Diagnóstico e Manejo da Criança com Sepse

Documentos relacionados
Abordagem da sepse na emergência Rodrigo Antonio Brandão Neto

Programa de Residência Médica em Pediatria - HMIB. CHOQUES Andersen O. R. Fernandes

Diretrizes Clínicas Sepse grave e choque séptico

PROTOCOLO DE GERENCIAMENTO DE SEPSE 11- INSTRUÇÕES MULTIPROFISSINAIS ESPECÍFICAS: TIPO DE INSTRUÇÃO. Primeiras 06 horas

CAMPANHA DE SOBREVIVÊNCIA À SEPSE. Atendimento ao paciente com sepse grave/choque séptico DETECÇÃO PRECOCE + TRATAMENTO CORRETO

CAMPANHA DE SOBREVIVÊNCIA À SEPSE

SUMÁRIO INTRODUÇÃO OBJETIVOS AVALIAÇÃO

REESTRUTURAÇÃO DO PROTOCOLO E O IMPACTO NO RECONHECIMENTO PRECOCE DA SEPSE X MORTALIDADE

Disciplina: Clínica Médica de Pequenos Animais

PROTOCOLO GERENCIADO DE SEPSE PACIENTE COM CONDUTA PARA SEPSE (OPÇÃO 2 E 3 - COLETA DE EXAMES/ANTIBIÓTICO)

Como reconhecer uma criança criticamente enferma? Ney Boa Sorte

PROTOCOLO DE ABORDAGEM E TRATAMENTO DA SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO (UPA)/ ISGH

I Curso de Choque Faculdade de Medicina da UFMG SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA SIRS

CAMPANHA DE SOBREVIVÊNCIA A SEPSE PROTOCOLO CLÍNICO PEDIÁTRICO

SEPSE Como reduzir morbimortalidade? Camila Almeida Médica Infectologista Infectologia/Controle de Infecção Hospitalar HMSJ

Síndrome Cardiorrenal. Leonardo A. M. Zornoff Departamento de Clínica Médica

Via Verde da Sépsis (VVS) Comissão Regional do Doente Crítico Administração Regional de Saúde do Norte, IP

Philipe Barbosa Assunção

R1CM HC UFPR Dra. Elisa D. Gaio Prof. CM HC UFPR Dr. Mauricio Carvalho

PROTOCOLOS GERENCIADOS DE SEPSE

INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE

FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NO AVE FT RAFAELA DE ALMEIDA SILVA APAE-BAURU

OBJETIVOS Ao final da aula os participantes terão de. Definir:

PROTOCOLO DE TRATAMENTO ANTIMICROBIANO EMPÍRICO PARA INFECÇÕES COMUNITÁRIAS, HOSPITALARES E SEPSE

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA INTENSIVA MÓDULO DE INSUFICIÊNCIA CIRCULATÓRIA AGUDA CHOQUE Prof.: ALESSANDRO MÁRCIO TEIXEIRA CAVALCANTE

Urgência e Emergência

INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE CAMPANHA DE SOBREVIVÊNCIA A SEPSE PROTOCOLO CLÍNICO. Atendimento ao paciente com sepse grave/choque séptico

2. DEFINIÇÕES. Temperatura axilar > 38,5 C ou < 36 C;

Prova de Título de Especialista em Fisioterapia Respiratória

CÓDIGO PC.SVS.N O 04 REVISÃO 00 SUMÁRIO

Boletim semanal de Vigilância da Influenza/RS Semana epidemiológica 37/2016

DROGAS VASOATIVAS. ENFERMAGEM EM TERAPIA INTENSIVA ADULTO I FACULDADE PITÁGORAS BETIM PROFa DANIELE REZENDE

Rotinas Gerenciadas. Departamento Materno Infantil. Divisão de Prática Médica/Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Curso de Reciclagem em Cardiologia ESTENOSE VALVAR AÓRTICA

