Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL. AULA 01 Conceito de Constituição, Classificação das Constituições. Professora: Roberta Araujo

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Transcrição:

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 01 Conceito de Constituição, Classificação das Constituições Professora: Roberta Araujo

CONSTITUIÇÃO Objeto de Estudo do Direito Constitucional - CONSTITUIÇÃO Lei fundamental e suprema do Estado Criada pela vontade do povo CONSTITUIÇÃO Determina a organização político-jurídica do Estado Estabelece limitações ao poder do Estado Enumera Direitos e Garantias Fundamentais

Concepções do termo Constituição Sentido Sociológico - Preconizada por Ferdinand Lassalle - A Constituição, segundo Lassalle, seria a soma dos fatores reais de poder. - A Constituição seria resultado da realidade social do país. - Em um país existem duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país e outra, escrita, que consiste apenas numa folha de papel. No caso de conflito entre as duas, prevaleceria a primeira.

Concepções do termo Constituição Sentido Político - Preconizada por Carl Schmitt - A Constituição é uma decisão política fundamental - Surge de um ato constituinte, fruto de uma vontade política fundamental de produzir uma decisão sobre modo e forma de existência política de um Estado - A validade da Constituição, segundo ele, se baseia na decisão política que lhe dá existência, e não na justiça de suas normas. Essa decisão é tomada pelo titular do poder constituinte

Concepções do termo Constituição Sentido Político - Constituição Leis Constitucionais a) CONSTITUIÇÃO: dispõe apenas sobre matérias de grande relevância jurídica (decisões políticas fundamentais). Ex: Organização do Estado, direitos individuais; a) LEIS CONSTITUCIONAIS: são normas que fazem parte formalmente do texto constitucional, mas que não contêm matéria de decisão política fundamental. Ex: Art. 242, 2º da CF/88.

Concepções do termo Constituição Sentido Jurídico - Preconizada por Hans Kelsen - Para Kelsen, a Constituição deve ser considerada apenas como norma, sem qualquer consideração de cunho sociológico, político ou filosófico - A validade de uma norma positiva independe de sua aceitação - Avalia a Constituição a partir de dois sentidos: o lógicojurídico e o jurídico-positivo

Concepções do termo Constituição a) Plano Lógico-Jurídico A Constituição é a norma fundamental hipotética (não real, mas sim imaginada, pressuposta) que serve como fundamento lógico transcendental da validade da Constituição Esta norma não possui um enunciado explícito, consistindo apenas numa ordem, dirigida a todos, de obediência à Constituição positiva. A Constituição hipotética foi imaginada na hora de escrever seu texto. Segundo Kelsen, o fundamento de validade das normas está na hierarquia entre elas. Todas as normas legais teriam, portanto, fundamento na Constituição positiva, que, por sua vez, se apoiaria na norma fundamental.

Concepções do termo Constituição b) Plano Jurídico-Positivo A Constituição é a norma positiva suprema, que serve para regular a criação de todas as outras. É documento solene, cujo texto só pode ser alterado mediante procedimento especial. No Brasil, esta Constituição é, atualmente, a de 1988 (CF/88).

Concepções do termo Constituição Resumo Sentido Sociológico (LASSALLE) Constituição como soma dos fatores reais de poder Sentido Político (SCHMITT) Constituição como decisão política fundamental. Distinção entre Constituição e Leis Constitucionais. Sentido Jurídico (KELSEN) Sentido Lógico-Jurídico: a Constituição é norma hipotética fundamental. Sentido Jurídico-Positivo: a Constituição é a norma positiva suprema, que serve para regular a criação de todas as normas

Concepções do termo Constituição Questão 1 (FCC/2003/PGE-MA) A Constituição "como decisão política do titular do poder constituinte" é conceito atribuído a: a) Sieyès. b) Kelsen. c) Montesquieu. d) Carl Schmitt. e) Ferdinand Lassalle. Resp. D

Concepções do termo Constituição Questão 2 (FCC/2002/TCE-SE) A conceituação de Constituição como "a soma dos fatores reais do poder que regem nesse País", atribuída a Lassalle, indica, segundo a doutrina, uma concepção de Constituição no sentido: a) Sociológico. b) Jurídico. c) Político. d) Axiológico ou normativo. e) Instrumental ou estrutural. Resp. A

Pirâmide de Kelsen Hierarquia das normas Vértice (topo): Constituição e as emendas constitucionais. - São fundamento de validade de todas as demais normas do sistema. - Nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à Constituição: ela é superior a todas as demais normas jurídicas, que são, por isso mesmo, denominadas infraconstitucionais. Atenção!! A partir da Emenda Constitucional nº 45, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, aprovados em cada Casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes às emendas constitucionais. - status de EC!! Art. 5º, 3º, CF/88)

Pirâmide de Kelsen Normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais): - As leis (complementares, ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos legislativos, as resoluções legislativas, os tratados internacionais em geral incorporados ao ordenamento jurídico e os decretos autônomos. NÃO HÁ HIERARQUIA - São normas primárias, sendo capazes de gerar direitos e criar obrigações, desde que não contrariem a Constituição.

Pirâmide de Kelsen Atenção!! STF - Lei complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária. Ambas têm campos de atuação diversos, a matéria (conteúdo) é diferente. Matéria disciplinada por lei formalmente complementar, mas não submetida à reserva constitucional de lei complementar, eventuais alterações desse diploma legislativo podem ocorrer mediante simples lei ordinária. Isso porque a lei complementar será, materialmente, ordinária, subsumindo-se ao regime constitucional dessa lei (AI 467822 RS, DJe-190 DIVULG 03-10-2011 PUBLIC 04-10-2011 EMENT VOL-02600-01 PP-00115). Abaixo das leis (normas infralegais): - São normas secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de impor obrigações. Não podem contrariar as normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso das portarias, das instruções normativas, dentre outras.

Pirâmide de Kelsen Pirâmide de Kelsen Constituição, emendas constitucionais e tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados como EC Outros tratados internacionais sobre direitos humanos ** Leis complementares, ordinárias e delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções legislativas, tratados internacionais em geral e decretos autônomos Normas infralegais ** Supremo Tribunal Federal (STF), entende que todos os tratados internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil têm hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constituição e acima da legislação interna.

Tratados Internacionais Podem possuir três status no Ordenamento Jurídico 1) Emenda Constitucional Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (Art. 5º, 3º, CF/88 - a partir da Emenda Constitucional nº 45 de 2004) 1) Supra Legal Os tratados internacionais sobre direitos humanos celebrados pelo Brasil têm hierarquia supralegal, situando-se abaixo da Constituição e acima da legislação interna Supremo Tribunal Federal 1) Lei Ordinária Todos os tratados internacionais que não versem sobre direitos humanos

Tratados Internacionais Questão 3 CESPE - 2009 - MDS - Agente Administrativo Os tratados e convenções internacionais acerca de direitos humanos que forem aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Certo/Errado Resp. E

Classificação das Constituições 1) Quanto à Origem OUTORGADAS Não há participação popular, são impostas; Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante no sentido de limitar seu próprio poder, por meio da outorga de um texto constitucional; Ex. Constituições brasileiras de 1824, 1937, 1967

Classificação das Constituições DEMOCRÁTICAS (populares ou promulgadas) Nascem com a participação popular, por processo democrático; Fruto do trabalho de uma Assembléia Nacional Constituinte, eleita diretamente pelo povo, para, em nome dele atuar, nascendo, portanto da deliberação legítima popular Ex: Constituição Brasileira de 1891, 1934, 1946 e 1988.

Classificação das Constituições CESARISTAS São outorgadas, mas necessitam de referendo popular (ratificação popular); A participação popular não é democrática; Objetivam apenas a legitimação do detentor do poder; Não são muito cobradas em concursos públicos.

Classificação das Constituições RESUMO - QUANTO A ORIGEM OUTORGADAS Impostas, surgem sem participação popular. Resultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante no sentido de limitar seu próprio poder. DEMOCRÁTICAS Nascem com participação popular, por processo democrático. CESARISTAS Outorgadas, mas necessitam de referendo popular.

