SAEMI2015 SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MUNICIPAL DO IPOJUCA

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Transcrição:

ISSN 2318-7263 SAEMI2015 SISTEMA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MUNICIPAL DO IPOJUCA REVISTA PEDAGÓGICA LÍNGUA PORTUGUESA Escrita, Produção de Texto e Ditado 5º, 6º E 7º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

PREFEITO DO IPOJUCA Carlos José de Santana VICE-PREFEITO DO IPOJUCA Pedro José Mendes Filho CHEFIA DE GABINETE DO PREFEITO Antônio Alberto Cardoso Giaquinto SECRETARIA DO GOVERNO Pedro Henrique Santana de Souza Leão SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Margareth Costa Zaponi

Prezados educadores, Apresentação A responsabilidade pela gestão de uma rede de ensino não recai sobre os ombros de um único ator educacional. Para ser efetiva, ela precisa ser compartilhada, fazendo com que cada unidade escolar e cada profi ssional que dela faça parte sintam-se responsáveis pela oferta de uma educação de qualidade, cujo horizonte converge para um único ponto: a aprendizagem dos alunos. Esse desafi o não é corriqueiro. Ele exige a participação, o envolvimento e o comprometimento de todos os professores, diretores, funcionários, estudantes, familiares e responsáveis, o conjunto de agentes da secretaria de educação e a comunidade ipojucana como um todo. Se, de um lado, o suporte dado pelos agentes educacionais é fundamental para que esse virtuoso objetivo seja atingido, por outro, é necessário, como guia de um trabalho sério e capaz de alterar a realidade educacional de nosso município, pautar nossos esforços e atividades por informações capazes de fornecer um panorama geral de nossa rede, permitindo identifi car nossas virtudes e nossas fragilidades, abrindo espaço, dessa forma, para o desenho e a efetivação de ações destinadas a contornar os problemas identifi cados. Toda ação pública precisa ser legitimada e encontrar suporte em diagnósticos fi éis sobre a realidade sobre a qual pretende produzir mudanças. Para tanto, é necessária que esteja ancorada em informações precisas e criteriosas. É justamente como suporte para que políticas e ações educacionais possam ser pensadas e efetivadas que a avaliação educacional em larga escala encontra sua principal razão de ser. Através de seus diagnósticos, é preciso defi nir estratégias para que soluções para os problemas sejam encontradas. O município de Ipojuca conta com seu próprio sistema de avaliação em larga escala, o SAEMI, comprometido com a melhoria da qualidade da educação em nossa rede municipal, através da produção de diagnósticos sobre nossas escolas. É com ciência da importância que tais informações assumem para que decisões sejam tomadas e da centralidade que todos vocês, profi ssionais e benefi ciários da educação, possuem para que ofertemos uma educação de qualidade para nossos estudantes, que divulgamos os resultados do SAEMI 2015, através da presente coleção de revistas. Esse material é destinado ao uso e à apropriação por parte de todos envolvidos com a educação do município. Através dele, reforçamos a crença no trabalho de nossos profi ssionais e no valor que o trabalho com os resultados do SAEMI possui. Margareth Zaponi Secretária de Educação

SUMÁRIO 8 10 16 19 29 A AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DA ESCRITA O DITADO NO SAEMI A PRODUÇÃO DE TEXTO NO SAEMI 2015 A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES TEXTUAIS DOS ESTUDANTES COMPREENDENDO OS RESULTADOS

Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 1 A AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA DA ESCRITA Com a implementação e ampliação das avaliações educacionais em larga escala nas últimas duas décadas, abriu-se espaço para a incorporação da avaliação da produção escrita, complementando o diagnóstico do desempenho em Língua Portuguesa já realizado pelos testes de leitura, obtendo-se, dessa forma, uma visão mais ampla e completa da qualidade da educação ofertada pela rede pública de ensino. Em consonância com essa tendência em se avaliar a escrita, o Sistema de Avaliação Educacional Municipal do Ipojuca SAEMI avalia, desde 2013, a competência escritora dos estudantes, do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental, por meio de uma tarefa de produção de texto dentro da tipologia narrativa para os 5º, 6º e 7º anos -, argumentativa para os 8º e 9º anos - e um ditado de palavras para ambos. Destaca-se, aqui, que o SAEMI também avalia a escrita dos estudantes do ciclo de alfabetização e da Educação de Jovens e Adultos em suas quatro fases. 9

Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 2 O DITADO NO SAEMI Além da tarefa de produção de texto, os estudantes do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental foram submetidos a um ditado contendo 20 (vinte) palavras referentes a um determinado contexto próximo à realidade dos jovens avaliados, lido pelo Aplicador antes do início do ditado de palavras. Após esperar, aproximadamente 1 (um) minuto, os Aplicadores passavam ao ditado das palavras que apresentavam diferentes tipos de estruturas silábicas, obedecendo, portanto, a diferentes regras de transposição dos fonemas para os grafemas. Assim, a escolha dos aspectos avaliados deveu-se à complexidade que apresentam no processo de aprendizagem das regras que organizam o sistema alfabético da Língua Portuguesa, tanto no que diz respeito à relação entre fonema e grafema, quanto no padrão de estruturação da sílaba (CV / CVV / CVC/ CCV, por exemplo). A seguir, apresentamos os ditados aplicados em cada etapa referida nessa Revista Pedagógica, apresentando os resultados gerais por categoria avaliada. 11

