Instituições de Direito Público e Privado Parte VIII Propriedade
1. Direito das Coisas Posse
Posse Direitos das Coisas é o conjunto de regras relativas às relações jurídicas referentes aos bens. Possuidor é a pessoa que tem de fato o exercício, pleno, ou não, de algum do poderes inerentes à propriedade. Art. 1.196 do CC. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade..
Características Direta Indireta Direta é a posse quando o possuidor realmente detém a coisa. Indireta é a posse quando o possuidor tem a disponibilidade ou o direito de fazê-lo. Boa-fé Má-fé Nova Velha Justa Injusta Boa-fé é a posse quando o possuidor ignora o vício ou obstáculo que lhe impede a aquisição da coisa. Má-fé é a posse quando o possuidor conhece o vício que lhe impede a aquisição da coisa. Nova é a posse com menos de um ano de duração. Velha é a posse com mais de um ano de duração. Justa é a posse que não é violenta, clandestina ou precária. Injusta é a posse violenta, clandestina ou precária.
1. Propriedade Conceito
Propriedade No Direito Romano, o proprietário tinha tríplice direito: usar (ius utendi), fruir ou gozar (ius fruendi) e dispor (ius disponendi). O proprietário tem o o direito de usar, gozar e dispôr de seus bens, bem como de reavê-los de quem injustamente os possua. Art. 1.228 do CC. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha..
Propriedade Usar Tirar dela todos os serviços que pode prestar, dentro das restrições legais, sem que haja modificação de sua substância. Gozar Percepção de seus frutos e utilização de seus produtos. Direito de explorar economicamente a coisa. Dispor Direito de poder alienar a coisa a título oneroso ou gratuito, abrangendo o poder de consumi-la e o de gravá-la de ônus reais ou submetê-la ao domínio de outrem. Rei Vindicatio Poder de mover ação para obter o bem de quem injustamente o possua.
1. Propriedade Aquisição e Perda
Propriedade: Aquisição Adquire-se a propriedade imóvel por: Transcrição; Acessão; Usucapião; Sucessão.
Características Transcrição Acessão Usucapião O título de transferência de propriedade é descrito no registro de imóveis, individualizando-a. Art. 1.245 do CC. Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.. É o acréscimo de propriedade, como a construção. Pode ocorrer: (a) pela formação de ilhas; (b) por aluvião (lento deslocamento de terra); (c) por avulsão (violento deslocamento de terra); (d) abandono de álveo (leito por onde passa corrente de água); (e) construção de obras ou plantações. Aquisição da posse em razão do decurso do tempo, sem interrupção ou oposição, durante certo prazo (15, 10 ou 5 anos, a depender do caso arts. 1.238 a 1.240 do CC). Sucessão Aquisição da propriedade em razão do falecimento do proprietário original.
Propriedade: Aquisição Adquire-se a propriedade móvel por: Ocupação de coisa não apropriada; Especificação; Confusão; Comissão; Adjunção; Usucapião.
Características Ocupação Especificação Confusão Aquisição de coisa móvel sem dono, por não ter sido apropriada (res nullius), ou por ter sido abandonada (res derelictae). Transferência de matéria-prima, obtendo espécie nova (ex.: do barro obter o vaso). Mistura de líquidos (ex.: álcool e gasolina). Comissão Adjunção Usucapião Mistura de sólidos (ex.: trigo com glúten; grão de café do tipo A com tipo B). Justaposição de coisas (ex.: peça de roupa com estampa de outrem; vaso pintado com decalque feito por outra pessoa). Quando alguém possui como seu, initerruptamente e sem oposição, bem móvel durante 3 anos.
