Bloco II Risco Judiciário: Ato Jurídico Perfeito e Direito Adquirido na Previdência Complementar. DANIEL PULINO Prof.

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Transcrição:

Bloco II Risco Judiciário: Ato Jurídico Perfeito e Direito Adquirido na Previdência Complementar DANIEL PULINO Prof. Direito PUC/SP

BREVES APONTAMENTOS/REFLEXÕES 1- Introdução: Natureza do RPC na CF 2- Uma distinção clássica 3- Tratamento legal e jurisprudencial do direito adquirido no RPC 4- Direito acumulado: uma reflexão e uma construção necessárias?

1- Introdução: Natureza do RPC na CF Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. 1 A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. 2 As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei.

--*** Autonomia Privada (=> liberdade contratual, liberdade associativa, liberdade de representação e deliberação em colegiados, (as partes são livres para realizar negócios jurídicos entre si, determinando seus efeitos, autovinculando-se) --Contratualidade => seriedade e força obrigatória dos compromissos. P. ex., na LC n. 109/01: -art. 44, III (intervenção por descumprimento de estatutos, regulamentos...) -art. 21 (equacionamento de déficits para manter o contratado) -art. 11 (obrigação de contratar resseguro para assegurar os compromissos) -art. 25 (cumprimento obrigatório dos compromissos até a data de retirada) ***arts. 68, 1º e 17, 1º: direito adquirido (e mesmo só acumulado)

2- Uma Distinção Clássica (A) Regime Institucional (legal): relações institucionais (p. ex., tributárias, de **previdência pública) --modificações de regime (lei finalidade) no tempo operam imeditatamente, atingindo as relações em curso -- mantra : não existe direito adquirido a regime jurídico (B) Regime Contratual: relações jurídicas privadas ----as alterações, em princípio, só atingem as novas relações para quem aderir daqui para a frente (não para o passado, que é intangível, salvo expressa disposição das próprias partes) OBS: Estatutos, Regulamentos do Plano, etc. podem ser vistos como atosregra particulares (uma espécie de quadros normativos preexistentes, que dependem de um ato-condição para serem implementados individualmente), não-estatais (embora sujeitos a prévia e expressa aprovação estatal)

3- Tratamento legal e jurisprudencial do direito adquirido no RPC Em princípio, sendo contratual, o RPC não deveria ser visto pela lógica institucional...mas tanto a Lei quanto a Jurisprudência (assente no STJ, inclusive) entendem que só se perfaz o direito adquirido no momento de preenchimento de todos os requisitos de elegibilidade ao benefício...(vale a regra vigente na data de reunião desses requisitos) -não importa, para esse efeito, o momento de adesão (obs: e é a adesão do participante ao plano de benefício, que lhe é oferecido pelo patrocinador, que constitui a relação contratual entre ele e a EFPC)

3.1- Tratamento pela LC n. 109/01 Art. 68. (...) 1 o Os benefícios serão considerados direito adquirido do participante quando implementadas todas as condições estabelecidas para elegibilidade consignadas no regulamento do respectivo plano. Art. 17. As alterações processadas nos regulamentos dos planos aplicam-se a todos os participantes das entidades fechadas, a partir de sua aprovação pelo órgão regulador e fiscalizador, observado o direito acumulado de cada participante. Parágrafo único. Ao participante que tenha cumprido os requisitos para obtenção dos benefícios previstos no plano é assegurada a aplicação das disposições regulamentares vigentes na data em que se tornou elegível a um benefício de aposentadoria.