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA NO IDOSO

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. Prof. Adélia Dalva

Disciplina de Enfermagem em Centro de Terapia Intensiva

DENGUE. Médico. Treinamento Rápido em Serviços de Saúde. Centro de Vigilância Epidemiológica Prof. Alexandre Vranjac

GRUPO BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM GATOS

Síndrome de Insuficiência Respiratória Aguda Grave (SARS)

ATENDIMENTO A PCR. Prof. Fernando Ramos -Msc 1

Sepse em adultos na unidade de terapia intensiva: características clínicas

CONCURSO PÚBLICO DE SELEÇÃO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA

Reconhecendo a criança cardiopata. Ney Boa Sorte

Urgência e emergência na atenção primária. Enfª Karin Bienemann

Fonoaudiologia. Caderno de Questões PROVA DISCURSIVA. SRH Superintendência DESEN. de Recursos Humanos

AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL

Componente Curricular: Enfermagem Médica Profª Mônica I. Wingert Módulo III Turma 301E CHOQUE Significado de Choque: Francês choc: parada

DISTÚRBIO HIDRO- ELETROLÍTICO E ÁCIDO-BÁSICO. Prof. Fernando Ramos Gonçalves -Msc

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NA SEPSE: SABER E CUIDAR NA SISTEMATIZAÇÃO ASSISTENCIAL

Avaliação inicial da criança com suspeita de cardiopatia. Prof. Dr. Rossano César Bonatto Disciplina de Cardiologia Pediátrica - FMB - UNESP

FARMACOCINÉTICA FARMACODINÂMICA FARMACOCINÉTICA CONCEITOS PRELIMINARES EVENTOS ADVERSOS DE MEDICAMENTOS EAM. Ação do medicamento na molécula alvo;

Nota Técnica 03/2017 CIEVS/GEEPI/GVSI. Assunto: Fluxo Assistencial de Pessoa com Suspeita de Febre Amarela na Rede SUS-BH

Suporte Hemodinâmico*

Desafios clínicos cardiológicos: Um doente com hipoxémia

NORMAS COMPLEMENTARES AO EDITAL Nº 03 DE 2016 CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE PROFESSOR ASSISTENTE 1 DA UNIRV UNIVERSIDADE DE RIO VERDE

MANUTENÇÃO DO POTENCIAL DOADOR

Consensus Statement on Management of Steroid Sensitive Nephrotic Syndrome

ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO DE

Artigo de Revisão. María Claudia Ortega López, MD 1, Janna Dalel Arboleda Salaiman, MD 2 RESUMO

HEPATOESPLENOMEGALIA NA SEPSE: UMA DISCUSSÃO CLÍNICA 1

Produção e gestão hospitalar: o caso das ciências laboratoriais

Desenhado com a participação dos diversos setores envolvidos no atendimento do paciente com

Cuidados de Enfermagem no Paciente Crítico. Prof. Enf. Fernando Ramos Gonçalves Msc Intensivista-HR

Protocolo de Vancocinemia

19/04/2016. Profª. Drª. Andréa Fontes Garcia E -mail:

CAPÍTULO I. Conceito

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. Protocolo de Atendimento da IC nas Unidades de Pronto Atendimento

Abordagem do Choque. Disciplina de Terapia Intensiva Ricardo Coelho Reis

DENGUE NA GRAVIDEZ OBSTETRÍCIA

Pressão Arterial. Pré-carga. Pós-carga. Volume Sistólico. Resistência Vascular Sistêmica

ARTIGO DE PESQUISA REPOSIÇÃO DE VOLUME INTRAVASCULAR E USO DE INOTRÓPICOS NO ATENDIMENTO DE CRIANÇAS EM CHOQUE SÉPTICO

PRINCIPAIS FÁRMACOS VASOATIVOS UTILIZADOS EM UTI E EMERGÊNCIA

MANEJO DOS CASOS SUSPEITOS E CONFIRMADOS DE INFLUENZA NO HIAE E UNIDADES

I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS

Manejo clínico da ascite

Prefeitura de Belo Horizonte Secretaria Municipal de Saúde Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue

Status Epilepticus. Neurologia - FEPAR. Neurofepar Dr. Roberto Caron

Uso da VNI no desmame

PROTOCOLOS CLÍNICOS GERENCIADOS. AUTORES: Dr. Marco Aurélio Dainezi Dr. Marco Antônio Benedetti Filho

Liberação de glicose pelo fígado, diminuição da utilização periférica de glicose causando hiperglicemia e hiperosmolaridade;

I Características Técnicas e Funcionais do Curso

Instituto Latino Americano para Estudos da Sepse (ILAS) Sepse: Um problema de saúde pública

11º Imagem da Semana: Ultrassonografia dos rins e vias urinárias

Embolia Pulmonar. Profº. Enf.º Diógenes Trevizan Especialização em urgência e Emergência

Tromboembolismo Pulmonar. Fernanda Queiroz

NOTA TÉCNICA. Vigilância da Influenza ALERTA PARA A OCORRÊNCIA DA INFLUENZA E ORIENTAÇÃO PARA INTENSIFICAÇÃO DAS AÇÕES DE CONTROLE E PREVENÇÃO

INSTRUÇÃO DE TRABALHO

Abordagem contemporânea do choque cardiogênico

6/1/2014 DEFINIÇÃO CHOQUE CARDIOGÊNICO. Perfusão sanguínea

Shock (arma de fogo)

INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA EM GATOS

Anotadas do 5º Ano 2008/09 Data: 05/01/09. Tema da Aula: Sépsis e Choque Séptico Autor: Tiago Ferreira Equipa Revisora: Marta Nascimento

Fluxo de Assistência ao paciente com suspeita de Dengue na Rede de Saúde de Joinville

HIPERÊMESE GRAVÍDICA. Msc. Roberpaulo Anacleto

Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira: história, 2 abrangência, princípios e missão

VERÃO, ESTAÇÃO DAS CHUVAS, DAS ENCHENTES E TAMBÉM DA LEPTOSPIROSE

Transcrição:

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Pediatria Diagnóstico e Manejo da Criança com Sepse Importância Definição Critério diagnóstico Avaliação diagnóstica Tratamento

Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, 1999, CID-10 (http: //tabnet.datasus.gov.br) Indivíduos com idade entre 5 e 14 anos: segunda (32,2%) causa de morte; sexta (4,0%) causa de hospitalização; Idade entre 1 e 4 anos: quarta (27,5%) causa de morte; letalidade 7,2%; Idade < 1 ano: letalidade 8,8%, com pico na região Norte do país (17,8%). C M C Nascimento-Carvalho

Sepse está entre as mais freqüentes condições que evoluem para óbito nos hospitais pediátricos (10 a 60%), de modo independente do desenvolvimento econômico do país (Jafari and McCracken. Pediatr Infect Dis J 1992; 11:739-49; Sáenz-Llorens et al. Pediatr Infect Dis J 1995; 14: 557-61). Sobrevida prolongada de pacientes gravemente enfermos e em estágios terminais favorece o aumento na freqüência de Sepse (Murray and Lopez. Lancet 1997; 349: 1436-42). Diminuição marcante da letalidade por Sepse entre crianças em comparação com a letalidade por sepse em adultos, nos EUA (Angus et al. Crit Care Med 2001; 29: 1303-10).

Definição Sepse: síndrome complexa causada pela resposta inflamatória sistêmica descontrolada do indivíduo, de origem infecciosa, caracterizada por manifestações múltiplas, e que pode determinar disfunção ou falência de um ou mais órgãos ou mesmo a sua morte (Carvalho e Trotta, J Ped 2003; 79 (Supl 2): S195-204).

Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica: Presença de pelo menos dois dos seguintes critérios: Febre ou hipotermia; Taquicardia; Taquipnéia; Leucocitose ou leucopenia ou > 10% de neutrófilos imaturos. (Bone et al. Chest 1992; 101: 1644-55).

Infecção: Fenômeno microbiológico caracterizado por uma resposta inflamatória deflagrada pela presença de microorganismos ou pela invasão, por estes microorganismos, de tecidos normalmente estéreis. SEPSE INFECÇÃO + SIRS (Bone et al. Chest 1992; 101: 1644-55).

Objetivos do consenso padronizado para o diagnóstico de SEPSE: aumentar a detecção precoce; permitir intervenção precoce; diminuir as elevadas taxas de óbito; permitir comparação entre estudos. (Bone et al. Chest 1992; 101: 1644-55).

O critério proposto em 1992 foi ratificado em 2001 (Levy et al. Intensive Care Med 2003; 29: 530-8). Diversas versões com adaptações foram realizadas para a Pediatria.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the International Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). A presença de pelo menos dois dos quatro critérios previamente eleitos, sendo obrigatoriamente um dos critérios temperatura anormal ou anormalidade leucocitária.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. Parâmetros de anormalidade por idade Faixa etária Taquicardia Taquipnéia Leucometria Global PA sistólica O dias a 1 sem > 180 > 50 > 34 < 65 1 sem a 1 mês > 180 > 40 > 19,5 ou < 5 < 75 1 mês a 1 ano > 180 > 34 > 17,5 ou < 5 < 100 2 a 5 anos > 140 > 22 > 15,5 ou < 6 < 94 6 a 12 anos > 130 > 18 > 13,5 ou < 4,5 < 105 13 a < 18 anos > 110 > 14 > 11 ou < 4,5 < 117 (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8).

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). SEPSE GRAVE: sepse e disfunção cardiovascular OU síndrome da angústia respiratória aguda OU mais pelo menos duas outras disfunções orgânicas.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Disfunção cardiovascular: apesar da infusão de fluidos isotônicos EV > 40mL/kg em 1 hora: hipotensão OU necessidade de droga vasoativa para manter a PA (dopamina > 5 microg/kg/min ou dobutamina ou epinefrina ou norepinefrina em qualquer dose)

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Disfunção cardiovascular: OU dois dos seguintes ítens: acidose metabólica inexplicada aumento do lactato arterial > 2 vezes o limite superior oligúria: débito urinário < 0,5mL/kg/hora enchimento capilar prolongado: > 5 segundos diferença entre temperatura central e periférica > 3 o C

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Disfunção respiratória: necessidade de ventilação mecânica; OU necessidade de FiO 2 > 50% para saturação > 92%; OU PaCO 2 > 20mmHg da PaCO 2 de base; OU PaO 2 /FiO 2 < 300 na ausência de cardiopatia cianótica ou doença pulmonar pré-existente.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Disfunção neurológica: Escala de Coma de Glasgow < 11 OU mudança aguda no estado mental com queda na Escala de Coma de Glasgow > 3 pontos da linha de base. Disfunção hematológica: plaquetas < 80.000/mm 3 ou queda de 50% da contagem plaquetária a partir do valor mais alto registrado nos 3 dias prévios. C M C Nascimento-Carvalho

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Disfunção renal: Creatinina sérica > 2 vezes o valor superior de normalidade para idade ou com aumento de 2 vezes na creatinina de base. Disfunção hepática: Bilirrubina total > 4mg/dL (não é válido para Recém-nascidos). ALT: valor 2 vezes acima do limite superior para idade.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Choque séptico: taquicardia com sinais de perfusão diminuída incluindo pulsos periféricos diminuídos em comparação com pulsos centrais, alteração do estado de alerta, enchimento capilar > 2 segundos, extremidades frias ou débito urinário diminuido (Carcillo et al. J Pediatr (Rio J) 2002; 78: 449-66). Não Não há necessidade de hipotensão para fazer o diagnóstico de choque séptico em crianças.

