será brevemente descrito abaixo. 2.2 ALMOXARIFADO Pode ser definido como o local destinado à fiel guarda e conservação de materiais, em recinto coberto ou não, adequado a sua natureza, tendo a função de destinar espaços onde permanecerá cada item aguardando a necessidade do seu uso, ficando sua localização, equipamentos e disposição interna condicionados à política geral de estoques da empresa (VIANA,2000). O objetivo primordial de qualquer Almoxarifado é impedir divergências de inventário e perdas de qualquer natureza. Para cumprir sua finalidade, o Almoxarifado deverá possuir instalações adequadas, bem como recursos de movimentação e distribuição suficientes a um atendimento rápido e eficiente (VIANA, 2000). Existem rotinas rigorosas para a retirada dos produtos no Almoxarifado, que preservam os materiais armazenados, protegendo-os contra furtos e desperdícios. A autoridade para a retirada do estoque deve estar definida com clareza e somente pessoas autorizadas poderão exercer essa atribuição. 2.3 OBJETIVOS DA ÁREA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE MATERIAIS Os principais objetivos do Planejamento e Controle de Materiais são permitir o cumprimento dos prazos de entrega dos pedidos dos clientes, com a mínima formação de estoques, planejamento de compras e a produção de itens componentes para que ocorram apenas no momento e nas quantidades necessárias.

16 Dessa forma, por gestão de estoques, entendemos o planejamento do estoque, seu controle e sua retroalimentação sobre o planejamento (CHING, 1999). O planejamento consiste em determinação dos valores que o estoque terá com o correr do tempo, bem como na determinação das datas de entrega e saída dos materiais do estoque e na determinação dos pontos de pedido de material. Na etapa de controle, coloca-se em prática o planejamento realizado e controla-se o seu andamento para que o processo ocorra como planejado, possibilitando atingir os objetivos gerais da empresa, nos quais destaca-se, principalmente, a satisfação dos clientes. A retroalimentação é a comparação dos dados de controle com os dados do planejamento, a fim de constatar seus desvios e determinar suas causas. Quando for o caso, a empresa deve corrigir o plano para torná-la mais realista, fazendo com que o planejamento e o controle sejam cada vez mais coincidentes (CHING, 1999). 2.4 CARACTERÍSTICAS DO ESTOQUE Estoque é um termo amplo. No entanto, pode ser definido como um material armazenado por algum tempo, para uso futuro, assim regulando o ritmo entre fluxos de material dentro de uma indústria, às custas de alguma imobilização financeira. Apresenta vários tipos como matéria-prima, material em processamento, peças componentes, produtos acabados, material auxiliar e de uso geral (RUSSOMANO, 1995). Permite o atendimento regular das necessidades dos usuários para a continuidade das atividades da empresa, sendo estoque gerado, consequentemente, pela impossibilidade de prever-se a demanda com exatidão, e também é uma reserva para ser utilizada em tempo oportuno (VIANA, 2000). A manutenção de estoque implica riscos de investimento e obsolescência, e ainda a possibilidade de roubo.

17 Estoque consiste em substancial investimento em ativos e, portanto, deve proporcionar pelo menos algum retorno de capital. As dificuldades de serem encontradas metodologias sofisticadas para a apuração dos custos de manter estoques tornam difícil a avaliação do trade-offs entre níveis de serviço, eficiência das operações e níveis de estoque. Dessa forma maioria das empresas mantém estoque médio que excede suas necessidades normais (BOWERSOX,2001). Conforme Viana (2000), as principais causas que exigem estoque permanente para o imediato atendimento do consumo interno e das vendas nas empresas são: Necessidade de continuidade operacional; Incerteza da demanda futura ou de sua variação ao longo do período de planejamento; Indisponibilidade imediata do material nos fornecedores e cumprimento dos prazos de entrega. O ideal seria a inexistência de estoques, à medida que fosse possível atender ao cliente no momento em que ocorressem as demandas. Mas é extremamente difícil isso ocorrer. Então, torna-se necessário a existência de um nível de estoques que sirva de amortecedor entre os mercados supridor e consumidor, a fim de que os consumidores possam ser plena e sistematicamente atendidos. Mas em algumas empresas esse amortecedor tende a ser excessivo e acaba sendo investido muito capital em estoque desnecessário. 2.5 RAZÕES PARA O SURGIMENTO / MANUTENÇÃO DE ESTOQUES Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (1999), as principais razões para o surgimento/manutenção de estoques são: Falta de coordenação: pode ser impossível ou inviável coordenar perfeitamente fases de um processo de transformação industrial. Certos