Classificação das Constituições 2) Quanto à Forma ESCRITAS OU INSTRUMENTAIS Conjunto de normas sistematizadas em documentos solenes elaborados pelo órgão constituinte, com o propósito de fixar a organização fundamental do Estado Codificadas Quando suas normas encontram-se em um único texto (CF/88) Pluritextuais Quando suas normas se encontram em documentos diversos

Classificação das Constituições NÃO ESCRITAS (Costumeiras ou consuetudinárias) Não se manifesta em estrutura solene. A matéria constitucional está contida e reconhecida pela sociedade em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções; As normas podem ser escritas!! Só não estão em um único documento, apenas no papel. Ex. Constituição Inglesa

Classificação das Constituições RESUMO QUANTO À FORMA ESCRITAS Normas sistematizadas em documentos solenes NÃO ESCRITAS Normas em leis esparsas, costumes, jurisprudência e convenções

Classificação das Constituições 3) Quanto ao Modo de Elaboração DOGMÁTICAS (Sistemáticas) São sempre escritas, elaboradas em um dado momento, por um órgão constituinte segundo dogmas e ideias imperantes. Ex. CF/88. HISTÓRICAS Conhecidas também como costumeiras, são do tipo não escritas; Resulta de lenta formação histórica, sendo uma síntese dos valores históricos consolidados pela sociedade. Ex: Constituição Inglesa

Classificação das Constituições DOGMÁTICAS Elaboradas em um determinado momento, segundo os dogmas então em voga HISTÓRICAS Criadas lentamente com as tradições, sendo uma síntese dos valores históricos consolidados pela sociedade

Classificação das Constituições 3) Quanto ao Conteúdo CONCEPÇÃO FORMAL ou procedimental São consideradas constitucionais as normas que, independentemente do conteúdo, estejam contidas em documento solene; Importante é o processo de elaboração, pouco importando o conteúdo. Atenção!! CF/88 é FORMAL!! Ex. Art. 242, 2º, CF/88 CONCEPÇÃO MATERIAL São consideradas constitucionais as normas que tratam de assuntos de grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos fundamentais). Analisa-se apenas o conteúdo da norma, que pode tanto estar contida em uma Constituição escrita como em uma não escrita

Classificação das Constituições 4) Quanto à Estabilidade IMUTÁVEL É aquela Constituição cujo texto não pode ser modificado jamais. Tem a pretensão de ser eterna. SEMI-RÍGIDA ou semi-flexível Para algumas normas o processo legislativo de alteração é mais dificultoso que o ordinário. Ex: Constituição de 1824, que exigia procedimento especial para alteração de artigos que tratassem de direitos políticos e individuais, bem como dos limites e atribuições respectivas dos Poderes.

Classificação das Constituições RÍGIDA É aquela modificada por procedimento mais dificultoso do que aqueles pelos quais se modificam as demais leis. São sempre escritas. Procedimento especial para aprovação das emendas. Ex: CF/88 FLEXÍVEL Pode ser modificada pelo procedimento legislativo ordinário, ou seja, pelo mesmo processo legislativo usado para modificar as leis comuns.

Classificação das Constituições IMUTÁVEIS Seu texto não pode ser modificado RÍGIDAS SEMIRRÍGIDAS FLEXÍVEIS Modificadas por procedimento mais dificultoso que aqueles pelos quais se modificam as demais leis. Sempre escritas. Para algumas normas o processo legislativo de alteração é mais dificultoso que o ordinário, para outras não. Podem ser modificadas pelo procedimento legislativo ordinário - mesmo processo legislativo usado para modificar as leis comuns.

Classificação das Constituições 5) Quanto à Extensão ANALÍTICAS, PROLIXAS Possuem conteúdo extenso, tratando de assuntos diversos da organização do Estado. As normas são apenas formalmente constitucionais. Ex: Constituição Federal de 1988 SINTÉTICAS, CONCISAS Tratam de elementos tipicamente constitucionais como por exemplo a organização do Estado. Ex: Constituição norte-americana em que os direitos e deveres é tratado por leis infraconstitucionais.

Classificação das Constituições 6) Quanto à correspondência com a realidade política e social * Visa identificar a correspondência entre a realidade política do Estado e o texto constitucional. NORMATIVAS Regulam efetivamente o processo político do Estado. Corresponderem à realidade política e social, ou seja, limitam, de fato, o poder. Exemplos: CF de 1934. NOMINATIVAS Procuram regular o processo político do Estado, mas não conseguem realizar este objetivo, por não atenderem à realidade social. São constituições que não possuem aplicabilidade SEMÂNTICA Não busca regular a política estatal. Visam apenas a formalizar a situação existente do poder político.

Classificação das Constituições 7) Quanto ao conteúdo ideológico LIBERAIS Protegem a liberdade, sendo marcadas pela limitação da ação estatal (por esse motivo também são conhecidas como constituições NEGATIVAS). SOCIAIS Buscam a atuação positiva do Estado, sendo que este deve proporcionar a igualdade de todos. Traçam as diretrizes que devem nortear a ação estatal. Também conhecidas como DIRIGENTES (Constituições POSITIVAS).

Classificação das Constituições Constituição Federal de 1988 - Promulgada - Escrita - Dogmática - Rígida - Formal - Analítica - Normativa - Social

Classificação das Constituições Questão 4 BANCA CESPE De acordo com a classificação das constituições, denomina-se dogmática a constituição que: a) contém uma parte rígida e outra flexível e sistematiza os dogmas aceitos pelo direito positivo internacional. b) sistematiza os dogmas sedimentados pelos costumes sociais e, também conhecida como costumeira, é modificável por normas de hierarquia infraconstitucional, dada a rápida evolução da sociedade. c) é elaborada, necessariamente, por um órgão com atribuições constituintes e, somente existindo na forma escrita, sistematiza as ideias fundamentais contemporâneas da teoria política e do direito. d) somente pode ser alterada mediante decisão do poder constituinte derivado, sendo também conhecida como histórica. Resp. C

Classificação das Constituições Questão 5 (FCC/2007/TCE-MG) No que se refere à classificação das constituições, é certo que as promulgadas se apresentam por meio de imposições do poder de determinada época, sem a participação popular, tendo natureza imutável. Resp. E

Classificação das Constituições Questão 6 (FCC/2006/ARCE) Dispunha a Constituição brasileira de 1824, em seu artigo 178: "É só Constitucional o que diz respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades referidas [em procedimento descrito nos artigos 174 a 177 da Constituição], pelas Legislaturas ordinárias." [grafia atualizada]. O dispositivo acima transcrito evidencia que a Constituição do Império, quanto à estabilidade de suas normas, era: a) Outorgada, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é democrática. b) Semi-rígida, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é rígida. c) Histórica, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é dogmática. d) Sintética, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é analítica. e) Flexível, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é super-rígida. Resp. B

Classificação das Constituições Questão 7 (FCC/2007/MPU) Conforme a doutrina dominante, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é classificada como: a) Formal, escrita, outorgada e rígida. b) Formal, escrita, promulgada e rígida. c) Material, escrita, promulgada e imutável. d) Formal, escrita, promulgada e flexível. e) Material, escrita, outorgada e semirrígida. Resp. B

DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 02 Poder Constituinte e Classificação das Normas Constitucionais Professora: Roberta Araujo

PODER CONSTITUINTE A teoria do poder constituinte foi criada por Sieyès, abade francês, no século XVIII, teórico da Revolução Francesa. Aplica-se aos Estados com Constituição rígida e escrita. O poder constituinte pode ser conceituado como poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, mediante supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. ATUALIZAR CRIA A CONSTITUIÇÃO

PODER CONSTITUINTE A titularidade do poder constituinte pertence ao POVO. Art. 1º Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. CLASSIFICAÇÃO (adotada pelas bancas) - Originário - Derivado

PODER CONSTITUINTE Questão 1 (FMP/2011/TCE-RS) É predominante nas democracias contemporâneas a tese segundo a qual a legitimidade do Poder Constituinte se fundamenta na soberania nacional. Certo/Errado Resp. E.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Poder Constituinte Originário - Também chamado por algumas bancas de inicial, inaugural, genuíno ou de primeiro grau. - É aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. - Tem por objetivo fundamental criar um novo Estado, diverso do que vigorava anteriormente.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO INICIAL ILIMITADO ou AUTÔNOMO CARACTERÍSTICAS ORIGINÁRIO INCONDICIONADO SOBERANO NA TOMADA DE DECISÕES PERMANENTE

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Características 1) Inicial: Instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica anterior. 2) Ilimitado ou Autônomo: Não tem que respeitar os limites postos pelo direito anterior. Pode mudar completamente a estrutura do Estado ou os direitos dos cidadãos, por exemplo, sem ter sua validade contestada com base no ordenamento jurídico anterior 3) Incondicionado e Soberano nas tomadas de suas decisões: Não tem de submeter-se a qualquer forma prefixada de manifestação. 4) Permanente: Pode se manifestar a qualquer tempo, mesmo depois de elaborada uma Constituição

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Formas de expressão - OUTORGA Declaração unilateral do agente revolucionário (movimento revolucionário), Ex: CF de 1967. - ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE ou CONVENÇÃO Nasce da deliberação da representação popular, ex: CF 1988.

