9º Seminário SINDHOSP e Grupo Fleury Lei 13003 e Resoluções da ANS - já é realidade? Sandro Leal Alves Rio de Janeiro, 14.abril.2016
Agenda - FenaSaúde - Saúde Suplementar: estrutura e contribuições para a sociedade - Custos da Saúde - Panorama da Saúde Suplementar - Cenário Econômico - Considerações sobre a Lei 13.003 - Propostas apresentadas pela FenaSaúde para a Lei 13.003 e o Fator de Qualidade 2
FenaSaúde Dezembro de 2015 18 grupos empresariais 24 operadoras associadas Beneficiários 28,9 milhões = 40,3% do total Despesas assistenciais (12 meses terminados em setembro/15) R$ 48,1 bilhões = 40,6% do mercado 1. Allianz Saúde S.A 2. Amil Saúde 3. Grupo Bradesco Saúde 4. Grupo Caixa Saúde 5. Care Plus Medicina Assistencial 6. Gama Saúde 7. Golden Cross 8. Hapvida Assistência Médica 9. Grupo NotreDame Intermédica 10. Itauseg Saúde 11. Mapfre Saúde 12. Yasuda Marítima Saúde Seguros 13. Metlife Planos Odontológicos 14. Odontoprev 15. Omint Serviços de Saúde 16. Porto Seguro - Seguro Saúde 17. Grupo SulAmérica Saúde 18. Unimed Seguros Saúde 3
Saúde Suplementar: estrutura e contribuições para a sociedade 4
Produção Assistencial Grandes números da Saúde Suplementar (2013) 262 milhões de consultas médicas 51 milhões de terapias 667 milhões de exames complementares 8 milhões de internações 122 milhões de atendimentos amb. 1,1 bilhão de procedimentos médicos Fonte: Mapa assistencial ANS Ed. 2014 5
Estrutura da Saúde Suplementar Despesa total supera receita do setor: Setembro 2015 Últimos doze meses terminados em Setembro 2015 Modalidade Operadoras 1 Beneficiários 2 Receita (R$ bilhões) 3 Despesa total (R$ Despesa assistencial (R$ Sinistralidade 6 bilhões) 4 bilhões) 5 (%) FenaSaúde 7 24 28,7 58,2 56,8 48,1 82,7 Seguradora especializada em saúde 9 7,9 32,1 31,8 27,7 86,3 Medicina de grupo 10 11,8 24,4 23,8 19,7 80,7 Odontologia de grupo 5 9,0 1,6 1,2 0,7 42,2 Mercado 8 1.173 72,1 143,2 143,6 118,3 82,7 Cooperativa médica 309 19,7 48,5 48,7 40,7 83,8 Medicina de grupo 284 20,8 39,7 38,5 31,4 79,3 Seguradora especializada em saúde 10 8,0 32,2 31,8 27,8 86,2 Autogestão 178 5,6 16,1 17,8 15,4 95,4 Filantropia 62 1,3 2,2 3,4 1,7 79,7 Odontologia de grupo 220 13,6 2,4 1,9 1,0 40,7 Cooperativa odontológica 110 3,2 0,7 0,7 0,4 58,5 6
Demanda por planos retração dos beneficiários Beneficiários de Planos médicos e odontológicos Mercado de Saúde Suplementar Taxa (%) acumulada em doze meses SETOR DE SAÚDE SUPLEMENTAR SENTE A CRISE ECONÔMICA PLANOS MÉDICO-HOSPITALARES TÊM A MAIOR QUEDA ANUAL EM TODA A SÉRIE HISTÓRICA 7
