Dinâmica das Máquinas

Documentos relacionados
Cap. 2 - Grau de Liberdade 28/07/2016. Mecanismos. 2-Grau de Liberdade. Prof. Jorge Luiz Erthal 28/07/

Graus de Liberdade Cadeias Cinemáticas Exercícios Recomendados Bibliografia Recomendada. EESC-USP M. Becker /48

MOVIMENTO 3D: REFERENCIAL EM TRANSLAÇÃO

ANÁLISE DE MOVIMENTO RELATIVO USANDO UM SISTEMA DE EIXOS EM ROTAÇÃO (Sec. 16.8) Na descrição dos movimentos de pontos de um único corpo rígido, ou de

Modelagem Cinemática de Robôs Industriais. Prof. Assoc. Mário Luiz Tronco

Classificação. Classificação. Classificação. Classificação. Classificação 03/23/2016

CAPÍTULO 9 CINEMÁTICA DO MOVIMENTO ESPACIAL DE CORPOS RÍGIDOS

MECANISMOS TM Mecanismos (Definição) Algumas definições do termo mecanismos:

Cinemática de Mecanismos

II. MODELAGEM MATEMÁTICA (cont.)

MECÂNICA GERAL 3º e 4º CICLO (ENGENHARIA MECÂNICA E DE PRODUÇÃO) Profa. Ms. Grace Kelly Quarteiro Ganharul

Áreas de atuação da Biomecânica. Métodos de análise : quantitativo e qualitativo

Bacharelado Engenharia Civil

Estrutura e características gerais dos robôs. - Configuração básica de um robô - Articulações - Movimento e precisão

Observação: i.e. é abreviação da expressão em latim istum est, que significa isto é.

Introdução à Robótica Industrial p. 1/25

Série IV - Momento Angular (Resoluções Sucintas)

Robótica. Prof. Reinaldo Bianchi Centro Universitário FEI 2016

ROBÓTICA (ROB74) AULA 1. INTRODUÇÃO A ROBÓTICA PROF.: Michael Klug

Rígidos MECÂNICA VETORIAL PARA ENGENHEIROS: ESTÁTICA. Nona Edição CAPÍTULO. Ferdinand P. Beer E. Russell Johnston, Jr.

Movimento Circular e Uniforme

Modelagem Cinemática de Robôs Industriais. Prof. Assoc. Mário Luiz Tronco

1- INTRODUÇÃO AOS ROBÔS INDUSTRIAIS MODELAGEM GEOMÉTRICA

Figura 9.1: Corpo que pode ser simplificado pelo estado plano de tensões (a), estado de tensões no interior do corpo (b).

Translação e Rotação Energia cinética de rotação Momentum de Inércia Torque. Física Geral I ( ) - Capítulo 07. I. Paulino*

CAPÍTULO 03 CINEMÁTICA DIRETA DE POSIÇÃO. REPRESENTAÇÃO DE DENAVIT-HARTENBERG

Funções para a Cinemática de Robôs

2010The McGraw-Hill Companies, Inc. All rights reserved. Prof.: Anastácio Pinto Gonçalves Filho

Controle de Robôs Manipuladores. Prof. Valdir Grassi Junior sala 2986 (prédio antigo)

Corpos Rígidos CORPOS RÍGIDOS. Mecânica II (FIS-26) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá IEFF-ITA. 5 de março de R.R.Pelá

2ª LISTA DE EXERCÍCIOS - MECÂNICA B - PME ABRIL DE 2010

Cinemática Inversa de Manipuladores

Halliday & Resnick Fundamentos de Física

Unidade: Equilíbrio de Corpos Rígidos

Lista 8 : Cinemática das Rotações NOME:

Curso de Geometria Analítica

SEM0 M Aul u a a 1 1 Sínt n e t se s d e d M e M can a i n sm s os s Pro r f. D r.r Ma M r a c r elo Becker SEM - EESC - USP

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA.

Leitura obrigatória Mecânica Vetorial para Engenheiros, 5ª edição revisada, Ferdinand P. Beer, E. Russell Johnston, Jr.