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Questão 2 CESPE - 2010 - DPE-BA - Defensor Público Julgue o item que se segue, relativo ao poder constituinte. O Brasil adotou a teoria segundo a qual o poder constituinte originário não é totalmente ilimitado, devendo ser respeitadas as normas de direito natural. Certo/Errado Resp. E

PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO Questão 3 (FCC/ 2009/ TRT 16ª Região) Em tema de Poder Constituinte Originário, é INCORRETO afirmar que: Resp. A a) É limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional vigente, sob pena de inconstitucionalidade. b) É incondicionado, porque não tem ele que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização. c) É autônomo, pois não está sujeito a qualquer limitação ou forma prefixada para manifestar sua vontade. d) Caracteriza-se por ser ilimitado, autônomo e incondicionado. e) Se diz inicial, pois seu objeto final - a Constituição, é a base da ordem jurídica.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Poder Constituinte Derivado - Também chamado por algumas bancas de instituído, constituído, secundário ou de segundo grau. - Conforme determina o próprio nome, o poder constituinte derivado é criado e instituído pelo originário (previsto na própria constituição), devendo obediência às regras estabelecidas por este. - O Poder constituinte derivado é o poder de modificar a Constituição Federal ou revisá-la, bem como de elaborar as Constituições Estaduais.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Derivado Reformador Classificação Derivado Decorrente Derivado Revisor

PODER CONSTITUINTE DERIVADO 1) Derivado Reformador Tem a capacidade de modificar a Constituição Federal, por meio de um procedimento específico, estabelecido pelo poder originário, sem que haja uma verdadeira revolução. A manifestação desse poder verifica-se por meio das emendas constitucionais. Quórum de aprovação das EC s - Qualificado

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; II - do Presidente da República; III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. **Cláusulas Pétreas!!

PODER CONSTITUINTE DERIVADO 2) Derivado Decorrente Sua missão é estruturar a Constituição dos Estados-membros. Esse poder decorrente foi concedido às assembléias legislativas. Tal competência decorre da capacidade de auto-organização, auto-governo e auto-administração, estabelecida pelo poder originário. Devem ser respeitados os limites e condições impostas pela constituição. 3) Derivado Revisor Art. 3º ADCT Instituiu um particular procedimento simplificado de alteração do texto constitucional, excepcionando a regra geral das PEC s. Esse procedimento denomina-se Revisão Constitucional.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO JURÍDICO CARACTERÍSTICAS DERIVADO DERIVADO LIMITADO OU SUBORDINADO CONDICIONADO

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Características 1) Jurídico: é regulado pela Constituição, estando, portanto, previsto no ordenamento jurídico vigente. 2) Derivado: É fruto do poder constituinte originário. 3) Limitado ou subordinado: É limitado pela Constituição, não podendo desrespeitá-la, sob pena de inconstitucionalidade. 4) Condicionado: A forma de seu exercício é determinada pela Constituição.

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Questão 4 (FCC/2010/METRÔ) O Poder Constituinte, que consiste na possibilidade que os Estadosmembros têm, em virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela Constituição Federal, é classificado por: a) Ilimitado. b) Derivado reformador. c) Originário. d) Derivado decorrente e) Inicial. Resp. D

PODER CONSTITUINTE DERIVADO Questão 5 CESPE - 2009 - DETRAN-DF - Analista Acerca do direito constitucional brasileiro, julgue os itens seguintes. O poder de modificar o texto originário da Constituição advém do exercício do poder constituinte reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, mediante o voto de três quintos de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação. Certo/ Errado Resp. E

Classificação das Normas Constitucionais A aplicabilidade das normas leva em consideração: Validade Vigência Eficácia

Classificação das Normas Constitucionais 1) Validade: Diz respeito à adequação da norma ao ordenamento jurídico que esta inserida. A norma só é válida quando além de seguir todas as regras estabelecidas por esse ordenamento, tenha sido criada em conformidade com a norma fundamental condições formais (processo legislativo próprio)e materiais. 2) Vigência: Diz respeito ao tempo de validade, ao período que vai do momento em que ela entra em vigor (passa a ter força vinculante) até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração. OBS: Pode uma norma ser válida e não ter vigência? Ser vigente e não ser válida?

Classificação das Normas Constitucionais 3) Eficácia: Diz respeito à produção de efeitos jurídicos. Toda norma constitucional tem imperatividade e aplicabilidade. As normas constitucionais são cogentes (obrigatórias) e de ordem pública (como regra são inafastáveis pela disposição das partes). Assim, todas surtem efeitos jurídicos: o que varia é o grau de eficácia. Atenção!! Em regra, todas as normas constitucionais apresentam eficácia!!

Classificação das Normas Constitucionais Normas Constitucionais por José Afonso da Silva Eficácia PLENA Eficácia CONTIDA Classificação Eficácia LIMITADA

Classificação das Normas Constitucionais 1) Eficácia Plena (direta, imediata, integral) São aquelas normas da Constituição que, no momento em que esta entra em vigor, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional. São normas de aplicabilidade direta, imediata e integral: produzem todos os efeitos de imediato, independentemente de lei posterior que lhes complete o alcance e o sentido. Art. 2º, CF/88: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário Ex: Art. 14, 2º, 17 4º, 21, 22, 24 da CF/88.

Art. 136, 1º - O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes (...) Classificação das Normas Constitucionais 2) Eficácia Contida (prospectiva) Têm aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral, já que podem ter sua eficácia restringida por leis infraconstitucionais ou por outras normas da própria constituição. Enquanto não se materializa o fator restrição, a norma tem eficácia plena. Ex: Art. 5, XIII, da CF/88 - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

Classificação das Normas Constitucionais 3) Eficácia Limitada São aquelas normas que no momento em que a Constituição é promulgada não tem o condão de produzir todos os seus efeitos. Tais normas precisam de regulamentação futura, de uma lei integrativa infraconstitucional, pois só assim produzem integralmente os seus efeitos. Art. 18, 2º, CF/88 - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. - Normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos. Art. 25, 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum

Classificação das Normas Constitucionais Art. 196, CF/88 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. - Normas programáticas. Essas normas produzem um efeito MÍNIMO, de vincular o legislador infraconstitucional aos seus vetores uma vez que: - Condiciona a legislação futura, sob pena de inconstitucionalidade caso venha contrariá-la; - Estabelece um dever para o legislador ordinário

Classificação das Normas Constitucionais Normas de Eficácia PLENA Normas de Eficácia CONTIDA Normas de Eficácia LIMITADA - Desde a sua entrada em vigor estão aptas a produzir todos os seus efeitos. - Aplicabilidade imediata, integral e direta. - Podem sofrer algum tipo de restrição, seja por uma lei, ou mesmo pela constituição. - Aplicabilidade direta e imediata, mas não integral. - Precisam de regulamentação para produzirem todos os seus efeitos. - Aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.

Aplicação das normas constitucionais no tempo Princípio da Recepção - Todas as normas que forem incompatíveis com a nova constituição serão revogados. - A norma constitucional anterior que não contrariar a nova constituição será recepcionada, podendo inclusive adquirir uma nova roupagem. - Ex: Código Tributário Nacional Consequência: Compatibilidade MATERIAL e não FORMAL. - Requisitos da Recepção a) Estar em vigor no momento da nova constituição; b) Ter compatibilidade MATERIAL, pouco importa a FORMAL; c) É possível a recepção de somente parte da lei.

Classificação das Normas Constitucionais Questão 6 FCC - 2010 - TRT - 8ª Região (PA e AP) - Analista Judiciário - Área Administrativa As normas que o legislador constituinte regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria, mas deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público, nos termos que a lei estabelecer ou nos termos de conceitos gerais nelas enunciados, são classificadas de eficácia a) programática. b) plena. c) limitada. d) contida. e) objetiva. Resp. D

Classificação das Normas Constitucionais Questão 7 FCC - 2005 - PGE-SE - Procurador de Estado Considera-se de eficácia limitada a norma constitucional segundo a qual a) é vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar (art. 17, 4º ). b) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5º, II) c) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (art. 5º, XIII). d) é direito dos trabalhadores urbanos e rurais a proteção em face da automação, na forma da lei (art. 7º, XXVII). e) a casa é asilo inviolável do indivíduo, nela ninguém podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo nos casos previstos na Constituição (art. 5º, XI) Resp. D

DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 03 Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Professora: Roberta Araujo

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais São as características essenciais de um Estado. Representam os valores que orientaram o constituinte na elaboração da Constituição. São as bases, os pressupostos, os valores máximos, as diretrizes da República Federativa do Brasil. Na Constituição Federal, estão dispostos no Título I, composto por quatro artigos.

Princípios Fundamentais FUNDAMENTOS Art. 1º - A República¹ Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal², constitui-se em Estado Democrático de Direito ³ e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. SO CI DI VA PLU Parágrafo Único - Todo o poder emana do povo ³, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Princípios Fundamentais 1) FORMA DE GOVERNO REPUBLICA 2) FORMA DE ESTADO FEDERAÇÃO 3) REGIME DE GOVERNO DEMOCRACIA 4) SISTEMA DE GOVERNO PRESIDENCIALISMO

Princípios Fundamentais 1) República Forma de Governo adotado por meio de plebiscito, fundada na igualdade jurídica das pessoas, em que os detentores do poder político o exercem em caráter eletivo, representativo, transitório e com responsabilidade. 2) Federação - Forma de Estado adotado pela CF/88. Composta pela União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. Sujeitam-se a Indissolubilidade do vínculo federativo (inexistência no país de direito de secessão). 3) Democracia Regime de Governo em que o povo elege os representantes e estes elaboram as políticas públicas e as leis que irão reger a sociedade. Complementarmente, existem mecanismos para que o povo também participe dessa elaboração (plebiscito, referendo e iniciativa popular).