18 fornecedores, por exemplo, fornecem embalagens mínimas de matériasprimas, o que vai acarretando em geração de estoque deste item. Existem também problemas de custos do processo de compra, como custos de frete, administrativos, cotação e negociação, que são muito altos, e fazem com que sejam comprados lotes maiores do que a necessidade, com o intuito de amortizar o custo de obtenção do material; Incerteza: existem casos em que as taxas de consumo e suprimento não são previsíveis, ou seja, são incertas, por exemplo, quando o consumo não se dá com base em pedidos colocados com grande antecedência. Nestes casos, os estoques são necessários para fazer frente a estas incertezas; Especulação: quando há intenção de criação de valor e correspondente realização de lucro. Isso ocorre por meio da especulação com a compra e venda de materiais. Às vezes, as empresas conseguem antecipar a ocorrência de escassez de oferta de determinado bem, comprando quantidades mais altas do que aquelas necessárias para seu consumo, enquanto os preços ainda estão baixos. Quando vem a escassez e a alta de preços, não só a empresa não sofre com ela, mas também pode vender o excedente pelo preço aumentado, realizando bons lucros; Disponibilidade no canal de distribuição: dá-se principalmente com produtos de consumo (alimentos, higiene pessoal etc.), pois são produtos que precisam estar disponíveis próximos dos mercados consumidores. Os produtos que preenchem o canal de distribuição, podem representar quantidades consideráveis de estoques que devem ser gerenciados.

19 2.6 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE ESTOQUES Segundo Viana (2000), gestão de estoques é um conjunto de atividades que visa, por meio das respectivas políticas de estoque, ao pleno atendimento das necessidades da empresa, com a máxima eficiência e ao menor custo, através do maior giro possível para o capital investido em materiais. Seu objetivo fundamental é buscar o equilíbrio entre estoque e consumo. Para isso existem algumas regras e critérios, dentre outras: impedir entrada de materiais desnecessários, mantendo em estoque somente os de real necessidade da empresa; centralizar as informações que possibilitem o permanente acompanhamento e planejamento das atividades de gestão; definir os parâmetros de cada material incorporado ao sistema de gestão de estoques, determinando níveis de estoque respectivos; determinar para cada material, as quantidades a comprar, por meio dos respectivos lotes econômicos e intervalos de ressuprimento; analisar e acompanhar a evolução de estoques da empresa; ativar o setor de compras para que as encomendas referentes a materiais com variação nos consumos tenham suas entregas aceleradas; ou reprogramar encomendas em andamento, em face das necessidades da empresa; decidir sobre a regularização ou não de materiais entregues além da quantidade permitida (excesso); realizar freqüentes estudos, propondo alienação, para que os materiais obsoletos e inservíveis sejam retirados do estoque.

20 Conforme Bertaglia (2003), muitos são os fatores que interferem nos processos e que afetam a maneira de administrar os estoques, como: utilização do conceito lote; estoque de segurança; níveis de serviço ao cliente; estoque de antecipação para situações de sazonalidade. Em decorrência de variações no mercado e comportamentos da concorrência, a estratégia de estoques deve ser continuamente revisada. 2.7 OBJETIVOS E POLÍTICAS DE ESTOQUES Bertaglia (2003), diz que a compreensão dos objetivos estratégicos da existência e do gerenciamento dos estoques é fundamental para se definir metas, funções, tipos de estoque e forma como eles afetam as organizações em suas atividades produtivas e de relacionamento com o mercado. Um dos objetivos do investimento em estoques é maximizar os recursos da empresa, ou seja, em muitos casos, a formação de estoques proporciona um balanceamento das operações da organização, possibilitando aumento na eficiência operacional, redução de custos de mão-de-obra e maximização da capacidade instalada. Outro objetivo é fornecer um nível satisfatório de serviço ao cliente ou consumidor, o qual está relacionado ao nível de atendimento que a organização supostamente pretende oferecer ao cliente e/ou consumidor. Para isso, as empresas precisam estabelecer critérios coerentes para medir a satisfação dos clientes (BERTAGLIA, 2003).

