AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Professor Gilberto Milani

Documentos relacionados
Normas ISO:

ORÇAMENTO EMPRESARIAL CONCEITOS E APLICAÇÕES PROF. SILVIA FLORES ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

OBJETIVOS. Dar a conhecer a estrutura do Modelo de Excelência de Gestão MEG. Refletir sobre o ciclo PDCL. Planejamento. Verificação Aprendizagem

Eficiência e Eficácia

GESPÚBLICA - FMVZ/USP

Introdução aos Princípios da Gestão Empresarial

Escrito por Administrator Seg, 22 de Novembro de :55 - Última atualização Seg, 22 de Novembro de :09

ESTRUTURA DE GERENCIAMENTO DE CAPITAL Resolução 3.988/2011. Área Responsável: Risco de Crédito e Capital Gerência de Capital

Atendimento ao Cidadão, Processos e Pessoas Bruno Carvalho Palvarini Brasília, 1o de março de 2011

Certificação ISO

Governança aplicada à Gestão de Pessoas

ADMINISTRAÇÃO GERAL GESTÃO POR COMPETÊNCIAS

RESOLUÇÃO N Parágrafo 2º São de responsabilidade da diretoria da instituição:

Segmento de Justiça Eleitoral. 18 de outubro de 2016 Brasília/DF

POLÍTICA DE CONTROLES INTERNOS

CÓDIGO DE ÉTICA. Nesse ano, estamos disponibilizando o nosso Código Ética nas versões impressa e eletrônica.

Tipos de Indicadores. Conceito. O que medir... 25/08/2016

Sistemas de Gestão e Auditoria da Qualidade

Sistema da Gestão da Qualidade. Agradecimentos ao Prof. Robson Gama pela criação da apresentação original

BASES CONCEITUAIS - SISTEMA DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE da Administração Pública Federal - SINP/FEDERAL

CERTIFICAÇÃO DA BIBLIOTECA PROFESSOR ALYSSON DAROWISH. Diana Palhano Ludmila Ventilari

GESTÃO DE PESSOAS CONCEITOS E PRÁTICAS DE RH

Recomendação de políticas Serviços de nuvem seguros e confiáveis

Gestão de sistemas em energia:

10. Metas e Indicadores 1. PERSPECTIVA: SOCIEDADE. Tema: Qualidade 2. PERSPECTIVA: PROCESSOS INTERNOS. Tema: Responsabilidade socioambiental

Gestão de Processos. Gestão de Processos na Saúde. Identificação, mapeamento, redesenho e aprimoramento dos processos

Excelência na Gestão

A Implantação do Sistema do Sistema da Qualidade e os requisitos da Norma ISO NBR 9001:2000

Missão. Visão. Objetivos Estratégicos (OE)

TRATAMENTO E ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA DE SATISFAÇÃO DOS CLIENTES

MÓDULO CAPITAL GESTÃO DE RECURSOS LTDA. Política de Controles Internos

Processo de gerenciamento de capacidade

Política de Controles Internos

Núcleo de Materiais Didáticos

Carta de Missão. Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves

Promover a competitividade e o desenvolvimento dos pequenos negócios e fomentar o empreendedorismo para fortalecer a economia nacional

O PROCESSO DE AVALIAÇÃO PROFISSIONAL

Grupo de Pesquisa. Pesquisa em Sustentabilidade

adequadas ao contexto econômico-financeiro e institucional das empresas;

BALANÇO E DESAFIOS DA GESTÃO

1ª Jornada Internacional da Gestão Pública. O caso MDIC. BRASÍLIA (DF), 13 de março de 2013

PROVINHA BRASIL Orientações para Secretarias de Educação Primeiro Semestre

Capital Humano. Programa de Desenvolvimento em. Um novo Mercer College para você!

