Métodos e Instrumentos de Pesquisa



Documentos relacionados
Técnicas de coleta de dados e instrumentos de pesquisa

Técnicas e Instrumentos Utilizados na Pesquisa Científica Cavalcanti

Modulo 4. Principais instrumentos de coleta de dados. Entrevista Questionário Formulário Observação Triangulação

ENTREVISTAS OBJETIVOS:

Índice. Grupo Módulo 13

TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS

Observação como técnica de coleta de dados

Metodologia Científica Aula 1. Prof.ª Ma. Ana Paula Diniz

Observação. Saber observar implica confrontar indícios com a experiência anterior para os poder interpretar.

PESQUISA QUANTITATIVA e QUALITATIVA

COLETA DE DADOS PROFA. ENIMAR JERÔNIMO WENDHAUSEN

Após essa disciplina você vai ficar convencido que a estatística tem enorme aplicação em diversas áreas.

METODOLOGIA CIENTÍFICA

COLETA DE DADOS. Disciplina: TC Projeto de Graduação I Turma C Profa. Denyse de Araújo

I CICLO ITINERANTE DE FORMAÇÃO PARA O TERCEIRO SETOR

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos. Planejamento do Gerenciamento de Riscos

3 Metodologia e Objeto de estudo

MASTER IN PROJECT MANAGEMENT

PR 2 PROCEDIMENTO. Auditoria Interna. Revisão - 2 Página: 1 de 9

Tópicos Abordados. Pesquisa de Mercado. Aula 2. Contextualização. Qualitativa X Quantitativa. Instrumentalização. 1. Diferença entre qualitativa

Investigação experimental

Formulário de Avaliação de Desempenho

INSTITUTO LONG TAO METODOLOGIA CIENTÍFICA

Pesquisa de Mercado e Opinião

14 de dezembro de 2012 MONITORAMENTO DO PROGRAMA APRENDIZ LEGAL/ FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO

RESUMO RESENHA E RIO. LIP - Profa. KATIUSCIA

Conceito de pesquisa

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

Métodos e técnicas de pesquisa. Alessandra Martins Coelho

Profa. Lillian Alvares, Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília

DECLARAÇÃO DE POSICIONAMENTO DO IIA: O PAPEL DA AUDITORIA INTERNA


???? AUDITORIA OPERACIONAL. Aula 5 Auditoria Operacional: aspectos práticos OBJETIVOS DESTA AULA RELEMBRANDO... AUDITORIA OPERACIONAL?

PRINCIPAIS VANTAGENS DO USO DE MANUAIS ADMINISTRATIVOS

Tópicos Abordados. Pesquisa de Mercado. Aula 1. Contextualização

GUIA PARA O GT RECURSOS FINANCEIROS

POLÍTICA DE SEGURANÇA POLÍTICA DA QUALIDADE POLÍTICA AMBIENTAL POLÍTICA DE SEGURANÇA, SAÚDE E BEM-ESTAR NO TRABALHO

Características do conhecimento científico


As pesquisas podem ser agrupadas de acordo com diferentes critérios e nomenclaturas. Por exemplo, elas podem ser classificadas de acordo com:

TRABALHO PEDAGÓGICO NA PERSPECTIVA DE UMA ESCOLA INCLUSIVA. Profa. Maria Antonia Ramos de Azevedo UNESP/Rio Claro.

PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA: a escolha do tema e a construção do problema

PANORAMA DO EAD E SEU MARKETING

QUALIDADE DE SOFTWARE. Ian Sommerville 2006 Engenharia de Software, 8ª. edição. Capítulo 27 Slide 1

08 a 11 de outubro de 2014

Como mediador o educador da primeira infância tem nas suas ações o motivador de sua conduta, para tanto ele deve:

Práticas. Investigativas. em Gestão de Pessoas. Fernando Silva da Paixão

Roteiro SENAC. Análise de Riscos. Monitoramento e Controle de Riscos. Monitoramento e Controle de Riscos. Monitoramento e Controle de Riscos

