Marcos Soares da Mota e Silva Pós-graduado em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e em Direito Processual Tributário pela Universidade de Brasília (UnB). Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor de Direito Tributário e Direito Constitucional no Centro de Estudos Alexandre Vasconcellos (CEAV), Universidade Estácio de Sá, Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec) e em preparatórios para concursos públicos. Atua como auditor fiscal da Receita Federal.
Introdução Sob o título Legislação Tributária, inicia-se o Livro Segundo do CTN, que no artigo 96 traz o seguinte: Art. 96. A expressão legislação tributária compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Pode se definir lei como um ato jurídico normativo, produzido pelo Poder competente, no exercício da função legislativa, nos termos estabelecidos pela CF. O artigo 59 da CF, por sua vez, traz as normas do processo legislativo brasileiro, in verbis: Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. Emendas à Constituição A Constituição só pode ser alterada por meio de Emendas Constitucionais (EC), mesmo assim, há partes da Constituição que não podem ser alteradas. Esse núcleo imutável é conhecido pela expressão cláusula pétrea. As cláusulas pétreas estão enumeradas no 4.º do artigo 60 da CF. 91
A EC é resultado de um processo legislativo especial e mais dificultoso do que o ordinário, uma vez que a proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando- -se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. Leis Complementares As Leis Complementares (LC) disciplinam os preceitos constitucionais não autoaplicáveis. O artigo 146 da CF diz que determinadas matérias terão que ser tratadas por meio de LC, nos seguintes termos: Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas. d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: I - será opcional para o contribuinte; II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 92
Além disso, a CF determinou que alguns tributos só podem ser criados por meio de lei complementar. Estes são: empréstimos compulsórios (CF, art. 148); imposto sobre grandes fortunas (CF, art. 153, VII); imposto residual (CF, art. 154, I) criado com base na competência residual da União; contribuições sociais para financiamento da seguridade social, criadas com base na competência residual da União (CF, art. 195, 4.º). Há ainda outras funções atribuídas à LC, como, por exemplo, definir os serviços que podem ser tributados pelo ISS (CF, art. 156, III), estabelecer a isenção heterônoma do ISS exportação (CF, art. 156, 3.º, II) e estabelecer uma série de normas gerais relacionadas ao ICMS (CF, art. 155, 2.º, XII). Leis ordinárias Via de regra, os tributos são criados por meio de lei ordinária, esta define o fato gerador, a base de cálculo, as alíquotas, os contribuintes, além de prescrever as penalidades aplicáveis às infrações previstas. As diferenças entre lei ordinária e Lei Complementar são: o fato de a CF exigir que determinados atos só possam ser regulamentados por LC e a questão do quorum. No caso de LC, exige-se maioria absoluta dos membros de cada casa do Congresso e na lei ordinária, maioria simples ou relativa, conforme se verifica do disposto no artigo 69 da CF, que diz: As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta. Leis delegadas São leis elaboradas pelo Presidente da República, mediante delegação do Congresso Nacional (CF, art. 68). A delegação terá a forma de resolução que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. Com a criação da medida provisória pela CF, o instituto da lei delegada passou a estar em desuso. Após 1988 somente foram elaboradas duas leis delegadas (Lei Delegada 12, de 07/08/1992 revogada pela MP 2.215-10, de 31/08/2001 e Lei Delegada 13, de 27/08/1992). 93
Da mesma forma que as medidas provisórias, não podem tratar de matérias reservadas à LC. Medidas provisórias São atos editados pelo Chefe do Poder Executivo, com força de lei, em caso de relevância e urgência. No âmbito federal devem ser submetidas de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de 60 dias da publicação, prorrogável uma vez por igual período. No caso de rejeição, ou de omissão do Congresso e consequente exaurimento do prazo de validade da MP, a medida perde a eficácia. Nessa hipótese caberá ao Congresso Nacional editar um ato (decreto legislativo) para regular as situações jurídicas decorrentes do período no qual a MP esteve em vigor. A redação do 2.º do artigo 62 da CF, estabelece que Art. 62. [...] 2.º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos no arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. Tratados e convenções internacionais O artigo 98 do CTN dá primazia aos tratados internacionais em matéria tributária sobre a legislação tributária interna, ao estabelecer que os tratados ou as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, devendo ser observados pela legislação editada posteriormente à sua vigência. Os tratados internacionais passam por várias fases: a negociação e a assinatura celebração (Poder Executivo); 94