Projeto Físico e Lógico de Redes de Processamento. Kleber A. Ribeiro

Política de Comunicação do IFRS: conceito, metodologia e participação. Wilson da Costa Bueno Bento Gonçalves/RS 05/03/2015

Gestão Pública Orientada para Resultados

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA NA GESTÃO DA CADEIA LOGÍSTICA

ESCOLA SENAI CELSO CHARURI UNIDADE SUMARÉ CFP 5.12

O Sistema de Gestão de Responsabilidade Social

Organização Formal. Organização Formal x Organização Informal. Tipos de Organização. Divisão Racional do Trabalho

A importância da Gestão de Riscos. Marcelo de Sousa Monteiro

Nove áreas temáticas do programa

CRIATIVIDADE Relatório de Consultoria

Programa Operacional Regional do Algarve Critérios de Seleção das Candidaturas e Metodologia de Análise

Plataforma da Informação. Fundamentos da Excelência

Parte I Dimensões do Uso de Tecnologia de Informação, 5

Armazenagem Responsável Sistema de Gestão Outubro 2016 rev. 00

7 CONGRESSO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. Eduarda La Rocque O Papel do Conselho na Gestão de Riscos

Para a Unimed, sustentabilidade significa o equilíbrio entre SAÚDE AMBIENTAL, SAÚDE SOCIAL e SAÚDE ECONÔMICA.

#pública. Risco Operacional

Estabelecimento de Metas e seu Desdobramento

Plano de Cargos, Carreiras e Salários CONTROLE DE REVISÕES

Gestão de Processos. Tópico 4. Ferramentas de Qualidade: PDCA

PGE Digital DESCRIÇÃO DO PROJETO

1º SEMINÁRIO: Gestão Estratégica para Departamentos Jurídicos e Escritórios de Advocacia. LOCAL: Recife-PE 22/11/2013

Business Case (Caso de Negócio)

O que é Marketing? O que NÃO é Marketing? A família do Marketing

Soluções para Estruturação de Plano de Cargos

MODELO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO (MEG) CRITÉRIO 06 - PESSOAS

efr ENTIDADES FAMILIARMENTE RESPONSÁVEIS

Introdução a Sistemas de Informação

QUALIDADE, HIGIENE E SEGURANÇA ALIMENTAR

Genersys. Gestão de Riscos em Ativos - GRA. Gestão de Ativos. Operação e Manutenção. Camaçari, 13/05/2016. Slide 1.

Não Conformidade, Ação Corretiva e Ação Preventiva

Planejamento Estratégico Aula 1

Política de Controles Internos

A Educação Profissional e Tecnológica. Conceituação Princípios Objetivos Características

1. Esta Política Institucional de Comunicação e Marketing do Sicoob:

Certificação e Auditoria Ambiental

Desenvolvimento Organizacional. Cultura e Clima Organizacional

Conceito: estratégia de produção. Gestão da Produção Aula 3. Conceito: estratégia de produção. Conceito: estratégia de produção 03/04/2014

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES

introdução ao marketing - gestão do design

PLANEJAMENTO ESCOLAR. Dra. Regina Magna Bonifácio de Araújo Disciplina DEEDU 517 ICHS - UFOP

Copyright Proibida Reprodução. Prof. Éder Clementino dos Santos

Código: MSFC-P-004 Versão: 05 Emissão: 10/2011 Última Atualização em: 02/2016

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 24ª REGIÃO, no uso de suas atribuições regimentais,

Ética, Governança e Compliance. Marcelo Coimbra

Uma abordagem de gerência de configuração em ambiente de TI com as melhores práticas em I.T.I.L

DISCIPLINA: Administração de Sistemas de Informação

Escolhendo um Modelo de Ciclo de Vida

GESTÃO EM SAÚDE. Teorias da Administração. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira

Gestão de Portfólio de Projetos de Inovação VERSÃO EXECUTIVA. José Renato Santiago

O que é o programa Liderança Para a Mudança (LPM)?