CAPÍTULO 5. Considere-se uma matriz de rotação variante no tempo R = R(t). Tendo em vista a ortogonalidade de R, pode-se escrever

Sistemas de Equações Diferenciais Lineares

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785

FEP Física para Engenharia II

NOTAS DE AULA INTRODUÇÃO À ENGENHARIA BIOMÉDICA 70

Mecanismos Mecanismos com 1 GL

Capítulo 11 Rotações e Momento Angular

Sistemas de coordenadas tridimensionais

Cálculo a Várias Variáveis I - MAT Cronograma para P2: aulas teóricas (segundas e quartas)

PROVA G1 FIS /08/2008 MECÂNICA NEWTONIANA

BRAÇO MECÂNICO 2.1. Introdução

Aula 3 VETORES. Introdução

Física Fundamental I

x carr1 (t) = v 1 t at2 x cam (t) = d + v 1 t x carr2 (t) = D v 2 t x carr1 (t c ) = x cam (t c )

Agrupamento de Escolas da Senhora da Hora

PROGRAMA DE DISCIPLINA CRÉDITOS CARGA HORÁRIA PRÉ REQUISITO T P O 90 MAT01 1-EMENTA

11 Cinemática de partículas 605

Aula do cap. 16 MHS e Oscilações

MOMENTO DE INÉRCIA DE UM CORPO RÍGIDO

Em primeiro lugar devemos converter a massa do corpo dada em gramas (g) para quilogramas (kg) usado no Sistema Internacional (S.I.

Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza. Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza de Carvalho

As variáveis de rotação

CAPÍTULO 1 Sistemas de Coordenadas Lineares. Valor Absoluto. Desigualdades 1. CAPÍTULO 2 Sistemas de Coordenadas Retangulares 9. CAPÍTULO 3 Retas 18

SUMÁRIO. 1 Preparando o Cenário para o Estudo da Dinâmica Cinemática da Partícula... 29

Pergunta da Aula Passada

Segunda Prova de Física I, Turma MAA+MAI 8h-10h, 30 de novembro de 2011

4 Estática das estruturas espaciais 1

Física. B) Determine a distância x entre o ponto em que o bloco foi posicionado e a extremidade em que a reação é maior.

Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro / PUC-Rio Departamento de Engenharia Mecânica. ENG1705 Dinâmica de Corpos Rígidos.

Aluno(a): Nº. Professor: Fabrízio Gentil Série: 1 o ano Disciplina: Física Atrito e Trabalho de uma força

Curso Física 1. Aula - 9. Energia Cinética e Trabalho

8. AS FÓRMULAS DA ADIÇÃO DE DOIS ARCOS.

3 Movimentos com vínculos

1. Arcos de mais de uma volta. Vamos generalizar o conceito de arco, admitindo que este possa dar mais de uma volta completa na circunferência.

Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza. Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza de Carvalho

Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula

31/05/17. Ondas e Linhas

PROGRAD / COSEAC Padrão de Respostas Física Grupos 05 e 20

Física I 2010/2011. Aula 13 Rotação I

Questão 1. Questão 2. Questão 3

Proposta de Teste Intermédio Matemática A 11.º ano

CADEIRA DE MECÂNICA E ONDAS 2º Semestre de 2011/2012. Problemas de cinemática, com resolução

Entre os pontos A e B temos uma d.d.p. no indutor dada por V L = L d i e entre os pontos C e D da d.d.p. no capacitor é dada por V L V C = 0

Cap.04 Cinemática em duas Dimensões

O equilíbrio ESTÁTICO, quando o corpo permanece em repouso. O equilíbrio DINÂMICO, quando o corpo permanece em movimento retilíneo uniforme.