a aprovação (Congresso Nacional, mediante decreto legislativo); ratificação; Legislação tributária a promulgação e a publicação (Poder Executivo, através de decreto presidencial); a aplicação. Cabe registrar que a compatibilização do artigo 98 do CTN com o sistema jurídico-tributário nacional nunca foi tranquila. O STF vinha adotando a posição de que os tratados internacionais tinham força de lei ordinária federal, ou seja, uma vez incorporados na ordem jurídica interna, passavam a se comportar como leis ordinárias federais. Sendo assim, poderiam ser alterados ou revogados por lei ordinária posterior. Mas, em relação aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, o STF passou a entender que estes têm status supralegal, situando-se abaixo da CF, mas acima da legislação interna. Portanto, em uma prova o candidato deve estar atento! Se a questão fizer referência ao CTN: o tratado prevalece sobre a lei ordinária. Se a questão fizer referência à posição do STF e tratado não for sobre direitos humanos, ele estará no mesmo plano da lei ordinária. Assim, a lei posterior revoga o tratado e o tratado posterior à lei revoga a mesma. Se o tratado for sobre direitos humanos, ele deve ser considerado uma norma supralegal. Por fim, cabe lembrar que a EC 45/2004 incluiu o 3.º ao artigo 5.º da CF, que diz o seguinte: Art. 5.º [...] 3.º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Caso algum tratado de Direito tributário possa ser considerado como um tratado sobre direitos humanos, esse tratado, sendo aprovado em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, será equivalente a uma EC. 95
Decretos legislativos do Congresso Nacional São atos do Congresso Nacional, editados no uso de sua competência privativa, como, por exemplo, a aprovação de acordos e tratados internacionais. Eles não se submetem à sanção do Presidente da República. Resoluções Resoluções são atos do Congresso Nacional, ou de uma de suas Casas, Senado Federal ou Câmara dos Deputados, no uso de suas competências exclusivas e privativas. As resoluções não se sujeitam à sanção ou veto do Presidente da República. Em matéria tributária, compete ao Senado Federal estabelecer alíquotas máximas, mínimas ou interestaduais de determinados tributos estaduais. Isso ocorre porque o Senado representa os Estados e o DF no Congresso Nacional (CF, art. 46). Por exemplo, cabe ao Senado fixar, por resolução, as alíquotas do ICMS aplicáveis a operações interestaduais e de exportação (CF, art. 155, 2.º, IV). Decretos São atos do chefe do Poder Executivo que servem para regulamentar uma norma prevista na lei. Portanto, os decretos não podem ir além do conteúdo e o alcance das leis em função dos quais foram expedidos, conforme dispõe o artigo 99 do CTN. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. Normas complementares Os atos normativos menores, ou seja, hierarquicamente inferiores aos decretos, foram denominados de normas complementares pelo CTN. Tais atos se encontram no artigo 100 do CTN, que diz: 96
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Vigência da legislação tributária Vigência da lei no tempo Somente depois de regularmente publicada a lei torna-se obrigatória. Como regra geral, as leis que criam ou aumentam tributos precisam obedecer aos princípios da anterioridade e da noventena. Elas só poderão produzir efeitos a partir do 1.º dia do exercício financeiro seguinte ao de sua publicação e após 90 dias da data em que tiver sido publicada a lei que instituiu ou majorou os tributos. O CTN, em relação à vigência de normas tributárias complementares estabelece, no artigo 103, o seguinte: Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicação; II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação; III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista. Este artigo é autoexplicativo, não demandando maiores esclarecimentos, mas é importante destacar a expressão: salvo disposição em contrário, ou seja, a legislação que criar tais atos pode dispor de forma diferente. Vigência da lei no espaço A vigência da lei se submete ao princípio da territorialidade. Ela vale, em princípio, apenas dentro do território do ente federativo que criou tal lei. 97
