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Transcrição:

ESPÍRITO SANTO FINANCIAL GROUP S.A. Sede: 22/24 boulevard Royal, L-2449 Luxembourg Capital Social : Eur 207,075,338 Matriculada na Conservatória de Et e Luxemburgo sob o no.22.232 Espírito Santo Financial Group S.A. informa sobre resultados Consolidados de 2013 (versão em português)

A ESPÍRITO SANTO FINANCIAL GROUP S.A. ANUNCIA OS SEUS RESULTADOS CONSOLIDADOS AUDITADOS RELATIVOS AO EXERCÍCIO DE 2013 Luxemburgo/Portugal 28 de Abril de 2014 A Espírito Santo Financial Group S.A ('ESFG ou a 'Sociedade') (NYSE Euronext Lisbon: ESF; Bloomberg: ESF PL; Reuters: ESF LS) anuncia hoje os seus resultados consolidados auditados relativos ao exercício de 2013. O relatório foi elaborado de acordo com as normas internacionais de reporte financeiro (IFRS) conforme adoptadas na UE. Tradução do original em inglês do comunicado de imprensa dos resultados relativos ao exercício de 2013. Em caso de dúvida ou discrepância é favor consultar o documento original. PRINCIPAIS DESTAQUES NO PERÍODO DE REPORTE As actividades bancárias e de seguros da ESFG permanecem condicionadas pela conjuntura económica em Portugal, onde operam as suas principais subsidiárias. No entanto, indicadores recentes apontam para um cenário mais positivo, nomeadamente para uma melhoria significativa do saldo externo na segunda metade do ano. No final de 2013 o Banco Espírito Santo ( BES ) reconheceu imparidades no valor de 1,42 mil milhões de euros. A ESFG reconheceu provisões adicionais no montante de 700,0 milhões de euros que penalizaram os resultados. O Produto Bancário Comercial Consolidado da ESFG reduziu-se em 14,1% face ao ano anterior, para 1,82 mil milhões de euros (2,11 mil milhões de euros em Dezembro de 2012); O Resultado Financeiro Consolidado registou uma quebra homóloga de 13,7%, cifrando-se em 1,09 mil milhões de euros (1,27 mil milhões de euros em Dezembro de 2012); Os Resultados Líquidos de Serviços a Clientes (a nível consolidado) decresceram 14,9% face ao ano anterior, para 723,1 milhões de euros (849,6 milhões de euros em Dezembro de 2012); Os Resultados Consolidados de Operações Financeiras 1 baixaram para 86,9 milhões de euros, (489,9 milhões de euros em Dezembro de 2012); Os Prémios Brutos Emitidos Líquidos de Resseguro (a nível consolidado) aumentaram 70,4%, para 694,7 milhões de euros (407,6 milhões de euros em Dezembro de 2012); este valor reflecte a consolidação integral da BES Vida, a unidade de seguros vida do BES; 1 Valor agregado de perdas/ganhos líquidos em activos financeiros ao justo valor por contrapartida de resultados, Ganhos líquidos em activos financeiros disponíveis para venda, ganhos líquidos em diferenças cambiais, e ganhos/perdas líquidas na venda de outros activos. 1

Os Custos com Sinistros Líquidos de Resseguro (a nível consolidado) diminuíram 23,5%, para 483,2 milhões de euros (631,9 milhões de euros em Dezembro de 2012); Os Custos Operativos Consolidados, aumentaram 27,6% face ao ano anterior, para 4,11 mil milhões de euros (3,22 mil milhões de euros em Dezembro de 2012), devido ao reforço de provisões; Os Custos com Pessoal e Outros Gastos Administrativos (a nível consolidado) registaram uma descida homóloga de 5,4%, cifrando-se em 1,21 mil milhões de euros, (1,28 mil milhões de euros em Dezembro de 2012); A 31 de Dezembro de 2013 o rácio Core Tier 1 da ESFG tinha baixado para 9,2%, reflectindo o reforço de provisões da sociedade e o prejuízo consolidado apresentado pelo BES. O rácio Core Tier 1 do BES aumentou no entanto para 10,6% (BIS II), ou para 9,8% segundo a metodologia da EBA. A ESFG estima que em Janeiro de 2014 o seu rácio Common Equity Tier I (BIS III) se situava em 8,5%, acima dos requisitos mínimos. 2

ÍNDICE 1. Principais Indicadores da Demonstração de Resultados 4 2. Ambiente Macroeconómico 5 3. Resumo das Operações 6 4. Estrutura Operacional 13 5. Análise dos Resultados 5.1 Banca 15 5.2 Seguros 17 5.3 Outras Áreas de Negócio 19 6. Análise dos Custos 6.1 Custos Operacionais 20 6.2 Provisões Extraordinárias e Garantias 21 7. Solvabilidade e Liquidez 7.1 Solvabilidade 22 7.2 Basileia III 24 7.3 Liquidez Dívida emitida 25 7.4 Notações de Rating 26 8. Principais Acontecimentos em 2013 e Desenvolvimentos Subsequentes 27 9. Demonstrações Financeiras Consolidadas 29 CONFERENCE CALL Uma conferência telefónica destinada a investidores e analistas terá lugar no dia 29 de Abril 2014 às 15:00 horas (Reino Unido & Portugal) / 16:00 (CET) / 10:00 (EDT). A reprodução instantânea desta chamada estará disponível durante duas semanas. Para mais informações, é favor contactar Miles Chapman, em Taylor Rafferty, para o nº +44 (0) 207 614 2916. 3

1. PRINCIPAIS INDICADORES DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Fig. I (Milhares de euros) 2012 2013 % + Resultado Financeiro 1 265 221 1 092 495 (13,7%) + Resultados de Serviços a Clientes 849 614 723 132 (14,9%) = Produto Bancário Comercial 2 114 835 1 815 627 (14,1%) + Resultados de Operações Financeiras 1 489 864 86 929 (82,3%) + Outros Resultados Operacionais 458 937 74 843 (83,7%) + Prémios de Seguro (Líquidos de Resseguro) 407 632 694 668 70,4% + Rendimento de dividendos 73 167 58 394 (20,2%) = Resultados Operacionais 3 544 435 2 730 460 (23,0%) - Custos com Pessoal e Gastos Gerais 1 280 467 1 209 845 (5,5%) - Custos com sinistros (Líquidos de Resseguro) 631 943 483 218 (23,5%) - Variação nas Reservas Técnicas (Líquidas de Resseguro) & Comissões de Seguros (297 404) 1 075 - - Amortizações, Provisões e Imparidades 1 327 128 2 254 257 69,9% - Outros gastos 276 990 157 951 (43,0%) = Custos operacionais 3 219 124 4 107 329 27,6% Resultados antes de Impostos (Inc. Resultados de Investimentos Financeiros & Parte do Lucro de Associadas) 491 390 (1 368 043) - - Impostos Directos 152 159 157 432 3,9% - Impostos Diferidos (41 157) (321 625) - - Interesses Minoritários 58 071 (370 615) - = Resultado Líquido 313 633 (864 031) - 1 Valor agregado de perdas/ganhos líquidos em activos financeiros ao justo valor por contrapartida de resultados, Ganhos líquidos em activos financeiros disponíveis para venda, ganhos líquidos em diferenças cambiais, e ganhos/perdas líquidas na venda de outros activos. 4

