Como ocorrem os cruzamentos de informações? A malha fina para as pessoas jurídicas, iniciada em fevereiro de 2015, é muito parecida com a que temos hoje para a pessoa física. A partir de sistemas informatizados o fisco consegue cruzar as informações prestadas nas diversas declarações pelas empresas em um ano e revisar os dados e valores. Atualmente, com o sistema SPED (Sistema Público de Escrituração de Dados) é a principal base de dados da Receita Federal do Brasil, que permite a amarrar as informações das pessoas físicas e jurídicas através destes cruzamentos, podendo fiscalizar os últimos 5 anos de forma rápida e concisa. 1
Como ocorrem os cruzamentos de informações? Assim, tendo em vista o desenvolvimento tecnológico da Receita Federal, e dos entes tributantes, recomenda-se que o contribuinte promova revisão dos procedimentos e controles contábeis e fiscais praticados nos últimos cinco anos, bem como, realize a entrega das obrigações acessórias revisadas e comparadas entre si, para não criarem divergências que levem o contribuinte para a malha fina da Receita Federal. Como ocorrem os cruzamentos de informações? O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) constitui-se em um avanço na informatização da relação entre o fisco e os contribuintes, e no cruzamento de dados pela receita federal do brasil. Sobre o SPED: Iniciou-se com três grandes projetos: Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital e a NF-e - ambiente nacional. Representa uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas governamentais: federal, estadual e municipal. Mantém parceria com 20 instituições, entre órgãos públicos, conselho de classe, associações e entidades civis, na construção conjunta do projeto. 2
Como ocorrem os cruzamentos de informações? Firma protocolos de cooperação com 27 empresas do setor privado, participantes do projeto-piloto, objetivando o desenvolvimento e o disciplinamento dos trabalhos conjuntos. Possibilita, com as parcerias fisco-empresas, planejamento e identificação de soluções antecipadas no cumprimento das obrigações acessórias, em face às exigências a serem requeridas pelas administrações tributárias. Faz com que a efetiva participação dos contribuintes na definição dos meios de atendimento às obrigações tributárias acessórias exigidas pela legislação tributária contribua para aprimorar esses mecanismos e confira a esses instrumentos maior grau de legitimidade social. Estabelece um novo tipo de relacionamento, baseado na transparência mútua, com reflexos positivos para toda a sociedade. O deve ser apresentado pela pessoa física ou pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica detentora de créditos passivos de compensação, restituição ou ressarcimento. As informações são prestadas nas pastas e fichas do programa, sendo estas: Pasta Cadastro; Pasta Crédito; Pasta Débito; Pasta Compensação; e Pasta Demonstrativo. 3
A Instrução Normativa RFB nº 1.717/2017, determina que o sujeito passivo que apurar crédito, relativo a tributo administrado pela Receita Federal do Brasil (RFB), passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela RFB, efetuada, mediante declaração de compensação transmitida a Receita Federal através do programa ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante o formulário declaração de compensação, constante do anexo IV da citada instrução normativa. Nesse sentido, são passivos de restituição e portanto, de compensação, as quantias recolhidas a título de tributo sob a administração da RFB, bem como outras receitas da união arrecadadas mediante Darf ou GPS, nas hipóteses de pagamento espontâneo, indevido ou em valor maior que o devido; erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; ou reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória. Com relação às hipóteses de ressarcimento, temos os créditos de IPI, PIS e Cofins, conforme estabelecidos em legislação específica, além dos créditos do Reintegra. 4
Não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da Declaração de Compensação : I - o crédito que: a) seja de terceiros; b) se refira a crédito-prêmio instituído pelo art. 1º do Decreto-lei nº 491/1969; c) se refira a título público; d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; e) não se refira a tributos administrados pela RFB; ou f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: 1. tenha sido declarada inconstitucional pelo supremo tribunal federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; 2. tenha tido sua execução suspensa pelo senado federal; 3. tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou 4. seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo supremo tribunal federal nos termos do art. 103-a da constituição federal; 5
II - o débito apurado no momento do registro da DI; III - o débito que já tenha sido encaminhado à PGFN para inscrição em Dívida Ativa da União; IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela RBF; V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada ou considerada não declarada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; VI - o débito que não se refira a tributo administrado pela RFB; VII - o saldo a restituir apurado na DIRPF; VIII - o crédito que não seja passível de restituição ou de ressarcimento; IX - o crédito apurado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) de que trata a lei nº 9.964/2000, do Parcelamento Especial (Paes) de que trata o art. 1º da lei nº 10.684/2003, e do Parcelamento Excepcional (Paex) de que trata o art. 1º da medida provisória nº 303/2006, decorrente de pagamento indevido ou a maior; 6
X - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento indeferido pela autoridade competente da RFB, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; XI - o valor informado pelo sujeito passivo em declaração de compensação apresentada à RFB, a título de crédito para com a fazenda nacional, que não tenha sido reconhecido pela autoridade competente da RFB, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; XII - os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela lei complementar nº 123/2006; XIII - o crédito resultante de pagamento indevido ou a maior efetuado no âmbito da PGFN; XIV - o débito ou o crédito que se refira ao AFRMM ou à TUM; e XV - outras hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo. 7