Mas, em caráter de exceção, a lei pode alcançar sujeitos passivos fora do território do ente que a criou. No caso de convênios ou em face de leis complementares específicas, pode haver a extraterritorialidade. Isso foi previsto no artigo 102 do CTN: Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. Aplicação da legislação tributária Aplicar a legislação significa colocá-la em prática, ou seja, cumpri-la no caso concreto. Cabe ao aplicador da legislação, o papel de identificar, no caso concreto, qual norma, entre as existentes no ordenamento jurídico, deve ser aplicada e efetivamente fazê-lo. A aplicação da legislação tributária é imediata, quanto aos fatos geradores futuros e aos pendentes (CTN, art. 105). O artigo 105 do CTN é uma confirmação do princípio da irretroatividade tributária. Entretanto, o artigo 106 do CTN, traz algumas exceções ao princípio da irretroatividade, dizendo que a lei poderá ser aplicada ao caso pretérito: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 98
Interpretação e integração da legislação tributária no CTN Legislação tributária Interpretar é compreender o sentido, o conteúdo e o alcance da norma jurídica. Hermenêutica jurídica, por sua vez, é a ciência que estuda a interpretação. Espécies de interpretação Gramatical/literal: é a interpretação somente à luz do próprio texto da norma a ser examinada, é como se o intérprete só pudesse se socorrer de um dicionário para auxiliá-lo na interpretação. Lógica: interpretação de sentido intrínseco, racional da lei. Teleológica: interpretação da finalidade da lei. Histórica: interpretação quanto ao momento ou circunstâncias que a determinaram; Sistemática: é a interpretação na qual se busca a harmonia entre o texto estudado e o ordenamento jurídico. Autêntica/legal: é aquela executada pelo próprio Poder Legislativo, mediante a edição de uma nova lei que interpreta a anterior. Benigna: determina que, em caso de dúvida, deve-se favorecer ao acusado. Cabe registrar que as normas tributárias devem ser interpretadas como as demais normas de Direito, sendo o caso de uma aplicação de alguma regra específica apenas quando expressamente previsto no próprio CTN. Aliás, o CTN tem pouquíssimas regras específicas de interpretação. O artigo 111 do CTN determina que seja interpretada literalmente a legislação tributária que disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário, sobre outorga de isenção, que é uma forma de exclusão, e sobre dispensa de obrigações acessórias, in verbis: 99
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I - suspensão ou exclusão do crédito tributário; II - outorga de isenção; III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. SU OU DI O CTN adota a interpretação benigna, ou seja, in dubio pro acusado, no artigo 112, que diz: Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I - à capitulação legal do fato; II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. CA NA A NA Integração da legislação tributária Enquanto no caso da interpretação existe uma norma específica aplicável a uma solução concreta, e o aplicador da lei procura definir o sentido e abrangência da norma, no caso da integração o que se busca é preencher as lacunas da lei, suprindo suas omissões, tendo por objetivo resolver casos concretos. O artigo 108 do CTN prescreve que, ao integrar a legislação tributária, a autoridade competente deverá utilizar, sucessivamente, os seguintes meios de integração sempre que a legislação ser revele omissa: Analogia consiste em aplicar a um fato não previsto na legislação tributária, os dispositivos legais previstos para casos semelhantes. 100
Princípios gerais de Direito Tributário como exemplo podemos citar: o princípio da anterioridade, da isonomia tributária, da capacidade contributiva, da reserva legal etc. Princípios gerais de Direito Público como exemplo podemos citar: a presunção de inocência, a moralidade administrativa, a ampla defesa e o contraditório etc. Equidade seria uma apreciação com a qual se busca dar a solução mais justa ao caso concreto, ela é utilizada para mitigar o rigor da lei, tornando-a mais branda. ANA estudou tanto DIREITO TRIBUTÁRIO que é um ramo do DIREITO PÚBLICO que não caiu do EQUIno. Analogia; Princípios gerais de Direito Tributário; Princípios gerais de Direito Público; Equidade. Por fim, cabe registrar que de acordo com o disposto no 1.º do artigo 108, o emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. E conforme disposto no 2.º do mesmo diploma legal o emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Atividades de aplicação 1. (Fesp) A analogia do Direito Tributário é argumentada de: a) interpretação. b) lançamento. c) integração. d) correção. e) exclusão. 101