3.2- Tratamento pela Jurisprudência Superior Tribunal de Justiça STJ (assente): Seja sob a égide da Lei nº 6.435/77 ou das Leis Complementares nºs 108/2001 e 109/2001, sempre foi permitida à entidade fechada de previdência privada alterar os regulamentos dos planos de custeio e de benefícios como forma de manter o equilíbrio atuarial das reservas e cumprir os compromissos assumidos diante das novas realidades econômicas e de mercado que vão surgindo ao longo do tempo. Por isso é que periodicamente há adaptações e revisões dos planos de benefícios a conceder, incidindo as modificações a todos os participantes do fundo de pensão após a devida aprovação pelos órgãos competentes (regulador e fiscalizador), observado, em qualquer caso, o direito acumulado de cada aderente. (...)Não há falar em direito adquirido, mas em mera expectativa de direito do participante, à aplicação das regras de concessão da aposentadoria suplementar quando de sua admissão ao plano, sendo apenas assegurada a incidência das disposições regulamentares vigentes na data em que cumprir todos os requisitos exigidos para obtenção do benefício, tornando-o elegível.

(REsp1421951/SE,Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA,3ªTurma,j.25/11/2014,DJe19/12/2014) "AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA. RECURSO ESPECIAL. SÓ HÁ DIREITO ADQUIRIDO AO BENEFÍCIO - NOS MOLDES DO REGULAMENTO VIGENTE DO PLANO - NO MOMENTO EM QUE O PARTICIPANTE PASSA A TER DIREITO AO BENEFÍCIO COMPLEMENTAR DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL, DE COMPETÊNCIA DO STJ. TESE DE VIOLAÇÃO AO ATO JURÍDICO PERFEITO. MANIFESTO DESCABIMENTO. PLEITO QUE NÃO TEM NENHUM SUPEDÂNEO NA AB- ROGADA LEI N. 6.435/1977 NEM NA VIGENTE LEI COMPLEMENTAR N. 109/2001. SISTEMA DE CAPITALIZAÇÃO, BUSCANDO ASSEGURAR O CUSTEIO DOS PLANOS POR LONGO PRAZO. PILAR DO REGIME DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. CONTRATO DE TRABALHO E CONTRATO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. VÍNCULOS CONTRATUAIS DISTINTOS, SUBMETIDOS À NORMATIZAÇÃO E PRINCÍPIOS ESPECÍFICOS. INTERVENÇÃO DO JUDICIÁRIO NA RELAÇÃO CONTRATUAL, ALHEIA AO EQUILÍBRIO ATUARIAL DO PLANO DE BENEFÍCIOS, AO FUNDAMENTO DE QUE AS REGRAS DA AVENÇA DEVEM PERMANECER INALTERADAS OU OBSERVAR A MAIS RECENTE, SE MAIS FAVORÁVEL AO PARTICIPANTE. DESCABIMENTO. DEVER DO ESTADO DE RESGUARDAR OS INTERESSES DOS DEMAIS PARTICIPANTES E ASSISTIDOS DO PLANO DE BENEFÍCIOS.(...)

(...)1. "PREVIDENCIÁRIO. DIREITO ADQUIRIDO AO RECEBIMENTO DE COMPLEMENTAÇÃO DE BENEFÍCIO DE ACORDO COM AS REGRAS VIGENTES NO PERÍODO DE ADESÃO AO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. AUSÊNCIA DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. (...) 5. "No tocante ao regime de previdência privada complementar, é pacífica a orientação desta Corte de que o direito adquirido somente se aperfeiçoa no momento em que o participante preencher os requisitos para a percepção do benefício previdenciário". (AgRg no REsp 989.392/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 14/04/2014) 6. Os arts. 17, parágrafo único e 68, 1º, da Lei Complementar 109/2001 dispõem que as alterações processadas nos regulamentos dos planos aplicam-se a todos os participantes das entidades fechadas, a partir de sua aprovação pelo órgão público fiscalizador, só sendo considerados direito adquirido do participante os benefícios a partir da implementação de todas as condições estabelecidas para elegibilidade consignadas no regulamento vigente do respectivo plano de previdência privada complementar. Precedentes.(...). [AgRg no REsp 1452280/RS, Rel. Min.LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, j. em 23/09/2014]