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 O DITADO NO 5º E 6º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL Para cada uma das palavras, foram considerados diferentes aspectos ortográficos, identificados como categorias. Assim, no 5º e 6º anos do Ensino Fundamental, foram ditadas 20 (vinte) palavras, mas considerados 42 (quarenta e dois) aspectos ortográficos, distribuídos em 9 categorias. O quadro a seguir traz a frequência com que esses aspectos foram contemplados no ditado: FREQUÊNCIA DAS CATEGORIAS AVALIADAS Categoria Aspecto avaliado Frequência 1 Sílaba canônica 12 2 Letras concorrentes 8 3 Dígrafos 8 4 Encontros vocálicos 3 5 Marcas de nasalização 3 6 Encontro consonantal 2 7 Sílaba não canônica 2 8 Uso do r intervocálico 1 9 Uso do r em final de sílaba 3 Como exemplo das ocorrências nas categorias avaliadas, temos: Categoria Aspecto avaliado Exemplo de ocorrência 1 Sílaba canônica bezerro 2 Letras concorrentes ganso 3 Dígrafos cachorro 4 Encontros vocálicos leitão 5 Marcas de nasalização gavião 6 Encontro consonantal avestruz 7 Sílaba não canônica coelho 8 Uso do r intervocálico carneiro 9 Uso do r em final de sílaba codorna Observações: (1) colocamos em negrito as sílabas/letras consideradas em cada categoria; (2) sabemos que sílabas não canônicas são todas aquelas não obedecem ao padrão consoante/vogal (CV), no entanto destacamos essa forma, pois outras estruturas não canônicas já são avaliadas nas demais categorias. DESEMPENHO DOS ESTUDANTES POR CATEGORIA AVALIADA Ao se propor o ditado, buscou-se avaliar não apenas o número de acertos no tocante às palavras utilizadas, mas, principalmente, os aspectos em que os estudantes ainda apresentam dificuldade na codificação da Língua Portuguesa. Com relação ao domínio dessas dos princípios que regem o sistema alfabético e sua adequada aprendizagem, entendemos que, ao conhecer as dificuldades nessa aprendizagem, podem ser desenvolvidas atividades que permitam a assimilação dos princípios que regem a escrita ortográfica da Língua Portuguesa. O quadro a seguir traz o percentual de acertos em cada uma das categorias avaliadas. Categoria Aspecto avaliado % de acerto 5º ano 6º ano 1 Sílaba canônica 85,6 86,9 2 Letras concorrentes 73,2 74,4 3 Dígrafos 64,6 71,3 4 Encontros vocálicos 75,5 82,0 5 Marcas de nasalização 71,9 77,8 6 Encontro consonantal 72,5 80,6 7 Sílaba não canônica 85,5 88,6 8 Uso do r intervocálico 82,1 86,5 9 Uso do r em final de sílaba 52,5 59,2 10 Ditongação 67,9 69,8 Ao analisarmos esse quadro, constatamos que, tanto para o 5º quanto para o 6º ano, a categoria em que eles mais apresentaram dificuldades foi a do USO DO R EM FINAL DE SÍLA- BA com 52,5% de acertos para o 5º ano e 59,2%, para o 6º ano. Para essa categoria, avaliou-se o r em posição de travamento tanto de sílaba inicial (carneiro) quanto sílaba medial de palavras (codorna / lagartixa). A dificuldade nessa realização ortográfica pode ser devido a uma forte interferência da oralidade, pois em uma fala mais familiar, menos elaborada, é comum ocorrer a omissão do r travando sílaba. O segundo aspecto com menor percentual de acertos, para ambas as etapas, foi da categoria DÍGRAFOS (64,6% de acertos no 5º ano e 71,3%, no 6º ano). Nesse caso, avaliou- -se, especificamente, o uso de: RR bezerro / cachorro / marreco; CH cachorro; LH coelho; NH galinha / passarinho; SS passarinho. Comparando-se os resultados obtidos no teste de 2015 com os de 2014, nota-se uma inversão entre as categorias menos acertadas. As dificuldades encontradas pelos estudantes continuam se destacando entre essas duas categorias, mas em 2014 os DÍGRAFOS foram menos acertados. Importante ressaltar que, ao compararmos os resultados alcançados em cada uma das categorias, em cada uma das etapas, observamos que os estudantes do 6º ano apresentam melhor desempenho que os estudantes do 5º ano, confirmando o que seria esperado: o avanço na escolaridade revela melhor consolidação da aprendizagem dos aspectos associados à ortografia da Língua Portuguesa. 12 13

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 O DITADO NO 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Para cada uma das palavras, foram considerados diferentes aspectos ortográficos, identificados como categorias. Assim, no 7º ano do Ensino Fundamental, foram ditadas 20 (vinte) palavras, mas considerados 48 (quarenta e oito) aspectos ortográficos, distribuídos em 10 categorias. O quadro a seguir traz a frequência com que esses aspectos foram contemplados no ditado: FREQUÊNCIA DAS CATEGORIAS AVALIADAS Categoria Aspecto avaliado Frequência 1 Sílaba canônica 14 2 Letras concorrentes 7 3 Dígrafos 7 4 Encontros vocálicos 6 5 Marcas de nasalização 5 6 Encontro consonantal 3 7 Sílaba não canônica 2 8 Uso do r intervocálico 2 9 Uso do r em final de sílaba 1 10 Uso do l em final de sílaba 1 Como exemplo das ocorrências nas categorias avaliadas, temos: Categoria Aspecto avaliado Exemplo de ocorrência 1 Sílaba canônica furão 2 Letras concorrentes jabuti 3 Dígrafos galinha 4 Encontros vocálicos canário 5 Marcas de nasalização camundongo 6 Encontro consonantal cobra 7 Sílaba não canônica curió 8 Uso do r intervocálico periquito 9 Uso do r em final de sílaba tartaruga 10 Uso do l em final de sílaba rouxinol Observações: (1) colocamos em negrito as sílabas/letras consideradas em cada categoria; (2) sabemos que sílabas não canônicas são todas aquelas não obedecem ao padrão consoante/vogal (CV), no entanto destacamos essa forma, pois outras estruturas não canônicas já são avaliadas nas demais categorias. DESEMPENHO DOS ESTUDANTES POR CATEGORIA AVALIADA Ao se propor o ditado, buscou-se avaliar não apenas o número de acertos no tocante às palavras utilizadas, mas, principalmente, os aspectos em que os estudantes ainda apresentam dificuldade na codificação da Língua Portuguesa. Com relação ao domínio dessas dos princípios que regem o sistema alfabético e sua adequada aprendizagem, entendemos que, ao conhecer as dificuldades nessa aprendizagem, podem ser desenvolvidas atividades que permitam a assimilação dos princípios que regem a escrita ortográfica da Língua Portuguesa. O quadro a seguir traz o percentual de acertos em cada uma das categorias avaliadas. Categoria Aspecto avaliado % de acerto 1 Sílaba canônica 84,6 2 Letras concorrentes 83,0 3 Dígrafos 82,1 4 Encontros vocálicos 60,5 5 Marcas de nasalização 65,8 6 Encontro consonantal 84,7 7 Sílaba não canônica 60,0 8 Uso do r intervocálico 87,0 9 Uso do r em final de sílaba 75,5 10 Uso do l em final de sílaba 32,7 Ao analisarmos esse quadro, constatamos que, para o 7º, a categoria em que eles mais apresentaram dificuldades foi a categoria 10 (Uso do l em final de sílaba), com apenas 32,7 % de acerto, sendo esse aspecto o que apresentou maior dificuldade por parte dos estudantes no teste de 2014, apresentando um avanço de apenas 1,6 pontos percentuais. A dificuldade nessa realização ortográfica deve-se a interferência da oralidade quando na transposição do fonema para o grafema, pois, nessa posição, o l é pronunciado como u. Outras categorias que apresentaram certa dificuldade foram ENCONTROS VOCÁLICOS e SÍLABA NÃO CANÔNICA. Importante ressaltar que, ao compararmos os resultados alcançados em cada uma das categorias, em cada uma das etapas, observamos que os estudantes do 7º ano apresentam melhor desempenho que os estudantes dos 5º e 6º anos na maioria das categorias avaliadas, mas há uma queda no percentual de acerto em aspectos com desempenho satisfatório nessas primeiras etapas, que já deveriam ter sido desenvolvidas por estudantes da sétima etapa: SÍ- LABA NÃO CANÔNICA e ENCONTROS VOCÁLICOS. Contudo, é possível identificar um avanço na aprendizagem dos aspectos associados à ortografia da Língua Portuguesa, conforme as etapas vão se sucedendo. 14 15

Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 3 A PRODUÇÃO DE TEXTO NO SAEMI 2015 Dando continuidade à avaliação de escrita incorporada, no ano de 2013, ao teste de Língua Portuguesa, a avaliação da comunicação escrita formal por meio da produção de um texto também fez parte da avaliação aplicada aos estudantes no ano de 2015. Como dito anteriormente, esse tipo de avaliação segue uma tendência nacional crescente em se avaliar, em larga escala, a escrita dos estudantes, seja através de itens ou de produções textuais, as chamadas redações. Assim como as avaliações em nível nacional e as já realizadas em nível local, o SAEMI quer ir além da observação das estruturas de funcionamento da língua escrita. Ele pretende avaliar se os estudantes conseguem estabelecer comunicação por meio do código escrito, demonstrando serem sujeitos de seu próprio discurso. Para isso, além de um ditado, solicitou-se aos estudantes a elaboração de um texto narrativo em prosa ficcional ou relato, dentro de qualquer gênero que componha o agrupamento do narrar, fato que conferiu aos estudantes maior liberdade para definirem as propriedades sociocomunicativas necessárias para a transmissão da mensagem pretendida por cada um. A narração é a tipologia básica do processo de ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa, uma vez que contar histórias, sejam elas reais ou fictícias, é intrínseco a cada ser humano, ou seja, é a tipologia primária como apontam teóricos. Dependendo da estrutura adotada pelo autor, essa narrativa pode se configurar como conto, crônica, diário, fábula, mito, lenda, dentre outras inúmeras possibilidades. Em comum, os textos narrativos apresentam personagens que interagem entre si vivenciando acontecimentos que ocorrem em um determinado espaço e em um determinado recorte temporal. Não se pode falar em uma estrutura fechada de texto narrativo, mas existe uma composição prototípica nos textos dessa tipologia que busca responder a algumas questões essenciais para o desenvolvimento do enredo, a saber: Introdução (ou apresentação) Quando aconteceu? Onde aconteceu? Com quem aconteceu? Complicação (ou desenvolvimento) O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? Clímax Qual é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho inevitável? Conclusão (ou desfecho) Qual é consequência desse acontecimento? Como o conflito se resolveu? Dessa forma, a narração se caracteriza por ser uma modalidade dinâmica de redação, na qual predominam os verbos de ação, ao contrário da descrição, por exemplo, onde predominam verbos de estado (ser, estar...). Além disso, possui como características os discursos direto, indireto e indireto livre. Quanto aos elementos principais da narração, temos: narrador (a voz do texto, quem conta a história), personagens, tempo, espaço e o enredo (que são os fatos em si). No caso do SAEMI, é dado aos estudantes o mote para desenvolvimento do enredo de seus textos que serão avaliados com base em aspectos específicos que se relacionam às competências que ele precisa desenvolver durante a etapa de escolaridade, as quais são apresentadas na Matriz de Correção por Competência de Produção de Texto, a ser abordada em uma das próximas seções desse texto. 17

SAEMI 2015 Revista Pedagógica As propostas de produção textual de 2015 A tarefa do teste de produção de texto do SAEMI envolvia a elaboração de uma narrativa a partir de uma situação que delimitava o tema e o objetivo esperado do texto do estudante. Veja as propostas aplicadas: 5º E 6º ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL 4 A AVALIAÇÃO DAS PRODUÇÕES 7º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL TEXTUAIS DOS ESTUDANTES Como se pode observar, cada proposta solicitava que o estudante narrasse um fato fictício, sendo possível utilizar sequências textuais de relato também, uma vez que a tipologia textual elencada permite esse hibridismo. 18

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 BRANCO 5º, 6º e 7º anos do Ensino Fundamental Os textos produzidos pelos estudantes foram avaliados sob duas óticas distintas: por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO; por COMPETÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO. AVALIAÇÃO POR SITUAÇÃO DE CORREÇÃO A avaliação por SITUAÇÃO DE CORREÇÃO configura a primeira leitura da produção textual do estudante a ser feita pelo avaliador. Nessa primeira análise, pode-se atribuir ao texto conceitos que permitirão, ou não, sua análise por COM- PETÊNCIA. As situações previstas foram: NORMAL; BRANCO; NÃO ALFABÉTICO; INSUFICIENTE; CÓPIA; ANULADO; ESCRITA ILEGÍVEL; FUGA AO TEMA; FUGA À TIPOLOGIA. Nesse exemplo do 5EF, o estudante absteve-se de realizar o teste de escrita proposto pela avaliação. Excetuando-se a situação NORMAL, único conceito que permitia enviar o texto para a análise por COMPETÊNCIA, em todas as outras ocorrências, a produção textual recebeu, automaticamente, a nota 0 (zero). Veja exemplos de cada situação: 20 21

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 NÃO ALFABÉTICO CÓPIA Excetuando-se o título, o texto não possui o número mínimo de linhas autorais, 5 (cinco), apresentando apenas trechos transcritos da proposta. ANULADO A escrita produzida por esse estudante do 6EF ainda se encontra em nível anterior ao alfabético. Esse estudante do 6EF utilizou a Folha de Redação para produzir rasuras de modo a anular sua produção. INSUFICIENTE Os textos deveriam conter 6 (seis) ou mais linhas escritas (contando o título, quando presente). Nesse exemplo do 7EF, a produção apresentou apenas 3 (três) linhas escritas. 22 23

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 ESCRITA ILEGÍVEL FUGA AO TEMA O texto produzido por esse estudante do 5EF difere totalmente do tema solicitado pela tarefa do teste de escrita. A ilegibilidade da LETRA desse estudante do 7EF impediu a leitura de sua produção. FUGA À TIPOLOGIA Esse texto de um estudante do 6EF não se configura como uma narrativa em prosa. 24 25