International pediatric sepsis consensus conference: Definitions for sepsis and organ dysfunction in pediatrics. (Goldstein B, Giroir B, Randolph A and the Member of the Internationsl Consensus Conference on Pediatric Sepsis. Pediatr Crit Care Med 2005; 6: 530-8). Choque séptico: SEPSE GRAVE + DISFUNÇÃO CÁRDIOVASCULAR HIPOTENSÃO APENAS CONFIRMA O CHOQUE EM UMA CRIANÇA COM INFECÇÃO

Avaliação diagnóstica do paciente com SEPSE Busca do agente causal: exames diretos e culturas Identificação de alterações metabólicas ou da homeostasia indicativas de comprometimento sistêmico e de órgãos específicos (Carvalho e Trotta, J Pediatr (Rio J): 2003; 79 (Supl 2): S195-204).

Avaliação diagnóstica do paciente com SEPSE Hemograma com plaquetas Proteína C Reativa, VHS Coagulograma Lactato sérico Glicemia Na, K, Ca, P, Mg Uréia, creatinina TGO, TGP, FA, bilirrubinas Gasometria arterial Rx de tórax PA e perfil Ultrassonografia Tomografia computadorizada Ressonância Nuclear Magnética Ecocardiograma (investigar derrame pericárdico) etc.

Tratamento do paciente com SEPSE hipovolemia, vasodilatação periférica,depressão miocárdica, aumento da permeabilidade endotelial e hipermetabolismo; correção da pré-carga, pós-carga e da contratilidade miocárdica; atender a relação oferta/demanda de oxigênio aos tecidos, manter a perfusão celular e prevenir a disfunção de órgãos. (Carvalho e Trotta, J Pediatr (Rio J): 2003; 79 (Supl 2): S195-204). C M C Nascimento-Carvalho

Tratamento do paciente com SEPSE ressuscitação volumétrica vigorosa (PVC entre 8 e 12 mmhg); vasopressores se PAM < 65mmHg; vasodilatadores se PAM > 90mmHg; concentrado de hemácias se SvO 2 < 70% para atingir Hematócrito > 30%; dobutamina se SvO 2 < 70%. (Carvalho e Trotta, J Pediatr (Rio J): 2003; 79 (Supl 2): S195-204). C M C Nascimento-Carvalho

Tratamento do paciente com SEPSE: Terapia orientada por METAS normalização da SvO 2 ; normalização do lactato arterial; normalização do déficit de base; normalização do ph. (Hotchkiss and Karl. N Engl J Med 2003; 348: 138-50; Vicent et al. Crit Care 2002; 6 Suppl 3: 1-18; Rivers et al. N Engl J Med 2001; 345: 1368-77).

Tratamento do paciente com SEPSE infusão de grandes volumes de soluções cristalóides isotônicas nas primeiras horas do atendimento é mandatória; dopamina é a primeira droga de escolha de terapia inotrópica na criança, ao invés da dobutamina. Carcillo et al. J Pediatr (Rio J) 2002; 78: 449-66.

Tratamento do paciente com SEPSE: Antimicrobianos origem da infecção: comunitária ou hospitalar; foco de origem identificado ou indefinido; doença de base; tratamento prévio; falência de algum órgão que comprometa a farmacocinética da droga.

Tratamento do paciente com SEPSE: Antimicrobianos Infecção comunitária: foco de origem indefinida: ceftriaxone foco de origem definida: pele: oxacilina trato respiratório: oxacilina e ceftriaxone trato gastrointestinal ou genitourinário: ceftriaxone associado ou não a aminoglicosídeo. C M C Nascimento-Carvalho

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Departamento de Pediatria Diagnóstico e Manejo da Criança com Sepse Importância Definição Critério diagnóstico Avaliação diagnóstica Tratamento