OBS: Súmula nº 288 do TST (alterada em 2016) COMPLEMENTAÇÃO DOS PROVENTOS DA APOSENTADORIA (nova redação para o item I e acrescidos os itens III e IV em decorrência do julgamento do processo TST-E-ED-RR-235-20.2010.5.20.0006 pelo Tribunal Pleno em 12.04.2016) - Res. 207/2016, DEJT divulgado em 18, 19 e 20.04.2016 I - A complementação dos proventos de aposentadoria, instituída, regulamentada e paga diretamente pelo empregador, sem vínculo com as entidades de previdência privada fechada, é regida pelas normas em vigor na data de admissão do empregado, ressalvadas as alterações que forem mais benéficas (art. 468 da CLT). II - Na hipótese de coexistência de dois regulamentos de planos de previdência complementar, instituídos pelo empregador ou por entidade de previdência privada, a opção do beneficiário por um deles tem efeito jurídico de renúncia às regras do outro. III Após a entrada em vigor das Leis Complementares nº s 108 e 109, de 29/05/2001, reger-se-á a complementação dos proventos de aposentadoria pelas normas vigentes na data da implementação dos requisitos para obtenção do benefício, ressalvados o direito adquirido do participante que anteriormente implementara os requisitos para o benefício e o direito acumulado do empregado que até então não preenchera tais requisitos. IV O entendimento da primeira parte do item III aplica-se aos processos em curso no Tribunal Superior do Trabalho em que, em 12/04/2016, ainda não haja sido proferida decisão de mérito por suas Turmas e Seções.

4- Direito acumulado 4.1- Uma Reflexão Necessária 4.2- Uma Construção Necessária

4.1- Uma Reflexão Necessária Necessária observância do direito acumulado de cada participante aparentemente, a Lei (1) obriga considerar todas as situações individuais; e (2) participantes adquirem direitos em pedaços (vide tb., a propósito, o art. 25). Ok, a LC 109 (arts. 68 e 17) inequivocamente permite alterar a situação de quem não tem todas as condições de elegibilidade...mas também claramente manda observar o direito acumulado. => só seria legal (estando apta à aprovação prévia) a alteração se houvesse tratamento (adequado) dos direitos acumulados

--OBS-1: aliás, antigo (e talvez tacanho, tímido) conceito de direito adquirido nas relações de previdência pública (Sum. 359, STF) todos os requisitos : ou tem tudo ou não tem nada...[mas e se a nova lei não trouxer regra de trasição?! (e se trouxer um critério desproporcional, irrazoável?!)]...deve evoluir (princípios da segurança jurídica e proteção da confiança...) --OBS-2: Diga-se, finalmente, que tão relevante é este ponto que Henrique de la Villa Gil, em formidável observação, diz ser sempre necessário partir de dois critérios para examinar e explicar inclusive quanto à evolução histórica os regimes de previdência privada: o nível de cobertura e o nível de garantia conferidos pelo plano de benefícios. Afinal, bem pouco significaria o nível de cobertura de um plano de benefícios (sobretudo privado) se não acompanhado de adequado nível de garantia

4.2- Uma Construção Necessária --Mas qual o conceito de direito acumulado?.é financeiro?? (reserva constituída até a data de alteração).é possível valer-se do art. 15, fora da hipótese de portabilidade?? [Art. 15. Para efeito do disposto no inciso II (portabilidade do direito acumulado pelo participante para outro plano) do caput do artigo anterior, fica estabelecido que: (...). Parágrafo único. O direito acumulado corresponde às reservas constituídas pelo participante ou à reserva matemática, o que lhe for mais favorável.] --Quem o construirá primeiro?.órgão Regulador (CNPC)? [risco regulatório?].órgão Fiscalizador (Previc)? (Dilic, analisando as alterações que são enviadas pelas EFPCs ou por instrução?).jurisprudência? [risco judiciário?]