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 Avaliação por COMPETÊNCIA DE PRODUÇÃO DE TEXTO Essa etapa da avaliação de produção de texto configura a segunda análise das produções elaboradas pelos estudantes, sendo que somente os textos que receberam o conceito NORMAL foram liberados para essa segunda leitura do avaliador. Para a realização dessa avaliação, tomou-se como base uma Matriz de Correção por Competência, elaborada especificamente para essa análise. Cabe destacar que a matriz para avaliação dos textos produzidos pelos estudantes contempla os elementos estruturais básicos para que um texto seja considerado verdadeiramente um texto e não apenas um amontoado de frases. Essa Matriz de Correção por Competência apresenta os critérios da avaliação e é constituída por quatro competências básicas: Competência 1 REGISTRO Avalia-se o domínio de um conjunto de regras de utilização da língua, do ponto de vista morfológico, sintático e semântico. Competência 2 COERÊNCIA TEMÁTICA Avalia-se a adequada compreensão da proposta de produção de texto, seu desenvolvimento associado a conhecimentos de diversas áreas e a conformidade com a tipologia prevista, no caso, a narrativa. Competência 3 TIPOLOGIA TEXTUAL Avalia-se a articulação de frases e parágrafos por meio de recursos linguísticos de tal forma que haja uma sequência lógica entre as ideias. Veja, a seguir, as Matrizes de Correção por Competência de Produção de Texto do SAEMI: Competência 4 COESÃO Avalia-se a utilização de elementos conectores e referentes de forma a construir um texto com ideias entrelaçadas e conectadas. MATRIZ DE CORREÇÃO POR COMPETÊNCIA 5EF / 6EF COMPETÊNCIAS CI REGISTRO CII COERÊNCIA TEMÁTICA CIII TIPOLOGIA TEXTUAL CIV COESÃO Texto SEM articulação entre suas partes, configurando uma de lista de palavras e/ou frases soltas. O estudante apresenta fatos incoerentes com a proposta. Geralmente enumera apenas algumas ações. Os fatos narrados e/ou relatados não se articulam de forma coerente. Nível Apresenta ideias desconexas (soltas, sem progressão) acerca do tema. Nesse nível, a escrita dos estudantes apresenta características do nível alfabético. A escrita alfabética apresenta desvios devido ao desconhecimento das regras ortográficas. Também se enquadra nesse nível o texto que se apresenta com recorrentes problemas de segmentação de palavras. Texto com articulação precária e/ou inadequada, apresentando graves e frequentes desvios assim como apenas um tipo de recurso coesivo. O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); MAS ausência ou não plausibilidade dos elementos seguintes: sequenciação de fatos e/ou de manutenção do tema; lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; finalização. O estudante desenvolve de forma tangencial ou superficial o tema. O texto foi escrito COM erros ortográficos e com problemas de pontuação, acentuação ou letra maiúscula (falta ou uso inadequado). O texto pode, ainda, apresentar segmentação inadequada, desde que não configure falta de domínio dessa convenção. O texto apresenta MUITAS INADEQUAÇÕES na utilização dos recursos coesivos. O texto apresenta uso INADEQUADO (em 5 ocorrências ou mais) de: recursos variados na substituição por pronomes pessoais, demonstrativos, possessivos; substituições por elipse; substituição por descrição definida; marcadores espaciais; marcadores temporais; conectores entre ideias (adição, conclusão, oposição, causa, consequência, finalidade, explicação etc.). O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); sequência de fatos; MAS ausência ou não plausibilidade de DOIS dos elementos seguintes: lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização. O estudante desenvolve de forma razoável o tema a partir de apresentações ou descrições de fatos / eventos / acontecimentos / cenas. O texto apresenta eventuais desvios de registro que ainda podem influenciar a inteligibilidade de partes do texto. O texto foi escrito COM erros de grafia de palavras (escrita alfabética e ortográfica), mas com eventuais desvios no uso da pontuação e letra maiúscula (quando possível apreender pelo tipo de letra), com possibilidade de erro de acentuação. Pode apresentar, ainda, segmentação inadequada em até 4 casos. O texto apresenta ALGUMAS INADEQUAÇÕES na utilização dos recursos coesivos. Contém eventuais desvios que não comprometem a estrutura lógicogramatical e o encadeamento do texto, com uso inadequado (em ATÉ 4 ocorrências) de: recursos variados na substituição por pronomes pessoais, O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); sequência de fatos; MAS ausência ou não plausibilidade de UM dos elementos seguintes: lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização. O estudante desenvolve bem o tema apresentando os fatos de forma contínua, atendendo à proposta de produção textual de modo adequado. O texto apresenta alguns desvios na grafia de palavras que não afetam a inteligibilidade textual. Podem trazer problemas de segmentação, pontuação, acentuação ou letra maiúscula (falta ou uso inadequado) até 3 casos. demonstrativos, possessivos; substituições por elipse; substituição por descrição; marcadores espaciais; marcadores temporais; conectores entre ideias (adição, conclusão, oposição, causa, consequência, finalidade, explicação etc.). Texto SEM INADEQUAÇÕES na utilização dos recursos coesivos, apresentando: recursos variados na substituição por pronomes pessoais, demonstrativos, possessivos; substituições por elipse; substituição por descrição definida; marcadores espaciais; marcadores temporais; conectores entre ideias (adição, conclusão, oposição, causa, consequência, finalidade, explicação etc.). O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); sequência de fatos; lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização plausível. O estudante desenvolve muito bem o tema, apresentando os fatos de forma contínua, atendendo à proposta de produção textual de modo pleno. O texto escrito com raros erros de grafia de palavras (escrita ortográfica), com uso adequado de pontuação, acentuação gráfica, uso de letra maiúscula com segmentação adequados no texto. Nível V (10 pts.) Nível IV (8 pts.) Nível III (6 pts.) Nível II (4 pts.) Nível I (2 pts.) 26 27