AMBIENTE MACROECONÓMICO O ano de 2013 ficou marcado por uma recuperação da atividade económica global, com uma aceleração do crescimento nos EUA no 2º semestre, suportada pela recuperação dos mercados do trabalho e da habitação e por fortes estímulos da política monetária, e com uma melhoria do sentimento em relação à Zona Euro. O PIB da Zona Euro regressou a crescimentos trimestrais positivos no 2º trimestre, sustentando a expectativa de um crescimento em torno de 1,0% em 2014, após queda de 0,5% em 2013. O ano de 2013 foi ainda marcado por uma estabilização do crescimento na China, em torno de 7,7%. Com a recuperação da actividade e com a Reserva Federal americana a sinalizar uma atenuação do quantitative easing, as yields dos Treasuries e dos Bunds a 10 anos subiram, em 2013, de 1,758% para 3,029% e de 1,316% para 1,929%, respectivamente. A perspectiva de uma liquidez menos acessível penalizou, em geral, os mercados emergentes. No Brasil, o real depreciou-se cerca de 13,0% face ao USD e perto de 17,0% face ao Euro e o índice Bovespa recuou 15,5%. Nos EUA e na Europa, a recuperação do crescimento e da confiança no contexto de políticas monetárias expansionistas beneficiou particularmente o mercado acionista. Nos EUA, os índices S&P500 e Nasdaq registaram ganhos de 29,6% e 38,3%, respectivamente. Na Europa, o DAX, o CAC e o IBEX avançaram 25,5%, 18,0% e 21,4%, respectivamente. Com a persistência de riscos desinflacionistas, o BCE reduziu a taxa de juro das operações principais de refinanciamento em Novembro, de 0,5% para 0,25%. No entanto, a Euribor a 3 meses subiu 6pb no 4º trimestre e 10pb no ano, para 0,287% e o Euro apreciou-se perto de 4,5% face ao USD, para EUR/USD 1,379. Em Portugal, o desempenho favorável das exportações e uma tendência de estabilização na procura interna traduziram-se numa recuperação da atividade a partir do 2º trimestre. O crescimento manteve-se, no entanto, condicionado pelo processo de deleveraging em curso nos diferentes sectores. O PIB registou uma queda anual de 1,5% em 2013, mas com a perspetiva de um crescimento próximo de 1,0% em 2014. O desemprego reduziuse de 17,7% para cerca de 15,3% da população activa entre o 1º e o 4º trimestres de 2013. A capacidade líquida de financiamento da economia terá atingido cerca de 2,5% do PIB em 2013, suportada por um aumento da poupança interna e com o défice das Administrações Públicas abaixo da meta de 5,5% do PIB. Portugal regressou aos mercados de capitais com uma operação de troca de dívida em Dezembro (6,6 mil milhões de euros), a que se seguiu, já em Janeiro de 2014, uma emissão sindicada a 5 anos, num montante de 3,25 mil milhões de euros. Após um máximo de 7,5% em Julho, a yield das OTs a 10 anos fechou o ano em 6,13%, prolongando a tendência de descida no início de 2014, para valores próximos de 5,0%. O PSI-20 valorizou-se cerca de 16,0% em 2013. 5

3. RESUMO DAS OPERAÇÕES O resultado líquido consolidado da Espírito Santo Financial Group S.A. (ESFG) no exercício de 2013 atribuível aos accionistas da sociedade cifrou-se em -864,0 milhões de euros, tendo baixado de 313,6 milhões de euros em 2012. Além da consolidação dos prejuízos no final do ano do BES e dos resultados positivos das outras operações bancárias e de seguros, os resultados da ESFG incluem uma provisão extraordinária de 700,0 milhões de euros, que tiveram um impacto negativo nos resultados consolidados da companhia (vide ponto 6.2.). Os resultados das operações nucleares da ESFG foram condicionados pelos desafios colocados pela crise da Zona Euro e pelo impacto do Programa de Ajustamento Financeiro adoptado por Portugal. O desempenho do BES, o principal investimento da ESFG no sector bancário, foi afectado pelo aumento do número de insolvências em Portugal, com impacto no nível de imparidades e na necessidade de constituir provisões adequadas. Não obstante, os últimos números trimestrais relativos ao produto bancário reflectem uma clara melhoria. As contribuições das restantes operações bancárias da ESFG para os seus resultados consolidados mantiveram-se positivas, embora inferiores às do exercício de 2012. Os resultados do negócio de seguros vida e não-vida da ESFG, desenvolvido através do BES e da Tranquilidade, registaram uma melhoria no período de reporte. A ESFG, no final de 2013 e durante 2014 continua com o seu programa de simplificação da sua estrutura de investimento através da venda e/ou consolidação dos activos bancários e de seguros. No 1º trimestre de 2014, e parte do programa de simplificação, a ESFG teve as seguintes reduções nos activos: a venda da sua participação no BES Vénétie e a IPO de parte da sua participação na área do investimento no sector da saúde: Espírito Santo Saúde. No início de Abril de 2014 a ESFG vendeu a sua última participação no Banco BEST (ver ponto 4). O Produto bancário consolidado da ESFG baixou 14,1%, para 1,82 mil milhões de euros. No entanto o BES registou um forte crescimento dos depósitos, que aumentaram 6,6%, para 36,8 mil milhões de euros. O crédito a clientes diminuiu ligeiramente, tendo o crédito à habitação baixado 4,1%. Destaque, no entanto, para o crédito às PME s exportadoras que aumentou 4,3% face ao ano anterior. O rácio crédito/depósitos do BES baixou de 137,0% em 2012 para 121% no final de 2013. O resultado financeiro do banco registou uma quebra homóloga de 12,4%, para 1,04 mil milhões de euros, tendo no entanto melhorado no segundo semestre do ano. A margem financeira reduziu-se de 1,70% para 1,51% (-19pb) devido a uma redução na taxa média dos ativos superior à dos passivos. Em base homóloga, o resultado financeiro da ESFG apresentou uma quebra de 16,1%. 6