ECF Darf EFD- Contribuições Dirf DCTF ECF ECF é a Escrituração Contábil Fiscal, onde o contribuinte presta, para a Secretaria da Receita Federal do Brasil, informações sobre impostos e contribuições federais, em especial sobre o Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar, anualmente, a ECF de forma centralizada pela matriz, exceto: - as pessoas jurídicas inativas; - a ME e a EPP, optante pelo Simples Nacional; e - os órgãos públicos, às autarquias e fundações públicas. 8
Informações: ECF Todas as informações da composição da Base Cálculo do IRPJ e da CSLL, partindo dos lançamentos contábeis constantes na ECD, até os ajustes fiscais realizados no LALUR e no LACS IRPJ / CSLL Apurados Deduções (Incentivos fiscais, retenção na fonte e antecipações) (-) Deduções (=) Valor a Recolher Débito ou Crédito (Saldo Negativo de IRPJ e CSLL) DCTF A Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) tem como finalidade, prestar informações relativas aos valores devidos dos tributos e contribuições federais (débitos), e os respectivos valores utilizados para sua quitação (créditos). Estão obrigadas à apresentação da DCTF, desde que tenham débitos a declarar: PJ de direito privado em geral, inclusive as equiparadas; Entidades imunes e isentas; Consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio; e Órgãos públicos, desde que se constituam em unidades gestoras de orçamento. 9
Cruzamento de Informações - DCTF A DCTF é confrontada com todas as obrigações acessórias administradas pela Fazenda Nacional, pois nela são demonstrados os débitos apurados pelos contribuintes, e a forma como foram liquidados (créditos). Assim, através da DCTF o fisco consegue identificar os créditos que contribuinte tem, passivos de compensação, se decorrentes de pagamentos a maior, bem como os débitos que foram liquidados com créditos através do envio da Declaração de Compensação. Cruzamento de Informações Saldo Negativo Os saldos negativos do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) poderão ser objeto de restituição/compensação por meio do programa, nas seguintes hipóteses: I - de apuração anual, a partir do mês de janeiro do ano-calendário subsequente ao do encerramento do período de apuração; II - de apuração trimestral, a partir do mês subsequente ao do trimestre de apuração; e III - de apuração especial decorrente de cisão, fusão, incorporação ou encerramento de atividade, a partir do 1º (primeiro) dia útil subsequente ao do encerramento do período de apuração. 10
Composição do Saldo Negativo O Saldo Negativo do IRPJ pode ser composto por: Imposto de Renda Pago no Exterior Imposto de Renda Retido na Fonte Pagamentos de Estimativas IR Renda Variável Compensado Composição do Saldo Negativo Já o Saldo Negativo da CSLL pode ser composto por: Imposto de Renda Pago no Exterior CSLL Retida na Fonte Pagamentos de Estimativas 11
Cruzamento de Informações Saldo Negativo No caso de compensação de Saldo Negativo de IRPJ e da CSLL, a Receita Federal fará o cruzamento da DComp com a ECF, com a DCTF, com a Dirf e com os DARFs recolhidos pela empresa, conforme o caso. Cruzará com o saldo negativo do Registro N630 da ECF Cruzará com o valor contabilizado no Ativo em contrapartida a receita financeira (ECD) 12
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Pagamento indevido ou a maior No caso de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior o cruzamento será entre a DCTF, a DComp e o Darf recolhido. 14
Pagamento em duplicidade Quando o pagamento do Darf for em duplicidade, não haverá essa informação na DCTF. A Receita Federal do Brasil (RFB) irá comprovar a existência do crédito através do cruzamento DCTF, com os Darfs constantes no seu sistema de controle de arrecadação. Débito R$ 1.000,00 Darf 1 = 1.000,00 Darf 2 = 1.000,00 15
Créditos de PIS e Cofins Os créditos de PIS e Cofins passivos de ressarcimento e posterior compensação, são os seguintes: Apurados na forma do art. 3º da lei nº 10.637/2002, e da lei nº 10.833/2003, se decorrentes de custos, despesas e encargos vinculados: I - às receitas resultantes das operações de exportação de mercadorias para o exterior, da prestação de serviços a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior cujo pagamento represente ingresso de divisas, e das vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação; II - às vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência; III - às receitas decorrentes da produção e comercialização de álcool, inclusive para fins carburantes, nos termos do 7º do art. 1º da lei nº 12.859,/2013; ou IV - às receitas decorrentes da produção e comercialização dos produtos referidos no caput do art. 3º da lei nº 10.147/2000, nos termos do seu 4º. Créditos de PIS e Cofins Apurados na forma do art. 3º da lei nº 10.637/2002, e do art. 3º da lei nº 10.833/2003, decorrentes de aquisições de embalagens para revenda pelas pessoas jurídicas comerciais a que se referem os 3º e 4º do art. 51 da lei nº 10.833/2003, apurados entre 1º de abril de 2005 e 30 de abril de 2015, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas contribuições; Apurados nos termos do art. 57 e do caput e 2º do art. 57-A da lei nº 11.196/2005, que não puderem ser utilizados no desconto de débitos das respectivas contribuições; e Créditos presumidos previstos no art. 48 da instrução normativa RFB nº 1.717/2017. 16
Créditos de PIS e Cofins No caso de créditos de PIS e Cofins, o cruzamento da DComp será com a EFD-Contribuições, em especial com os Registros 1100 (PIS) e 1500 (Cofins) que apresentam o controle, por mês de competência, dos créditos das contribuições. 17