21 Entende-se por política de estoques o conjunto de atos diretivos que estabelecem, de forma global e específica, princípios, diretrizes e normas relacionadas ao gerenciamento. Em qualquer empresa, a preocupação da gestão de estoques está em manter o equilíbrio entre as diversas variáveis componentes do sistema, tais como: custos de aquisição, de estocagem e de distribuição, nível de atendimento das necessidades dos usuários consumidores, etc. (VIANA, 2000, p. 118). Conforme Viana (2000), a gestão de estoques economicamente consiste essencialmente na procura da racionalidade e equilíbrio com o consumo, ao mesmo tempo em que atenda as necessidades efetivas de seus consumidores com mínimo custo e menor risco de falta possível; assegure aos consumidores a continuidade de fornecimento; o valor obtido pela continuidade de fornecimento deve ser inferior a sua própria falta. 2.8 INDICADORES DE DESEMPENHO Segundo Bertaglia (2003), medir desempenho de estoque é salutar para a organização, uma vez que um dos aspectos fundamentais da administração moderna enfatiza a redução dos estoques. O aumento ou redução de estoques gera forte impacto nas finanças de qualquer empresa. Como exemplo de indicadores de desempenho que visam a monitoração de estoques temos: Giro de estoque: que corresponde ao numero de vezes em que o estoque é consumido totalmente durante um determinado período (normalmente um ano). Giro de estoque = vendas anuais / estoque médio Cobertura de estoque: que está relacionada à taxa de uso do item e baseiase no cálculo da quantidade de tempo de duração do estoque, caso este não sofra nenhum ressuprimento. Cobertura de estoque: estoque médio / demanda

22 Nível de serviço ao cliente: as organizações preocupadas com as necessidades dos clientes utilizam o conceito de serviço ao cliente para avaliar o desempenho do sistema de controle de estoques. Uma medida bastante comum é a taxa de atendimento ao pedido, que é a relação entre a quantidade de itens disponíveis e a quantidade de itens demandada pelo cliente. Acurácia de estoque: manter a acurácia dos estoques em um nível elevado - isento de erros- trará significativas vantagens à organização. Acurácia = quantidade física (contagem de estoque) / quantidade teórica (controles de entrada e saída do material) 2.9 ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE CONSUMO Segundo Viana (2000), deve-se analisar continuamente o comportamento de consumo de materiais da empresa, para manter o equilíbrio entre o estoque e o consumo efetivo de matéria-prima. Uma possibilidade importante na análise do comportamento de consumo é utilização do material até esgotar, considerando-se que os materiais assim enquadrados não podem ser confundidos como obsoletos, pois ainda têm aplicação, com especificação adequada. Para identificar materiais no grupo utilizar até esgotar, considera-se algumas causas: desconhecimento da vida útil: o estabelecimento da vida útil resulta do conhecimento a que estão sujeitos os materiais quanto ao desgaste, fadiga, deterioração resultante da ação de agentes agressivos, calor, umidade, poeira, ácidos etc. compra em quantidade além da necessária, ou seja, compras caracterizadas pelo excesso de segurança;