Princípios Fundamentais FUNDAMENTOS DA RFB SO CI DI VA PLU I SOBERANIA Do conjunto formado pela União, Estados-membros, Municípios e Distrito Federal surge a República Federativa do Brasil, esta sim tem soberania. Significa que o poder do Estado Brasileiro, na ordem interna é superior a todas as demais manifestações de poder. II CIDADANIA O Poder Público deve incentivar a participação popular nas decisões políticas do Estado. Ligada ao conceito de democracia, o cidadão é também responsável pela construção de seu Estado e pelo bom funcionamento das instituições.

Princípios Fundamentais III DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Nosso Estado é uma organização centrada no ser humano e não em qualquer outro referencial. Diante da colisão entre interesses a dignidade humana deverá orientar a solução dos conflitos. STF vetor interpretativo. IV VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA O constituinte privilegia o capitalismo, assegurando que nas relações entre capital e trabalho será observado o valor social desse último. V PLURALISMO POLÍTICO Enaltece uma sociedade plural, garantindo a inclusão dos diferentes grupos sociais no processo político nacional.

Princípios Fundamentais Separação dos Poderes Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Funções típicas e atípicas - EXECUTIVO: Função típica - administrar e executar as leis. Funções atípicas - a jurisdição (ex: quando profere decisões nos processos administrativos) e a legislação (ex: quando elabora Medidas Provisórias ou Leis Delegadas). Ex: Art. 60, CF/88. - LEGISLATIVO: Função típica - legislar e fiscalizar. Funções atípicas - a jurisdição (ex: quando o Senado Federal julga autoridades por crime de responsabilidade - CF, art. 52, I e II e parágrafo único) e a administração (ex: quando atua enquanto administração pública, realiza licitações etc.).

Princípios Fundamentais Separação dos Poderes - JUDICIÁRIO: Função típica - jurisdição, dizer o direito. Funções atípicas - legislação (ex: quando elabora os Regimentos Internos) e a administração (ex: quando atua enquanto administração pública,realiza licitações). ATENÇÃO!!! As funções típicas de cada Poder não podem ser delegadas para os outros poderes (princípio da indelegabilidade). ** Sistema de Freios e Contrapesos (checks and balances) Esse sistema prevê a interferência legítima de um Poder sobre o outro, nos limites estabelecidos constitucionalmente. É o que acontece, por exemplo, quando o Congresso Nacional (Poder Legislativo) fiscaliza os atos do Poder Executivo (art. 49, X, CF/88). Fiscalizar e controlar ATENÇÃO!! O sistema de freios e contrapesos não retira a independência dos poderes.

Princípios Fundamentais OBJETIVOS FUNDAMENTAIS Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. ATENÇÃO!! São 4 os objetivos e todos eles começam com um verbo.

Princípios Fundamentais Questão 1 (ESAF - 2004 - MPU - Analista - Administração) Nos termos da Constituição de 1988, o Brasil adota a república como sistema de governo, elegendo, portanto, o princípio republicano como um dos princípios fundamentais do Estado brasileiro. Certo/Errado Resp. E

Princípios Fundamentais Questão 2 (FCC/2009/TRT 3ª Região/Juiz Substituto) Na forma de redação do texto constitucional, a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como princípios fundamentais, exceto: a) A soberania b) A cidadania c) A dignidade da pessoa humana d) Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e) A saúde e a segurança Resp. E

Princípios Fundamentais Questão 3 (CESPE/PGE-AL/2008) O poder soberano é uno e indivisível e emana do povo. A separação dos poderes determina apenas a divisão de tarefas estatais, de atividades entre distintos órgãos autônomos. Essa divisão, contudo, não é estanque, pois há órgãos de determinado poder que executam atividades típicas de outro. Certo/Errado Resp. C

Princípios Fundamentais QUESTÃO 4 (FCC/2011/DPE-RS) São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil previstos e assim descritos no artigo 3º da Constituição Federal, construir uma sociedade livre, justa e pluralista, garantir o desenvolvimento regional, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e locais, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Certo/Errado Resp. E

Princípios Fundamentais PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL EM SUAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (Art. 4º, CF/88) - Independência nacional - Autodeterminação dos povos - Não-Intervenção - Igualdade entre os Estados - Cooperação dos povos para o progresso da humanidade Ligados à Independência Nacional - Prevalência dos direitos humanos - Concessão de asilo político - Defesa da paz - Solução pacífica dos conflitos - Repúdio ao terrorismo e ao racismo Ligados à pessoa humana Ligados à paz

Princípios Fundamentais INTEGRAÇÃO DOS POVOS DA AMÉRICA LATINA Art. 4º - Parágrafo Único: A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. Atenção!! Integração é da AMÉRICA LATINA, não do SUL e nem do MERCOSUL.

Resp. E Princípios Fundamentais Questão 5 (ESAF - 2009 - Receita Federal - Agente Técnico Administrativo (ATA) Marque a opção correta. a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, geográfica, política e educacional dos povos da América Latina. b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil. d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais.

Direitos e Garantias Fundamentais Classificação - Primeira Geração Abrange os direitos relativos à LIBERDADE, isto é, os civis e políticos, reconhecidos no final do século XVIII, com as Revoluções Francesa e Americana. Esses direitos tem por titular o INDIVÍDUO, são oponíveis ao Estado (restringem a ação do Estado sobre o indivíduo). Limitam-se a impor restrições à atuação do Estado, impedindo que o Estado atue de modo abusivo na vida privada das pessoas. Chamados de liberdades negativas: traduzem a liberdade de não sofrer ingerência abusiva por parte do Estado. Exemplo: direito à vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à inviolabilidade de domicílio, à liberdade de reunião.

Direitos e Garantias Fundamentais - Segunda Geração Abrange os direitos referentes à IGUALDADE: econômicos, sociais e culturais, impulsionados pela Revolução Industrial européia, a partir do século XIX. São direitos centrados na proteção dos hipossuficientes, acentuando o princípio da igualdade entre os homens. São as liberdades positivas: traduzem os direitos de receberem prestações do Estado por intermédio da implementação de políticas e serviços públicos. Ex: direito à saúde, educação, trabalho, habitação, previdência social.

Direitos e Garantias Fundamentais - Terceira Geração Consagram os princípios da SOLIDARIEDADE e da FRATERNIDADE. São atribuídos genericamente a todas as formações sociais protegendo interesses de titularidade coletiva ou difusa. Ex: direito do consumidor e o direito ao desenvolvimento. Compreende os direitos difusos e os coletivos (supraindividuais), e não os individuais. Representa uma nova e relevante preocupação com as gerações humanas, presentes e futuras, daí consiste a idéia de fraternidade e solidariedade. Ex: direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, à defesa do consumidor, à paz, à autodeterminação dos povos, ao patrimônio comum da humanidade, ao progresso e desenvolvimento, dentre outros. ** LIBERDADE IGUALDADE FRATERNIDADE!!! *** CONFLITOS ENTRE DIREITOS - PONDERAÇÃO

Direitos e Garantias Fundamentais Classificação dos Direitos Fundamentais PRIMEIRA GERAÇÃO SEGUNDA GERAÇÃO TERCEIRA GERAÇÃO -Final do Século XVIII -Estado Liberal -Direitos negativos -Liberdade -Direitos Civis e Políticos -A partir do século XIX -Estado Social -Direitos Positivos -Igualdade -Direitos Sociais, econômicos e sociais -Século XX -Fraternidade -Direitos ao meio ambiente, à paz, ao progresso, à defesa do consumidor

Direitos e Garantias Fundamentais Característica dos Direitos Fundamentais - a) Historicidade - b) Universalidade - c) Limitabilidade - d) Concorrência - e) Imprescritibilidade - f) Irrenunciabilidade - g) Inalienabilidade - h) Aplicabilidade imediata

Direitos e Garantias Fundamentais Característica dos Direitos Fundamentais a) Historicidade: esses direitos foram construídos no decorrer do tempo, juntamente com o desenvolvimento da própria sociedade. b) Universalidade: destinam-se a TODOS os seres humanos, sem qualquer forma de distinção ou discriminação. Aplicação a TODOS os brasileiros e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, às pessoas físicas e jurídicas, ao Estado e nas relações entre particulares. c) Limitabilidade: a maior parte da doutrina diz que os direitos fundamentais não são absolutos, podendo haver limitações quando um direito fundamental entra em confronto com outro. Ex: direito de propriedade/direito de desapropriação do Estado; direito à intimidade/liberdade de expressão...