Demanda por planos retração dos beneficiários Beneficiários de assistência médica por competência segundo tipo de contratação Tipo de contratação dez/15 dez/14 dez15/dez14 ( %) TOTAL 49.730.405 50.496.436-1,5 Individual ou Familiar 9.672.134 9.830.705-1,6 Coletivo Empresarial 33.123.445 33.528.265-1,2 Coletivo por adesão 6.625.478 6.754.192-1,9 Fonte: Sistema de informações de beneficiários SIB/ANS/MS Tabnet Extraído em 4/3/16 8
Envelhecimento populacional Número índice - Evolução por faixa etária (Dez/05 Dez/15) Fonte: Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS - Tabnet - Extraído em 4/3/16. Elaboração: FenaSaúde 9
Envelhecimento populacional Proporção de beneficiários de planos de assistência médica por faixa etária (Dez/00 Dez/15) Fonte: Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS - Tabnet - Extraído em 4/3/16. Elaboração: FenaSaúde
Custos da saúde Preços e quantidades (frequências) 11
Diferença de preços entre as regiões Variações nos preços de DMI Fonte: Consultoria Gestão OPME/Ministério da Saúde 12
Preço brasileiro vs. preço internacional Preços internacionais de marcapasso cardíaco (2010) Nota: preços em dólares americanos Fonte: Moreno-Carbajal M et al (2012). Definition of a methodology to measure price components and maintenance costs of medical devices. Unpublished (WHO) / Ministério da Saúde 13
Margens Margens agregadas na cadeia Exemplo: prótese de joelho Valor final do produto 8,7 vezes maior que o custo inicial Fonte: Ministério da Saúde 14
Análise: base de dados SIMPRO - Preliminar Overview - Base SIMPRO 2007 a 2015 133.228 itens em dez/15 - valor médio de R$ 4.357, ante 55.689 em dez/07 - valor médio de R$ 2.578. Aumento de 932% na quantidade de itens com preço entre R$ 20.001 e R$ 50.000. 11.728 (28,8%) tiveram variação superior ao INPC acumulado entre dezembro de 2007 e dezembro de 2015. 2.494 (6,1%) itens com variação 10 vezes acima do INPC. 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Contagem 55.689 60.567 49.389 61.819 77.508 84.689 92.071 108.423 133.228 Média de preço 2.578 2.923 2.986 3.440 3.805 3.870 4.185 4.876 4.357 Maior preço 1.610.000 1.610.000 1.631.146 1.631.146 1.683.470 1.683.470 1.683.470 1.960.000 1.960.000 1º Quartil 37 47 43 45 55 55 58 102 62 2º Quartil 280 415 388 437 570 588 630 810 555 3º Quartil 2.196 2.860 2.898 3.500 3.900 3.874 4.264 4.626 4.100 Quantidade de itens por faixa de preço 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 100 21.308 20.773 17.503 21.168 24.311 26.544 28.231 26.944 40.941 19.633 92 200 4.212 4.063 3.266 3.943 4.863 5.193 5.820 7.742 9.818 5.606 133 300 2.698 2.688 2.235 2.792 3.322 3.557 3.603 4.626 5.475 2.777 103 400 2.177 2.596 1.938 2.363 2.745 3.023 3.248 4.091 4.636 2.459 113 500 1.341 1.662 1.444 1.842 2.519 2.703 2.687 3.598 4.115 2.774 207 1.000 4.877 5.856 4.573 5.708 7.594 8.388 9.112 11.692 13.208 8.331 171 2.000 4.542 5.045 4.068 4.834 6.074 6.479 6.948 9.200 10.285 5.743 126 