SAEMI 2015 Revista Pedagógica MATRIZ DE CORREÇÃO POR COMPETÊNCIA 7EF COMPETÊNCIAS CI REGISTRO CII TEMA CIII TIPOLOGIA CIV COESÃO Nível O aluno apresenta informações desconexas, sem articulação. Geralmente, emprega frases soltas. O estudante produz uma lista de ações ou descrições das personagens que não contribui para a progressão da narrativa. O estudante limita-se a apresentar uma lista de ações e/ou expressões desconexas acerca do tema. O aluno escreve de forma alfabética, ou seja, ainda não consolidou os princípios da ortografia da Língua Portuguesa na variedade brasileira. Esse aluno também não consolidou as regras de regência e de concordâncias nominal e verbal. O aluno articula as partes do texto de forma precária e/ou inadequada, apresentando graves e frequentes desvios de coesão textual. Na produção textual enquadrada neste nível, há sérios problemas na articulação das ideias e na utilização de recursos coesivos, tais como: frases fragmentadas; períodos muito longos sem o emprego dos conectores adequados; repetição desnecessária de palavras; não utilização de elementos que se refiram a termos que apareceram anteriormente no texto. Os fatos narrados apresentam-se de forma desarticulada, comprometendo a progressão temática. O estudante desenvolve de forma tangencial (superficial) o tema. O aluno demonstra domínio insuficiente da norma padrão, apresentando graves e frequentes desvios gramaticais e de convenções da escrita, além de presença excessiva de gírias e marcas de oralidade. O aluno que realizar muitos desvios graves ou gravíssimos de forma sistemática, acompanhados de desestruturação sintática em excesso, receberá essa pontuação. O texto apresenta personagem(ns) executando ação, podendo ser narrador ou observador. O aluno articula as partes do texto, porém com muitas inadequações na utilização dos recursos coesivos que podem comprometer a estrutura lógico-sintática do texto. Pode ou não apresentar os elementos seguintes ou apresentá-los sem plausibilidade: sequenciação de fatos e/ou de manutenção do tema; lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; finalização. O estudante aborda o tema de modo insuficiente, utilizando-se apenas das ideias da proposta. O aluno demonstra domínio básico da norma padrão, apresentando vários desvios gramaticais e de convenções da escrita graves ou gravíssimos, além de presença de marcas de oralidade, mas desestruturação sintática em NÃO apresenta excesso. O aluno articula as partes do texto, porém com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos. A produção textual enquadrada neste nível poderá conter eventuais desvios que não comprometam a estrutura lógico-sintática do texto. Esta pontuação deve ser atribuída ao aluno que demonstrar domínio intermediário dos recursos coesivos. O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); sequência de fatos; MAS ausência ou não plausibilidade de DOIS dos elementos seguintes: lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização. O estudante desenvolve de forma razoável o tema a partir da apresentação de fatos / eventos / acontecimentos / cenas previsíveis sem, contudo, detalhar esses elementos. O aluno demonstra domínio intermediário da norma padrão, ou seja, próximo do adequado para essa etapa de escolaridade, apresentando alguns desvios gramaticais graves e de convenções da escrita, ou muitos desvios leves. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba essa pontuação, desde que não configurem falta de domínio absoluto do padrão da linguagem escrita formal. O aluno articula as partes do texto, com poucas inadequações na utilização de recursos coesivos. A produção textual enquadrada neste nível não poderá conter desvios que comprometam a estrutura lógicosintática do texto. Poderá, no entanto, conter alguns desvios de menor gravidade, desde que o aluno demonstre domínio dos recursos coesivos. O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s); sequência de fatos; MAS ausência ou não plausibilidade de UM dos elementos seguintes: lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização. O estudante desenvolve bem o tema apresentando os fatos de forma contínua, atendendo à proposta de produção textual de modo adequado. O aluno demonstra domínio adequado da norma padrão, apresentando poucos desvios gramaticais leves ou pouquíssimos desvios graves e de convenções da escrita, ou seja, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. Desvios mais graves, como a ausência de concordância verbal ou nominal, não impedem que a produção textual receba essa pontuação, desde que não se repitam regularmente no texto. O aluno articula as partes do texto, sem inadequações na utilização dos recursos coesivos. Poderá, porém, conter eventuais desvios de menor gravidade. Entretanto, o mesmo erro não poderá se repetir, uma vez que essa pontuação deve ser atribuída ao aluno que demonstrar pleno domínio dos recursos coesivos. O texto apresenta personagem(ns) executando ação o autor do texto ou personagem(ns) criada(s), mas com plausibilidade de todos seus elementos: sequência de fatos; lugar em que a narrativa ocorre; momento (tempo) em que a narrativa ocorre; manutenção do tema; finalização plausível. O estudante desenvolve muito bem o tema a partir de uma narração consistente, apresentando os fatos de forma contínua, atendendo à proposta de produção textual de modo pleno. O aluno demonstra excelente domínio da norma padrão, não apresentando ou apresentando pouquíssimos desvios gramaticais leves e de convenções da escrita, ou seja, o mesmo desvio não ocorre em várias partes do texto, o que revela que as exigências da norma padrão foram incorporadas aos seus hábitos linguísticos e os desvios foram eventuais. 5 COMPREENDENDO OS RESULTADOS A partir da nota final obtida pelo estudante, define-se o perfil de escritor dele de acordo com a descrição do nível no qual sua nota está alocada. Os níveis de desempenho e suas denominações qualificam o perfil de escritor enquadrado em cada um. Esses níveis compreendem intervalos específicos de pontuação, sendo que, no ato da correção, a nota atribuída à competência é o valor máximo do nível que, após o cálculo da média final, pode apresentar variações dentro do nível ou transferir a pontuação do estudante na competência para outra classificação. Nível V (10 pts.) Nível IV (8 pts.) Nível III (6 pts.) Nível II 4 pts.) Nível I (2 pts.) Nível 0 (0 pts.) 28

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 O PERFIL DE ESCRITOR 5º ANO O perfil de escritor se dá com base na descrição do nível no qual sua nota está alocada, conforme a seguinte escala: 5º E 6º ANOS ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0 ABAIXO DO BÁSICO 0,1 2,0 O estudante cuja escrita se encontra nesse nível de desempenho demonstra já ter conseguido compreender como funciona o sistema de escrita da Língua Portuguesa, percebendo que, para grafar uma sílaba, são necessárias duas ou mais letras, compreendendo a escrita como transcrição fonética da sua fala. No entanto, ele ainda não possui domínio adequado da escrita, apresentando muitos erros ortográficos e de segmentação das palavras, além da ausência ou escassez de sinais de pontuação. O texto apresenta ideias desconexas (soltas, sem progressão) acerca do tema ou o desenvolve de forma tangencial (superficial), com certa progressão lógica, pois os fatos narrados e/ou relatados não se articulam de forma coerente, apresentando frases soltas, listas de palavras e/ou de frases. Ao realizar uma primeira leitura desse texto, já se constata que o estudante ainda apresenta dificuldades no uso da página, pois não respeita a margem direita e salta linhas entre os parágrafos. Porém, ao se realizar uma análise mais cuidadosa, percebe-se também que o estudante elaborou um texto apresentando fatos relacionados ao tema, apesar de a sequência lógica ter sido é prejudicada pela falta de pontuação, que provoca uma quebra na conexão entre os relatos. Dessa forma, percebe-se, por exemplo, que o autor fez uso de diálogos no texto, que poderiam estar a favor da narrativa, mas os mesmos não foram devidamente indicados e pontuados para tanto. Assim sendo, apresentam-se como falas soltas, sem introdução e sem pontuação adequada para indicar os intervenientes. Em relação à competência Registro, além dos desvios relacionados ao uso da página, à falta ou uso inadequado de pontuação e letra maiúscula, pode-se encontrar ao longo do texto variados desvios ortográficos. Destacam-se alguns como: falta de acento nas palavras FERIAS (l. 03), NOTICIA- RIO (l. 04-05), SABADO (l. 19); emprego do pronome pessoal oblíquo tônico MIM, que aparece em vários momentos no texto, em lugar de ME ; casos de hipossegmentação em DE POIS (l. 09), A GORA (l. 23) e COM SERTOU (l. 26). 30 31