Engenharia de Software e Gerência de Projetos Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

Oficina IV - Experiências de implantação e utilização de informações de custos nos entes sub-nacionais

Ementas. Certificate in Business Administration CBA

ROTEIRO EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E COMPETITIVIDADE DESEMPENHO DAS ORGANIZAÇÕES EFICIÊNCIA E DESPERDÍCIO PRODUTIVIDADE PRODUTIVIDADE E QUALIDADE COMBINADAS

Transcrição:

AUDITOR FISCAL DO TRABALHO Professor Gilberto Milani 4. O processo de modernização da Administração Pública. 5. Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão pública 8. Qualidade na Administração Pública. 9. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais e sua aplicação na Administração Pública. O Processo de Modernização da Administração Publica ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 1. Convergências e diferenças entre a gestão pública e a gestão privada. Convergências: - Administração de fatores de produção com o fim de atingir um objetivo LUCRO/IDEAL - Organização e métodos de trabalho buscando atingir metas estabelecidas - Hierarquia de funções - Satisfação do Publico Alvo - Minimização de Gastos - Eficiência e eficácia - Redução de Conflitos alheios ao Objetivo e meta estabelecidos - Qualidade e Procedimentos normatizados - Planejar, organizar, direção e avaliar continuamente Diferenças : - Empresa Privada busca LUCRO, Publico busca orçamento IDEAL, receita=despesa. - Empresa Privada organizada para atingir objetivo de gerar um produto ou serviço econômico e a Publica, visa atingir produtos e serviços sociais. - Empresa Privada é gerenciada por investidores e busca retorno do capital investido, já na publica é gerenciada por Politicos que visam atingir metas governamentais de ação social s/ fim lucrativo. - Na empresa Privada a responsabilidade Social é através da geração de trabalho e renda e acumulação de capital, já na publica esta tem por finalidade a distribuição equilibrada de recursos entre todos os cidadãos através da administração da renda nacional e fiscal. - Empresa privada busca a satisfação dos investidores, já na publica a satisfação é dos contribuintes. - A Empresa privada busca domínio de mercado, já na publica atender as necessidades sociais. - A Empresa Publica esta sujeita aos princípios da legalidade, impessoalidade, publicidade e eficiência, já a empresa privada no principio da legalidade, do investidor da eficiência e eficácia de mercado. - A Empresa Publica é criada na maioria das vezes por Leis, já as Privadas por vontade de investidores. - Só podem fazer o que as leis e regras permitem, já as privadas devem obedecer as leis, porém suas regras são ditadas pelos investidores ou mercado. 2. Novas tecnologias gerenciais: reengenharia e qualidade. Impactos sobre a configuração das organizações públicas e sobre os processos de gestão. Excelência nos serviços públicos. Sistemas de Qualidade O objetivo do Sistema de Gestão de Qualidade - SGQ é ajudar a uma organização geralmente empresarial, a melhorar continuamente os níveis de satisfação de seus clientes, atendendo suas expectativa e necessidades. Em um SGQ, a empresa diz o que vai fazer e as provas deverão ser consistentes através de documentos. - os requisitos para atingir o objetivo devem estar expressos nas especificações do produto ou serviço. - criar todos procedimentos que direta ou indiretamente influenciem nos resultados - ao SGQ organizar, documentar e buscar melhoria contínua. A palavra chave é controle, e não há controle sem informação. -As normas da qualidade, não se referem diretamente ao termo arquivo, mas como "dados significativos". Ela surge efetivamente nos termos DOCUMENTAÇÃO E REGISTROS. Há documentação sob diversas formas fundamentais para o bom desempenho do SGQ que auxiliam para:

Atender as necessidades declaradas ou implícitas da empresa, clientes ou interessados Possibilitar os treinamentos adequados Assegurar a rastreabilidade e repetibilidade dos processos Prover evidências objetivas Avaliar a eficácia e adequação do sistema Os tipos de documentos são classificados de acordo com suas características e funções: Manual da qualidade Planos da qualidade Especificações Diretrizes Procedimentos documentados, instruções, de trabalho, desenhos Registros Manual da Qualidade: documento que especifica o SGQ de uma organização. Plano da Qualidade: documento que especifica quais procedimentos e recursos. Especificações: estabelece os requisitos, podendo ser relacionado a atividades (especificação de processos e ensaios), ou a produtos (especificações de produtos, desenho ou desempenho). Diretrizes: documentos que estabelecem condições e sugestões. Procedimentos documentados, instruções de trabalho e desenhos: Documentos que forcem instruções de como realizar o trabalho de forma satisfatória. Os programas de qualidade têm como foco as necessidades dos clientes internos e externos, buscam a maior eficiência dos processos, evitando desperdícios. Caracterizam-se pela participação de toda a equipe e a melhoria continua. O sistema de qualidade tem ênfase no trabalho em equipe e nos usuários dos produtos e serviços os quais os clientes desejam. Reengenharia É um sistema administrativo utilizado pelas organizações para se manterem competitivas no mercado e alcançarem as suas metas, reformulando o seu modo de fazer negócios, suas atividades e tarefas e/ou processos, é vista como redesenho de processos, envolve a readequação dos processos empresariais, estruturas organizacionais, sistemas de informação e valores da organização objetivando uma guinada nos resultados dos negócios da organização. Esta focalização no aumento da eficiência dos processos e, na obtenção de mais-valias a curto prazo, implica melhorias em três níveis a destacar: redução de custos, redução de tempo e melhoria da qualidade dos serviços. A metodologia da implementação de processos de reengenharia pode-se estruturar em quatro fases: 1ª Fase: Preparação: consiste em listar os processos da empresa, selecionar um ou mais processos a redefinir e mobilizar recursos para o projeto; 2ª Fase: Planejamento: devem-se garantir os meios (tempo, pessoas e orçamento(recursos)), estruturar as equipes de trabalho e distribuir tarefas; 3ª Fase: Implementação: analisar os processos selecionados (responsável, envolvidos, pontos fracos e pontos fortes), reinventar o processo (visão cliente/resultado esperado), avaliar o impacto da mudança e implementar o mesmo; 4ª Fase: Avaliação: medir e comunicar os resultados, controlar o processo e gerir o impacto das alterações nos outros processos. A reengenharia vem modificar o perfil do processo empresarial, proporcionando mudanças importantes para a Estrutura Organizacional, os Valores Organizacionais e os Sistemas de Informação. A reengenharia assumia o principio de fazer mais, e eventualmente diferente, por menos. Entretanto, essas mudanças criam resistências aos colaboradores que já se consolidaram numa forma de trabalho. Daí resulta a grande dificuldade para a organização: barrar essas resistências e fazer com que eles entendam os benefícios deste novo sistema.