Os Resultados de Serviços a Clientes consolidados (líquidos de custos) da ESFG registaram uma quebra homóloga de 14,9%, para 723,1 milhões de euros. Estes resultados incorporam o custo significativo suportado com as garantias prestadas pelo Estado Português a determinados instrumentos de dívida emitidos pelo BES, que deverão no entanto cessar em 2015. O resultado do Comissionamento do Banco baixou 16,3% face a 2012, para 693,4 milhões de euros. No entanto, em termos trimestrais, a melhoria observada ao longo do ano nos Resultados Financeiros do BES foi igualmente visível nos seus Resultados de Serviços a Clientes. Os Resultados consolidados de Operações Financeiras da ESFG, incluindo sobre instrumentos de taxa de juro, crédito e cambial, assim como da negociação de acções diminuíram, cifrando-se em 86,9 milhões de euros. O resultado líquido consolidado da ESFG reflecte os desafios enfrentados pelo BES e as medidas tomadas pelo Banco para os mitigar, nomeadamente o reforço do provisionamento no exercício em 18,6% face ao registo do ano anterior, para 1,42 mil milhões de euros, assim como a constituição de uma provisão de 700,0 milhões de euros pela ESFG. No BES, o aumento do saldo das provisões para crédito para 3,39 mil milhões de euros fez elevar o rácio Provisões para Crédito/Crédito a Clientes para 6,8% (5,3% em Dezembro de 2012). Os custos operativos consolidados registaram uma subida homóloga de 27,6% em resultado do aumento do custo com o provisionamento. Os custos com pessoal mantiveram-se contidos, tendo registado uma quebra de 10,9% face ao ano anterior, para 691,4 milhões de euros (777,7 milhões de euros em 2012). A ESFG manteve como prioridade estratégia a sua aposta orgânica fora dos mercados tradicionais, tendo os custos com pessoal e os custos administrativos decrescido nos seus mercados mais maduros e aumentado nos mercados internacionais. Os activos totais consolidados da ESFG registaram uma quebra de 3,1%, tendo passado de 87,57 mil milhões de euros no final de 2012 para 84,85 mil milhões de euros no final de 2013. Os Activos de risco equivalentes consolidados da ESFG decresceram para 60,6 mil milhões de euros em Dezembro de 2013, de 65,08 mil milhões de euros em Dezembro de 2012. 7

Grupo Banco Espírito Santo Os resultados do BES, subsidiária bancária da ESFG, reflectem as difíceis condições em que se desenvolveu a actividade no seu principal mercado de actuação, Portugal. O BES apresentou um prejuízo de 517,6 milhões de euros em 2013, que compara com um lucro de 96,1 milhões de euros em 2012. Estes resultados surgem num contexto de reforço do balanço através da prossecução do processo de deleveraging, levando à redução do produto bancário, e de reforço das provisões para crédito. O financiamento líquido do BCE reduziu-se para 5,4 mil milhões de euros (6,9 mil milhões de euros em Dezembro de 2012). A política de redução do financiamento do BCE contribuiu para uma descida da margem financeira. O produto bancário comercial registou uma quebra homóloga de 14,0%, cifrando-se em 1,73 mil milhões de euros (2,01 mil milhões de euros em 2012). No entanto, assistiu-se a uma melhoria gradual do resultado operacional em termos trimestrais, com o resultado financeiro a revelar aumentos consistentes na área doméstica e uma recuperação na área internacional. A continuação da melhoria das condições macroeconómicas deverá permitir ao Banco melhorar o seu desempenho ao longo de 2014. O rácio Core Tier I do BES elevou-se a 10,6%, acima do nível mínimo fixado pelo Banco de Portugal (10,0%), e atingiu 9,8% segundo a metodologia da EBA, também acima do valor mínimo de 9,0% fixado por aquela Autoridade Europeia. Considerando as regras de BIS III, com aplicação a partir de Janeiro de 2014, o Banco estima que o seu rácio Common Equity Tier I se situou em 10,1% (8,1% se fully implemented, excluindo os activos por impostos diferidos). No final do segundo trimestre a subsidiária do BES no ramo de seguros vida, a BES Vida, realizou uma operação de monetização da sua carteira de produtos de Vida Risco, com impacto positivo nos resultados do Banco. No quarto trimestre, o aumento de capital do BES Angola teve um contributo positivo de 25 pontos base para o seu rácio Core Tier I. Outras operações, nomeadamente a alienação de parte da participação na EDP e a realização de duas operações de securitização sintética contribuíram igualmente para melhorar o nível de solvabilidade do Banco. No contexto de BIS II, os activos de risco do BES registaram um decréscimo de 4,35 mil milhões de euros desde o início do ano, situando-se em 57,33 mil milhões de euros. O programa de deleveraging, iniciado em 2010 em antecipação ao pedido de assistência financeira efectuado pelo Governo português, foi prosseguido durante o quarto trimestre de 2013. Em consequência, o rácio crédito/depósitos no final do ano era de 121,0%, inferior em 16pp ao apurado no final de 2012. A melhoria sensível deste rácio foi conseguida através do aumento dos depósitos de clientes, que atingiram 36,83 mil milhões de euros (+6,6% face ao ano anterior). Os recursos totais de clientes, incluindo depósitos e outros recursos de balanço e desintermediados, registaram uma subida homóloga de 4,0%, para 46,6 mil milhões de euros (44,8 mil milhões de euros em 2012). 8

