UFRRJ IV DESP. O que é Como é transmitida Qual sua patogenia Como diagnosticar. Como prevenir

Documentos relacionados
PATOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

PATOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

FREQUÊNCIA DE FILARÍDEOS SANGUÍNEOS EM CÃES DO ESTADO DE SERGIPE, NORDESTE DO BRASIL

PESQUISA DE PARASITOS CARDIOVASCULARES EM CÃES (Canis familiaris) NO MUNICÍPIO DE CAROLINA, ESTADO DO MARANHÃO, BRASIL

ANEXO I RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DO MEDICAMENTO

Viviane Rohrig Rabassa

Ano VII Número 12 Janeiro de 2009 Periódicos Semestral DIROFILARIOSE

REVISTA DIROFILARIOSE

ENFERMAGEM DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANMISSIVEIS. Doença Cardiovascular Parte 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

HIMENOLEPÍASE RA:

OCORRÊNCIA DE FILAREMIA EM ANIMAIS NECROPSIADOS RELATO DE CASO OCCURRENCE OF FILAREMIA IN NECROPSIATED ANIMALS CASE REPORT

Distúrbios Circulatórios

Migração errática de microfilárias de Dirofilaria immitis em tecido muscular intraherniário de um paciente canino

HIPERTENSÃO ARTERIAL PULMONAR

TÓRAX: Percussão. Auscultação: Resenha Anamnese Exame físico Inspeção Palpação Percussão Auscultação. Exames complementares.

Viviane Rohrig Rabassa

Toxocara canis Toxocara cati

NOVO CONCEITO. Nova proposta para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina UMA DUPLA PROTEÇÃO PARA OS CÃES. CONTRA O VETOR E O PATÓGENO!

Anais do 38º CBA, p.1228

ETIOLOGIA: DEFINIÇÃO: A EMBOLIA É UM PROCESSO DE OCLUSÃO TOTAL OU GR. "ÉMBOLO" = TAMPÃO, ROLHA; E "EMBOLEÉ" = IRRUPÇÃO

- termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um. - Considerado aneurisma dilatação de mais de 50% num segmento vascular

RADIOGRAFIA ABDOMINAL. Profª Drª Naida Cristina Borges

As principais valvulopatias cardíacas cirúrgicas são representadas principalmente pelas alterações patológicas das válvulas Mitral, Tricúspide e

Insuficiência Renal Crônica Claudia Witzel

Exercícios Práticos de Anatomia Veterinária

_Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade. Parasitologia 1, 2010

Dirofilariose Canina

Edema OBJECTIVOS. Definir edema. Compreender os principais mecanismos de formação do edema. Compreender a abordagem clínica do edema

ECTOPARASITOS. Prof. Dra. ISABELLA MARTINS Disciplina: Parasitologia Veterinária

PROTOZOOLOGIA. Filo CILIOPHORA

PATOLOGIA DO SISTEMA CARDIOVASCULAR

PREFEITURA MUNICIPAL DE RIO BONITO- RJ DECISÃO DOS RECURSOS CONTRA GABARITO PRELIMINAR I DOS RECURSOS

ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS EM CÃES COM DIROFILARIOSE (ANATOMOPATHOLOGICAL CHANGES IN DOGS WITH HEARTWORM DISEASE)

[ERLICHIOSE CANINA]

Palavras-chave: filariose; parasitos caninos; Dirofilaria immitis; Keywords: filariasis; canine parasites; Dirofilaria immitis;

Tromboembolismo Pulmonar Embolia pulmonar

Urgência e Emergência

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA

RESPONSABILIDADE NA CONDUTA TERAPÊUTICA EM CASOS DE LVC. Dra Liliane Carneiro Diretora do CENP/IEC/MS CRMV/PA Nº 1715

FASCIOLOSE/FASCIOLÍASE

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM GATOS

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA CRÔNICA EM GATOS

Coração Normal. Fisiologia Cardíaca. Insuficiência Cardíaca Congestiva. Eficiência Cardíaca. Fisiopatogenia da Insuficiência Cardíaca Congestiva

Alterações Circulatórias Edema, Hiperemia e Congestão, Hemorragia, Choque e Hemostasia

Hepatites Virais. Prof. Claudia L. Vitral

ESQUISTOSSOMOSE. Profa Carolina G. P. Beyrodt

DISFUNÇÕES HEMODINÂMICAS

9/9/2008. Identificação do paciente. Anamnese. Exame físico. Exames complementares. - Espécie

Aterosclerose. Aterosclerose

Radiologia do Coração

09/07/ Tromboembolismo Pulmonar Agudo. - Tromboembolismo Pulmonar Crônico. - Hipertensão Arterial Pulmonar

Bem-vindo a casa. Terão já tudo pronto para ele? Um cachorro bateu à vossa porta PTCACMIL00089

Renata Répeke Gomes ESTUDO SOBRE O CONHECIMENTO QUE OS PROPRIETÁRIOS DE ANIMAIS DOMÉSTICOS TÊM SOBRE A DIROFILARIOSE CANINA.