Reengenharia : É o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visam alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos de desempenho. Quanto a enfase no processo a análise dos clientes, insumos de produção, informação e produto final devem ser repensados. O déficit fiscal do Estado, aliado ao processo de democratização do país, tem levado o cidadão a exigir uma melhor prestação de serviços, a partir destas considerações é necessária a fixação de padrões de desempenho e controle externo. O modelo gerencial de administração pública pode ser identificado como gerencial puro, consumerism e public service orientation, cada um com focos distintos. o público alvo das ações do modelo consumeris é o cliente final. Impactos sobre a configuração das organizações públicas e sobre os processos de gestão. Excelência nos serviços públicos. Ações a serem implementadas seguindo a transposição do sistema de qualidade e reengenharia no serviço público. - Modernização do serviço Publico - Busca da melhoria da qualidade nos serviços prestados - Melhoria no sistema de controle da administração publica - Combate ao patrimonialismo e clientelismo - Busca da eficiência e eficária nos serviços prestados - Busca de minimização dos gastos - Necessidade de planejar ações de Longo Prazo - Implementação de Melhoria continua EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS. GESTÃO POR RESULTADOS NA PRODUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. GESTÃO DE DESEMPENHO Unindo-se a própria razão da existência do Estado ao conceito estratégico de qualidade, chega-se ao que modernamente se entende como a excelência em serviços públicos. Longe de ser algo acabado, a excelência na prestação de serviços públicos é um valor a ser buscado, continuamente buscado. Não há, portanto, uma excelência em serviços públicos, o que há é uma contínua busca por essa excelência. Aqui refere-se à medida dos resultados obtidos na prestação dos serviços públicos.estamos falando dos resultados obtidos na prestação dos serviços públicos e de como o gerenciamento desses resultados contribui para a busca da excelência na prestação dos serviços públicos. Excelência nos serviços públicos O conceito de excelência insere-se no atual cenário mundial, com a globalização dos mercados e das telecomunicações, com administração com o foco no cliente e a reengenharia nas estruturas organizacionais. É definido como o estágio final dos programas de qualidade total, isto é, o Momento no qual todas as funções básicas da organização ou como a produção de serviços públicos, que é o caso do setor público, que é ofertante de serviços públicos, funcionam com o máximo de produtividade e qualidade. Antes uma prerrogativa para as empresas que queriam sobreviver em contexto competitivo, os serviços públicos encaixam-se também no conceito de excelência,pois dirigentes e mesmo órgãos ou empresas governamentais também sofrem alguma espécie de competição e devem provar a sua utilidade ou o seu potencial de agregação de valor para a sociedade. Com o aprimoramento de técnicas de medição de resultados, com a adoção deparâmetros de responsabilização pelas organizações públicas e com a tendência de maior transparência e possibilidades de controle social e de controle externo da administração,a busca por execelência no serviço público deixa de ser apenas uma espécie de cartade intenções ou de slogan e passa a ser determinante para a continuação das atividades de dirigentes e de organizações. Os valores chaves de um produto ou serviço de excelência são, pois, uma projeção da qualidade desses produtos ou serviços, levando em conta a percepção do usuário, que, no caso do serviço público, nunca é demais repetir, também é dono do negócio e tem direito, via cidadania, a ser tratado de forma adequada. Qualidade centrada no cliente A qualidade é julgada pelo cliente. Todos os atributos de produtos e serviços que têm valor para o cliente elevam sua satisfação, determinam sua preferência e devem constituir o fundamento do sistema da qualidade da organização. No caso público, o cliente não tem escolha. Mas a democracia impõe o controle eleitoral. Valor, satisfação e preferência podem ser infl enciados por muitos fatores por meio das experiências globais vividas pelos clientes na compra ou no uso dos produtos e serviços. Esses fatores incluem o relacionamento da organização com o usuário do serviço, que conduz à confiança, fidelidade e preferência.

