O LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EDUCATIVOS NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS



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Transcrição:

Letramento na Alfabetização de Jovens e Adultos O LETRAMENTO NA ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS - A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EDUCATIVOS NO PROCESSO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Cristiane de Oliveira Pinto Patrício (e-mail: crisopinto@bol.com.br) Profª orientadora: Bernardina Silva de Carvalho (e-mail: bernardy@ce.ufpb.br) Universidade Federal da Paraíba - PB INTRODUÇÃO O presente trabalho é um relato da experiência vivenciada por educadores e educandos do Programa Alfabetização Solidária - ALFASOL, nos municípios de Algodão de Jandaíra e Coremas, localizados no estado da Paraíba. Estes educadores aplicam jogos educativos associados ao método Paulo Freire para buscar sucesso no processo de alfabetização dos educandos. Os jogos educativos no processo de ensino-aprendizagem têm como objetivos didáticos/pedagógicos: assimilar a realidade do dia-a-dia dos educandos com o conteúdo planejado; estimular a criatividade e as relações cognitivas, afetivas, e sociais dos educandos; trabalhar a socialização; desenvolver o conteúdo e resolver situações-problema através de jogos; trabalhar a interdisciplinaridade e a expressão oral. METODOLOGIA Para atingir os objetivos citados anteriormente, os educadores repensam as suas práticas pedagógica e substituem a rigidez e a passividade pela alegria e pelo entusiasmo de ensinar. A questão ensino/aprendizagem/motivação/satisfação é trabalhada constantemente. Os jogos educativos são utilizados como recursos didáticos por educadores como meio de aproximarem-se dos educandos e avaliarem a sua própria prática pedagógica. RESULTADOS Com a elaboração e aplicação de diversos jogos educativos, os educadores alcançam os seus objetivos em curto prazo, ou seja, proporcionam aos educandos um conhecimento mais consistente, além de renovarem, constantemente, suas práticas didático-pedagógicas. CONCLUSÃO Acreditamos que os jogos educativos são ferramentas para os educadores/as nas suas práticas educativas, pois promovem uma atitude interdisciplinar e despertam o espírito do trabalho coletivo que se sobrepõe ao individualismo.

A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS EDUCATIVOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Cristiane de Oliveira Pinto Patrício (e-mail: crisopinto@bol.com.br) Profª Orientadora: Bernardina Silva de Carvalho (e-mail: bernardy@ce.ufpb.br) Mestra em Educação de Jovens e Adultos Universidade Federal da Paraíba - PB INTRODUÇÃO Os jogos não são apenas uma forma de entretenimento, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. (Piaget) Este trabalho tem como finalidade descrever sobre um relato de experiência de trabalho com jogos educativos associados a conteúdos didático-pedagógicos como forma de recurso didático utilizado no processo de alfabetização de jovens e adultos. Esta experiência foi realizada no Programa Alfabetização Solidária - ALFASOL, a partir do curso de formação inicial com os municípios de Algodão de Jandaíra e Coremas, do estado da Paraíba. Esta iniciativa deu-se a partir de uma investigação acerca das dificuldades encontradas por educadores/as nas suas práticas pedagógica junto aos alfabetizandos. O contato direto com esses educadores/as nos suscitou pensar nos jogos como alternativas de trabalho que pudessem atenuar as dificuldades percebidas. Assim damos início a aplicação de jogos educativos na sala de aula como recurso para auxiliar os educadores/as nas suas práticas pedagógica, partindo do conhecimento dos educandos para produção de um novo conhecimento também necessário no processo de alfabetização. Reconhecer o capital cultural já construído pelos educandos e, somando a esse conhecimento, a utilização de métodos e técnicas necessárias ao fazer político - pedagógico, buscamos evidenciar os princípios freireanos para uma educação emancipatória, na qual a leitura de mundo precede a leitura da palavra.