Direitos e Garantias Fundamentais Característica dos Direitos Fundamentais d) Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, ou seja, ao mesmo tempo. e) Imprescritibilidade: não são perdidos se não forem usados. f) Irrenunciabilidade: os direitos fundamentais não podem ser renunciados por seu titular. Eles podem até não ser exercidos, mas nunca poderão ser renunciados. g) Inalienabilidade: os direitos fundamentais não podem ser vendidos, são indisponíveis e não possuem conteúdo econômico-patrimonial. h) Aplicabilidade imediata: O 1º do art. 5o. diz que as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

Questão 6 Direitos e Garantias Fundamentais FCC - 2009 - PGE-SP Procurador - Adaptada Considere as seguintes afirmações: I. Liberdade, Igualdade e Fraternidade, ideais da Revolução Francesa, podem ser relacionados, respectivamente, com os direitos humanos de primeira, segunda e terceira gerações. II. O direito à paz inclui-se entre os direitos humanos de segunda geração. III. Os direitos humanos de primeira geração foram construídos, em oposição ao absolutismo, como liberdades negativas; os de segunda geração exigem ações destinadas a dar efetividade à autonomia dos indivíduos, o que autoriza relacionálos com o conceito de liberdade positiva e com a igualdade. Estão corretas SOMENTE as afirmações a) I, II e III. b) I, III. c) I, II. d)i. Resp. B

Art. 5º da Constituição Federal de 1988 Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) 1) Direito à VIDA: - O direito à vida inclui o direito a uma vida digna e não apenas estar vivo. - A Constituição brasileira prevê que não pode haver pena de morte(regra), salvo em caso de guerra declarada (exceção). - Células Tronco: O STF decidiu que a pesquisa científica com células-tronco não fere a Constituição. - Aborto: STF entende que não é crime o aborto de feto anencéfalo.

Art. 5º da Constituição Federal de 1988 2) Princípio da Igualdade (art. 5º, I, CF/88) A Constituição brasileira deve buscar a igualdade de fato (igualdade material) entre as pessoas e não apenas a igualdade perante a lei (igualdade formal). Em nome dessa igualdade, pode haver as chamadas discriminações positivas, ou seja, o Estado atua promovendo a Igualdade para os iguais e desigualdade para os desiguais, na medida de sua desigualdade. - Portadores de necessidades especiais (PNE): entende-se que estes não estavam competindo em pé de igualdade, com os demais concorrentes em concursos públicos. Reserva de vagas em concursos públicos. - Políticas afirmativas: quotas para negros em universidades públicas.

Art. 5º da Constituição Federal de 1988 3) Princípio da legalidade (art. 5º, II) Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. A criação ou modificação de direitos ou obrigações depende de lei. - PARTICULAR: pode fazer tudo aquilo que quiser, desde que não seja proibido por lei - autonomia da vontade. - ESTADO (Administração Pública): somente pode fazer aquilo que a Lei manda ou permite. Esse é o princípio da legalidade estrita.

Art. 5º da Constituição Federal de 1988 Questão 7 (ESAF - 2010 - SUSEP - Analista Técnico) A Constituição Federal garante a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, além de outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. Sobre a inviolabilidade dos direitos, é correto afirmar que a Constituição não preordena exatamente disposições e mecanismos que a assegurem. CERTO/ERRADO Resp. E

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 04 Continuação: Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Professora: Roberta Araujo

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Reserva do Possível Determina os limites em que o Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. A efetivação dos direitos sociais encontra dois limites: 1- A suficiência de recursos públicos 2- A previsão orçamentária da respectiva receita. Essa teoria afasta a aptidão do Poder Judiciário de intervir na garantia da efetivação de direitos sociais.

Princípios Fundamentais e Direitos Reserva do Possível Fundamentais Atenção: O Supremo Tribunal Federal vem aos poucos abandonando essa teoria em seus julgados. Necessidade de comprovação não só da inexistência de recursos, mas também a denominada exaustão orçamentária. Exaustão Orçamentária: Inexistência de recursos suficientes para que a Administração cumpra determinada decisão judicial - falta de verbas.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de consciência, crença e culto VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII: Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de consciência, crença e culto Consequências: - Transfusão de sangue em testemunhas de Jeová; - Imunidade Religiosa; - Guarda Sabática: Ato de santificar o sábado - é uma ordenança cumprida pelos judeus e adventistas cuja crença está baseada no Antigo Testamento.

Princípios Fundamentais e Direitos Questão 1 Fundamentais (ESAF - 2009 - Receita Federal - Auditor) É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação privada ou pública. Certo/Errado Resp. E

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de manifestação do pensamento IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; Consequências: - STF: recentemente decidiu que não é necessário diploma para exercer a profissão de jornalista, para ampliar o direito de liberdade de manifestação de pensamento. - Vedada instauração de Inquérito Policial exclusivamente com base em denúncia anônima. Dessa forma, as autoridades públicas devem coletar mais provas (indícios de autoria e materialidade do crime) para que seja aberto o inquérito policial ou a ação penal.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de atividade intelectual, artística, científica ou de comunicação e indenização em caso de danos IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Consequências: - Lei Federal deverá regular as diversões e espetáculos, estipulando a censura pela idade. - Lei de Imprensa não foi recepcionada pela CF/88. - Lei eleitoral sobre o humor

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Inviolabilidade domiciliar XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Consequências (exceções à inviabilidade): 1- Com o consentimento do morador. A qualquer horário, de dia ou de noite, com ou sem ordem judicial. 2- Em caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro. A qualquer horário, de dia ou de noite e independente de ordem judicial. 3- Por determinação judicial. O Estado, em regra, somente pode entrar na casa de alguém durante o dia (6h Às 18h aurora ao crepúsculo). 4- Conceito de casa STF: Compreende não só o domicilio, mas também escritórios, garagens, oficinas, quartos de hotel...desde que restrito ao público.

Princípios Fundamentais e Direitos Questão 2 Fundamentais (ESAF - 2009 - Receita Federal - Analista) Adaptada Sobre os direitos e deveres individuais e coletivos, assinale a única opção correta. a) O defensor do indiciado não tem acesso aos elementos de prova já documentados em procedimento investigatório realizado pela polícia judiciária. b) Segundo entendimento atual do Supremo Tribunal Federal, a prisão civil por dívida pode ser determinada em caso de descumprimento voluntário e inescusável de prestação alimentícia só que não na hipótese de depositário infiel. c) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial ou da autoridade policial competente. d) Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo exigida, no entanto, autorização prévia da autoridade competente. Resp. B

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de profissão XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer Consequências: - Constitucionalidade do Exame de Ordem dos Advogados do Brasil - Possibilidade de outros cursos sofrerem essa limitação

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Liberdade de informação XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; Consequências: - Os jornalistas podem obter informações sem revelar sua fonte. - Caso alguém seja lesado pela informação, o jornalista responderá por isso.

Princípios Fundamentais e Direitos Liberdade de locomoção Fundamentais XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens. - Restrição desse direito: Estado de Defesa e Estado de Sitio. Requisição XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano. - Iminente perigo público - Essa utilização pode ser feita sem autorização judicial, devido à urgência - Indenização sempre posterior ao uso. Só se comprovado dano.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Direito de propriedade intelectual, industrial e de direitos autorais XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. Consequências: - A propriedade intelectual e de direitos autorais é permanente para o autor e temporária para os sucessores. - - Já a propriedade industrial é sempre temporária.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Direito de reunião em locais abertos ao público XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente. Consequências: 1 - Ser pacífica. 2- Sem armas - Reunião de policiais manifestando seu direito de greve, deve ser sem armas. 3- É necessário o aviso prévio às autoridades competentes. ATENÇÃO: Aviso prévio pedir AUTORIZAÇÃO!!! Aviso prévio serve: organizar trânsito, policiamento e não frustrar outra reunião.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Direito de herança e estatuto sucessório XXX - é garantido o direito de herança; XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; Direito de informação de órgãos públicos XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Direito de petição e obtenção de certidões XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; Consequências: - Esse direito pode ser exercido independentemente de taxas ou de advogado - Prazo para que a Administração emita as certidões: em regra, 15 dias - Remédio Constitucional Mandado de Segurança (Atenção! Muitas questões de prova dizem que é o habeas data!) - ATENÇÃO: Direito de petição e certidão é diferente de capacidade postulatória!!! Súmula Vinculante 21 Vedação ao depósito prévio em PA

Princípios Fundamentais e Direitos Direito de associação Fundamentais XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente autorização pode ser dada em assembléia.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Sigilo de correspondência, comunicações telegráficas, de dados e telefônicas XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Consequências: - todos os sigilos podem ser relativizados e não apenas o das comunicações telefônicas - O contraditório e ampla defesa são POSTERIORES à quebra dos sigilos.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Sigilo das comunicações telefônicas Por ordem Judicial E Somente para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Atenção!! em âmbito administrativo ou civil JAMAIS poderá haver a quebra do sigilo das comunicações. Se a prova for legalmente gerada em processo criminal, pode-se aproveitá-la para instruir processo administrativo ou civil. Sigilo bancário Juiz CPI Atenção!! Ministério Público e Autoridade Tributária (STF) Supremo Tribunal Federal entende que é possível a interceptação de carta de presidiário pela administração penitenciária, por questões de segurança pública.