Liderança A alta direção da organização pública deve adotar uma política orientada para os clientes, criando valores claros e elevando as expectativas quanto à qualidade. O reforço dos valores e das expectativas requer um substancial engajamento e envolvimento pessoal. Os valores básicos e o engajamento da alta direção devem incluir áreas de Responsabilidade pública e espírito comunitário da empresa, consubstanciados na criação de estratégias, sistemas e métodos para alcançar a excelência. Melhoria Contínua Atingir os mais altos níveis de qualidade e competitividade requer um enfoque bem definido e bem executado para a melhoria contínua. A expressão melhoria contínua refere-se tanto a melhorias incrementais quanto a melhorias revolucionárias. A focalização na melhoria deve fazer parte de todas as operações e de todos os setores da empresa. Participação e desenvolvimento dos funcionários O êxito é alcançado por uma organização por meio da realização de seus objetivos quanto à qualidade e ao envolvimento da força de trabalho. O vínculo estreito entre a satisfação dos servidores e a satisfação dos clientes ou usuários cria uma relação de co-responsabilidade entre a empresa e os funcionários. Em função disso, a medida da satisfação dos funcionários proporciona um importante indicador dos esforços da empresa no sentido de melhorar a satisfação dos clientes e o desempenho operacional. Essa característica é aquela sobre a qual as organizações públicas brasileiras talvez mais tenham com que se preocupar. A situação dos servidores públicos que interagem diretamente com a população é, na grande maioria das vezes, muito precária, seja em termos de treinamento ou preparação para a função, seja em termos de remuneração. Resposta rápida O sucesso em qualquer atividade requer sempre ciclos cada vez menores de introdução de novos produtos e serviços no mercado. O advento da TI e do Governo Eletrônico confi rmam e possibilitam essa tendência. Além disso, uma resposta mais rápida e flexível no atendimento aos clientes constitui hoje um requisito crucial da gestão. Melhorias relevantes no tempo de resposta freqüentemente exigem que as organizações, os processos e as etapas de trabalho sejam simplificados e encurtados. Daí a importância de se trabalhar com revisão de processos, casos da qualidade total ou mesmo do enfoque mais radical da reengenharia e do benchmarking, com a absorção de competências de outras organizações. Qualidade no projeto e prevenção de problemas A excelência certamente está ligada a um bom desenho da produção de um serviço ou da definição de uma política pública. Um bom desenho leva a um bom processo, facilita a aferição de resultados e possibilita correções rápidas. Por isso, os sistemas da qualidade devem dar maior ênfase à qualidade do projeto, isto é, à prevenção de problemas e desperdício mediante o embutimento da qualidade nos produtos e serviços e nos processos pelos quais são produzidos. Em geral, os custos da prevenção de problemas no estágio de projeto são muito mais baixos que os custos ligados à correção de problemas que ocorrem no estágio final de produção e entrega. A qualidade introduzida no projeto inclui a criação de processos e produtos robustos em termos de capacidade de tolerar falhas. Perspectivas de longo prazo Conquistar o reconhecimento dos usuários com relação à qualidade requer da organização pública uma orientação voltada para o futuro e a disposição de assumir compromissos de longo prazo com os funcionários, fornecedores e a comunidade usuária dos serviços. O planejamento deve determinar ou antecipar muitos tipos de mudança, inclusive fatores que possam afetar as expectativas dos usuários e mudanças nas exigências regulamentares e nas expectativas da comunidade/sociedade. É necessário que os planos, estratégias e alocações de recursos reflitam esses Compromissos e mudanças. Parte relevante de tal compromisso a longo prazo refere-se ao desenvolvimento de servidores e fornecedores, ao cumprimento de responsabilidades públicas e ao fortalecimento do papel da organização como modelo na promoção do espírito comunitário. Gestão baseada em fatos A realização das metas de melhoria da qualidade e do desempenho de uma organização requer que a gestão de processos seja baseada em dados, informações e análises confiaveis.