JOGOS EDUCATIVOS PEDAGÓGICOS De acordo com as nossas observações e os relatos de educadores/as do ALFASOL, os educandos se sentem mais motivados quando os jogo são utilizados como estratégias no processo ensino-aprendizagem. Esta experiência visa o auxílio na alfabetização de jovens e adultos e a rapidez na aprendizagem dos educandos, relacionando os jogos com a aquisição de conceitos e atitudes. Conforme NETO (1992,P.43): Os jogos educativos são uma área que pode tornar-se alvo de inúmeras pesquisas. Se o ensino for lúdico e desafiador, a aprendizagem prolonga-se fora da sala de aula, fora da escola, pelo cotidiano, num crescimento muito mais rico do que algumas informações que o aluno decora. Dos jogos educativos, costumam destacar-se os cooperativos (jogos realizados em grupos, onde um ajuda o outro a vencer) e as atividades artísticas e recreativas (atividades que trabalham com a coordenação motora e com a criatividade dos educandos). Os jogos educativos têm elementos de todas essas atividades que os educadores/as costumam considerar importantes estratégias de ensino, ao mesmo tempo lúdicas e adequadas ao desenvolvimento de conteúdos, competências e habilidades. Assim, de acordo com os educadores do ALFASOL, os jogos educativos são excelentes para desenvolver conceitos e conteúdos de forma lúdica, ao mesmo tempo em que valorizam a cultura local, possibilitando a junção de três importantes fatores para uma atividade educativa: a motivação, pois através desses jogos os educandos se sentem mais motivados a assistirem as aulas e a irem à escola; o conteúdo, pois são trabalhados interdisciplinarmente retratando a realidade local dos educandos; e os aspectos de atitudes, pois trabalhando com jogos os educandos expressam diversos tipos atitudes. Através da nossa observação pudemos deduzir que o jogo pelo jogo nem sempre traz resultados positivos para o processo educativo, pois determinados jogos promovem algumas atitudes não desejadas pelos educadores/as, como a competitividade excessiva. O desejo dos educadores/as é que a vitória possa ser

alcançada quando um jogador ajuda o outro a vencer, para que ambos vençam juntos. Percebe-se, portanto que os educadores/as necessitam de estratégias motivantes, e que agreguem aprendizagem de conteúdo ao desenvolvimento de aspectos comportamentais saudáveis. Os jogos, inegavelmente, são atividades que geram motivação intrínseca. Eles podem proporcionar a construção do conhecimento que os educadores/as pretendem desenvolver. Os jogos pedagógicos não são substitutos de outros métodos de ensino. São suportes para o educador, e poderosos motivadores de educandos que usufruem, dos mesmos, como recurso didático para a sua aprendizagem. O seu uso estimula os participantes a exercitar as habilidades necessárias ao seu desenvolvimento intelectual, quando se trabalha com intuição e raciocínio. Costumamos chamar jogos pedagógicos, os fabricados com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, como as formas geométricas, os números e as sílabas. Entretanto, tal denominação é bastante relativa pelas seguintes razões: 1) O que caracteriza o jogo é a atitude que envolve a sua utilização. Um jogo pedagógico com as letras do alfabeto ou sílabas impressas em cubos de madeira, por exemplo, pode ser usado para montar um alfabeto móvel ou sílabas móveis; um alfabeto móvel ou sílabas móveis podem ser usados como instrumento de alfabetização, quando o educando se interessa em ler o seu nome ou formar palavras. 2) O que é e o que não é pedagógico? Será que a pedagogia se restringe a ensinar formas, números e letras? Com estes questionamentos constatamos que a educação é um processo global e contínuo. Cada etapa de desenvolvimento, cada momento da vida de um educando tem prioridades diferentes que a atuação pedagógica precisa atender. Todo jogo pode ser pedagógico, dependendo das circunstâncias, assim como também o mais educativo dos jogos pode deixar de sê-lo em determinada situação, pois o valor do jogo está diretamente relacionado com o que se quer obter do educando. No jogo pedagógico o desafio é justamente obter a satisfação do final da atividade, ou seja, quando o objetivo do jogo foi alcançado. O maior valor do jogo educativo está na sua gratuidade. Neste jogo livre e espontâneo, o aluno chega a alcançar um nível de participação, uma profundidade que a