Embora a qualidade do crédito em geral se tenha mantido resiliente, os níveis de sinistralidade, tanto a nível doméstico como internacional, reflectem a situação económica em Portugal. O rácio Crédito vencido há mais de 90 dias/crédito a clientes subiu de 3,9% no final de 2012 para 5,7% no final de 2013. Em termos trimestrais foi visível um abrandamento no aumento da sinistralidade, tendo as novas entradas líquidas no crédito em risco sido negativas no último trimestre do ano. Os níveis de cobertura foram reforçados, tendo o rácio Provisões para crédito / Crédito a clientes atingido 6,8% (a cobertura do crédito em risco aumentou para 65,0%, de 57,0% em Dez. 2012), o que representa um aumento de 25,8% no saldo das provisões para crédito em balanço, para 3,39 mil milhões de euros. O crédito vencido em Portugal registou a mesma tendência de abrandamento, tendo diminuído no último trimestre do ano. As operações internacionais consolidadas desempenham um papel fundamental na estratégia de diversificação da Espírito Santo Financial Group. O triângulo estratégico do BES na área bancária (Espanha, Brasil e África), juntamento com os seus outros interesses internacionais, nomeadamente no Reino Unido e nos Estados Unidos, continuaram a dar uma contribuição positiva para os resultados, embora menor do que no ano anterior. O resultado da área internacional do Banco cifrou-se em 21,9 milhões de euros, reflectindo uma quebra dos resultados de operações financeiras e o contínuo esforço de provisionamento. O resultado financeiro da área internacional aumentou 31,8% face ao ano anterior, atingindo 470,9 milhões de euros, suportado na performance das operações em Angola. Por outro lado o comissionamento internacional baixou para 192,0 milhões de euros. Em resultado destes desenvolvimentos, o produto bancário da área internacional apresentou uma subida homóloga de 1,6%. O aumento do resultado financeiro internacional permitiu amortecer a sua redução a nível doméstico (-31,6%). O produto bancário comercial do BES (nacional e internacional) registou uma quebra de 12,4% no exercício. O produto bancário consolidado, incluindo resultados de operações financeiras e diversos, totalizou 1,73 mil milhões de euros, tendo baixado 14,0% face aos 2,0 mil milhões de euros reportados em 2012. Relativamente ao desempenho das operações internacionais do BES, são de assinalar a recuperação no Reino Unido, impulsionada pelo aumento da captação de recursos wholesale, e as performances positivas em França e no Luxemburgo, contrariadas no entanto por uma menor contribuição das unidades em África e pelo impacto negativo da crise na UE nas unidades em Espanha. Os activos totais do Banco Espírito Santo de Angola (BESA), no qual o BES detém uma participação de 55,7% e o controlo da gestão, atingiram 8,24 mil milhões de euros, o que representa uma subida homóloga de 4,0%, tendo a carteira de crédito crescido 9,0%, para 5,89 mil milhões de euros. Os recursos de clientes apresentam uma redução de 6,0%. O resultado do Banco atingiu 40,3 milhões de euros, com o resultado financeiro a crescer 66,0%, para 235,0 milhões de euros. Os resultados foram no entanto afectados pela redução do comissionamento e pelo reforço das provisões. 9

No primeiro semestre de 2013 o BES reforçou a sua posição no capital do Moza Banco, adquirindo 24,0% do capital social ao Grupo Geocapital e passando a deter uma participação de 49,0%. A unidade em Moçambique continuou a crescer durante o exercício de 2013, tendo os depósitos aumentado 72,0% face ao ano anterior, para 360,0 milhões de euros. A actividade de banca de investimento desenvolvida pelo Espírito Santo Investment Bank (BESI) inclui, para além da actividade bancária tradicional com clientes empresariais e institucionais, os serviços de consultoria de project finance, fusões e aquisições, reestruturação e consolidação de passivos, preparação e colocação pública ou privada de emissões de ações, obrigações e outros instrumentos de dívida e de capital, serviços de corretagem e demais serviços relacionados com a banca de investimento. O BESI registou uma redução homóloga de 5,5% no produto bancário, para 246,9 milhões de euros, tendo a área internacional contribuído com 59,0% para este total. O produto bancário comercial e os resultados de operações financeiras e diversos apresentaram reduções de 5,1% e 7,5%, respectivamente. O resultado antes de impostos baixou para 16,7 milhões de euros, penalizado pelo aumento das provisões, que foram reforçadas em 29,5% face ao ano anterior, atingindo 59,9 milhões de euros. Os custos operativos recuaram 2,3% face a 2012, cifrando-se em 171,6 milhões de euros. 10

As operações internacionais consolidadas pela ESFG incluem ainda as outras unidades bancárias detidas directamente pelo Grupo A Banque Privée Espírito Santo (BPES), a unidade de banca privada da ESFG na Suíça, publicou um resultado líquido de 1,9 milhões de Francos Suíços, de acordo com o sistema Swiss GAAP, um decréscimo de 4,8 milhões de Francos Suíços em comparação com o ano anterior. No entanto, devido aos ajustamentos do IRFS, a contribuição líquida para os Resultados Consolidados da ESFG diminuiu para -11,4 milhões de 6,2 milhões de Francos Suíços no ano anterior. Não obstante, o total dos rendimentos cresceu 8,0% comparativamente a 2012 para 56,1 milhões de Francos Suíços. O reforço das provisões refletiu-se nos resultados líquidos. A importância da actividade comercial do Banco está reflectida nos activos sob gestão que agora excedem 5,5 mil milhões de Francos Suíços, um aumento de 14,5% em comparação a 2012. O capital novo líquido aumentou 217,0 milhões de Francos Suíços desde o início do ano. A actividade positiva nos mercados globais em 2013 compensou a subida contínua do Franco Suíço em relação ao Euro. Em 2013 a BPES reforçou o seu enfoque na área de gestão de patrimónios através da aquisição da unidade para a América Latina do Hyposwiss Privatbank AG. No último trimestre do ano, a equipa do Hyposwiss foi integrada na BPES, ficando baseada numa agência recentemente aberta em Zurique. A ESFG considera que esta operação, a qual trouxe 700 novos clientes para a BPES, constituiu um passo importante na estratégia de desenvolvimento da sua unidade bancária na Suíça, a qual privilegia a expansão das suas operações no seio da União Europeia. A Espírito Santo Wealth Management (Europe) S.A. (ES Wealth Management), controlada através da BPES, atingiu 243,0 milhões de euros em Activos sob Gestão, tendo obtido autorização para iniciar actividade em Espanha, onde abriu a sua primeira agência em Madrid. Os resultados de 2013 do ES Bankers (Dubai) Limited (ESBD), unidade de gestão de patrimónios da ESFG, cifraram-se em 3,5 milhões de dólares, um decréscimo de 52,1% face a 7,3 milhões de dólares em 2012. No entanto o produto bancário manteve-se estável, atingindo 16,3 milhões de dólares. Este decréscimo da rentabilidade do Banco reflecte a sua nova estratégia e o seu reposicionamento para fazer frente ao futuro. O número de colaboradores do ESBD praticamente duplicou em 2013. Os resultados de serviços a clientes registaram um aumento homólogo superior a 16,5%, passando de 10,1 milhões de dólares em 2012 para 12,1 milhões de dólares em 2013. O resultado financeiro do Banco no Dubai reduziu-se para 4,2 milhões de dólares (6,3 milhões de dólares em 2012). O crédito a clientes registou uma acentuada contração, traduzindo o enfoque crescente do Banco no seu negócio core, tendo o rácio crédito/depósitos baixado para 34,0% (53,0% em 2012). No final de 2013 os capitais próprios do ESBD totalizavam 40,9 milhões de dólares, o que corresponde a uma rendibilidade dos capitais próprios de 8,9%. O activo total registou uma forte subida, atingindo 410,3 milhões de dólares no final do exercício (254,6 milhões de dólares em 2012). Os activos sob gestão, concentrados em contas private, apresentaram uma subida homóloga de 21,3%, elevando-se a 1,86 mil milhões de dólares 11