Os fatos e dados necessários à avaliação e melhoria da qualidade são de muitos tipos, podendo incluir os relacionados ao cliente, ao desempenho de produtos e serviços, às operações, ao mercado, às comparações de competitividade, aos fornecedores, aos funcionários e aos aspectos fi nanceiros e de custo. Fatos, dados e análise servem de base a uma variedade de propósitos da organização, como planejamento, análise crítica de seu desempenho, melhorias das operações e comparações do desempenho quanto à qualidade em relação aos referenciais de excelência (Benchmarking). Desenvolvimento de parcerias As organizações devem procurar desenvolver parcerias internas e externas que melhor atendam à realização de suas metas globais. As parcerias internas poderiam incluir esquemas que promovam a cooperação entre a direção e os funcionários, tais como acordos com sindicatos, gerenciamento e participação em redes de administração, com compartilhamento de recursos. Tais acordos poderão prever o desenvolvimento dos funcionários, treinamento interfuncional ou novas organizações de trabalho, tais como equipes de trabalho de alto desempenho. Exemplos de parcerias externas incluem ligações estreitas com clientes e fornecedores e com outras organizações. Responsabilidade pública e espírito comunitário Os objetivos do sistema da qualidade de uma organização devem considerar a responsabilidade pública e o espírito comunitário que lhe competem. A responsabilidade pública refere-se às expectativas básicas da organização: ética de negócios, segurança, saúde pública e proteção ambiental. Gestão por resultados na produção de serviços públicos A busca por excelência na gestão, seja pública ou privada, está ligada à capacidade gerencial de aferição de resultados. Quem não mede, não gerencia. Essa é uma afirmação muito conhecida e ligada à gestão pela qualidade. Para a gestão pública, impregnada de valores e práticas burocráticas, é um desafi o a transformação para uma gestão que opere proativamente, valendo-se, para isso, da medição e melhoria contínuas. No centro desse modo de gerenciar está o indicador. Os indicadores de desempenho são dados objetivos que descrevem uma situação de forma quantitativa. O Modelo de Excelência em Gestão Pública brasileiro representa o sistema referencial para a gestão pública e está alicerçado no estado da arte da gestão contemporânea e alinhado com a natureza pública de nossas organizações. As sete partes que integram esse modelo são: 1) Liderança; 2) Estratégias e planos; 3) Cidadãos e sociedade; 4) Informação e conhecimento; 5) Processos; 6) Pessoas; 7) Resultados. COMUNICAÇÃO NA GESTÃO PÚBLICA E GESTÃO DE REDES ORGANIZACIONAIS Gestão de Redes Organizacionais Uma rede é um formato organizacional com características particulares, que tem ganhado destaque nos últimos anos, em virtude da procura por formas organizacionais que sejam ao mesmo tempo flexíveis e efetivas na obtenção de melhores resultados globais, isto é, para um conjunto de organizações e não para cada uma individualmente. A obtenção desses objetivos é possível a partir da coordenação do trabalho e do Aproveitamento dos recursos distribuídos entre as organizações, e do compartilhamento de todas as informações. As organizações em rede são um conjunto de organizações independentes, que mantêm relações dinâmicas e bem específi cas e precisam ser gerenciadas. A motivação para a conciliação da gestão do conhecimento e da governança de redes provém da crescente necessidade de colaboração entre organizações como forma de propiciar ganhos de competitividade superiores aos advindos de esforços individuais isolados. Uma estrutura em rede significa que seus integrantes se ligam horizontalmente a todos os demais, diretamente ou por meio dos que os cercam. O conjunto resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode se espalhar indefi nidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus nós possa ser considerado principal ou representante dos demais. Pode-se dizer que no trabalho em rede não há um chefe, o que há é uma equipe trabalhando com uma vontade coletiva de realizar determinado objetivo. Participar de uma rede organizacional envolve mais do que apenas trocar informações a respeito dos trabalhos que um grupo de organizações realiza isoladamente. Estar em rede signifi ca comprometer-se a realizar conjuntamente ações concretas, compartilhando valores e atuando de forma flexível, transpondo, assim, fronteiras geográficas, hierárquicas, sociais ou políticas.

rede. É clara a incompatibilidade de organizações predominantemente burocráticas com o ambiente de Há duas formas clássicas de formação de uma rede: equipes, nas quais pequenos grupos de pessoas trabalham com objetivo, motivação e destreza para atingir metas compartilhadas; redes, nas quais diferentes agrupamentos de pessoas e grupos ligam-se para trabalhar em conjunto com base em um propósito comum. Comunicação na Gestão Pública Comunicação Governamental compreende todas as atividades e ações desenvolvidas pelo Governo Federal, pelos Governos Estaduais e Municipais e pelos seus órgãos (secretarias, ministérios) e empresas no sentido de colocar-se junto à opinião pública, democratizando as informações de interesse da sociedade e prestando contas de seus atos. O Governo vem, gradativamente, profissionalizando a sua estrutura de comunicação, embora ainda mais lentamente do que se poderia esperar, talvez porque se ressinta de alguns problemas típicos da esfera política, onde nem sempre a transparência e o interesse público prevalecem.