ANÁLISE DA QUALIDADE DO LEITE UTILIZANDO O TESTE (CMT) NO DIAGNOSTICO DE MASTITE SUBCLÍNICA

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Transcrição:

ANÁLISE DA QUALIDADE DO LEITE UTILIZANDO O TESTE (CMT) NO DIAGNOSTICO DE MASTITE SUBCLÍNICA FERNANDES, K. R. 1 ; VILELA, V. L. D. 2 1 Acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da FAP 2 Docente do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da FAP RESUMO O leite é um alimento amplamente consumido devido à importância nutricional, mas sua qualidade é influenciada pela mastite. A pesquisa avaliou 45 vacas do município de Grandes Rios por meio do teste CMT. A mastite subclínica esteve presente em 82,2% das vacas, 17,8% que apresentou casos totalmente negativos. O grau de infecção apontou de leve/moderado 15,8%, moderado 14,7%, e intenso 19,8%. O teste CMT é um aliado do produtor na prevenção e controle da mastite. Palavras-chave: Glândula mamária, Inflamação, Produção de leite. ABSTRAT Milk is a widely consumed food because of nutritional importance, but its quality is affected by mastitis. The study evaluated 45 cows in the municipality of Great Rivers through CMT. Subclinical mastitis was present in 82.2 % of cows, 17.8 % who had totally negative cases. The degree of infection showed mild / moderate 15.8%, moderate 14.7 %, 19.8 % and intense. The test CMT is an ally of the producer in the prevention and control of mastitis. Keywords: Mammary gland, Inflammation, Milk production. INTRODUÇÃO O leite é uma das principais atividades agropecuárias realizadas no País, onde a cadeia produtiva contribui na renda de diversas pessoas envolvidas no processo de produção (NERO; VIÇOSA; PEREIRA, 2009). Estando distribuída em diversas regiões do Brasil inclusive no sul, sendo o Paraná o estado que ocupa uma posição respeitada na produção nacional (IBGE, 2011). De acordo com Veiga et al. (1994) um dos grandes agravantes da qualidade deste produto em questão é a inflamação da glândula mamária mais

conhecida como mastite, ocasionada por micro-organismos, sendo mais frequente a contaminação por bactérias que podem causar dois tipos de mastite, a clínica e a subclínica, sendo o teste CMT - California Mastite Test, um modo fácil e rápido e de baixo custo para o produtor executar no próprio local da ordenha (BRITO et al., 1997), fazendo com que se tenha uma análise prévia da qualidade do seu produto. O presente trabalho buscou avaliar o leite in natura de vacas em período de lactação por meio do teste CMT (California Mastitis Test) de uma propriedade rural do município de Grandes Rios, Paraná. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Por ser um alimento rico em nutrientes essenciais à saúde humana, o leite é utilizado com frequência na alimentação, além de ser usado na produção de diversos tipos de derivados. Associado ao seu alto poder nutricional é alvo de diversos fatores que influenciam na qualidade de seus subprodutos (BRITO e BRITO 2001). A propagação de micro-organismos causadores da mastite se dá por vários modos, como a falta ou a deficiência de higiene do úbere, ordenhador e do ambiente, mau uso dos equipamentos, alimentação, idade, genética entre outros fatores (VEIGA et al., 1994). O diagnóstico da doença pode ser variado, pois a mastite clinica é de fácil detecção por apresentar aspectos visíveis da doença, já a mastite subclínica, não apresenta nenhuma característica aparente, devido a isso sua consequência é desastrosa na produtividade do animal, acarretando grandes perdas na produção (BRITO, 2007). A coleta dos dados foi realizada em uma propriedade rural de Grandes Rios, Paraná, onde utilizam a técnica da retirada do leite de forma mecânica. Foram avaliadas aleatoriamente 45 vacas da raça Holandesa e Gir Holanda aparentemente sadias em fase de lactação. Para o diagnóstico foi utilizado o teste CMT, empregado na identificação de vacas com mastite subclínica. O kit de testes é composto por raquete, reagente, e seringa. Após a higienização, dois jatos de leite foram espirrados na raquete com quatro cavidades correspondentes a cada um dos tetos. Inclinou-se a raquete eliminando