COMPONENTES DE UM SISTEMA ROBÓTICO

SEM534 Processos de Fabricação Mecânica. Professor - Renato G. Jasinevicius. Aula: Máquina ferramenta- Torno. Torno

Lista 3: Vetores e Sistemas de Coordenadas NOME:

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Pró-Reitoria de Graduação - PRG Coordenação de Processos Seletivos COPS

Geometria Analítica II - Aula

Aula Processo de Torneamento e tornos -

MOMENTO DE UMA FORÇA

Experiência 5. Projeto e Simulação do Controle no Espaço de Estados de um Pêndulo Invertido sobre Carro

EQUAÇÕES RECURSIVAS. A2) Equação: x n = x n 1 + n b (n > 0) Fixado o termo x 0, de ordem n = 0, a equação admite uma única n

duas forças que actuam numa partícula, estas podem ser substituídas por uma única força que produz o mesmo efeito sobre a partícula.

Lista Básica Aulas 22 e 23 Frente 3

Mecânica Un.2. Momento em relação a um Ponto. Créditos: Professor Leandro

Exercícios Resolvidos Mudança de Coordenadas

Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza. Eletromagnetismo I. Prof. Daniel Orquiza de Carvalho

Modelamento Biomecânico. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Energia Solar Térmica. Prof. Ramón Eduardo Pereira Silva Engenharia de Energia Universidade Federal da Grande Dourados Dourados MS 2014

Transcrição:

Dinâmica das Máquinas Conceito de grau de liberdade Visão geral do processo de análise de mecanismos Prof. Juliano G. Iossaqui Engenharia Mecânica Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) Londrina, 2017 Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 1 / 17

Objetivos 1 Motivação 2 Conceito de grau de liberdade 3 Visão geral do processo de análise de mecanismos Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 2 / 17

Motivação Síntese e análise Duas etapas importantes de um projeto de engenharia envolve a síntese que significa compor, juntar as partes; análise que significa decompor, separar, resolver por partes. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 3 / 17

Conceito de grau de liberdade Definição O termo grau de liberdade refere-se ao número mínimo de coordenadas independentes necessárias para descrever um sistema mecânico. Um corpo rígido no espaço bidimensional possui três graus de liberdade. Y y θ x X Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 4 / 17

Conceito de grau de liberdade Definição Um corpo rígido no espaço tridimensional possui seis graus de liberdade Para veículos aéreos e aquáticos (corpos rígidos), o movimento associado com cada grau de liberdade recebe um nome específico. posição (movimento de translação): surge, sway e heave. orientação (movimento de rotação): roll, pitch e yaw. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 5 / 17

Conceito de grau de liberdade Definição Para determinar o grau de liberdade de qualquer mecanismo, deve-se considerar o número de elos e juntas, bem como as interações entre eles. Elo é um corpo rígido que possui ao menos dois nós que são pontos para se anexar aos outros elos. Um elo pode ser classificado em elo binário: possui dois nós; elo terciário: possui três nós; elo quartenário: possui quatro nós. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 6 / 17

Conceito de graus de liberdade Definição Junta é uma conexão entre dois ou mais elos que permite o mesmo movimento, ou movimento potencial, entre os elos conectados. θ θ θ x x Junta de revolução Junta prismática Junta helicoidal Junta ciĺındrica θ φ ψ y θ x Junta esférica Junta plana Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 7 / 17

Conceito de graus de liberdade Definição Cadeia cinemática é um conjunto de elos e juntas interconectadas de uma forma que possibilite um movimento de saída controlado em reposta a um movimento de entrada fornecido. Uma cadeia cinemática pode ser aberta ou fechada. Mecanismo é uma cadeia cinemática em que pelo menos uma ligação foi presa à estrutura de referência. Máquina é um conjunto de mecanismos organizado para transmitir forças e realizar trabalhos. Estrutura é qualquer elo ou elos que são fixos com relação ao sistema de referência. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 8 / 17

Conceito de graus de liberdade Definição Os graus de liberdade de uma montagem de elos predizem completamente seu comportamento. se o grau de liberdade é positivo, a montagem será um mecanismo; se o grau de liberdade é zero, a montagem será uma estrutura; se o grau de liberdade é negativo, a montagem será uma estrutura pré-carregada. mecanismo (GDL=+1) estrutura (GDL=0) estrutura pré-carregada (GDL=-1) Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 9 / 17