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 6º ANO BÁSICO 2,1 4,0 O estudante que se encontra nesse nível elabora textos com graves e frequentes desvios de escolha de registro e/ou de convenções da escrita os quais prejudicam a inteligibilidade de seu texto, limitando-o a meras apresentações de fatos, eventos, acontecimentos e/ou cenas, omitindo fatos importantes de sua narrativa, geralmente, com muitas inadequações na utilização dos recursos coesivos. 5º ANO Ao analisar o texto selecionado, nota-se que o estudante o compôs em apenas um período e empregou letra maiúscula somente no título e no início do único parágrafo. Ainda em relação à competência Registro, podem-se encontrar, ao longo do texto, vários desvios causados pela interferência da oralidade que refletem na escrita uma falta de consolidação dos princípios do sistema alfabético da língua portuguesa. São eles: um monte de pessoa (l. 05); tou (l. 07); tava (l. 10); mais em lugar de mas (l. 13); aligei em lugar de liguei (l. 04); mi em lugar de me (l. 04, 08, 11 e 15); pucho em lugar de puxou (l. 04); preguntei (l. 05-06) e preguntando (l. 11); arcorda (l. 08 e 15); morre em lugar de morrer (l. 12); conessei em lugar de comecei (l. 12); grita em lugar de gritar (l. 12); chando em lugar de achando (l. 15). Observa-se, ainda, que além desses desvios, o texto apresenta problemas relacionados à utilização de recursos coesivos, tanto no que diz respeito à ausência quanto na repetição do e (recurso típico de narrativas orais). Apesar disso, observa-se no texto a presença de personagens realizando ações, em determinado lugar, embora não haja tempo definido e não tenha havido um desfecho razoável para os acontecimentos apresentados. Ao analisar esse texto, em relação à competência Registro, notam-se diversos desvios, pois o estudante não fez uso de letra maiúscula, não pontuou o texto, além de ter estruturado seu texto em um único parágrafo. Observa-se, ainda, desrespeito à margem direita, possivelmente por não conseguir segmentar as palavras para mudar de linha. Nota-se, também, a interferência constante da oralidade na escrita desse estudante em palavras como: tive (l. 03), soio (l. 03), tava (l. 08), mininos (l. 09) e a utilização, quase que exclusiva da conjunção e, para marcar a progressão da história. Em alguns momentos, a inteligibilidade do texto fica comprometida em função das frases truncadas e períodos extensos contendo erros graves de ortografia, como os seguintes: pençava, pergontei, verloses e fureossos, gainao (em lugar de ganhou ). Embora o autor contemple o tema através das suas ideias, verifica-se na narrativa a ausência de elementos como: clara sequenciação de fatos, lugar em que a narrativa ocorre, momento em que se dão os acontecimentos e uma finalização plausível. 32 33

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 6º ANO INTERMEDIÁRIO 4,1 6,0 O estudante com escrita nesse nível encontra-se ainda mistura as hipóteses alfabética e ortográfica, mesmo com predomínio desta, apresentando eventuais desvios de Registro, ou seja, aspectos gramaticais e de convenções da escrita que ainda influenciam significativamente a inteligibilidade de seu texto. Sua narrativa é desenvolvida de forma contínua, mas com fatos pouco organizados e relacionados de forma pouco consistente em relação ao tema da proposta de produção textual, com algumas inadequações na utilização dos recursos coesivos, que afetam a continuidade de sua produção textual. 5º ANO Ao analisar esse texto, constata-se que seu autor ainda não domina as regras de uso da página, assim como o autor do texto analisado anteriormente. Em relação à competência Registro, observa-se que o estudante, fez uso de pontuação em um ou outro momento da narrativa. Nota-se também a interferência da oralidade, como por exemplo, as várias ocorrências da expressão e aí, (l. 04, 08 e 15), característica das narrativas orais. O autor descreve fatos que correspondem ao tema numa sequência plausível, com ideias autorais, embora se verifique na narrativa desse estudante a ausência de dois elementos que comprometem a progressão temática: o lugar em que a narrativa ocorre e uma finalização plausível. Ao analisar a escrita desse estudante, percebe-se que ocorreram ainda alguns desvios ortográficos e que o autor compreendeu a proposta de produção textual. Ocorreram alguns desvios que já deveriam ter sido superados nessa etapa de escolaridade como a ausência de pontuação e paragrafação. Observam-se, ainda, repetições de palavras nas primeiras cinco linhas do relato, quando se lê televisão três vezes e puxada duas. Apesar disso, o texto não se torna ininteligível. 34 35

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 6º ANO ADEQUADO 6,1 8,0 PARA O 5º ANO Após cinco anos de escolarização, espera-se que o estudante já tenha domínio sobre o código alfabético da escrita, identificando as relações entre grafemas e fonemas. Os desvios eventuais de registro que esse estudante apresenta referem-se, em sua maioria, a questões relacionadas à ortografia oficial da Língua Portuguesa e algumas interferências de oralidade. O texto desse estudante atende ao tema a partir de uma narração consistente, apresentando os fatos de forma contínua, com eventuais supressões de elementos da tipologia textual avaliada e poucas inadequações na utilização dos recursos coesivos, que ainda afetam a continuidade do texto. Ao se fazer a leitura desse texto, constata-se que seu autor demonstra ter compreendido a proposta, pois aborda o tema de modo adequado, embora, para isso, organize o texto em um único parágrafo, e não utilize pontuação de maneira correta. Nesse texto, notam-se também raros desvios de convenções da escrita, como: agente em lugar de a gente (l. 07); voltamos para casa falando sobre o que aconteceu feliz da vida (quando o correto seria felizes l. 19-20); marcas de oralidade como daí (l. 05). Em relação à tipologia, o texto apresenta personagens executando ações em uma sequência de fatos, com lugar e tempo determinados, além de finalização plausível para o relato. 36 37