23 desconhecimento da existência de estoque: especificação incompleta dificulta a perfeita identificação, deficiência que faz com que os materiais assim dispostos não sejam utilizados, podendo haver compra indevida dos mesmos. compra para aplicação imediata: alguns materiais podem ser armazenados sob a classificação de estocagem temporária e ficar sem utilização; nacionalização: materiais importados em via de nacionalização, portanto, sem condições de reposição original, cujos saldos ficam classificados na categoria utilizar até esgotar, até que a substituição por nacionais seja completada. 2.10 OBSOLESCÊNCIA E ALIENAÇÃO DE MATERIAIS INSERVÍVEIS Conforme Viana (2000), o ritmo de desenvolvimento, imperativo para grandes empresas, tem como conseqüência a alienação de objetos substituídos pela inovação tecnológica, e desgaste natural dos materiais utilizados. O descarte de materiais inservíveis, obsoletos e sucatados objetiva: eliminar os materiais que não mais atendem às exigências técnicas da empresa; desocupar áreas de armazenagem; reduzir os custos de armazenamento; reduzir o valor das imobilizações em materiais. 2.11 CONTROLE DE ESTOQUES É um procedimento rotineiro necessário ao cumprimento de uma política de estoques. O controle abrange as quantidades disponíveis numa determinada localização e acompanha suas variações ao longo do tempo. Essas funções podem ser desempenhadas manualmente ou por computador. As principais diferenças são a velocidade, a precisão e o custo.

24 Para implementar as políticas desejadas de gerenciamento de estoques, torna-se necessário desenvolver procedimentos de controle, que definam a freqüência segundo a qual os níveis de estoque são examinados e comparados com parâmetros de ressuprimento, ou seja, quando e quanto pedir. 2.12 CUSTOS DE ESTOQUE Os valores reais variam de setor para setor e de empresa para empresa. Os custos de capital podem variar dependendo das taxas de juros, do crédito da empresa na praça e das oportunidades de investimentos que a empresa pode ter. Os custos de armazenamento variam com o lugar e o tipo de armazenamento necessário. Os custos de riscos podem ser muito baixos ou podem estar perto de 100% do valor do item para produtos perecíveis. O custo de estocagem é geralmente definido como uma percentagem em valores monetários do estoque por unidade de tempo, geralmente um ano (ARNOLD, 1999, p.274) Conforme Arnold (1999), os custos associados ao estoque dividem-se em: a) Custo por item: o preço pago por um item comprado consiste no custo desse item e de qualquer outro custo direto associado com trazê-lo até a fábrica. b)custo de estocagem: esses custos incluem todas as despesas que a empresa incorre em função do volume de estoque mantido. Dentre eles, destacam-se os custos de capital, custos de armazenamento e custos de risco. c)custos de pedidos: são aqueles associados à emissão de um pedido ou para a fábrica ou para um fornecedor, ou seja, cada operação de entrada de pedido para abastecimento de estoque necessita de algumas atividades que geram estes custos. Estes custos incluem custos de controle de produção, custos de preparação e desmontagem, custos de capacidade perdida e custos de pedidos de compra. d)custo de falta de estoque: ocorre se a demanda durante o lead time excede a previsão, ocasionando uma falta de estoque, o que pode ter como conseqüência custos de pedidos não atendidos, de vendas perdidas e de clientes possivelmente perdidos.

25 e)custos associados à capacidade: quando é preciso alterar os níveis de produção, pode haver um aumento de custos devido a horas-extras, contratações, treinamentos, etc. Estes custos podem ser evitados pela produção de itens em períodos de folga para serem vendidos nos períodos de pico. Entretanto, isso aumenta o estoque nos períodos de folga. Slack, Chambers e Johnston (2002), salientam os seguintes custos de estoque: Custos de capital de giro: logo que colocamos um pedido de reabastecimento, os fornecedores vão demandar pagamento por seus bens. Quando fornecermos para nossos próprios consumidores, vamos, por nossa vez, demandar pagamento. Todavia, haverá provavelmente um lapso de tempo entre pagar a nossos fornecedores e receber pagamento de nossos consumidores. Durante esse tempo, temos que ter os fundos para manter os estoques. Isso é chamado capital de giro, que precisamos para girar o estoque. Os custos associados a ele são os juros, que pagamos ao banco por empréstimos, ou os custos de oportunidade, de não investirmos em outros lugares. Custos de armazenagem: são os custos associados à armazenagem física dos bens. Locação, climatização e iluminação do armazém podem ser caros. Custos de obsolescência: se escolhemos uma política de pedidos que envolve pedidos de quantidades muito grandes, que significará que os itens estocados permanecerão longo tempo armazenados, existe o risco de que esses itens possam tornar-se obsoletos, ou deteriorar-se com a idade.