Princípios Fundamentais e Direitos Princípio do Juiz Natural Fundamentais XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; LIII ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; - Todos sabem qual será a autoridade julgadora (o foro competente) antes mesmo de se entrar com uma ação no Poder Judiciário. Princípio da inafastabilidade da jurisdição (direito de ação, princípio do livre acesso ao judiciário) XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. - Não se admite no sistema constitucional pátrio a chamada jurisdição condicionada ou instância administrativa de curso forçado. EXCEÇÂO: Justiça desportiva, Habeas data e Reclamação ao STF, descumprimento de SV.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Limites à retroatividade da lei XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. SEGURANÇA JURÍDICA - Direito adquirido: é aquele direito que já foi incorporado ao patrimônio jurídico de uma pessoa. - Ato jurídico perfeito: é aquele que cumpriu todos os requisitos para seu aperfeiçoamento, segundo a lei vigente à época que se realizou. - Coisa julgada: é aquela ação que o poder judiciário já julgou e contra a qual não cabe mais recurso. EXCEÇÃO: Lei penal

Princípios Fundamentais e Direitos Direito de propriedade Fundamentais XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição Não é mais um direito absoluto, pode sofrer restrições: 1- Necessidade ou utilidade pública 2- Requisição administrativa; 3- Requisição de bens no Estado de Sítio; 4- Desapropriação (Regra - em dinheiro, justa e prévia); 5- A propriedade deve cumprir a sua função social Função social da propriedade URBANA cumprir o plano diretor

Princípios Fundamentais e Direitos Presunção de inocência Fundamentais LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Consequência: Evita-se que alguém seja considerado culpado e tenha seus direitos restringidos antes que essa pessoa seja condenada de forma definitiva. A condenação criminal RECORRÍVEL não pode impedir participação de candidato em concursos públicos ou cursos de formação. Segurança Jurídica em matéria criminal (Legalidade e anterioridade da lei penal incriminadora) XXXIX: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Crime permanente Lei mais gravosa

Princípios Fundamentais e Direitos Quanto à Prisão Fundamentais LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel** **STF: Pacto de San José da Costa Rica tornou inaplicável toda a legislação que previa a prisão do depositário infiel. Súmula Vinculante nº 11: Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidadedisciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado

Princípios Fundamentais e Direitos Tribunal do Júri Fundamentais XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; **(foro privilegiado) Proibição de tortura III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; - Crimes hediondos: STF decidiu que cabe liberdade provisória aos acusados por estes crimes em razão do princípio da presunção de inocência.

Pena Princípios Fundamentais e Direitos XLVII - não haverá penas: Fundamentais a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

Princípios Fundamentais e Direitos Devido processo legal Fundamentais LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes Provas ilícitas LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; - Teoria da árvore dos frutos envenenados Quando a prova obtida ilicitamente for indispensável para o exercício do direito fundamental à ampla defesa pelo acusado, de forma a provar a sua inocência, não há por que se negar a sua produção no processo. Gilmar Mendes

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Assistência jurídica integral e gratuita LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos; Gratuidade nas certidões de nascimento e de óbito aos reconhecidamente pobres LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; Publicidade dos atos processuais LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. Em regra, os processos do judiciário são públicos.

Princípios Fundamentais e Direitos Remédios Constitucionais Fundamentais Habeas Corpus - LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. - Liberdade de ir e vir; - Qualquer pessoa física (nacional ou estrangeiro); - Em sua própria defesa, em favor de terceiro; - Não há necessidade de advogado; - Gratuidade; - Preventivo ou repressivo. Habeas Data - LXXII - conceder-se-á "habeas-data : a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. - A recusa de certidão pelo poder público enseja MS e não HD!!

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Mandado de Segurança: LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; -Prova pré constituída; -Ilegalidade ou abuso de poder; -Repressivo ou preventivo; -Prazo: 120 dias. Mandado de Segurança Coletivo: LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados - Mesmas regras do MS individual.

Princípios Fundamentais e Direitos Fundamentais Mandado de Injunção: LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. - Nesse caso o STF legisla no caso concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa pelo legislativo. Ação Popular: LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. -Visa anulação de ato lesivo; -À moralidade administrativa; -Meio ambiente -Patrimônio histórico e cultural.

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 05 Organização do Estado Professora: Roberta Araujo

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 1º, CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos(...) Forma de Estado: FEDERAÇÃO REVISANDO Forma de Governo: República Sistema de Governo: Presidencialismo Regime de Governo: Democracia.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Principais características do federalismo: - Repartição de poderes: Art. 2º: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. - Repartição de competências: as competências de cada ente federativo (União, estados, DF e municípios) são determinadas previamente pela CF - Descentralização política. - Auto-organização dos Estados-Membros: os Estados-Membros possuem o poder dever de se auto-organizarem e elaborarem sua própria Constituição Estadual. Atenção!! Municípios possuem lei orgânica.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO - Entidades autônomas: a autonomia é o poder que os entes possuem de agir livremente (respeitando os limites constitucionais). Não há hierarquia entre os entes federados, não há subordinação (todos possuem suas competências definidas pela CF). Os entes não são soberanos!!! Art. 18 CF/88. - Não cabe direito de secessão: Hipótese em que o ente federado deseja se separar do Brasil para formar um Estado independente. Não é possível (Intervenção). - Repartição de receitas: Para garantir que os entes federados possam agir de forma autônoma estes necessitam de receita própria, que é garantida com a repartição de receitas. Art. 60, 4º - Não será objeto de deliberação a Atenção!! O federalismo é cláusula pétrea!! proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado;

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 8º 1º : Brasília é a Capital Federal. Os Territórios não são entes federados, são uma mera descentralização da União e possuem natureza de autarquia territorial : Art. 8º 2º: Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Questão 1 (ESAF/Analista Jurídico-SEFAZ-CE/2007) A República é a forma de organização do Estado adotada pela Constituição Federal de 1988. Caracteriza-se pela temporariedade do mandato dos governantes e pelo processo eleitoral periódico. Certo/Errado Resp. E A república é uma forma de governo e não de Estado.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Questão 2 ESAF - 2008 - MPOG - Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental) Assinale a opção que contempla todos os entes da organização políticoadministrativa da República Federativa do Brasil, nos termos da Constituição. a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos soberanos. b) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos soberanos. c) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos independentes. d) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos autônomos. e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos. Resp. E

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO UNIÃO Pessoa jurídica de direito público interno e REPRESENTA a República Federativa do Brasil nas relações internacionais. Quando a União está atuando externamente, ela não atua como União e sim como RFB. A RFB é soberana, os entes são apenas autônomos (capacidade de autoorganização e legislação própria, autogoverno e autoadministração).

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Bens da UNIÃO - As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei - Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais - As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países - Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Bens da UNIÃO - O mar territorial - Os recursos minerais, inclusive os do subsolo - As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos - Os terrenos da marinha e seus acrescidos - As praias marítimas - As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios - Os potenciais de energia hidráulica - As ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas destas as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade federal, e as referidas no art. 26, II da CF (essas áreas, mesmo em Municípios, pertencem à União)

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Exploração mina de ouro propriedade particular.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ESTADOS Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição**. Poder Constituinte DERIVADO Auto-organização e auto-administração: a capacidade dos estados em se governar e administrar sem a interferência dos outros entes. Ex: poder de eleger seus governantes e o poder-dever de organizar os poderes executivo, legislativo e judiciário de cada estado.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Formação dos Estados Art. 18, 3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. REQUISITOS Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas; Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO - Princípios Sensíveis: De observância obrigatória sob pena de INTERVENÇÃO FEDERAL. Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Questão 3 TRF5 Técnico 2007 Em tema de organização político-administrativa da República Federativa do Brasil é INCORRETO afirmar que os Estados podem, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar, se (A) subdividir. (B) incorporar entre si. (C) desligar da União. (D) desmembrar. (E) anexar a outros. Resp.C

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO MUNICÍPIOS Os Municípios são entes autônomos - sua autonomia foi elevada pela Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII, c ). Os Municípios não possuem poder constituinte derivado decorrente, ou seja, não podem elaborar suas constituições. LEI ORGÂNICA A auto-legislação é a capacidade que o Município tem de elaborar sua Lei Orgânica e as leis municipais. ATENÇÃO: A LEI ORGÂNICA MUNICIPAL NÃO TEM STATUS DE CONSTITUIÇÃO. Diferentemente das Constituições Estaduais, que são votadas em 2 turnos e aprovadas por 3/5 dos votos, as leis orgânicas são votadas em 2 turnos, com interstício (intervalo) mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição; (...)

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, 4º, 150, II, 153, III, e 153, 2º, I; VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município;

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Formação dos Municípios Art. 18, 4º: A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. REQUISITOS - Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios; - Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO - Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima; - Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos municípios envolvidos; - Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do (s) município (s).