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 5º ANO Para o 6º ano O estudante que se encontra nesse período de escolarização já cursou o ciclo de alfabetização e está em transição entre o segundo e terceiro ciclos do Ensino Fundamental. Nessa fase, o estudante já exposto à estrutura básica da sintaxe da Língua Portuguesa e possui um repertório vocabular mais amplo, por isso espera-se que ele já tenha domínio sobre o código alfabético da escrita, identificando as relações entre grafemas e fonemas, o uso dos sinais básicos de pontuação (ponto final, interrogação, exclamação etc.), as classes de palavras, tempos verbais principais, entre outras estruturas de Registro. Os desvios eventuais que esse estudante ainda apresente referem-se, em sua maioria, a questões relacionadas à ortografia oficial da Língua Portuguesa e algumas interferências de oralidade que ainda serão abordadas nas próximas etapas de escolaridade, pois esse estudante já faz bom uso da língua escrita e se propõe a construir novas hipóteses. Seu texto estudante atende ao tema a partir de uma narração consistente, apresentando os fatos de forma contínua, mas com eventuais supressões de elementos da tipologia textual avaliada e poucas inadequações na utilização dos recursos coesivos, que ainda afetam a continuidade do texto, mas não prejudicam sua inteligibilidade. Ao realizar a análise desse texto, nota-se que não ocorrem muitos desvios ortográficos, mas o emprego inadequado de pontuação, a ausência de paragrafação, assim como de letra maiúscula no início de cada período prejudicam a leitura do texto, comprometendo, muitas vezes, a progressão da narrativa e a articulação dos fatos relatados. Percebe-se, também a interferência da oralidade tanto no modo como o estudante estrutura o texto, em grandes períodos, quanto na utilização de expressões como: Do nada (l. 05-06), coisas muito loucas (l. 26). Com relação à estruturação da narrativa, observa-se que o estudante apresenta uma introdução para seu relato, define lugar tempo, finaliza o texto, apesar de fazê-lo de forma pouco plausível. 38 39

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 6º ANO AVANÇADO 8,1 10,0 O estudante que apresenta uma escrita em nível AVANÇADO produz um texto que não apresenta desvios relacionados às competências Registro e Coesão ou, mesmo que ocorram, não afetam a inteligibilidade do texto como um todo ou partes dele. Seu texto apresenta todos os elementos necessários para o desenvolvimento de uma narrativa coerente. 5º ANO No exemplo de escrita apresentado acima, o estudante plausível, mas com muitos problemas de pontuação e falta desenvolve bem o tema, apresentando os fatos de forma de paragrafação. Assim sendo, o texto se compõe de perío- contínua, atendendo à proposta de produção textual de dos muito longos, tornando-se confusos em alguns momen- modo adequado. tos, embora isso não impeça a compreensão do relato. O texto produzido por esse estudante apresenta uma Ocorrem também desvios provocados pela interferência boa introdução, que define lugar e tempo em que a narra- da oralidade como a expressão daí, repetidas vezes; o re- tiva ocorre, personagem realizando ações numa sequência gistro de mais em lugar de mas e luiz em lugar de luz. 40 41

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 Ao analisar esse texto, observa-se que ele atende à proposta de produção textual, pois apresenta personagens executando ações de forma sequenciada, também define o espaço e o tempo em que a trama se desenvolve e cria um desfecho plausível para a narrativa. Observa-se que os desvios ocorridos, tanto de ortografia quanto gramaticais não interferem na compreensão do texto, mas o estudante demonstra que ainda existem alguns conhecimentos a serem desenvolvidos acerca do uso de pontuação, da grafia correta de algumas palavras e expressões. Com relação à organização da narrativa, constata-se que, as ideias do estudante para compor a narrativa são muito interessantes. Destaca-se o momento em que seus pulos dentro da televisão provocam a mudança de canal e o fato de encontrar a saída de dentro da televisão justamente através de um programa cujo nome sugere uma direção, um caminho. Além disso, o encontro com personagens conhecidos em seus programas preferidos envolve o leitor e promove a fluidez da trama. 7º ANO INADEQUADO ABAIXO DO BÁSICO BÁSICO INTERMEDIÁRIO ADEQUADO AVANÇADO 0,0 0,1 2,0 2,1 4,0 4,1 6,0 6,1 8,0 8,1 10,0 INADEQUADO 0,0 Após sete anos de escolarização, o estudante que se encontra alocado nesse nível ainda apresenta um desempenho linguístico primário, demonstrando desconhecimento da norma padrão, de escolha de registro e/ou de convenções da escrita, por isso sua escrita é ininteligível, mas ainda assim é possível compreender algumas palavras acerca do tema. Quando elabora tópicos frasais, as fazem de forma nominal ou com verbos empregados de forma inapropriada. Consequentemente, seu texto não apresenta articulação entre as partes e desenvolve uma narrativa ou relato incoerente, limitando-se geralmente a listar informações e/ou ações. 6º ANO *Não foram observados exemplos significativos que ilustrem esse nível de desempenho. Ao produzir essa escrita, o estudante demonstrou ter compreendido a proposta de produção de texto, apresentando todos os elementos que compõem uma narrativa. Assim sendo, identificam-se personagens executando ações de forma sequenciada e plausível, a delimitação do espaço e do tempo em que a narrativa ocorre e, do mesmo modo, um desfecho plausível, considerando os fatos e a autoria do texto. Contuto o texto apresenta problemas de pontuação, assim como de organização dos períodos e parágrafos, que não atrapalham a compreensão do texto. Observam-se, ainda, alguns desvios ortográficos, como: sengundos (l. 6), vizão (l. 6), exergar (l. 7). 42 43