enriquece na medida em que aumenta sua capacidade de engajamento, pelo livre exercício de concentração e de atenção. JOGAR FACILITA O APRENDER Depoimentos dos alfabetizadores ratificam a eficiência dos jogos educativos em suas práticas pedagógica, sublinham que jogando o educando experimenta, descobre, inventa, exercita e aprende com facilidade. O jogar estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança; proporciona aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração da atenção. Os jogos espontâneos tanto podem ser atividades livres, construções, dramatizações, música, artes plásticas, etc. Como, também, podem ser jogos dinamizados e organizados que tem uma proposta e requer determinado desempenho. Portanto, os jogos educativos proporcionam o aprender - fazendo e desta forma correspondem à metodologia e aos princípios freireano. Para serem mais bem aproveitados é conveniente que os educadores proporcionem atividades dinâmicas e desafiadoras, que exijam participação ativa dos educandos. JOGOS EDUCATIVOS INTELIGÊNCIA E CONCENTRAÇÃO Os jogos educativos estimulam a inteligência dos educandos, porque desenvolvem a criatividade e, ao mesmo tempo, possibilitam exercícios de concentração, de atenção e de engajamento; envolve-os nas atividades; distrai-os oferecendo uma saída para a tensão gerada pelos problemas encontrados na vida. Nas salas de aula do ALFASOL, em se tratando de EJA, os educadores aumentam gradativamente o nível de capacidade dos jogos para os educandos permanecerem em uma mesma atividade. Inicialmente, eles fornecem jogos educativos que exigem menos tempo das atividades serem realizadas, e, à medida que o educando vai conseguindo executá-las, eles oferecem jogos que solicitam maior tempo de utilização. JOGOS EDUCATIVOS DESENVOLVENDO A LINGUAGEM

Os jogos educativos são uma excelente oportunidade para enriquecer a linguagem e o vocábulo dos educandos. A medida em que os educadores/as do ALFASOL aplicavam determinados jogos educativos na sala de aula, os educandos ficavam entusiasmados e faziam com que a sua linguagem verbal se tornasse mais fluente, havendo maior interesse pelo conhecimento de novas palavras-geradoras. Em suma, a variedade de situações que os jogos possibilitam pode favorecer a aquisição de novos conceitos, estimulando uma linguagem verbal mais correta e um vocábulo mais rico. A participação dos educandos enriquece o processo com as trocas de experiências entre educador - educando e educando - educando, completando a sua integração. JOGOS EDUCATIVOS DESENVOLVENDO A SOCIABILIDADE No jogo, o educando desenvolve seu senso de companheirismo, pois aprende a conviver, ganhando ou perdendo; procura entender regras e conseguir uma participação satisfatória. As relações cognitivas e afetivas, conseqüentes da interação lúdica, propiciam amadurecimento emocional e vão, pouco a pouco, construindo a sociabilidade. Especialmente nos jogos grupais, a interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada pela necessidade que os elementos do grupo têm de alcançar determinadas metas. ALGUMAS CONCEPÇÕES TEÓRICO-METODOLÓGICAS A importância dos jogos na educação é amplamente reconhecida, considerando-se o vasto material bibliográfico da pedagogia e da psicologia. De acordo com a nossa pesquisa, subentendemos que o jogo tem uma relação estreita com a construção da inteligência e possui uma efetiva influência como instrumento incentivador e motivador no processo de ensino e aprendizagem.

Em VIERA (1994), os jogos devem possuir as seguintes características básicas: estimular o desenvolvimento intelectual; auxiliar no processo de integração grupal; facilitar a construção do conhecimento; e auxiliar na aquisição da auto-estima. Os jogos, em geral, também devem promover a criatividade, desenvolver a autonomia e favorecer a expressão da personalidade do indivíduo. RIZZO (1988, p.48) afirma que: Os jogos constituem um poderoso recurso de estimulação do desenvolvimento integral do educando. Eles desenvolvem a atenção, disciplina, autocontrole, respeito a regras e habilidades perceptivas e motoras relativas a cada tipo de jogo oferecido. Os jogos podem ser trabalhados de forma individual ou coletiva, sempre com a presença do educador para estimular todo o processo, observar e avaliar o nível de desenvolvimento dos educandos e diagnosticar as dificuldades individuais, para poder produzir estímulos adequados a cada um. Não há momentos próprios para desenvolver a inteligência (...) sempre é possível progredir e aperfeiçoar-se. Os jogos devem estar presentes todos os dias na sala de aula. Vygotsky (2000), considera que o desenvolvimento intelectual acontece ao longo da vida. Para ele, o outro tem um papel fundamental no desenvolvimento, já que o sujeito constitui suas formas de ação e consciência na sua relação com as pessoas. Vale ressaltar que o sujeito não é ativo, nem passivo, ele é interativo. O autor não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como faz Piaget. O social é muito enfatizado em todo o seu trabalho sendo que é através das relações sociais que o indivíduo desenvolve sua consciência; enquanto que Piaget dá uma maior importância aos aspectos internos. A utilização de jogos educativos em conjunto com a aplicação de modelos de avaliação modernos tende a melhorar o processo ensino-aprendizagem e proporcionar aos educandos uma maneira lúdica de aprender. Conforme SILVEIRA (1998, P.02):...os jogos podem ser empregados em uma variedade de propósitos dentro do contexto de aprendizado. Um dos usos básicos e muito importantes é a possibilidade de construir-se a autoconfiança. Outro, é o incremento da motivação. (...) um método eficaz que possibilita uma prática significativa daquilo que está sendo aprendido. Até mesmo o mais simplório dos jogos pode ser empregado para proporcionar informações factuais e praticar habilidades, conferindo destreza e competência.