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Distrito Federal Possui competências dos estados e dos municípios. Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (Art. 32, 1º). ESTADOS MUNICÍPIOS Constituições Estaduais (votadas em 2 turnos, aprovadas por 3/5 dos votos). Poder constituinte derivado decorrente. Lei Orgânica (votadas em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovadas por 2/3 dos votos e não). Não possuem status constitucional porque os municípios NÃO possuem poder constituinte derivado decorrente.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Atenção!! DF possui Constituição Estadual ou Lei Orgânica Municipal? O DF é regido por uma Lei Orgânica (votada em 2 turnos, com interstício mínimo de 10 dias e aprovada por 2/3 dos votos). CUIDADO!! A LODF possui status de Constituição estadual e emana do poder constituinte derivado decorrente. - O DF não tem competência para organizar seu Judiciário, Ministério Público, corpo de bombeiros, polícias civil e militar. É competência da UNIÃO. Súmula 647 do STF: Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do DF.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Emenda Constitucional nº 69/2012 - transferiu a competência de organizar e manter a Defensoria Pública do DF da União para o Distrito Federal!! Brasília é a capital federal Não é o Distrito Federal!! É vedada a divisão do DF em municípios. (Os Territórios podem ser divididos em municípios).

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Territórios Os territórios não são entes federados. Eles não integram o Estado Federal e são meras descentralizações administrativas pertencentes à União, possuindo natureza jurídica de autarquia territorial; Não possui autonomia política. Ex: governadores de Territórios não são eleitos pelo povo, mas sim escolhidos pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal por voto secreto. Hoje, o Brasil não possui territórios e sua criação e transformação só pode ser feita mediante Lei Complementar federal (art. 18, 2º)

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO A organização administrativa, judiciária, orçamentária, tributária, serviços públicos e pessoal dos territórios será regulada por Lei Ordinária da União e de iniciativa privativa do Presidente da República. Não possui Lei Orgânica nem Constituição Estadual Os territórios podem ou não ser divididos em municípios. Podem eleger 4 Deputados Federais e não elegem Senadores.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçarlhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO VEDAÇÕES AOS ENTES FEDERATIVOS I O Brasil é um Estado laico, leigo ou não confessional. Não adota qualquer religião oficial. Todavia, admite-se a colaboração de interesse público com os cultos religiosos ou igrejas, na forma da lei. II Visa fortalecer o pacto federativo, assim, a Polícia Federal, por exemplo, não pode recusar fé a um documento emitido pela Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia. III - Também reforça o pacto federativo. É vedado, por exemplo, que um determinado concurso público estadual estabeleça discriminação em relação aos participantes que sejam de outro Estado!

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 06 Divisão das Competências Professora: Roberta Araujo

Intervenção DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Instituto segundo qual afasta a autonomia dos entes federados, de forma excepcional, em algumas situações determinadas taxativamente pela Constituição. Poderá haver intervenção da União sobre Estados ou Distrito Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada intervenção federal) ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município (intervenção estadual). O rol das hipóteses constitucionais é TAXATIVO. Somente podem ser sujeitos ativos da intervenção a União e os estadosmembros. Não existe no Brasil intervenção praticada por município ou Distrito Federal.

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS INTERVENÇÃO DA UNIÃO NOS ESTADOS E NO DF Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República age de ofício, independentemente de provocação - Intervenção Federal Espontânea. INTERVENÇÃO DOS ESTADOS NOS MUNICÍPIOS Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada; II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Repartição de Competências A repartição de competências é a divisão, pela Constituição, das atribuições de cada ente federado. Trata-se de ponto nuclear do conceito jurídico de Estado Federal (É um dos núcleos do federalismo brasileiro). Importante! O modelo de repartição de competência estabelecido pelo constituinte originário pode ser modificado por meio de Emenda à Constituição, desde que essa modificação não implique tendência à abolição da forma federativa de Estado. O Brasil adota o princípio da Predominância do Interesse.

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Predominância do Interesse Os interesses nacionais e de relações internacionais foram expressamente definidos na CF e ficaram a cargo da União. Os interesses locais ficaram a cargo dos municípios e também foram enumerados expressamente pela Constituição. Os interesses regionais, por sua vez, ficaram sob a responsabilidade dos estados, e são residuais, ou seja, não foram expressamente enumerados pela CF88. * O DF possui competência dos Estados e dos Municípios

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Competências previstas na Constituição 1. Exclusivas da União 2. Privativas da União 3. Comuns 4. Concorrentes 5. Dos Estados 6. Dos Municípios

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 1) COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DA UNIÃO Estão previstas no art. 21 da CF. São Indelegáveis. MATERIAIS / ADMINISTRATIVAS: são competências para atuação efetiva, para executar tarefas, para realização de atividades. Art. 21. Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II - declarar a guerra e celebrar a paz; III - assegurar a defesa nacional; IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; VII - emitir moeda; VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada; IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento econômico e social; X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; (...)

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 2) COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA UNIÃO Estão previstas no artigo 22 da CF. Diferentemente das competências exclusivas, as PRIVATIVAS são do tipo LEGISLATIVAS, ou seja, estabelecem o poder para normatizar. Não dizem respeito à atuação em si, à execução de uma atividade, mas sim a edição das normas que regularão determinada atuação. A competência PRIVATIVA pode ser DELEGADA (via Lei Complementar). Atenção!! A delegação só pode ser feita aos Estados e ao Distrito Federal, mas não aos Municípios.

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; II - desapropriação; III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra; IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; V - serviço postal; VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS VIII - comércio exterior e interestadual; IX - diretrizes da política nacional de transportes; X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; XI - trânsito e transporte; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; XIV - populações indígenas; (...)

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 3) COMPETÊNCIA COMUM Estão previstas no artigo 23 da CF. Na maioria das vezes trata de assuntos de interesse da coletividade/interesses difusos. São competências Administrativas (não são legislativas). A responsabilidade é da União, Estados, Distrito Federal e municípios, que atuam de forma conjunta e sem subordinação entre eles. O único do Art. 23 determina que Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bemestar em âmbito nacional

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS (...) Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 4) COMPETÊNCIA CONCORRENTE Prevista no artigo 24 da CF. São competências LEGISLATIVAS. Só poderá ser exercida pela União, Estados e DF, diferentemente da competência comum. Atenção: municípios não possuem competência legislativa concorrente. A União edita normas gerais, já os Estados e o DF editam normas específicas. Os Estados complementam a legislação da União através da sua competência SUPLEMENTAR. Há subordinação - as normas específicas dos Estados e DF devem respeitar as normas gerais da União.

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS (...) 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - orçamento; III - juntas comerciais; IV - custas dos serviços forenses; V - produção e consumo; VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 5) COMPETÊNCIA DOS ESTADOS É a denominada competência RESIDUAL ou REMANESCENTE. Assim, o que não for nem competência da União nem dos Municípios, será competência Estadual. Diferentemente da competência da União e dos Municípios, a competência RESIDUAL dos Estados não possui previsão expressa. Competências ESTADUAIS previstas na CF/88: - Criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de municípios (art. 18, 4º); - a exploração de gás canalizado(art. 25, 2º); - a instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões (art. 25, 3º) - organização de sua própria justiça (art. 125).

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 6) COMPETÊNCIA DOS MUNICÍPIOS EXCLUSIVA: para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I) SUPLEMENTAR: para complementar a legislação federal e estadual, no que couber (art. 30, II) Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS (...) VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; **Outras competências que não estão no texto Constitucional: Súmula 645 STF: É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. (lojas, shoppings etc) Atendimento em prazo razoável fila de banco. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO BANCOS: Horário de funcionamento bancário: COMPETÊNCIA DA UNIÃO

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS Técnicas de memorização das competências 1) Saber os conceitos relacionados a cada competência. - Competência Legislativa = Privativa da União e Concorrente (para legislar) - Competência Administrativa = Exclusiva da União e Comum = Competência Material (execução de tarefas e realização de atividades). Aplicação prática: compete exclusivamente à União legislar sobre direito eleitoral Questão Errada, competências exclusivas são administrativas e não legislativa)

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 2) Conhecer o Princípio da Predominância do Interesse Em relação a UNIÃO, será sempre sua competência quando a Constituição Federal: A) Utilizar a expressão NACIONAL ou INTERNACIONAL; Exemplos: Art. 22 Compete privativamente à União legislar sobre: XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de profissões; Art. 21 Compete à União: I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; B) Utilizar as expressões: "diretrizes", "critérios", "bases", "normas gerais Exemplos: Art. 21. Compete à União: XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos; C) Tratar de temas ditos sensíveis : guerra, energia, índios, atividade nuclear, telecomunicações...