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 ABAIXO DO BÁSICO 0,1 2,0 O estudante com uma escrita ABAIXO DO BÁSICO para essa etapa de escolaridade apresenta graves desvios de registro como frases truncadas ou graves problemas de pontuação ou não utilização dos sinais de pontuação, dificuldade para relacionar grafemas e fonemas, regras básicas de concordância e regência nominal e verbal e emprego recorrente de marcas de oralidade. A coerência e a coesão de seu texto são dadas de forma precária e o tema é tangenciado por meio de um texto que omite diversos elementos da tipologia textual avaliada. BÁSICO 2,1 4,0 O estudante que se encontra no nível BÁSICO ainda elabora um texto com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e/ou de convenções da escrita, deixando o texto em parte ininteligível. Além disso, Os fatos narrados e/ou relatados não se articulam de forma coesa e coerente, porque seu texto apresenta a supressão de elementos essenciais à tipologia e/ou ao tema. Ao analisar esse texto, observa-se que o estudante demonstra domínio insuficiente da norma padrão, limitando-se a escrever uma lista de ações acerca do tema, apresentando personagens que realizam ações, numa determinada sequência, em lugar e tempo definidos, mas com ausência de uma finalização coerente com o que foi narrado. Percebe-se que o estudante consegue expressar algumas ideias, porém isso ocorre em um texto em que o estudante saltou linhas no meio da narrativa e cometeu desvios ortográficos como: _ imteiro (l. 02) em lugar de inteiro ; _ rozouvi (l. 05) em lugar de resolvi ; _ croca (l. 05) em lugar de troca ; 44 _ ingreja (l. 13) em lugar de igreja. Acrescente-se ainda a ausência de pontuação e da organização de parágrafos. A análise desse texto demonstra que o estudante desenvolveu uma narrativa de acordo com o tema, apresentando ideias com alguns traços de autoria, com lugar e tempo definidos para os fatos ocorridos, assim como uma finalização plausível em relação ao relato. No entanto, existem graves desvios de estruturação sintática, ausência de pontuação na maior parte do texto, além de frequentes desvios ortográficos. Destacam-se alguns desses desvios que já deveriam ter sido superados nessa etapa de escolaridade. São eles: serto (l. 03); paseando (l. 03); divertino (l. 04); 45 asento (l. 06); contol (l. 12); agente (l. 27); procimo (l. 27 e 29); eu amostrei minal casa (l. 14-15); mais em lugar de mas (l. 21 e 23). Também é possível perceber em alguns momentos da narrativa, que o estudante fez uso de gírias como irado (l. 22), demonstrando domínio insuficiente do padrão da linguagem escrita formal.

SAEMI 2015 Revista Pedagógica Língua Portuguesa - Escrita, Produção de Texto e Ditado - 5º, 6º e 7º anos DO Ensino Fundamental SAEMI 2015 INTERMEDIÁRIO ADEQUADO 4,1 6,1 6,0 8,0 O estudante com escrita em nível INTERMEDIÁRIO compõe uma narrativa ou relato com algumas inadequações na Nessa fase, o estudante já foi exposto a estruturas mais complexas da sintaxe da Língua Portuguesa e possui um reper- utilização dos recursos coesivos, que afetam a continuidade de partes do texto, omitindo elementos essenciais para a cons- tório vocabular mais amplo, devido ao contato com novas tipologias textuais, por isso seu texto apresenta poucos desvios trução de um texto coerente que atenda ao tema e à tipologia. no que tange à competência Registro. Quanto ao Registro, sua escrita ainda transita entre a adequação e a inadequação, o que prejudica o entendimento de partes de seu texto. Os principais desvios são regência, concordância e pontuação. Seu texto é em grande parte coeso e coerente, mas o tema ainda não é desenvolvido por completo dentro dos limites estruturais da tipologia textual, pois alguns elementos da narrativa ou do relato ainda são omitidos ou não foram apropriados pelo estudante. O autor desse texto desenvolve o tema de forma razoável, Mesmo assim, o texto desse estudante traz indícios de organizando suas ideias em parágrafos e utilizando pontuação, autoria, apresenta tempo e lugar definidos para a narrativa, embora muitas vezes não o faça de maneira adequada. assim como sequência dos fatos e finalização coerente com Por pouco o estudante não tangenciou o tema, pois re- os mesmos. lata de modo generalizado a questão da troca de papéis, Além dos desvios ortográficos ocorridos em cançadas (ℓ. comentando mais o comportamento da amiga com quem 04), legau (ℓ. 17), percebe-se a ausência de acentuação grá- trocou de lugar do que a sua própria experiência, como so- fica em facil (ℓ. 06 e 08), so (ℓ. 08), as vezes (ℓ. 18), tras (ℓ. licita a proposta de texto. 19) e ocorrência de hipossegmentação em na quele (ℓ. 07). 46 Ao analisar esse texto, constata-se que o estudante res- No decorrer do relato, pode-se identificar a presença dos peitou as regras de utilização da página. Em relação à Com- elementos da narrativa como o tempo e o lugar definidos para petência 1 Registro nota-se apenas dois erros ortográficos os fatos relatados, a sequenciação dos acontecimentos, a como a palavra dançei (ℓ. 17) e vizualizações (ℓ. 18-19). Além manutenção do tema. Porém a finalização apresentada ainda desses escassos desvios observados, destaca-se também o é pouco plausível com a história contada, porque não define uso inadequado de pontuação, embora esses equívocos não se a menina volta a ser ela mesma ou vai pra casa dormir prejudiquem a compreensão do texto. como se ainda fosse a artista. 47

SAEMI 2015 Revista Pedagógica AVANÇADO 8,1 10,0 O estudante que apresenta uma escrita em nível AVANÇADO não apresenta desvios relacionados às competências Registro e Coesão ou, mesmo que ocorram, não afetam a inteligibilidade do texto como um todo ou partes dele. Seu texto apresenta todos os elementos necessários para o desenvolvimento de uma narração ou relato coerente. O estudante que escreveu esse texto, embora não tenha utilizado os recursos de estruturação sintática de forma adequada em todos os casos, organizou o texto através de paragrafação adequada. Além disso, produziu um texto com raros desvios de convenções da escrita, ocorrências que em nada prejudicam a compreensão do texto. O desenvolvimento da narrativa se dá de maneira plausível, pois seus elementos estruturantes foram contemplados adequadamente. Nesse caso, o texto possui uma introdução, a sequência dos fatos, tempo e lugar definidos para a narrativa, assim como uma finalização coerente com o relato. Em relação à competência I, Registro, nota-se a interferência da oralidade em algumas passagens do texto como em: tava (l. 13) e na frase quando eu olhei para ele ele disse que queria ver eu dando aula [...]. Observa-se também um caso de hipossegmentação em agente (l. 20). 48

Reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora Marcus Vinicius David Coordenação Geral do CAEd Lina Kátia Mesquita de Oliveira Coordenação da Unidade de Pesquisa Tufi Machado Soares Coordenação de Análises e Publicações Wagner Silveira Rezende Coordenação de Design da Comunicação Rômulo Oliveira de Farias Coordenação de Gestão da Informação Roberta Palácios Carvalho da Cunha e Melo Coordenação de Instrumentos de Avaliação Renato Carnaúba Macedo Coordenação de Medidas Educacionais Wellington Silva Coordenação de Monitoramento e Indicadores Leonardo Augusto Campos Coordenação de Operações de Avaliação Rafael de Oliveira Coordenação de Processamento de Documentos Benito Delage Ficha catalográfica Ipojuca. Secretaria Municipal de Educação. SAEMI 2015/ Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 (jan./dez. 2015), Juiz de Fora, 2015 Anual. Conteúdo: Revista Pedagógica - Língua Portuguesa Escrita, Produção de Texto e Ditado 5, 6 e 7 anos do Ensino Fundamental. ISSN 2318-7263 CDU 373.3+373.5:371.26(05)