3.000 3.078 3.093 2.204 2.694 3.514 4.155 4.304 5.687 6.052 2.974 97 4.000 2.493 3.011 2.267 2.468 3.431 3.891 4.303 4.777 5.093 2.600 104 5.000 1.577 2.153 1.689 2.253 3.417 3.392 3.613 4.505 5.312 3.735 237 10.000 4.749 6.073 5.377 6.895 8.855 9.447 10.643 12.998 14.473 9.724 205 20.000 1.914 2.632 2.059 3.462 4.743 5.597 6.732 7.916 8.780 6.866 359 50.000 373 605 477 969 1.582 1.701 2.051 3.556 3.848 3.475 932 100.000 310 267 241 355 440 494 622 742 807 497 160 200.000 25 32 28 47 63 88 108 266 299 274 1.096 500.000 9 12 16 18 25 27 36 62 64 55 611 1.000.000 4 3 2 5 5 5 6 12 13 9 225 10.000.000 2 3 2 3 5 5 4 9 9 7 350 Fonte: estudo desenvolvido pela FenaSaúde (#) 2007/2015 (%) 2007/2015 15 Maior crescimento absoluto na quantidade de itens com valor até R$ 10.000,00 Maior crescimento relativo quantidade de itens com valor acima de R$ 10.000,00 15
Equipos Análise: base de dados SIMPRO - Preliminar Do total de itens avaliados, 358 (76,2%) tiveram variação superior ao INPC acumulado entre dezembro de 2007 e dezembro de 2015. 83,6% foi a variação média dos valores dos itens no mesmo período. 18,7% dos itens com variação 10 vezes acima do INPC. Apenas 14,9% dos itens acompanharam a variação do INPC. Os Equipos do fabricante EQFlex sofreram as maiores variações - entre 198,9% e 8.384,5%, no período. Intervalo de variação item (INPC 65,9%) Itens Frequência Frequência (Acumulada) Preço médio 2007 (R$) Preço médio 2015 (R$) <=0 42 8,9% 8,9% 1.408,18 1.403,67 Até 1xINPC 70 14,9% 23,8% 97,70 128,49 1 ----- 2 45 9,6% 33,4% 51,66 98,35 2 ----- 3 48 10,2% 43,6% 67,68 176,35 3 ----- 4 71 15,1% 58,7% 79,73 264,33 4 ----- 5 31 6,6% 65,3% 79,45 315,21 5 ----- 6 26 5,5% 70,9% 100,83 436,20 6 ----- 7 16 3,4% 74,3% 221,48 514,91 7 ----- 8 16 3,4% 77,7% 68,28 405,05 8 ----- 9 4 0,9% 78,5% 99,33 655,61 9 ----- 10 13 2,8% 81,3% 132,87 971,45 >10x INPC 88 18,7% 100,0% 17,87 178,49 Total 470 100,0% 100,0% 192,84 354,03 Fonte: estudo desenvolvido pela FenaSaúde 16
Crescimento dos custos Despesa assistencial per capita, beneficiários e inflação (taxa acumulada dez/07 dez/14) Fontes: Sistema de informações de beneficiários - SIB/ANS/MS - Tabnet- Extraído em 5/4/16. IBGE - Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor IPCA INPC - Extraído em 18/3/14. Fundação Getulio Vargas, Conjuntura Econômica IGP-M (FGV/Conj. Econ. IGP-M). ANS - Índice de reajuste anual autorizado para planos de saúde individuais ou familiares contratados a partir de janeiro de 1999. Extraído em 5/4/16. Elaboração: FenaSaúde. Nota: Para o cálculo da variação acumulada da despesa assistencial per capita, não foram consideradas as despesas assistenciaise o número de beneficiários das 17 modalidades: cooperativa odontológica e odontologia de grupo.