no final de 2013. O número de contas de clientes private aumentou de 634 em 2012 para 808 em 2013. A actividade bancária do Espírito Santo Bank (Panama) S.A. (ESBP) manteve-se positiva. O resultado líquido individual cifrou-se em 18,5 milhões de dólares, o que representa um decréscimo de 13,6% face a 21,3 milhões de dólares no ano anterior. No entanto, o Resultado Financeiro aumentou 9,5%, para 20,7 milhões de euros, embora os resultados de serviços a clientes tenham permanecido estáveis em 1,3 milhões de dólares, o mesmo que em 2012. O Produto Bancário manteve-se assim praticamente inalterado, atingindo 21,3 milhões de dólares. Os custos com pessoal e os gastos gerais administrativos subiram devido ao desenvolvimento pelo ESBP de novos canais de negócio focados na gestão de patrimónios. O resultado líquido da Banque Espírito Santo et de la Vénétie ( BESV ) (França) baixou para 7,1 milhões de euros, de 9,6 milhões de euros em 2012 (ano em que incorporava resultados não recorrentes). Embora o produto bancário tenha aumentado 26,9%, os resultados do exercício foram penalizados pelo aumento dos custos operativos (+7,7%), reflectindo igualmente os efeitos do programa de reorganização do Banco que implicou a reforma das operações comerciais e o outsourcing de serviços. O resultado antes de impostos do BESV cifrou-se em 6,6 milhões de euros. No dia 14 de Fevereiro de 2014 a ESFG anunciou a venda ao BES da totalidade da sua participação no BESV (44,81%) (Ver ponto 4. Estrutura Operacional). O BES manteve o controlo da gestão desta unidade bancária em França. O Banco BEST, maioritariamente detido através do BES, mas no qual a ESFG teve uma participação directa de 9,0%, apresentou um resultado líquido individual de 10,2 milhões de euros no exercício de 2013, correspondente a um aumento homólogo de 21,0%. A unidade de internet banking concentra a sua actividade na prestação de serviços de trading e investimento on-line. Em Dezembro de 2013 o BEST detinha activos de clientes sob custódia no montante de 2,3 mil milhões de euros. No dia 2 de Abril de 2014 a ESFG alienou a sua participação remanescente no BEST, correspondente a 9,0% do capital social, ao BES, que passou assim a deter uma participação directa de 75,0%. 12

4. ESTRUTURA OPERACIONAL 31 de Dezembro de 2013 Fig. II Espírito Santo Financial Group - Banking 100.0% 100.0% ESF(Portugal) 73.6% ESFIL BESPAR 100.0% 44.8% 1.4% 35.3% 95.0% 100.0% 9.0% BPES BESV BES Group ESBD ESBD ESBP BEST 42.7% 66.0% Commercial & Investment Banking Wealth Management Notas: No dia 14 de Fevereiro de 2014 a ESFIL vendeu a sua participação no BESV ao BES, que passou assim a deter 87,5% do capital social do BESV. No dia 2 de Abril de 2014 a ESFG alienou a sua participação remanescente no BEST, correspondente a 9,0% do capital social, ao BES, que passou assim a deter uma participação directa de 75,0% no BEST. Espírito Santo Financial Group (Insurance) 55.0% 100.0% 1.4% PARTRAN 45.0% ESF(Portugal) 73.6% BESPAR 35.3% BES Group 100.0% 25.0% 100.0% Tranquilidade 25.0% BES Seguros BES Vida 100.0% 100.0% 47.0% 51.0% 100.0% 49.0% 100.0% 100.0% T Vida Logo Europ Assistance* AdvanceCare Esumédica Tranquilidade (Angola) Tranquilidade (Mozambique) Tranquilidade (Mozambique) Vida Non-Life Insurance Life Insurance Banking Assisted Service Providers * Europ Assistance operations in Portugal, Brazil, Argentina and Chile 13

Grupo Tranquilidade e BES Vida As operações de Seguros da ESFG deram um contributo positivo para os seus resultados no exercício de 2013 apesar da persistência da situação económica adversa em Portugal. Em 2013 as operações de seguros consolidadas da ESFG tiveram uma quota de 19,2% do mercado português, por volume de prémios, que compara favoravelmente com a quota de mercado do Grupo em 2012, de 18,0%. A quota de mercado da ESFG no sector Não Vida, onde opera através do Grupo Tranquilidade e da BES Seguros, atingiu 10,6%. A quota de mercado conjunta no ramo Vida, através da T-Vida e da BES Vida, foi de 22,8%. Fora de Portugal, a ESFG opera no sector dos seguros em Espanha, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Brasil, Argentina e Chile. A Tranquilidade actua como sociedade gestora das participações sociais detidas pela ESFG na T-Vida, na LOGO e na BES Seguros, entre outras. Em 2013 o resultado líquido individual da Tranquilidade ascendeu a 19,0 milhões de euros, tendo aumentado 3,0% face ao ano anterior. Os resultados técnicos, líquidos de resseguro, registaram uma quebra de 7,5%, para 59,0 milhões de euros, tendo sido penalizados pela ocorrência de tempestades no primeiro trimestre. Os resultados financeiros cifraram-se em 28,4 milhões de euros, enquanto os custos operativos totalizaram 66,9 milhões de euros. A quota de mercado individual da Tranquilidade era de 8,3% no final de 2013, atingindo 10,8%, 8,3% e 8,4%, respectivamente, nas áreas de Seguros de acidentes de trabalho, Seguros de incêndio e outros danos e Seguro automóvel. A T-Vida apresentou um resultado líquido individual de 4,3 milhões de euros no exercício de 2013, correspondente a uma redução homóloga de 5,2%. O volume de Prémios no negócio Vida da Tranquilidade aumentou 24,7%. O resultado líquido individual da BES Vida em 2013 atingiu 302,8 milhões de euros (incluindo ganhos extraordinários de aproximadamente 150,0 milhões de euros relativos à operação de resseguro não recorrente anunciada no final do primeiro semestre de 2013). A BES Vida, subsidiária integralmente detida pelo BES, apresentou um forte crescimento do volume de prémios (subida homóloga de 37,9%, para 2,0 mil milhões de euros), impulsionado pelo crescimento da produção dos produtos de Capitalização, de Poupança e PPRs. Destaque ainda para uma forte redução no volume de indemnizações (-31,7% em termos homólogos) após a assunção do controlo da gestão pelo BES, devido a uma significativa redução no volume de resgates de produtos financeiros, que permitiu um aumento de 24,2% nas reservas actuariais, para 7,03 mil milhões de euros. O programa Assurfinance da ESFG, que promove o cross-selling de produtos bancários através dos seus agentes, foi responsável por 19,1% dos novos clientes captados pelo BES em 2013, representando 9,5% do aumento dos activos sob gestão no segmento de Retalho. A Tranquilidade detém uma rede de mais de 1.700 pontos de venda, incluindo 35 agências próprias e 173 lojas franchisadas. 14