Metodologia Científica e Tecnológica

Engenharia de Software

Reflexões sobre a Política de Capacitação na Administração Pública Federal. Brasília Julho 2009

SGQ 22/10/2010. Sistema de Gestão da Qualidade. Gestão da Qualidade Qualquer atividade coordenada para dirigir e controlar uma organização para:

TÉCNICAS DE COLETA E ANÁLISE DE DADOS EM ARQUITETURA. Prof. MSc. Francisco Zacaron Werneck

COMO DESENVOLVER UMA PESQUISA E COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA?

ATIVIDADE DE NEGOCIÇÃO

Regulamento dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais. do Instituto Superior de Ciências Educativas

NORMA TÉCNICA - DEFINIÇÃO INTERNACIONAL

Projeto de pesquisa. 1. Identificar uma necessidade. Ex: Estar com fome

PESQUISA-AÇÃO DICIONÁRIO

INF Introdução a Interação Humano-Computador (IHC)

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

Extração de Requisitos

Capítulo 8 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN

Empresa como Sistema e seus Subsistemas. Professora Cintia Caetano

ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM MBA EM GESTÃO DE PESSOAS, LIDERANÇA E COACHING

6 A coleta de dados: métodos e técnicas utilizadas na pesquisa

Introdução Visão Geral Processos de gerenciamento de qualidade. Entradas Ferramentas e Técnicas Saídas

Curso de Engenharia de Produção. Organização do Trabalho na Produção

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE TRANSPORTE DE CARGAS EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ENFOQUE LOGÍSTICO

Gerenciamento de Riscos do Projeto Eventos Adversos

Índice. 1. A Pesquisa Quantitativa A Produção Científica nas Diversas Áreas do Conhecimento...3

Regulamento dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais. do Instituto Superior de Ciências Educativas

LB Marketing O verdadeiro foco no cliente PROPOSTA DE PROJETO DE AUDITORIA DE ATENDIMENTO AO CLIENTE NO PDV

ACIDENTE E INCIDENTE INVESTIGAÇÃO

Plano de Marketing. Introdução (breve) ao Marketing Análise de Mercado Estratégias de Marketing

Risco de projeto é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, tem um efeito positivo ou um negativo no objetivo de um projeto.

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

As Etapas da Pesquisa D R. G U A N I S D E B A R R O S V I L E L A J U N I O R

Abordagem de Processo: conceitos e diretrizes para sua implementação

MBA em Gestão Estratégica

PESQUISA DE MARKETING. Profª Ma. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame. Cenário... Diante disso, deve-se pesquisar para acertar...

Pesquisa Mercadológica. Prof. Renato Resende Borges

Etapas da Metodologia da Pesquisa Científica. Maria da Conceição Muniz Ribeiro Mestre em Enfermagem pela UERJ

Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

REGULAMENTO DOS CURSOS TÉCNICOS SUPERIORES PROFISSIONAIS DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE PAULA FRASSINETTI

Observa-se que nas três primeiras questões (n 91, 92 e 93), a ênfase do examinador recaiu nas seguintes Resoluções:

Auditoria e Segurança da Informação GSI536. Prof. Rodrigo Sanches Miani FACOM/UFU

Gerenciamento de Projetos Modulo VIII Riscos

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva

Coleta de Dados: a) Questionário

ELABORAÇÃO DE UM GUIÃO DE PESQUISA DE INFORMAÇÃO

UNIÃO EDUCACIONAL DO NORTE UNINORTE AUTOR (ES) AUTOR (ES) TÍTULO DO PROJETO

Transcrição:

Métodos e Instrumentos de Pesquisa Prof. Ms. Franco Noce fnoce2000@yahoo.com.br MÉTODO E INSTRUMENTOS DE PESQUISA Entrevista Questionários Técnicas de Observação Sociometria Estudos de Caso Testes cognitivos ENTREVISTA TIPOS DE ENTREVISTA Encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de um determinado assunto (Marconi & Lakatos, 1999:94) Averiguação de fatos Determinação das opiniões sobre os fatos Conduta atual ou do passado Motivos conscientes para opiniões Descoberta de planos de ação Estruturada: o entrevistador segue um roteiro previamente estabelecido. Não é permitido adaptar as perguntas a determinada situação, inverter a ordem ou elaborar outras perguntas. Não Estruturada: o entrevistador tem liberdade para desenvolver cada situação em qualquer direção. Permite explorar mais amplamente uma questão. FORMAS DE ENTREVISTA FORMAS DE ENTREVISTA Entrevista Narrativa: pesquisador estimula o entrevistado para conversar mente. Através da narração o entrevistado reconstrui seu comportamento no passado de forma real. O ambiente da entrevista é cordial e amigável. Entrevista centrada a problemas: pesquisador pergunta baseado em um conceito teórico flexível. A base da entrevista é um guia de temas e problemas que orienta a sua execução. Entrevista Profunda: o objetivo é obter informações das estruturas profundas do entrevistado (informações inconscientes). A base teórica da entrevista é a psicanálise. Entrevista Receptiva: é uma entrevista e realizada de forma unilateral. Exige do entrevistador grande capacidade de comunicação não verbal. Entrevista Focalizada: pesquisador pretende verificar suas hipóteses sobre um comportamento concreto do entrevistado

ENTREVISTA: Vantagens ENTREVISTA: Limitações Pode ser utilizada com todos segmentos da população (alfabetizados ou não) Há maior flexibilidade: o entrevistador pode repetir a pergunta; formular de maneira diferente; garantir que foi compreendido Permite obter dados que não se encontram nas fontes documentais Informações mais precisas Permite que os dados sejam quantificados e submetidos a tratamento estatístico Dificuldade de expressão de ambas as partes Incompreensão por parte do informante Possibilidade do entrevistado ser influenciado Disposição do entrevistado em dar informações necessárias Retenção de alguns dados importantes Ocupa muito tempo Tamanho da amostra menor que o questionário ENTREVISTA: Preparação ENTREVISTA: Diretrizes Planejamento: objetivo a ser alcançado Conhecimento prévio do entrevistado Oportunidade da entrevista: hora e local (garantir que será recebido) Condições favoráveis: local adequado, clima amistoso e de confiança Preparação específica: organização do roteiro, material necessário Contato inicial: clima amistoso; objetivos Formulação das perguntas: de acordo com o tipo (estruturada: seguir roteiro; não estruturada: deixar entrevistado à vontade); uma pergunta de cada vez; começar pelas que não tenham probabilidade de ser recusadas; evitar perguntas sugestivas ou que induzam Registro das respostas: anotação simultânea, gravador (caso o entrevistado concorde). Término entrevista: clima de cordialidade; aprovação por parte do informante. DIMENSÕES DE ENTREVISTA QUESTIONÁRIO DIMENSÕES Intenção do entrevistador Estruturação Realização Forma de comunicação Estilo Forma de perguntas FORMAS Obter informações Mudar comportamento Estruturado Semi-estruturado Não estruturado Individual Grupo Escrita Verbal Formal Amigável Abertas Fechadas instrumento de coleta de dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito (Marconi & Lakatos, 1999:100) Carta explicando natureza da pesquisa Evidenciar importância Despertar interesse do recebedor Prazos de retorno Forma atraente; extensão; carta explicativa; facilidades de preenchimento e devolução.