Tromboembolismo Pulmonar. Fernanda Queiroz

Filo Nematelmintos. O tamanho corporal varia de poucos milímetros ate 8m!

O PACIENTE COM EDEMA

Sistema Circulatório. Sistema Circulatório Apresentação: Luciana Ramalho 2017

Vai estudar doenças glomerulares? Não se esqueça do elefantinho!

Complicações da pancreatite crônica cursando com dor abdominal manejo endoscópico - agosto 2016

Anais do 38º CBA, p.2409

VERMINOSES. Professor BELLINATI BIOLOGIA

PARASITOSES EMERGENTES e OPORTUNISTAS

TROMBOSE Prof. Rafael Fighera

Aula 06. Olá pessoal, hoje iremos conhecer um parasita muito frequente em nossa região a. Taenia. TAENIA sp. (Teníase e Cisticercose) Introdução

SISTEMA CIRCULATÓRIO II

Pneumonias - Seminário. Caso 1

O complexo teníase-cisticercose engloba, na realidade, duas doenças distintas,

CASO CLÍNICO. Clara Mota Randal Pompeu PET Medicina UFC

SARNAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS

Agente etiológico. Leishmania brasiliensis

QUESTÕES DA PROVA DE ANATOMIA PATOLÓGICA (Edital nº 42/2016- PROGRAD)

FÍGADO AVALIAÇÃO LABORATORIAL PARAA PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Trombose Venosa Profunda. Embolia Pulmonar. Prof. Dr. Cristiano J. M. Pinto

UNIPAC. Universidade Presidente Antônio Carlos. Faculdade de Medicina de Juiz de Fora PATOLOGIA GERAL. Prof. Dr. Pietro Mainenti

Aula 5: Sistema circulatório

Sistema Circulatório. Ms. Roberpaulo Anacleto

Kit do Cidadão. De que falamos quando falamos de coração? spc.pt

FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO. Prof. Ms. Carolina Vicentini

AMEBÍASE E GIARDÍASE

CONCEITO FALHA CIRCULATÓRIA HIPOPERFUSÃO HIPÓXIA

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Aula 4. Profª. Tatiane da Silva Campos

INTRODUÇÃO. Formação: Funções: Dois rins Dois ureteres Bexiga Uretra. Remoção resíduos Filtração do plasma Funções hormonais

Reconhecendo os agravos clínicos em urgência e emergência. Prof.º Enfº. Diógenes Trevizan

Apostila de Parasitologia Humana Parte II Helmintos

Cardiopatia na Gravidez

Cadeia epidemiológica

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Objetivos.

Alterações Circulatórias Trombose, Embolia, Isquemia, Infarto e Arterosclerose

Cardiologia. Prof. Claudia Witzel

MARIANA MOTTA DE CASTRO

MALARIA Malária é uma doença infecciosa febril aguda transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium. Transmissão A t

Fisiologia Aviária. - Cardiovascular - Respiratória. Departamento de Zootecnia Laboratório de Avicultura - LAVIC. Universidade Federal de Santa Maria

Figura 5. Bovino. Encéfalo de animal intoxicado por nitrato/nitrito. Moderada congestão de vasos superficiais e sangue de coloração amarronzada.

Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Primeiros Socorros. Esterilização.

Gênero Leishmania. século XIX a febre negra ou Kala-azar era temida na Índia. doença semelhante matava crianças no Mediterrâneo

Teníase e Cisticercose. Disciplina: Parasitologia Curso: Análises Clínicas 3º. Módulo Docente: Profa. Dra. Marilanda Ferreira Bellini

A saúde do seu animal é algo que tem de ser cuidadosamente vigiada junto do seu veterinário.

Transcrição:

UFRRJ IV DESP DOENÇAS PARASITÁRIAS DIROFILARIOSE CANINA O que é Como é transmitida Qual sua patogenia Como diagnosticar Como tratar Como prevenir

Estratégia té de vida Microfilária L1 na grande circulação, com ligeira periodicidade Hosp. Intermediários cerca de 60 espécies de mosquitos dos gêneros: Aedes, Culex, Anopheles e Mansonia. (Aedes scapularis, A. taeniorhychus e Culex quinquefasciatus) Evolução no mosquito L1 L2 L3, ocorre entre 2 e 3 semanas. Menos de 1% dos mosquitos transmitem. Novo hospedeiro L3 inoculada Tec. subcutâneo Coração. Longevidade dos adultos 2 a 3 anos.