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 5.1 Produto Bancário O Resultado Financeiro Consolidado registou uma descida homóloga de 13,7%, para 1,09 mil milhões de euros, face a 1,66 mil milhões de euros em 2012. A redução do resultado financeiro do BES foi determinada pelo desempenho da área doméstica, a qual foi afectada pela situação económica adversa em Portugal e pela volatilidade das taxas de juro. O resultado financeiro da área internacional aumentou 31,8%, para 470,9 milhões de euros, essencialmente impulsionado pelo desempenho em Angola. O volume da actividade geradora de juros manteve-se próximo dos 68,6 mil milhões de euros, com o crédito a clientes focado essencialmente no segmento de empresas e o crédito a particulares a manter a tendência de decréscimo devido à contração da procura e ao reembolso do crédito à habitação. A taxa de juro média dos activos financeiros reduziu-se 37pb, superando o decréscimo da taxa média dos passivos financeiros, que decresceu 18pb apenas, levando a uma redução homóloga da margem financeira em 19pb (de 1,70% para 1,51%). O crédito a clientes reduziu-se 677,0 milhões de euros, nomeadamente devido à contracção do crédito à habitação (-4,1%). Destaque no entanto para o crédito às PME s exportadoras, que aumentou 4,3%, tendo acelerado no último trimestre do ano. Em 2013 o BES conseguiu emitir dívida nos mercados wholesale num montante superior a 750,0 milhões de euros, abrindo o caminho de regresso ao mercado a outros bancos portugueses. Os reembolsos de dívida wholesale totalizaram 1,6 mil milhões de euros no período. Nos últimos três anos o BES reembolsou dívida à média de 3,1 mil milhões de euros por ano, pretendendo amortizar um montante adicional de 2,2 mil milhões de euros em 2014. No final do exercício o BES tinha reduzido o financiamento líquido do BCE para 5,4 mil milhões de euros, ou seja, uma diminuição de 60,0% face ao montante máximo atingido em Junho de 2012 (13,7 mil milhões de euros). Os Resultados de Serviços a Clientes consolidados (líquidos de custos) registaram uma quebra homóloga de 14,9% em 2013, para 723,1 milhões de euros (849,6 milhões de euros em 2012). Estes resultados incluem o comissionamento gerado pelo BES, assim como comissões de gestão de activos e de operações sobre títulos das unidades de banca privada detidas directamente pela ESFG, nomeadamente a Banque Privée Espirito Santo e o ES Bankers (Dubai). As comissões de gestão de activos aumentaram nos três bancos, com destaque para o BES onde cresceram 2,0% face ao ano anterior, para 87,9 milhões de euros. O BES registou igualmente um forte aumento do comissionamento sobre créditos documentários, que subiu 20,7% para 105,1 milhões de euros. As comissões sobre títulos aumentaram 1,2%, para 74,3 mil milhões de euros. Excluindo o custo com as garantias prestadas pelo Estado Português a emissões de obrigações pelo BES e outras comissões de natureza não recorrente do BES, os Resultados de Serviços a Clientes teriam registado uma quebra de 6,1%. 15

Os serviços relacionados com a actividade empresarial, como os financiamentos (cobranças e empréstimos), as operações de project finance e os créditos documentários, apresentaram uma redução, reflectindo a situação económica assim como o programa de deleveraging do Grupo. Os proveitos da utilização de cartões e da gestão de meios de pagamento (comissões de contas à ordem, transferências e ordens de pagamento) foram igualmente penalizados pelas políticas de austeridade em curso. As comissões sobre produtos de bancaseguros diminuíram em termos homólogos, observando-se embora uma melhoria em termos trimestrais. Os Resultados de Operações Financeiras consolidados atingiram 86,9 milhões de euros em 2013, face a 849,6 milhões de euros em 2012. Estes resultados reflectem essencialmente a actividade de trading consolidada do BES. No final de 2013 a exposição do BES a dívida soberana, essencialmente portuguesa e espanhola e em menor grau, italiana, ascendia a 4,3 mil milhões de euros. Desta exposição, 36,0% referia-se a Bilhetes do Tesouro e 11,0% a dívida com maturidades entre 1 e 5 anos, o que reflecte o ajustamento do perfil de maturidades na alocação de activos do Banco. A carteira soberana do Banco deu um contributo positivo para os resultados de operações financeiras, embora em menor grau do que em 2012 devido ao estreitamento das taxas de juro da dívida soberana dos países da periferia. 16

5.2 Seguros Os resultados gerados pelas operações de seguros do Grupo são consolidados quer através da subsidiária integralmente detida da ESFG, a Companhia de Seguros Tranquilidade, S.A. (Tranquilidade), quer através da unidade de seguros vida integralmente detida pelo BES (após a recente aquisição do controlo), a BES Vida, Companhia de Seguros (BES Vida). No final do período de reporte as operações de seguros vida e não vida consolidadas pela ESFG permaneciam o maior grupo segurador privado em Portugal, detendo uma quota de mercado conjunta de 19,2%. Os Prémios Brutos Emitidos Líquidos de Resseguro (a nível consolidado) aumentaram de 407,6 milhões de euros em 2012 para 694,7 milhões de euros em 2013, o que corresponde a uma subida homóloga de 70,4% em 2013. Os Custos com Sinistros (Líquidos de Resseguro) consolidados registaram um decréscimo de 23,5%, para 483,2 milhões de euros (631,9 milhões de euros no final de 2012). Estes resultados traduzem a consolidação integral quer do investimento directo da ESFG na Tranquilidade como do negócio de bancasseguros do BES. A nível da Tranquilidade 2, os prémios brutos emitidos, líquidos de resseguro, registaram uma quebra homóloga de 4,8%, para 279,2 milhões de euros (293,2 milhões de euros em 2012). As indemnizações e variações nas provisões técnicas e comissões cifraram-se em 285,4 milhões de euros, que compara com 294,9 milhões em 2012 (redução homóloga de 3,2%). O rácio conjunto na Tranquilidade subiu de 94.3% para 95.2%, enquanto o rácio das despesas se situou em 30,9%. O ligeiro aumento do rácio conjunto reflecte a contracção do volume de prémios de 1.0%. A Tranquilidade, que actua como sociedade gestora das participações sociais detidas pela ESFG na T-Vida, na LOGO e na BES Seguros, prosseguiu a sua expansão geográfica, tendo iniciado actividade em Moçambique e Angola em 2012. A Tranquilidade registou resultados líquidos individuais de 19,0 milhões de euros em 2013, representativo de um crescimento anual de 3,0%. Os resultados técnicos líquidos de resseguro foram penalizados pelo mau tempo que afectou Portugal no primeiro trimestre de 2013, tendo baixado 7,0%, para 59,2 milhões de euros. Os resultados financeiros cifraram-se em 28,3 milhões de euros, enquanto os custos operativos totalizaram 66,9 milhões de euros. A quota de mercado individual da Tranquilidade situouse em 8,3%. Em 2013 as quotas de mercado da Tranquilidade nas áreas de Seguros de acidentes de trabalho, Seguros de incêndio e outros danos e Seguro automóvel atingiram 10,8%, 8,3% e 8,4% respectivamente. A T-Vida apresentou um resultado líquido individual de 4,3 milhões de euros, correspondente a uma descida homóloga de 5,2%. O volume de prémios, no entanto, aumentou 24,7%. Os produtos de risco continuam a ser o principal enfoque da actividade seguradora da ESFG no Ramo Vida, embora o maior crescimento se tenha registado nos 2 Grupo Tranquilidade, excluindo a operação de seguros do BES. 17