QUESTIONÁRIO: Vantagens QUESTIONÁRIO: Limitações Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados Atinge maior número de pessoas simultaneamente Abrange uma área geográfica mais ampla Economiza pessoal (treinamento; coleta campo) Obtém respostas mais rápidas e exatas Liberdade de respostas (anonimato) Mais tempo para responder; horário favorável Percentagem pequena dos questionários que voltam (correio) Perguntas sem resposta Não pode ser aplicado a pessoas analfabetas Limitação em auxiliar o informante em questões mal compreendidas Dificuldade de compreensão gera uniformidade aparente Devolução tardia prejudica o cronograma Desconhecimento das circunstâncias de preenchimento QUESTIONÁRIO: Informações FORMAS DE PERGUNTAS Processo de elaboração (normas, eficácia, validade) Pré-teste (verificação falhas no processo) Classificação das perguntas (s, fechadas, múltipla escolha) Conteúdo (relevância em relação ao objetivo) Vocabulário (adequado ao grupo selecionado) Ordem das perguntas (progressão lógica) Abertas: Não existem categorias preestabelecidas. O entrevistado pode responder de forma expontânea. Fechadas: Existem categorias diferenciadas. Alternativa: sim - não Escalas: 1 a 5 (1=concordo totalmente a 5=discordo totalmente) Alternativas qualitativas: selecionar de uma série perguntas qualitativas uma alternativa (ex: conceitos) Princípios para Formulação de Perguntas Evitar sobre exigência do entrevistado Formular perguntas de forma simples de entender, de forma concreta e precisa Considerar o grau de conhecimento e informação do entrevistado Evitar palavras e formulações ambivalentes Evitar perguntas sugestivas Evitar perguntas indiscretas OBSERVAÇÃO...utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Consiste de ver, ouvir e examinar fatos ou fenômenos (Marconi & Lakatos, 1999:90) É considerada Científica quando... é planejada sistematicamente é registrada metodicamente está sujeita a verificações e controles sobre a validade e segurança

OBSERVAÇÃO: Vantagens OBSERVAÇÃO: Limitações Possibilita meios diretos e satisfatórios de se observar ampla variedade de fenômenos Exige menos do observador do que as outras técnicas Permite a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais típicas Depende menos da introspecção ou reflexão Permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou questionários. O observado tende a criar impressões favoráveis ou desfavoráveis no observador A ocorrência espontânea não pode ser prevista Fatores imprevistos podem interferir na tarefa A duração dos acontecimentos é variável (rápida ou lenta; simultânea) Vários aspectos da vida cotidiana podem não ser acessíveis ao pesquisador. Classificação das formas de Observação Observação sistemática Sistemática: baseada em critérios científicos, planejada, controlada. Participante Estruturada não participante Participante Não Estruturada não participante Não Sistemática: observação diária sem critérios científicos Estruturada: sistema diferenciado de categorias, alto grau de confiabilidade. Avaliação Quantitativa Avaliação Qualitativa Não Estruturada: categorias gerais e s; liberdade de observação Atteslander (1971) Aberta: as pessoas sabem que são observadas. Secreta: as pessoas não sabem que são observadas Participante: observador faz parte do sistema a ser observado. Não Participante: observa a certa distância. Direta: análise do comportamento atual. Indireta: análise de fenômenos indiretos. DIMENSÕES Cientificidade Estruturação Transparência Papel do observador Grau de participação Relacionamento com a realidade Naturalidade da situação FORMAS OBSERVAÇÃO Não sistemática Sistemática Estruturado Não estruturado Aberta Secreta Participante Não participante Ativa Passiva Direta Indireta Campo Laboratório

Guia para Construção de um Sistema de Observação Edmann (1978) Definição do problema Decisão sob as formas de observação Decisão sobre o levantamento de dados Definição das características a serem observadas Determinação das modalidades e técnicas de registro Verificar os critérios científicos Construção do sistema final de observação Aplicação do inventário de observação Regras de comportamento para o observador Não deve interferir no campo social e mudar o comportamento das pessoas a serem observadas Observar de forma objetiva e correta Deve comportar de forma flexível, variável e natural Deve convencer as pessoas sobre a necessidade e importância da observação Deve demonstrar tolerância e respeito OBRIGADO PELA ATENÇÃO Prof. Ms. Franco Noce fnoce2000@yahoo.com.br