Segundo Martins (2001, p.01):...em nosso cotidiano utilizamos várias formas de jogo: o dos sentidos, em que a curiosidade nos leva ao conhecimento; os jogos corporais expressos na dança, nas cerimônias e rituais de certos povos; o jogo das cores e dos sons, presente na arte dos imortais; o jogo do olhar. Enfim, ele está aí, fazendo arte de nossas vidas. A intensidade do poder do jogo é tão grande que nenhuma ciência conseguiu explicar a fascinação que ele exerce sobre as pessoas. Deste modo, acreditamos que a utilização de jogos na educação vem a melhorar o modo de ensinar, o modo de avaliar e também o modo de aprender, mudando a visão do educando em relação à educação. Embasado nos conceitos teórico-práticos dos autores acima citados, entendemos que os jogos educativos são elaborados e aplicados para aumentar a chance de aprendizagem de conceitos, conteúdos e habilidades; podem propiciar ao educando um ambiente de aprendizagem rico e complexo; podem fornecer resultados não previstos, mas tão importantes quanto os previamente determinados, oferecendo oportunidades para que o educando utilize a lógica, raciocínio e habilidades de organização para resolver problemas de maneira mais interessante do que seriam expostos em um exercício comum. O jogo estimula a vida e representa, efetivamente, uma contribuição na aprendizagem do educando, por ser uma atividade rica e desafiadora, contribuindo para o crescimento intelectual e afetivo. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DIVERSOS TIPOS DE JOGOS Os jogos educativos apresentados adiante são trabalhados de forma interdisciplinar no dia-a-dia das salas de aula; onde essa metodologia foi experiênciada e efetuou-se a interação entre os conteúdos de língua portuguesa (palavras-geradoras) e de matemática (os algoritmos e as operações matemáticas), pois como já vimos, é através destes jogos que as práticas desses educadores vêm se confirmando como uma experiência de sucesso.

A seguir, descrevemos alguns tipos de jogos educativos, utilizados como recurso didático no processo educativo da formação e alfabetização de educadores e educandos da Educação de Jovens e Adultos implantado pela ALFASOL nos municípios anteriormente citados. TELEFONE SEM FIO - é uma brincadeira que pode ser usada por adultos quando estão em fase de alfabetização. Trabalha a palavra-geradora (Método Paulo Freire). CAIXA CURIOSA - é uma caixa que tem dois cortes, um maior e um menor.dentro dessa caixa podemos colocar um objeto e trabalhar o seu nome como palavra-geradora, em seguida suas famílias para a formação de novas palavras. QUEBRA-CABEÇA - é um jogo que trabalha sílabas, nomes ou palavras e pode se tornar fácil ou difícil de acordo com seu grau de dificuldade, como: o número de peças que o compõem, o tipo de recorte e os detalhes das peças. DOMINÓS - tem a finalidade de trabalhar ou identificar sílabas e formar novas palavras. Eles podem ser compostos de nome com nome; nome com sílabas iniciais; sílabas com sílabas. DADOS - podem servir para o alfabetizador trabalhar sílabas, letras, nomes e palavras, aplicando dinâmicas na sala de aula. TRABALHANDO COM SÍLABAS MÓVEIS - É importante o manuseio de sílabas móveis na formação e descoberta de novas palavras, antes de registrá-las. As atividades com sílabas móveis poderão ser trabalhadas através dos seguintes jogos: * SEGREDO - são envelopes que contenham palavras em sílabas para os alunos montarem. Ele pode ser trabalhado individualmente ou em grupos, mas nenhum pode olhar as palavras do outro. Em seguida, pode-se trabalhar as famílias das palavras formadas e registra-las. * JOGO DO MICO - é um jogo com 27 cartas de baralho, sendo que 26 cartas são sílabas que formam palavras e 1 carta é com o desenho do mico. Este jogo é para ser jogado em grupos de 3 jogadores e tem a finalidade de formar palavras com as sílabas que estão nas cartas. * CONSTRUINDO PALAVRAS são cartões com diversas sílabas que são distribuídas para os grupos que forem formados. Quando os grupos formarem todas as palavras possíveis, irão socializar com o restante da turma.