PPRs. A margem técnica aumentou 5,6%, (de 5,8 milhões de euros em 2012 para 6,2 milhões de euros em 2013), essencialmente devido ao crescimento do volume de prémios. Os custos operativos registaram uma subida homóloga de 5,6%, para 6,1 milhões de euros. As operações de seguros da ESFG em Angola e Moçambique, através da Tranquilidade, que iniciaram a sua actividade em 2012, apresentaram resultados líquidos individuais de breakeven e -0,9 milhões de euros em 2013, antecipando-se que venham a dar um contributo positivo para os resultados anuais de 2014. A LOGO, a unidade de seguro directo da Tranquilidade, reportou que a sua base de clientes tinha atingido 116.335 clientes, apresentando um volume bruto de prémios no montante de 19,8 milhões de euros. A LOGO é actualmente a terceira maior seguradora no canal de seguros directos em Portugal. A taxa de sinistralidade nos seguros automóvel da LOGO baixou de 79,7% para 74,0% (-5,7 p.p.). Os resultados da BES Vida, a qual é detida integralmente pelo BES, foram positivamente influenciados pela operação de resseguro da sua carteira de seguro vida risco individual, através da qual todos os riscos inerentes foram transferidos, mantendo a BES Vida a gestão dos contratos e a relação com os clientes. Esta operação contribuiu com aproximadamente 150,0 milhões de euros para os resultados da empresa, que atingiram 302,8 milhões de euros no final de 2013. Os resultados beneficiaram igualmente de um aumento da produção, com o volume de prémios a atingir 2,0 mil milhões de euros, correspondente a uma subida de 40,9% face ao ano anterior. Os produtos de capitalização e os PPRs registaram um forte crescimento, enquanto o volume de indemnizações apresentou uma redução acentuada (-31,7%) em resultado da diminuição verificada no volume de resgates de produtos financeiros. Em consequência, as reservas actuariais aumentaram 24,9%, para 7,10 mil milhões de euros. A AdvanceCare, a plataforma da ESFG especializada na gestão de cuidados de saúde para seguradoras nesta área, assegura a interligação entre as operações de seguros e de saúde da empresa, servindo um total de 918.371 sócios. A AdvanceCare continua a apresentar sólidos resultados, tendo o resultado líquido individual em 2013 estabilizado em 2,2 milhões de euros (2,3 milhões de euros em 2012). A AdvanceCare resultou de uma joint venture entre a Tranquilidade e o United Health Group, na qual a Tranquilidade mantém o controlo da gestão. Estima-se que em 2013 a empresa tenha gerido um terço do total dos sinistros participados através de todas as companhias de seguros em Portugal. A Europ-Assistance (Portugal), empresa prestadora de serviços de assistência detida conjuntamente pela Tranquilidade e pela Europ Assistance Holding (França), apresentou um resultado líquido de 4,0 milhões de euros em 2013 que compara com 2,8 milhões de euros em 2012 (+44,4%). A Tranquilidade detém uma participação de 47,0% na sociedade. 18

5.3 Outras Áreas de Negócio Os Outros Resultados Líquidos Operacionais Consolidados caíram para 74,8 milhões de euros em 2013 (458,9 milhões de euros no ano anterior), o que se explica pelos ganhos não recorrentes do BES em 2012 e a desconsolidação da operação de saúde da ESFG na sequência da sua decisão de ceder o respectivo controlo. No dia 12 de Fevereiro de 2014 as acções da Espírito Santo Saúde, SGPS, S.A. (ESS) passaram a ser negociadas na NYSE Euronext na sequência da bem-sucedida IPO lançada a 6 de Fevereiro de 2014. Depois da conclusão da IPO e do exercício da opção de subscrição de 2.881.113 acções adicionais no dia 13 de Março de 2014, a ESFG anunciou ter vendido um total de 10.158.770 acções (representativas de 10,62% do capital social da ESS), obtendo um encaixe bruto de 32,5 milhões de euros. Posteriormente, a ESFG anunciou que tinha mantido uma participação directa de 3,38% no operador de saúde, cujo controlo da gestão é exercido pela Espírito Santo Health Care Investments (ESHCI), com uma participação de 51,0%. Na mesma data a ESFG detinha uma participação de 17,7% na ESHCI, sendo a sua participação total da ESS (directa e indirecta) de 12,42%. O Rendimento de Dividendos desceu para 58,4 milhões de euros (73,2 milhões de euros em 2012), permanecendo o seu pagamento limitado pelo actual cenário macroeconómico na Zona Euro, pela contenção nas políticas de distribuição de dividendos e pela redução de determinadas participações financeiras do BES. 19