Conceito de graus de liberdade Definição O número de graus de liberdade ou mobilidade de um mecanismo plano pode ser determinado pela equação de Gruebler: onde L é o número de elos; J é o número de juntas; G é o número de elos fixados. M = 3L 2J 3G 6 GDL 4 GDL (1 junta completa) 5 GDL (1 meia junta) 5 GDL (2 juntas completas) Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 10 / 17

Conceito de graus de liberdade Exemplos Exercício 1 Determine o número de graus de liberdade do mecanismo. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 11 / 17

Conceito de graus de liberdade Exemplos Exercício 2 Determine o número de graus de liberdade do mecanismo. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 12 / 17

Visão geral do processo de análise de mecanismos Análise de posição Y B A C R q X A posição do mecanismo manivela-alavanca é dada na forma vetorial por B = C + R A posição do mecanismo manivela-alavanca é dada na forma escalar por componente horizontal B cos A = C + R cos q componente vertical B sen A = R sen q Resolvendo para A e B tem-se C + R cos q tg A = R sen q para cos A 0 e B = cos A C + R cos q R sen q para sen A 0 sen A Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 13 / 17

Visão geral do processo de análise de mecanismos Análise de velocidade Derivando em relação ao tempo as equações de posições obtém-se as equações de velocidades B cos A = C + R cos q B sen A = R sen q Ḃ cos A BȦ sen A = R q sen q Ḃ sen A+BȦ cos A = R q cos q As equações de velocidades podem ser reescritas na forma matricial [ ] [Ḃ ] [ ] cos A B sen A sen q = R q sen A B cos A Ȧ cos q Resolvendo para Ȧ e Ḃ tem-se [Ḃ ] [ ] R sen(a q) = q R Ȧ cos(a q) B Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 14 / 17

Visão geral do processo de análise de mecanismos Análise de velocidade As velocidades Ȧ e Ḃ dadas por [Ḃ ] [ ] R sen(a q) = q R Ȧ cos(a q) B por ser reescritas sem a dependencia de q, da seguinte forma Ḃ q = R sen(a q) = K b(q) Ȧ q = R B cos(a q)) = K a(q) onde K a (q) e K b (q) são denotados coeficientes de velocidade. Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 15 / 17

Visão geral do processo de análise de mecanismos Análise de aceleração Derivando em relação ao tempo as equações de velocidades Ḃ cos A BȦ sen A = R q sen q Ḃ sen A+BȦ cos A = R q cos q obtém-se, na forma matricial, as equações de acelerações [ ] ] [ cos A B sen A [ B 2 ḂȦ = sen ] A+BȦ2 cos A R q sen q R q 2 cos q sen A B cos A Ä 2ḂȦ cos A+BȦ2 sen A+R q cos q R q 2 sen q Resolvendo para Ä e B tem-se ] [ B = BȦ2 + R q sen(a q) R q 2 cos(a q) Ä 2ḂȦ B + R q R q2 cos(a q)+ sen(a q) B B que pode ser reescrita, usando os coeficiente de velocidade K a (q) e K b (q), como ] qr sen(a q)+ q [ B ( 2 Ka 2 B R cos(a q) ) ( = R q Ä cos(a q)+ q2 2K ak b + R ) B B B sen(a q) Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 16 / 17

Visão geral do processo de análise de mecanismos Pontos de interesse Y V Yp P E Up U Vp E Xp X Análise de posição X p = U p cos E V p sen E Y p = U p sen E + V p cos E Análise de velocidade V px = Ẋp = Ė( U p sen E V p cos E) V py = Ẏp = Ė(U p cos E V p sen E) Análise de aceleração A px = Ẍp = Ë( U p sen E V p cos E)+Ė 2 ( U p cos E + V p sen E) A py = Ÿp = Ë(U p cos E V p sen E)+Ė 2 ( U p sen E V p cos E) Prof. Juliano G. Iossaqui (UTFPR) Aula 02 Londrina, 2017 17 / 17