2. (Esaf) Em caso de dúvida quanto à capitulação legal do fato, a autoridade competente para julgar infrações à legislação tributária deve: a) utilizar o princípio da equidade. b) aplicar a analogia. c) interpretar a norma da maneira mais favorável ao acusado. d) eximir o acusado de qualquer penalidade. e) aplicar a pena mais severa. 3. (Esaf) Na hipótese de o aplicador de lei tributária que comina penalidade ficar em dúvida quanto à graduação da pena, deverá interpretar a norma, em relação ao acusado, de modo: a) analógico. b) benigno. c) equitativo. d) literal. e) integrado. 4. (Esaf) I. Busca de um paradigma que contenha situação semelhante ou quase igual àquela para a qual o aplicador não encontrou disposição expressa. II. Aplicação da regra da isonomia; tratamento igual para casos iguais e desigual para desiguais. III. Aplicação da norma mais branda e menos onerosa. IV. Interpretação literal. Combine cada uma das quatro expressões supra com cada uma das quatro opções a seguir: w) anistia. x) equidade. y) princípio geral do direito. z) analogia. 102
Qual das combinações a seguir está parcial ou totalmente errada? a) y II; w IV. b) x II; y III. c) y II; x III. d) z I; w IV. e) x III; z I. 5. (Esaf) Legislação tributária 1. As normas que tratam de isenção estão sujeitas à. 2. As normas que tratam de moratória estão sujeitas à. 3. As normas que dizem interpretar outras, da mesma fonte, são de. Observe, entre as alíneas w, x, y e z, quais as que, à luz do Código Tributário Nacional, preenchem corretamente, e com explicação plausível, as lacunas acima, e, em seguida marque a opção que contém, na devida sequência, as alíneas respectivas. w) Interpretação extensiva, em atenção ao princípio favorabilia amplianda. x) Interpretação extensiva, em atenção a que a regra geral não deve ser restringida a intérprete. y) Interpretação retroativa, porque não tem caráter de inovação do sistema jurídica. z) Interpretação literal, em atenção a que a regra geral é a tributação e exceções não se interpretam extensivamente. a) w, w,y. b) w, x, z. c) z, x, w. d) z, z, y. e) z, y, x. 103
6. (Esaf) I. A isenção e a anistia, segundo o Código Tributário Nacional, excluem o crédito tributário. II. Afora os casos legalmente excetuados, a anistia, quando se refere a infração sujeita à multa, impede a constituição do crédito tributário relativo à penalidade pecuniária. III. A isenção pessoal, salvo disposição legal em contrário, não pode referir-se a tributo criado posteriormente à sua concessão. Assinale a opção correta. a) Está correta apenas uma das três assertivas. b) As três são falsas. c) São corretas as duas primeiras, não a última. d) São corretas as duas últimas, não a primeira. e) As três assertivas são corretas. 7. (Esaf) A anistia tributária atinge: a) os atos praticados com dolo. b) os atos praticados com simulação. c) os atos praticados com fraude. d) os atos qualificados em lei como contravenções. e) as penalidades provenientes de infrações às leis tributárias. 8. (Esaf) A legislação tributária que disponha sobre exclusão do crédito tributário deve ser interpretada: a) logicamente. b) analogicamente. c) sistematicamente. d) literalmente. e) teleologicamente. 104
9. (Esaf) No que diz respeito à norma isencional é correto afirmar que a sua interpretação dar-se-á pelo método: a) literal. b) histórico. c) autêntico. d) analógico. 10. (Esaf) A não incidência de impostos sobre as autarquias e as fundações públicas, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou delas decorrentes, resulta de: a) remissão. b) anistia. c) isenção. d) imunidade. e) moratória. 11. (Esaf) Sobre o tópico das isenções tributárias, é correto asseverar que: a) equivalem à hipótese de exclusão do crédito tributário legalmente qualificada. b) delimitam o exercício da competência tributária. c) dispensam a obrigatoriedade do exercício os deveres instrumentais ou formais. d) restringem-se tão só aos impostos. e) a União detém a competência para dispor sobre isenção nas esferas estadual e municipal. 12. (Esaf) O esclarecimento do significado de uma lei tributária por outra posterior configura a chamada interpretação a) ontológica. b) científica. c) integrada. 105
d) autêntica. e) evolutiva. 13. (Esaf) Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias entram em vigor, salvo disposição em contrário: a) 30 (trinta) dias após sua publicação. b) na data de sua assinatura. c) somente após sua regulamentação. d) 60 (sessenta) dias após sua publicação. e) na data de sua publicação. 14. (Cespe) Analise as proposições abaixo, nos termos do CTN. I. A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, em qualquer caso, quando deixe de defini-lo como infração. II. A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, em qualquer caso, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento. III. A lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, em qualquer caso, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei ao tempo de sua prática. No texto acima: a) todas as proposições estão corretas. b) a proposição I está incorreta. c) a proposição II está incorreta. d) a proposição III está incorreta. e) todas as proposições estão incorretas. 15. (Cespe) A lei expressamente interpretativa aplica-se a fato ou ato pretérito: a) em qualquer caso, mantida a aplicação de penalidades à infração dos dispositivos interpretados. 106
