Relatório e Contas 2005 Banif - Banco de Investimento. Report and Accounts 2005 Banif - Banco de Investimento



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Transcrição:

05 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

05 Relatório e Contas Banif Banco de Investimento Report and Accounts Banif Banco de Investimento

Índice 6 8 12 14 14 20 23 32 39 43 49 50 58 60 61 62 64 66 72 76 80 83 83 95 106 106 184 264 266 326 326 326 327 328 330 332 336 Órgãos Sociais Mensagem do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras 1. Enquadramento Macroeconómico 1.1. Conjuntura Internacional 1.2. Conjuntura Nacional 1.3. Sistema Financeiro 2. A actividade desenvolvida pelo Banif Banco de Investimento, S.A. e empresas subsidiárias em 2005 2.1. Financial Advisory 2.2. Mercado de Capitais Dívida 2.3. Mercado de Capitais Acções 2.4. Gestão de Activos 2.5. Cross Selling 2.6. Private Banking 2.7. Corporate Banking 2.8. Private Equity 2.9. Actividade Offshore 3. Perspectivas Futuras 4. Proposta de Aplicação de Resultados 5. Notas Finais 6. Demonstrações Financeiras 6.1. Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração de Variações em Capital Próprio e Demonstração de Fluxos de Caixa 6.1.1. Contas Individuais 6.1.2. Contas Consolidadas 6.2. Anexo às Contas 6.2.1. Contas Individuais 6.2.2. Contas Consolidadas 7. Anexos ao Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras 7.1. Informação nos termos do Art. o 447 o do Código das Sociedades Comerciais 7.2. Informação nos termos do Art. o 448 o do Código das Sociedades Comerciais 7.3. Informação nos termos do Art. o 324 o do Código das Sociedades Comerciais 7.4. Informação nos termos do Art. o 486 o do Código das Sociedades Comerciais 7.5. Organograma 7.6. Direcção Relatório e Parecer do Conselho Fiscal Certificação Legal das Contas Individuais Certificação Legal das Contas Consolidadas Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento

Contents 6 8 12 14 14 20 23 32 39 43 49 50 58 60 61 62 64 66 72 76 80 83 83 95 106 106 184 264 266 326 326 326 327 328 330 332 336 Governing Bodies Joint Statement of the Chairman of the Board of Directors and the Chief Executive Officer Management Report and Financial Statements 1. Economic Environment 1.1. The International Economy 1.2. The Portuguese Economy 1.3. Financial Markets 2. Account of the Operations of Banif Banco de Investimento, S.A. and its subsidiaries in 2005 2.1. Financial Advisory 2.2. Debt Capital Markets 2.3. Equity Markets 2.4. Asset Management 2.5. Cross Selling 2.6. Private Banking 2.7. Corporate Banking 2.8. Private Equity 2.9. Offshore Activity 3. Outlook 4. Proposed Allocation of Net Profits for the Year 5. Closing Remarks 6. Financial Statements 6.1. Balance Sheet, Income Statement, Changes in Consolidated Equity in 2005 and 2004 and Consolidated Cash Flow Statement 6.1.1 Individual Accounts 6.1.2 Consolidated Accounts 6.2. Notes to the Financial Statements 6.2.1 Individual Accounts 6.2.2 Consolidated Accounts 7. Notes to the Management Report and Financial Statements 7.1. Disclosure under the terms of srticle 447 of the Portuguese Commercial Company Law 7.2. Disclosure under the terms of srticle 448 of the Portuguese Commercial Company Law 7.3. Disclosure under the terms of srticle 324 of the Portuguese Commercial Company Law 7.4. Disclosure under the terms of srticle 486 of the Portuguese Commercial Company Law 7.5. Organisation Chart 7.6. Management Report ans Opinion of the Audit Board Legal Certification of the Individual Accounts Legal Certification of the Consolidated Accounts Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Órgãos Sociais Governing Bodies Conselho de Administração Board of Directors Mesa da Assembleia Geral General Meeting Presidente Chairman Dr. Joaquim Filipe Marques dos Santos Secretários Secretaries Dr. José António Vinhas Mouquinho Dr. Carlos Manuel Graça Ramos Oliveira Conselho de Administração Board of Directors Presidente Chairman Comendador Horácio da Silva Roque VicePresidente ViceChairmen Dr. Carlos David Duarte de Almeida Dr. Artur Manuel da Silva Fernandes Vogais Members Dr. João Paulo Pereira Marques de Almeida Dr. Nuno José Roquette Teixeira Dr. Gonçalo França de Castro Pereira Coutinho Dr. Raul Manuel Nunes da Costa Simões Marques Dr. José Paulo Baptista Fontes Eng. Pedro Nuno Munhão Pinto Coelho 6 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Conselho Fiscal Audit Board Presidente Chairman Dr. Fernando Mário Teixeira de Almeida Vogais Members Ernst & Young Audit & Associados, SROC Dr. Rui Manuel Braga de Almeida Suplentes Deputy Members Dr. Sérgio António do Rosário Vaz Monteiro Dr. João Carlos Miguel Alves (ROC) Comissão Executiva Executive Committee Presidente CEO Dr. Artur Manuel da Silva Fernandes Conselho Consultivo Advisory Board Prof. Dr. Almeida do Pranto Nogueira Leite Dr. João Vieira de Almeida Dr. Fernando José Inverno da Piedade Dr. Jorge Armindo de Carvalho Teixeira Dr. José Almeida Guerra Eng. Miguel Maria Sá Paes do Amaral Comendador Horácio da Silva Roque Eng. José Romão Leite Braz Dr. Pedro Miguel Duarte Rebelo de Sousa Dr. Gonçalo Cristóvam Meireles de Araújo Dias Comissão de Remunerações Remuneration Committee Dr. José Marques de Almeida, em representação da Rentipar SGPS, S.A. Dr. Fernando José Inverno da Piedade, em representação da Fundação Horácio Roque Dr. Victor Hugo Simmons, em representação da Renticapital SGPS, S.A. Vogais Members Dr. João Paulo Pereira Marques de Almeida Dr. Nuno José Roquette Teixeira Dr. Gonçalo França de Castro Pereira Coutinho Dr. Raul Manuel Nunes da Costa Simões Marques Secretário da Sociedade Company Secretary Dra. Ângela Maria Simões Cardoso Seabra Lourenço Secretário da Sociedade Suplente Deputy Company Secretary Olga Maria Miranda Menici Malheiro Valente 7

