DIREITOS COLETIVOS E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE II. Professor Juliano Napoleão

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1 DIREITOS COLETIVOS E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE II Professor Juliano Napoleão

2 UNIDADE 1 O controle de constitucionalidade no Brasil

3 1.1 Considerações iniciais: conceito, pressupostos e objetivos do controle de constitucionalidade O que é o controle de constitucionalidade? É a verificação da COMPATIBILIDADE VERTICAL entre atos e normas perante a Constituição; Pressupostos: SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO; RÍGIDEZ DA CONSTITUIÇÃO (CONSTITUIÇÃO RÍGIDA); ÓRGÃO RESPONSÁVEL PELO CONTROLE. Elementos: OBJETO DE CONTROLE; PARÂMETRO DE CONTROLE (ou paradigma ou referência).

4 1.2 Tipos de controle de constitucionalidade PREVENTIVO ou REPRESSIVO; JUDICIAL ou POLÍTICO; CONCRETO/INCIDENTAL ou ABSTRATO; DIFUSO ou CONCENTRADO. Obs. Em regra, o controle difuso é concreto e o controle concentrado é abstrato. Mas há exceções.

5 1.3 Controle político de constitucionalidade É o controle não judicial, feito pelo Executivo e pelo Legislativo. Parte minoritária da doutrina denomina de apreciação de (in)constitucionalidade.

6 1.4 Controle político de constitucionalidade Controle político Poder Executivo VETO PRESIDENCIAL (Art. 66, 1º) - contrário ao interesse público (motivação política) - contrário à Constituição (motivação jurídica) CONTROLE POLÍTICO PREVENTIVO; LEGITIMIDADE ATIVA PARA ADI, ADC, ADO e ADPF Obs. O prefeito não. DETERMINAÇÃO DE INAPLICAÇÃO OU DESCUMPRIMENTO DE LEI INCONSTITUCIONAL CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO Obs. Não possui previsão constitucional. O Chefe do Executivo retira sua autoridade da Constituição. Deve respeito primeiro à ela, depois à lei. STF reconhece tal possibilidade (ADI 221).

7 1.5 Controle político de constitucionalidade Controle político Poder Legislativo ATUAÇÃO DA CCJ Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da CD e do SF CONTROLE POLÍTICO PREVENTIVO; REJEIÇÃO AO VETO PRESIDENCIAL CONTROLE POLÍTICO PREVENTIVO; ANÁLISE DA MEDIDA PROVISÓRIA CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO Obs. Medida provisória tem força de lei). SUSTAÇÃO DA LEI DELEGADA - que extrapole o poder regulamentar; - que extrapole os limites da delegação legislativa (CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO ou, para CESPE, CONTROLE DE LEGALIDADE).

8 1.6 Controle político de constitucionalidade Controle político Poder Legislativo LEGITIMIDADE ATIVA PARA ADI, ADC, ADO e ADPF; Obs. Mesa de Câmara Municipal não. DETERMINAÇÃO DE INAPLICAÇÃO DE LEI INCONSTITUCIONAL - CONTROLE POLÍTICO REPRESSIVO; REVOGAÇÃO DE LEI INCONSTITUCIONAL (mediante edição de nova lei); EDIÇÃO DE EMENDA CONSTITUCIONAL SUPERADORA DO ENTENDIMENTO DO STF (não pode violar os limites ao Poder Reformador); RESOLUÇÃO SUSPENSIVA DO SF. Obs. Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionalidade de atos e contratos. Tribunal de Contas é órgão constitucional autônomo que atua como órgão de auxílio ao Legislativo.

9 1.7 Controle judicial preventivo Em regra o controle judicial é repressivo, mas excepcionalmente pode ser preventivo. Hipótese: violação ao devido processo legislativo constitucional em trâmite de Projeto de Lei ou PEC: MANDADO DE SEGURANÇA PARLAMENTAR.

10 1.7 Controle judicial preventivo A Competência do STF não é fixada em razão da matéria constitucional com finalidade de controle: Trata-se de controle judicial difuso, mesmo sendo competente o STF. Está em jogo direito líquido e certo do parlamentar ao devido processo legislativo constitucional: controle concreto; Assim trata-se de CONTROLE DIFUSO CONCRETO

11 1.7 Controle judicial preventivo Atenção! Se a violação for a norma regimental, não cabe MS. Segundo o STF, trata-se de matéria interna corporis; Somente é apreciada a inconstitucionalidade formal, não cabe a análise material do conteúdo do PL ou PEC;

12 1.7 Controle judicial preventivo No caso de PEC, também é apreciada somente a inconstitucionalidade formal, mas deve-se atentar que o procedimento de PEC também é limitado pelas cláusulas pétreas explícitas. Art. 60, 4º, CRFB: Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais.

13 1.8 Tipos de inconstitucionalidade INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL OU NOMOESTÁTICA: conteúdo da norma (substantiva); INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL OU NOMODINÂMICA: elaboração da norma. Pode ser: - formal procedimental: vício no processo legislativo. Pode ser: formal procedimental subjetiva (vício de iniciativa); formal procedimental objetiva (vício posterior à iniciativa. Ex. vício de quórum); - orgânica: repartição de competências entre os entes da federação. - por violação a pressupostos constitucionais específicos (Ex. pressupostos da medida provisória).

14 1.8 Tipos de inconstitucionalidade INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO; INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. Obs. Tanto a inconstitucionalidade por ação como a por omissão podem ser de tipo total ou parcial.

15 1.8 Tipos de inconstitucionalidade INCONSTITUCIONALIDADE DIRETA: Atinge ato normativo primário; INCONSTITUCIONALIDADE INDIRETA: Atinge ato normativo secundário. Atenção! O STF não admite a inconstitucionalidade indireta, reflexa ou oblíqua. Só cabe ADI contra ato normativo primário.

16 1.8 Tipos de inconstitucionalidade INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO. Também chamada de inconstitucionalidade por derivação, atração, consequencial ou ricochete. Obs. Pode ser declarada de ofício. STF entende que há mitigação do princípio da adstrição ao pedido no controle abstrato.

17 1.8 Tipos de inconstitucionalidade INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA (ou congênita, genética, no nascimento): Norma já nasce inconstitucional. INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: Norma se torna inconstitucional. Não é admitida pelo STF. A lei não é recepcionada pela nova Constituição ou Emenda. Atenção! Em regra, não se admite a inconstitucionalidade superveniente. Exceção: é possível interpretar a mutação constitucional como inconstitucionalidade superveniente.