Desemprego e rendimento médio real Taxa de desemprego e rendimento médio real (Mar/02 Fez/16) 14 2.700 2.500 12 10 2.300 2.227,50 2.100 8,2 8 6 4 1.900 1.700 1.500 1.300 2 1.100 mar 02 set 02 mar 03 set 03 mar 04 set 04 mar 05 set 05 mar 06 set 06 mar 07 set 07 mar 08 set 08 mar 09 set 09 mar 10 set 10 mar 11 set 11 mar 12 set 12 mar 13 set 13 mar 14 set 14 mar 15 set 15 Taxa de desocupação (% ) Rendimento médio real (R$) Taxa de desocupação Rendimento médio real do trabalho principal 18 Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Emprego. Elaboração: FenaSaúde
Considerações sobre a Lei 13.003 19
Premissas Regulamentação da Lei 13.003/14 não deve inibir a negociação, mas sim facilitá-la A boa regulação requer ação criteriosa para atenuar as falhas de mercado que podem ser resumidas em risco moral e seleção adversa; A regulamentação para ser eficiente deve ser flexível e com a mínima intervenção; A Lei n 13.003/14 apresenta prazo curto para a renegociação entre as partes (90 dias). Há riscos de se usar o curto intervalo de forma estratégica. Fonte: Gesner Oliveira Associados 20
Considerações Regulamentação da Lei 13.003/14 deve estar em harmonia com o princípio constitucional da concorrência e em particular com a Lei 12.529/11 do CADE A ANS reconhece a necessidade de harmonizar a sua atuação com o espírito da Lei 12.529/11, conforme indica acordo com o CADE; Fonte: Gesner Oliveira Associados 21
Considerações Eventual indexação por parte da ANS deve ser consistente com a prioridade do combate à inflação A definição, a priori, das formas como os reajustes contratuais podem ser regidos é equivalente à indexação dos contratos; A indexação gera distorção de preço caso a indexação não expresse como os custos dos contratos evoluem; Cria rigidez no sistema à redução do índice inflacionário, algo nocivo à estabilidade dos preços. Fonte: Gesner Oliveira Associados 22
Considerações A reindexação constitui obstáculo ao combate inflacionário à medida em que: - reduz os incentivos para repasse de ganhos de produtividade; - reduz o nível de contestação dos arranjos em vigor e reduz o nível de concorrência entre os agentes; - altera a expectativa dos agentes, causando a inflação inercial; Fonte: Bacen 23
Fonte: Bacen 24
Ações das operadoras As associadas da FenaSaúde efetuaram as seguintes ações: Adotaram 2 modelos de ação: algumas enviaram modelos de contratos para seus prestadores por correspondência registrada (AR) e outras publicaram em seus sites (área restrita). Cerca de 100% de recebimento; Muitas disponibilizaram canal direto para facilitar a interlocução. 25
Resultados obtidos As associadas informaram ter recebido o seguinte retorno: Muitos prestadores demandam/exigem o índice estabelecido pela ANS (105% do IPCA) e não aceitam a recontratualização em outros termos; Muitos prestadores que não recontratualizaram em 2015 querem reajuste de 100% do IPCA para aquele ano; 26
Ponderações A ANS legislou para um período de transição ( indexação); A Agência não legisla sobre contratos não adaptados; Assimetria regulatória: a ANS não regula o prestador; O grande ganho para o prestador não é a indexação, mas a previsão de reajuste anual; O perigo: sair da livre negociação para a indexação; 27
Propostas apresentadas pela FenaSaúde para a Lei 13.003 e o Fator de Qualidade 28
Propostas A FenaSaúde é contra a fixação de índice único, pois favorece a instabilidade inflacionária e a reindexação da economia. Porém, dadas as condições apresentadas pela ANS, sugere que seja feito com base em critérios técnicos, como price cap, descontando-se índice de produtividade/ eficiência e acrescido de fator de qualificação. Que o Fator de Qualidade considere: adoção plena da última versão do Padrão TISS, utilização da TUSS, participação no Programa Parto Adequado ou participação no QUALISS Indicadores e acreditações (nível máximo) concedidas por instituições independentes e reconhecidas. 29
Propostas Reforçar a segurança jurídica: reiteramos a necessidade de se considerar, em relação à possibilidade de adaptação de contratos vigentes, os pactos firmados anteriormente à vigência da lei e as regras postas no direito civil e constitucional. Que seja considerado o conceito de equivalência sob a ótica da garantia do atendimento. Possibilitar o redimensionamento da rede credenciada por substituição ou redução. Possibilitar a exclusão de prestador sem produção sem exigência de substituição - e tratar de forma diferenciada os casos de substituição de prestadores sem o CNES ou com cadastro desatualizado. No caso de a OPS ter rede superdimensionada (verificado via avaliação anual de suficiência), esta poderia reduzir a rede sem prejuízo aos beneficiários. 30
Obrigado! Sandro Leal Alves sandroleal@fenasaude.org.br