Ciclo de vida

Mosquitos inocula L3 ao alimentar-se no hospedeiro sadio

Microfilaria saindo da probóscida do mosquito

Distribuição mundial de Dirofilaria immitis Ausencia de Dirofilaria immitis Presença de Dirofilaria immitis

Distribuição da população de Dirifilaria immitis nos Estados Unidos Dirofilaria na década de 1960 Dirofilaria na década de 1990

Prevalência de Dirofilaria immitis nos EUA

Agente Etiológico Hosp. Vertebrado Hosp. Invertebrado Distribuição Parafilaria Musca Europa, Asia e Ruminantes bovicola autumnalis Africa Habitat no Hosp. Vertebrado Tecido subcutâneo Parafilaria multipapillosa pp Equideos Haematobia spp Eur., Asia, Africa, Americas Tecido subcutâneo Stephanofilaria stilesi Bovinos Musca spp Am. do Norte e Leste Europa Tecido subcutâneo Dirofilaria immintis Carnívoros e Homem Mosquitos Cosmopolita Sistema Cardiovascular Dipetalonema reconditum Carnívoros Carrapatos e Pl Pulgas Cosmopolita Tecido subcutâneo Oncocerca reticulata Equinos Culicoides Cosmopolita Ligamento da nuca O. guturosa Bovinos Simulídeos Cosmopolita Ligamento da nuca Setaria equina Equinos Mosquitos Cosmopolita Setaria labatopapilosa Ruminantes Mosquitos Cosmopolita Idem Cavidade peritoneal ou pleural

As principais categorias de lesões são Embolias por obstrução bt de artérias, proliferação de vilosidades e hiperplasia em pequenas artérias pulmonares.

Patogenia da Dirofilariose Parasito localizado no ventriculo direito Dilatação, espessamento da parede do coração Disturbio hemodinâmico. Endocardiose Insuficiência cárdio-respiratória. Ascite, edema pulmonar. Taquipenia e taquicardia Parasito localizado na artéria pulmonar Parede da artérias espessadas com proliferação de células endoteliais e formação de nódulos tromboembolia causada pelo parasito morto Parasito localizado nas veias caudal e hepática Congestão hepática passiva Necrose centro lobular. Flebite das veias hepáticas Parasito localizado nos glomérulos dos rins Obstrução de capilares. Espessamento da membrana basal dos gromérulos Parasito localizado na artéria ilíaca Tromboses e miopatias frequentes Hemiplergia dos membros posteriores

dispnéia e taquicardia sopro cardíaco tosse crônica Sintomas frequentes: anorexia e emagrecimento ascite dermatite ecsematosa abatimento, cansaço

Diferentes classes clínicas, número de parasitos e opções de tratamento I Subclínica Sem lesões Assintomática até 25 helmintos adultos II Moderada Discretas lesões Sintomas típicos entre 25 e 50 III Lesões típicas acima de 50 Severa Sintomas severos IV Muito severa Sindrome Cava Sintomas severos acima de 50

Localização Localização errática Número de Casos Globo ocular 5 Tec. subcutâneo 2 Veia hepática 1 Veia porta 7 Cavidade abdominal 4 vesícula biliar 1 ventriculo lateral do cérebro 1 Dacorso Filho, 1944

Diagnóstico da Dirofilariose Epidemiológico clínico laboratorial radiológico anatomopatológico

Estudo epidemiológico pelo estudo da titulação de IgG

Kit para diagnóstico da Dirofilaria immitis

Drogas utilizadas Arsenicais: i Immiticide i id - 2,5 mg/kg 1 ou 2 aplicações IM profunda Dietilcarbamazina: b i Caricide, iid Netrasan, Bonacide, Filaribite ibi 15 a 25 mg/kg oral por 2 a 4 semanas Levamizole: Ripercol, Nilverm, Ascaridil, Stimamizol. 2,5 mg/kg por 14 dias; 5,0 mg/kg por mais 14 dias; 10 mg/kg por mais 14 dias, sempre por via oral. Avermectinas:.

Drogas utilizadas

Diferentes classes clínicas, número de parasitos e opções de tratamento I Sem lesões até 25 2,5 mg/kg repouso repetir após 24 h Subclínica Assintomática helmintos adultos II Discretas lesões entre 25 e 50 2,5 mg/kg repouso repetir após 24 h Moderada Sintomas típicos Tratamento sintomático III Severa Lesões típicas Sintomas severos acima de 50 Repouso absoluto Tratamento sintomático 2,5 mg/kg repouso repetir após 24 h 60 dias após, tratar como II IV Sindrome Cava acima de 50 Remoção cirúrgica Muito severa Sintomas severos Tratamento como classe III

Antes do tratamento deve-se proceder acurada anamnese, acompanhada de exames complementares: Hemograma completo, EAS, atividade enzimática se possível, Rx do coração, etc. Durante e imediatamente após o tratamento, o animal deve permanecer em ambiente tranquilo. Em hipótese nenhuma tratar animal com insuficiência cardíaca, renal ou hepática.

Kojak Cão mestiço de Pastor Alemão com sintomatologia de Dirofilariose canina - Seropédica, RJ

Kojak Cão mestiço de Pastor Alemão com sintomatologia de j ç g Dirofilariose canina - Seropédica, RJ

Endocardiose provocado pelo parasitismo por Endocardiose provocado pelo parasitismo por Dirofilaria immitis