b) em qualquer caso, excluída a aplicação de penalidades à infração dos dispositivos interpretados. c) quando a interpretação dos dispositivos que menciona comine penalidades menos severas ao contribuinte, mantidas as anteriormente aplicadas. d) quando a interpretação dos dispositivos que mencione deixe de tratá-los como contrários a qualquer exigência de ação, mantidas as penalidades antes aplicadas. e) quando deixe de defini-lo como infração, mantendo ou não as penalidades anteriormente aplicadas, desde que ainda não definitivamente julgado. 16. (Cespe) Analise as proposições a seguir, nos termos do CTN. I. A legislação tributária poderá se utilizar de princípios gerais de direito privado, para a pesquisa da definição do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e forma, e para a definição dos respectivos efeitos tributários. II. Qualquer dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias deverá constar, expressamente, da legislação tributária. III. No caso de dúvida, a lei tributária poderá ser aplicada de maneira mais favorável ao infrator, quanto à ocorrência da infração. No texto acima: a) a proposição I está correta. b) a proposição II está correta. c) a proposição III está correta. d) todas as proposições estão corretas. e) todas as proposições estão incorretas. 17. (Fesp) Na ausência de dispositivo legal, a autoridade competente aplicará a legislação tributária, sucessivamente, na seguinte ordem: a) analogia, equidade, princípios gerais de direito público, princípios gerais do direito tributário. 107
b) analogia, princípios gerais de direito público, princípios gerais do direito tributário, equidade. c) analogia, princípios gerais do direito tributário, princípios gerais de direito público, equidade. d) analogia, princípios gerais de direito público, princípios gerais do direito privado, equidade. e) equidade, analogia, princípios gerais do direito tributário, princípios gerais de direito público. Dicas de estudo Fazer a leitura dos seguintes livros: Curso de Direito Financeiro e Tributário, de Ricardo Lobo Torres, ed. Renovar. Manual de Direito Tributário, de Anderson Soares Madeira, ed. Lúmen Júris. Referências AMARO, Luciano da Silva. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1999. BARCHET, Gustavo. Direito Tributário: questões da Esaf com gabarito comentado. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier, 2007. BELTRÃO, Irapuã. Resumo de Direito Tributário. Niterói: Impetus, 2006. BORBA, Cláudio. Direito Tributário Teoria e 1.000 Questões. Rio de Janeiro: Campus: Elsevier, 2005. CARNEIRO, Cláudio. Curso de Direito Tributário e Financeiro. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009. CARRAZA, Roque Antonio (Coord.). RT Mini Códigos: tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2010. COÊLHO, Sacha C. N. Curso de Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 1999. 108
GARCIA, Wander; BARREIRINHAS, Robinson Sakiyana (Coord.). Como Passar em Concursos Fiscais. São Paulo: Foco Jurídico, 2010. LOPES, Mauro Luis Rocha. Direito Tributário Brasileiro. Niterói: Impetus, 2009. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Malheiros Editores Ltda., 2004. MADEIRA, Anderson Soares. Manual de Direito Tributário. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008. PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Manual de Direito Tributário. Niterói: Impetus, 2007. PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2011. PEREIRA, João Luís de Souza; SILVA, Davi Marques da. Direito Tributário. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009. ROCHA, João Marcelo. Direito Tributário. Rio de Janeiro: Ferreira, 2005. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva, 2009. Gabarito 1. C CTN, art. 108. 2. C CTN, art. 112, III. 3. B CTN, art. 112, III. 4. B CTN, arts. 108 e 175, II. 5. D CTN, art. 106, I e 111. 6. E CTN, art. 175, I e II e arts. 177, 180 a 182. 7. E CTN, art. 180 a 182. 8. D CTN, art. 111, I. 9. A CTN, art. 111. 10. D CF, art. 150, 2. 109
11. A CTN, arts. 175, I, 176, 177, I; CF, 151, III. 12. D 13. E CTN, art. 103. 14. E CTN, art. 106. 15. B CTN, art. 106. 16. B CTN, arts. 109, 111 e 112. 17. C CTN, art. 108. 110