Perde-se a propriedade por: Alienação; Renúncia; Abandono; Perecimento da Coisa; Desapropriação. Propriedade: Perda
Características Alienação Renúncia O titular da propriedade, por sua vontade, a transmite a outrem, onerosa ou gratuitamente. Ato unilateral pelo qual o proprietário declara sua intenção de abrir mão de seu direito em favor de terceira pessoa. Abandono Ato unilateral pelo qual o proprietário se desfaz, voluntariamente, de seu bem móvel ou imóvel porque não mais deseja continuar sendo seu dono. Perecimento da Coisa Com o perecimento voluntária). da coisa, extingue-se a propriedade (terremoto, raio, destruição Desapropriação O Poder Público despoja alguém de certo bem, com fundamento em utilidade pública ou interesse social, adquirindo-o mediante prévia e justa indenização ao proprietário.
1. Propriedade Condomínio
Condomínio Propriedade em comum, por mais de uma pessoa, de determinada coisa. Quanto ao objeto: Universal: abrange a coisa integralmente, incluindo frutos e rendimentos; Particular: há restrição a certas coisas ou frutos. Quanto à forma: Divisível (pro diviso): o condomínio existe de direito, mas não de fato, sendo que cada parte tomou para si um pedaço da coisa (ex.: terreno em que cada parte ficou com metade); Indivisível (pro indiviso): a comunhão existe de fato e direito (ex.: cinco herdeiros dono de uma casa).
Condomínio É direito do condômino: Usar livremente da coisa, conforme seu destino, e exercer todos os direitos compatíveis com a indivisão; Reivindicá-la de terceiro; Alienar a respectiva parte; Defender sua posse. É dever do condômino: Concorrer, na proporção de sua parte, para as despesas de conservação ou divisão da coisa; Suportar, na mesma razão, os ônus a que estiver sujeita. Presumem-se iguais as partes ideais dos condôminos.
Condomínio Nenhum condômino pode alterar a destinação da coisa comum, nem dar posse, uso ou gozo dela a estranhos, sem o concenso dos outros. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu das coisas e pelos danos que causou. As dívidas contraídas por um dos condôminos em proveito da comunhão, e durante ela, obrigam o contraente. A Lei nº. 4.591/1964, dispõe sobre o condomínio em edificações.
Condomínio Os condomínios edilícios (de edifícios) não podem: Mudar a forma externa da fachada; Decorar as partes e esquadrias externas com tonalidades ou cores diversas das empregadas no conjunto da edificação; Destinar a unidade à utilização diversa da finalidade do prédio, ou usá-la de forma nociva ou perigosa ao sossego, à salubridade ou segurança dos demais condôminos (ex.: condomínio residencial em que um condômino usa sua unidade para comércio); Embaraçar o uso da parte comum.
1. Propriedade Hipoteca
Direito real de garantia é o que vincula diretamente ao poder do credor determinado bem do devedor, assegurando a satisfação de seu crédito se inadimplente este. [...] A garantia real apresentase como um direito acessório, uma vez que sua existência só se compreende se houver uma relação jurídica obrigacional, cujo adimplemento assegura. O débito é o principal, e a garantia real, o acessório. Maria Helena Diniz
Condomínio Hipoteca é o direito real de garantia sobre bens de propriedade do devedor, visando ao cumprimento de uma obrigação. Geralmente incide sobre bens imóveis, mas pode incidir sobre bens móveis. Hipoteca é o direito real de garantia que grava coisa imóvel ou bem que a lei entende hipotecável, pertencente ao devedor ou a terceiro, sem a transmissão de posse ao credor, conferindo-se a este o direito de promover sua venda judicial, pagando-se preferentemente se inadimplente o vendedor (Maria Helena Diniz).
Condomínio Podem ser hipotecados: Imóveis; Acessórios dos imóveis, conjuntamente a eles; Domínio direto (o proprietário do bem conserva o direito de propriedade sobre o bem, embora privado do uso e gozo de suas utilidades); Domínio útil (o proprietário conserva o direito de propriedade sobre o bem, mas cabe ao foreiro o direito de uso e gozo pela utilização dele); Estradas de ferro; Recursos naturais, independentemente do solo onde se acham; Navios; Aeronaves.
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