o excesso do produto ficando assim somente necessário para o teste. Seguido a esse processo, adicionou-se 2 ml do reagente CMT em cada um dos compartimentos com o leite. Por último realizaram-se movimentos circulares por 60 segundos para que ocorresse a reação. A leitura dos resultados se dá por meio da textura do leite, estes foram anotados de acordo com a identificação que cada animal possui em seus brincos. Com isso o número de animais e número de tetos infectados, e o grau de infecção por teto foram obtidos a partir do teste CMT. De acordo com os testes realizados com CMT, a tabela 1 indica o total de animais analisados e os resultados obtidos, sendo 82,2% das vacas examinadas apresentaram positividades variadas para mastite subclínica, contra somente 17,8% que apresentou casos totalmente negativos. Tabela 1 - Resultados referentes aos animais para testes positivos e negativos na pesquisa. Quantidade de testes realizados N % Positivos 37 82.2 Negativos 8 17.8 Total 45 100 Fonte: Autora do Trabalho, 2014. Segundo Boechat et al. (2011), a eficiência do teste CMT em sua pesquisa foi de 70% para teste positivo com o CMT. O teste CMT nem sempre correspondeu aos exames bacteriológicos, com isso mostra que o teste possui uma margem de erro, porém ainda é a maneira mais pratica e de menor custo comparado com outros testes que o produtor encontra para o diagnóstico e controle da mastite subclínica. A seguir, na tabela 2 foram analisados 177 tetos de acordo com o grau de infecção. Encontrou-se 49,7% do total de tetos examinados sem nenhum grau de infecção, 15,8% dos tetos apresentaram teste leve/moderado indicado por (+), 14,7% indicou teste moderado correspondente a (++) e 19,8% dos tetos examinados apresentou teste intenso indicando (+++). Dessa forma na leitura dos testes referente ao grau de infecção somaram-se 50,3% dos tetos estavam com algum grau de mastite subclínica.

Tabela 2 Resultados das amostras com infecção dos tetos por meio do teste CMT Teste N % Teste ausente (0) 88 49,7 Teste leve/moderado (+) 28 15,8 Teste moderado (++) 26 14,7 Teste intenso (+++) 35 19,8 Total 177 100 Fonte: Autora do Trabalho, 2014. O método CMT também foi utilizado por Nascimento et al. (2005) onde obteve em suas pesquisas 71,42% para resultados correspondente a (+), 28,57% (++) e 0% para (+++), a explicação dos diferentes resultados encontrados pelos autores é o manejo e as condições que os animais estão expostos. Um dos fatores que pode ter contribuído para esse resultado estava associado à circunstância em que o úbere e os tetos de algumas vacas apresentavam no momento de descanso, isso é sujas por fezes, fato este que contribui com o carreamento de agentes patogênicos causadores da mastite. Vale lembrar que os tetos dos animais foram lavados e passaram pelo processo prédipping antes do teste e da ordenha, entretanto a contaminação pode ter ocorrido pelos esfíncteres que permanecem abertos por um tempo, assim lembramos que essa contaminação pode acontecer durante os intervalos entre uma ordenha e outra. CONCLUSÃO A maioria das vacas produtoras submetidas à avaliação do teste CMT resultaram na positividade para o quadro de mastite subclínica. Como também referente à questão da interpretação dos escores relacionados ao grau de infecção, constatou-se a prevalência da infecção na maioria dos tetos dos animais analisados, apesar do aspecto geral das vacas e dos seus úberes indicarem um estado saudável.

O teste CMT é indispensável para o produtor de leite como preventivo da mastite subclínica. Sua utilização proporciona resultados que permitem serem tomadas providencias necessárias para o tratamento dos animais em casos positivos. Desta forma, o produtor pode permanecer com o número do seu plantel constante e produtivo, além de evitar o sacrifício quando a doença persiste. Sendo assim, o teste CMT é um aliado na prevenção e controle da mastite subclínica, sendo uma alternativa de custo baixo, de fácil e rápida aplicabilidade, além de interpretação simplificada. REFERÊNCIAS BOECHAT, J. U. D. et al. Eficiência do Teste CMT na Detecção de Mastite Subclínica Considerando a Aplicação de BPA em Rebanhos Leiteiros do Sul do Estado do Espírito Santo. 2011. Disponível em: <http://www.sovergs.com.br/site/higienistas/trabalhos/10135.pdf>.acesso em: 22 mar. 2014. BRITO, J. R. F.; CALDEIRA, G. A. V.; VERNEQUE, R. S.; BRITO, M. A. V. P.. Sensibilidade e especificidade do "California Mastitis Test" como recurso diagnóstico da mastite subclínica em relação à contagem de células somáticas. Pesq. Vet. Bras. [online]. 1997, vol.17, n.2, pp. 49-53. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pvb/v17n2/0916>. Acesso em: 22 de jun. 2014. BRITO, L. G. Manejo sanitário voltado ao controle da mastite bovina. In: BRITO, L. G. et al. Cartilha para o produtor de leite de Rondônia. Porto Velho. Embrapa. 2007. p. 07-40. BRITO, M. A. V. P., BRITO, J. R. F. Qualidade do leite. MADALENA, F. E. MATOS, L. L., JUNIOR, E. V. H. In: Produção de leite e sociedade: uma análise crítica da cadeia do leite no Brasil. Belo Horizonte. Editora FEPMVZ. 2001, p. 61. IBGE, Pesquisa da Pecuária Municipal 2011. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/producao_pecuaria/producao_da_pecuaria_municipal/2011/t abelas_pdf/tab06.pdf >. Acesso em: 16/01/2014. NERO, L. A., VIÇOSA, G. N., PEREIRA, F. E. V. Qualidade microbiológica do leite determinada por características de produção. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas. Abr/Jun 2009. VEIGA, V. M. O; TEIXEIRA, M. R.; BRITO. M. A. V. P.; BRITO, J. R. F.. Controle da Mamite dos Bovinos. EMBRAPA Gado de Leite. Juiz de Fora. 1994.