6. ANÁLISE DOS CUSTOS 6.1 Custos Operacionais Os Custos Operativos Consolidados no exercício findo a 31 de Dezembro de 2013 registaram um crescimento de 27,6%, para 4,11 mil milhões de euros (3,22 mil milhões de euros em 2012), impulsionado pelo aumento significativo dos custos decorrentes de amortizações, provisões e imparidades, tanto a nível do BES como da ESFG. Os Custos com Pessoal e os Encargos Administrativos Gerais Consolidados diminuíram 5,5%, para 1,21 mil milhões de euros (1,28 mil milhões de euros em 2012), para o que contribuiu uma redução de 10,9% nos custos com pessoal resultante do controlo apertado da ESFG sobre as remunerações variáveis em Portugal. No entanto, os custos com pessoal do BES na área internacional registaram um aumento homólogo de 4,9% que reflecte o enfoque no Banco na reorganização das suas operações em Angola, tendo estes custos baixado 3,8% na área doméstica. Os encargos administrativos gerais da ESFG aumentaram 3,0% devido ao crescimento dos custos com o reforço da expansão internacional. O programa de redução de custos de 100,0 milhões em curso no BES entre 2013 e 2015, que incidirá nomeadamente sobre custos com pessoal e de funcionamento (incluindo custos com sistemas informáticos e publicidade) está em linha com os programas de redução de custos implementados pelas outras subsidiárias da ESFG. O segmento de banca de retalho do BES está assente numa rede de 643 balcões em Portugal (redução líquida de 23 unidades desde o início do ano), incluindo 44 Postos Avançados resultantes de parcerias com agentes de seguros da Tranquilidade ao abrigo do programa Assurfinance do Grupo. O processo de otimização desta área de negócio permitiu registar uma redução de 6,5% nos custos operativos do Banco. Os custos decorrentes de amortizações, provisões e imparidades consolidados cresceram 69,9% em termos homólogos, para 2,25 mil milhões de euros (1,33 mil milhões de euros em 2012). Apesar da melhoria da situação económica no principal mercado de actuação da ESFG, Portugal, o BES reforçou o saldo de provisões para crédito em balanço para 3,39 mil milhões no período, um crescimento homólogo de 25,8%, tendo o rácio provisões para crédito/crédito a clientes atingido 6,8% (5,2% em 2012). O BES reconheceu um custo com imparidades no montante de 1,42 mil milhões de euros, representando um aumento de 18,6% face ao registo do ano anterior, essencialmente relacionado com o reforço de imparidades para crédito, para imóveis adquiridos por recuperação de créditos e para a carteira de títulos (104,1 milhões de euros). A carga de provisionamento do crédito do BES (2,02%) foi superior em 40pb à suportada no ano precedente. A ESFG considera que as medidas tomadas pelo BES em termos do forte esforço de provisionamento realizado constituem uma abordagem prudente face à actual conjuntura. 20

6.2 Provisões Extraordinárias e Garantias Além das Provisões do BES, os resultados do fim do ano de 2013 da ESFG incluem uma provisão extraordinária de 700,0 milhões de euros relacionada com os riscos potenciais aos quais alguns clientes de Retalho do Grupo ESFG estão expostos, pela emissão de dívida à Espírito Santo International ( ESI ). A provisão foi finalizada depois de várias consultas com a entidade reguladora e está de acordo como os resultados da ETRICC (revisão colateral de deficit nos dossiers de crédito). Como parte do mesmo processo foi acordado entre a Companhia e a Entidade Reguladora estabelecer uma garantia de 700,0 milhões de euros para assegurar o reembolso atempado do papel comercial emitido pela ESI junto aos clientes comerciais do Grupo ESFG. O montante pendente do papel comercial junto de clientes do BES contraiu para menos de 500,0 milhões de euros, a 28 de Abril de 2014, através do plano de desalavancagem e reorganização da ESI. Os reembolsos finais aos investidores do BES deverão estar concluídos no início de Dezembro de 2014. A ESFG continua o apoio das suas subsidiárias através da provisão da garantia. Outros custos apresentaram uma quebra homóloga de 43,0% para 160,0 milhões de 277,0 milhões no fim de 2012. 21

7. SOLVABILIDADE E LIQUIDEZ 7.1 Solvabilidade A ESFG está autorizada pelo Banco de Portugal desde o primeiro trimestre de 2009 a utilizar a abordagem das notações internas (método IRB) no cálculo dos requisitos de fundos próprios para cobertura do risco de crédito e a abordagem TSA (Standardised Approach) para a cobertura do risco operacional. A autorização abrange a ESFG e as suas subsidiárias BES e BESI e respectivas subsidiárias. A ESFG presta informação sobre capital regulamentar e rácios de capital no âmbito do BIS, IRB II. No final do período de reporte a ESFG apresentava os seguintes rácios de capital calculados de acordo com o quadro regulamentar de Basileia II: rácio Core Tier 1 de 9,2%, rácio Tier 1 de 9,0% e Rácio Total de 10,9%. Sob o método EBA o rácio Core Tier I permaneceu em 8,5%. A consolidação dos resultados do BES e a provisão extraordinária constituída pela sociedade e garantia associada para face à actual exposição a activos não financeiros do Grupo Espírito Santo (GES) enfraqueceram o nível de solvabilidade da ESFG. A natureza da provisão implica que existem determinados riscos mas não a certeza de que se venham a materializar. À presente data a provisão não teve impacto financeiro na ESFG. Fig. III Solvabilidade (Método IRB Foundation de Basileia II) FY11 FY12 FY13 Core Tier I 8.3% 10.1% 9.2% Core Tier I (EBA) - 9.6% 8.4% Tier I 8.6% 10.1% 9.0% Total 9.4% 11.5% 10.9% Activos Ponderados pelo Risco (milhões de euros) 66,966 65,063 60,603 Considerando as regras de BIS III (CRD IV/CRR), a observar a partir de Janeiro de 2014, o rácio Common Equity Tier I é de 8,5%, tendo em conta o efeito da provisão e utilizando os períodos transitórios, e de 8,8% se considerando a isenção permitida ao abrigo do nº 5 do Artigo 84 e os interesses minoritários na BESPAR como elegíveis. Em ambos os casos o rácio situa-se acimo do mínimo exigido pelo Banco de Portugal (7,0%). 22

A constituição da provisão de 700,0 milhões de euros teve um impacto negativo nos fundos próprios de base (Tier 1) da ESFG. Na sua qualidade de sociedade detentora de participações sociais sujeita a supervisão, a ESFG continuará a trabalhar com o regulador no sentido de melhorar a sua situação consolidada em termos dos fundos próprios de base, para o que se irá concentrar nos seus activos principais, na área bancária. A situação do Banco Espírito Santo em termos dos seus fundos próprios de base não foi afectada pela decisão da ESFG de incorporar a referida provisão nas contas do exercício de 2013. Entre outras medidas, o aumento de capital do BES Angola, a operação de resseguro realizada pela BES Vida da sua carteira de seguros de vida (risco individual), e a alienação de parte significativa da participação na EDP, reforçaram os rácios de capital do BES. Adicionalmente, a emissão de dívida subordinada TIER II permitiu igualmente ao Banco melhorar o seu rácio de solvência total. Embora não incorporado na estrutura de capitais do BES, é de destacar a Garantia Soberana prestada ao BES Angola no contexto do Plano Nacional de Desenvolvimento de Médio Prazo para os anos de 2013-2017 da República de Angola. Solvabilidade - BES O rácio Core Tier I do BES melhorou para 10,6%, acima do nível mínimo fixado pelo Banco de Portugal (10%); calculado segundo a metodologia da EBA, o rácio Core Tier I atingiu 9,8%, também acima do valor mínimo de 9% fixado por aquela Autoridade Europeia. Considerando as regras de BIS III, com aplicação a partir de Janeiro de 2014, o Banco estima que o seu rácio Common Equity Tier I se situou em 10,1% (8,1% se fully implemented, excluindo os activos por impostos diferidos). No contexto de BIS II, os activos de risco do BES registaram um decréscimo de 4,35 mil milhões de euros desde o início do ano, situando-se em 57,33 mil milhões de euros. 23