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 3) Temas de interesse das coletividades, que sejam especiais, muito ideológico serão de competência COMUM. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público; II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 4) Quanto a possibilidade de delegação de serviços públicos - A UNIÃO pode delegar serviços públicos mediante: autorização, permissão ou concessão - Os MUNICÍPIOS podem delegar serviços públicos mediante: permissão e concessão - Os ESTADOS podem delegar serviços públicos mediante: concessão Ex: Compete ao Estados explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei... (FALSO)

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS 5) Temas recorrentes nas provas de concurso público - Seguridade Social - competência legislativa privativa da União - Previdência Social competência concorrente. - Ramos do Direito : Competência Concorrente: legislar sobre FUPET (Financeiro, Urbanístico, Penitenciário, Econômico e Tributário) Competência privativa da União: legislar sobre os demais direitos. - Direito Processual - competência legislativa privativa da União. - Procedimentos em matéria processual - competência legislativa concorrente. - Desapropriação competência legislativa privativa as União - Decretar a desapropriação - competência do Poder Público

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS (FCC/2011/TRE-TO) É competência privativa da União: a) proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. b) estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. c) legislar sobre direito eleitoral. d) legislar sobre direito financeiro. e) legislar sobre direito urbanístico. Resp C

Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL AULA 07 Administração Pública Professora: Roberta Araujo

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Não existe um único conceito de Administração Pública, depende do enfoque adotado. Administração Pública Sentido Formal Sentido Material 1) Sentido Formal ou Subjetivo Critério adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro. - A Administração Pública em sentido FORMAL é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que o ordenamento jurídico identifica como Administração Pública. Diz respeito aos sujeitos, aos entes que exercem a atividade administrativa.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Segundo esse critério só é administração pública: a) Órgãos integrantes da denominada Administração Direta (exercem função administrativa) b) Entidades da Administração Indireta que são EXCLUSIVAMENTE: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e as sociedades de economia mista.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2) Sentido Material ou Objetivo Aqui o referencial é tão somente a natureza da atividade, as funções exercidas pelos entes e o regime jurídico sob o qual é exercida, não importando quem de fato exerça. A doutrina enumera 4 atividades como próprias da administração em sentido material: a- Serviço Público: São às atividades executadas direta ou indiretamente pela Administração Pública sob regime de direito público, com o fim de atender necessidades públicas. b- Polícia Administrativa: Restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de atividades privadas em benefício do interesse público (Ex. atividades de fiscalização)

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA c- Fomento: Incentivo à iniciativa privada de utilidade pública, mediante, por exemplo, concessão de benefícios ou incentivos fiscais d- Intervenção: Abrangendo toda intervenção do Estado no setor privado. Ex. desapropriação, tombamento, etc. REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Aplicável aos órgãos e entidades que compõem a Administração Pública (direta e indireta), inclusive às entidades exploradoras de atividades econômicas (Ex: Banco do Brasil, Petrobrás, Caixa Econômica Federal) Art. 173, II CF (sujeição não integral) Princípios: Supremacia do Interesse Público e Indisponibilidade do Interesse Público

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO (PRERROGATIVAS) + INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO (SUJEIÇÕES) Binômio PODER - DEVER

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO Fundamenta a existência das prerrogativas e dos poderes da Administração Pública. VERTICALIDADE nas relações Administração-Particular. Toda atuação que existe imperatividade, imposição de obrigações unilaterais para o administrado, ou que são restringidos direitos dos particulares tem respaldo nesse princípio. Ex: Exercício do poder de polícia, cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos (modificação unilateral dos contratos), desapropriação, etc. * Havendo conflito entre o interesse público e os interesses particulares, aquele deve prevalecer respeitando os direitos e garantias fundamentais.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Questão 1 (2002/Esaf Oficial de Chancelaria MRE) O sistema do Direito Administrativo tem como conteúdo do seu regime jurídico a consagração do princípio básico da: a) indisponibilidade dos bens e interesses públicos. b) supremacia do interesse público sobre o privado. c) posição de isonomia dos órgãos públicos com os particulares. d) facultatividade pela Administração do desempenho de atividade pública. e) imunidade de controle jurisdicional dos seus atos. Resp. B

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO Se de um lado a Administração Pública tem poderes especiais que exorbitam o Direito comum, do outro ela sofre restrições que decorrem do fato dela não ser proprietária da coisa pública. Por esse princípio a Administração Pública só poderá atuar quando a lei permitir e nos limites por ela traçados. A vontade não é da Adm, mas sim da lei LEGALIDADE. Ex: Necessidade de realização de concursos públicos, licitação prévia para celebração de contratos administrativos, etc.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS Os princípios não possuem, entre si, hierarquização material, assim, não há princípio mais ou menos importante, todos se equiparam. Existindo eventuais conflitos um princípio pode prevalecer quando comprado a outro, sem afastá-lo por completo. (RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE) Art. 37 - A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...).

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS LEGALIDADE PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS ART. 37, CF IMPESSOALIDADE MORALIDADE LIMPE PUBLICIDADE EFICIÊNCIA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA LEGALIDADE Art. 5º, II, CF/88: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, senão em virtude da lei. O princípio da legalidade não é restrito à Administração Direta e Indireta e ao Poder Executivo, aplica-se também aos Poderes Judiciário e Legislativo e aos particulares. Particular Pode fazer tudo que a lei não proíbe. Administração Pública Somente poderá atuar quando exista lei que permita ou autorize. Submissão do Estado a LEI.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Questão 2 (2006/Esaf - SUSEP - Ana Téc-Tecnologia da Informação) A legalidade, como princípio básico da Administração Pública, especificamente, consiste mais em que, a autoridade administrativa só pode praticar atos, quando a) autorizados ou permitidos em lei. b) não vedados em lei. c) indicada sua fundamentação. d) tenha competência para tanto. e) objetivam interesse público. Resp. A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA IMPESSOALIDADE 1- Como determinante da finalidade de toda a atuação administrativa A atuação da Adm deve visar o interesse público, essa é a sua finalidade. Impede que o ato administrativo seja praticado visando o interesse do agente ou de terceiros desvio de finalidade. Impede perseguições ou favorecimentos. 2- Como vedação à promoção pessoal do agente às custas da Administração; Evita que a pessoa do administrador se utilize de propaganda oficial para sua autopromoção. Art. 37, 1º: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. 3 -Faceta da Isonomia e da Igualdade Apresenta-se por exemplo na necessidade de realização de concursos públicos e existência de precatórios. Desse modo não se cria discriminações benéficas.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Questão 3 (2002/Esaf Fiscal de Tributos Estaduais/PA) Assinale a situação que não se relaciona com o princípio da impessoalidade, em alguma das suas acepções. a) Vedação ao uso da imagem da autoridade para promoção pessoal. b) Provimento de cargo público efetivo mediante concurso público. c) Anulação de ato cometido com desvio de finalidade. d) Verificação da presença do interesse público em todo ato cometido pela Administração Pública. e) Obrigação da divulgação pública dos atos oficiais. Resp. E

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MORALIDADE Exigência jurídica de atuação ética dos agentes administrativos. Atrelado a ideia de probidade, boa fé, decoro. Tem profunda relação com o padrão de comportamento desejável dos agentes públicos. As regras morais estão na consciência dos indivíduos, fruto dos padrões culturais. Cabe ao Judiciário o controle do ato administrativo, tanto sob o aspecto da legalidade quanto sob o aspecto da moralidade. Ex. prática do nepotismo STF vê como imoral essa prática.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Questão 4 (2003/Esaf Auditor-Fiscal do Trabalho MTE) Entre os seguintes princípios constitucionais da Administração Pública, assinale aquele que é mais diretamente vinculado aos costumes, reconhecidos também como fonte de Direito: a) moralidade b) eficiência c) publicidade d) legalidade e) impessoalidade Resp A

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PUBLICIDADE A publicidade é um princípio democrático, republicano, que faz com que se possibilite o controle da Administração, dando transparência aos atos. Constitui requisito para moralidade e eficácia dos atos. Exigência de transparência da atuação administrativa. Necessidade de divulgação/publicação dos atos oficiais. Ex: prestação de contas, marcar o início dos prazos administrativos. O princípio da publicidade não se reveste de caráter absoluto, uma vez que existem atos que são considerados sigilosos.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Publicidade Geral Publicação em jornal diário de grande circulação, diário oficial e internet. Publicidade Restrito Publicidade interna. Ex. obtenção de certidão, afixação do convite no quadro de avisos.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Questão 5 (2003/Esaf Auditor do Tesouro Municipal - Prefeitura do Recife) Adaptada Com referência aos princípios constitucionais da Administração Pública, é falso afirmar: a) a moralidade tem relação com a noção de costumes. b) a eficiência vincula-se ao tipo de administração dito gerencial. c) a publicidade impõe que todos os atos administrativos sejam publicados em diário oficial. d) a impessoalidade pode significar finalidade ou isonomia Resp D

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EFICIÊNCIA Princípio mais atual da CF/88, inserido no ordenamento jurídico por meio da Emenda Constitucional nº 19/ 1998 (Emenda denominada Reforma Administrativa) Busca a aferição de resultados, com a ampliação da autonomia administrativa. Otimização do gasto público, eficiência na utilização de tais valores. A atividade administrativa deve ser exercida pelo administrador e pelos agentes públicos com presteza, perfeição técnica, celeridade, economicidade e rendimento funcional. Ex: Art. 5º, LXXVIII, art. 37, 3º, art. 39, 2º.