* JOGO DAS SÍLABAS - são cartelas numeradas e fichas com sílabas que são distribuídas aos educandos em grupo, no qual os alfabetizadores falam a sílaba e o número onde ela deve ser colocada. É muito parecido com o bingo de sílabas. O grupo que completar toda cartela ajudará aos demais concluir o jogo. BINGOS - é um jogo no estilo do anterior, sendo que neste o alfabetizador entrega somente as cartelas e sorteia as fichas. Pode-se trabalhar as sílabas no Bingo de Sílabas, as letras no Bingo de Letras, as palavras no Bingo com Palavras e os nomes no Bingo de Nomes. JOGO DA MEMÓRIA - é um jogo que precisa ter pelo menos 20 pares de cartão e um vocábulo que faça parte do cotidiano do aluno. É um recurso didáticopedagógico de alto alcance na alfabetização, pois os alunos constroem a escrita e a leitura, utilizam o seu esquema de assimilação, identificam as semelhanças entre letras, sílabas, palavras e desenhos. Existem variados tipos de jogos da memória, como por exemplo: Desenho x Palavra, Palavra x Palavra, Palavra x Letra inicial, Letra minúscula x Letra maiúscula, Letra cursiva x Letra de imprensa, Nomes dos alunos x Nomes dos alunos, Palavra x Nº de sílaba, entre outros. RIMA COM PALAVRA-GERADORA - é um jogo que trabalha a rima através da palavra-geradora, no qual o educador fala a palavra-geradora aos educandos e eles criam rima para a palavra. QUE NOME É ESSE? é uma dinâmica de jogo para ser utilizada na identificação dos nomes, na qual o alfabetizador distribui cartões com as sílabas iniciais ou finais dos próprios nomes dos educandos e pede para que eles procurem a(s) sílaba(s) restante(s) dentro de uma caixa que contem todas as sílabas que faltam misturadas. Quem conseguir formar o seu nome primeiro, ajudará aos demais a formar os seus nomes também. Em seguida, o educador trabalhará as famílias do nome e formará novas palavras.. CONSIDERAÇÕES FINAIS Acreditamos que os jogos educativos constituem-se num recurso pedagógico de reconhecido valor na construção da escrita e da leitura, além de propiciar o desenvolvimento intelectual e social dos educandos. O jogo em sala de aula é uma proposta pedagógica que propicia também a relação entre parceiros e/ou grupos, e facilita o processo de alfabetização com palavras-geradoras. Os

jogos representam sempre uma situação-problema a ser resolvida pelos educandos, e a solução deve ser construída por eles mesmos, de forma criadora e inteligente. O educador também tem um papel importante neste processo quando procura relacionar jogos com as necessidades dos educandos e com os objetivos e conteúdos didático-pedagógicos que pretendem alcançar. REFERÊNCIAS: CNTE, Confederação Nacional dos trabalhadores em Educação; Cadernos de Educação, Ano II nº 32ª Edição.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. CUNHA, Helena da Silva e outros. Brinquedo, desafio e descoberta. 1ª edição; 2ª tiragem. FAE/MEC/RJ. MARTINS, J. G.; MOCO, S. S.; MARTINS, A. R.; BARCIA, R. M. Realidade Virtual Através de Jogos na Educação. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Produção. 2001. NETO, CARLOS Alberto Ferreira. Mocidade e Jogo na Infância. Rio de Janeiro: Sprint, 1996. PINTO, Gerusa R.; RIBEIRO, Lourdes E. Práticas Pedagógicas e Experiências Inovadoras: Os Jogos na Construção da Base Alfabética e Ortográfica.Volume3, Editora FAPI LTDA, 9ª edição, Belo Horizonte BH. RIZZO, Gilda. Jogos Inteligentes: a construção do raciocínio na escola natural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. SILVEIRA, R. S; BARONE, D. ª C. Jogos Educativos computadorizados utilizando a abordagem de algoritmos genéticos. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Informática. Curso de Pós-Graduação em Ciências da Computação. 1998. VYGOTSKY, L.S. A Formação Social da mente. Trab. José Cippola Neto, Luís Silveira M. Barreto, Solange C. Afeche. São Paulo: Martins Fontes, 2000. WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Trad. José O. de Aguiar Abreu e Vanede Nobre. Rio de Janeiro: Imago, 1975.