Mensagem do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da Comissão Executiva Joint Statement of the Chairman of the Board of Directors and the Chief Executive Officer Artur Silva Fernandes Presidente da Comissão Executiva Chief Executive Officer Horácio da Silva Roque Presidente do Conselho de Administração Chairman of the Board of Directors 8 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

O Banif Banco de Investimento comemorou no passado dia 15 de Dezembro o seu 50 aniversário. Nestes cinco anos de existência criámos uma base sólida de inovação, crescimento e solidez. Neste período registámos, de forma progressiva e consistente, um desempenho notável, como o demonstram os resultados e os diferentes indicadores de performance. Este facto é especialmente relevante se retivermos que o banco foi constituído e iniciou a sua actividade num contexto económico e de mercados financeiros extremamente desfavorável a nível nacional e internacional. Banif Banco de Investimento celebrated on the 15 December last year its 5th anniversary. We are convinced that for the last five years since our foundation we have created a solid basis for innovation, growth and solidity. In this period, we have, in a gradual and consistent way, achieved an outstanding performance as shown by several indicators and, above all, our financial performance. This outcome deserves particular praise if we recall that we started operations in a difficult context of stagnant growth and weak financial markets. Superámos obstáculos e dificuldades associadas ao ciclo adverso com níveis de risco controlados tendo materializado um modelo de negócio diversificado, embora devidamente integrado, com sinergias e efeitos de escala entre as áreas de negócio de proveitos recorrentes e as que apresentam proveitos mais cíclicos. A expansão internacional da actividade de banca de investimento do Grupo Banif teve a sua maior expressão no Brasil com a constituição do Banif Primus Banco de Investimento, S.A., o qual controla a Banif Primus Sociedade Corretora, com actuação na Bolsa de Valores de São Paulo Bovespa e na BM&F, e o EconoFinance, segundo maior homebroker independente e oitavo maior homebroker no mercado brasileiro. Com este segundo banco, o Grupo Banif passa a actuar no Brasil de forma especializada nas duas grandes áreas do negócio bancário, a banca comercial, através do BanifBanco Internacional do Funchal (Brasil), S.A., e a banca de investimento, através do Banif Primus Banco de Investimento, S.A.. We overcame obstacles and difficulties deriving from the adverse economic cycle and responded by carefully managing risk levels and simultaneously implementing an integrated, yet diversified business model built on seeking synergies between the different business areas. This proved to be a winning strategy as it tended to stabilize revenues across the business cycle. The international expansion of Banif Group s investment banking operations knew an important development with the creation in Brazil of Banif Primus Banco de Investimento, S.A. This newly founded bank controls Banif Primus Sociedade Corretora, a brokerage trading on Bovespa, the São Paulo stock exchange, and BM&F, the Brazilian commodities and futures exchange, as well as EconoFinance, Brazil second largest independent Home Broker and eighth largest in Brazil. By setting up Banif Primus Banco de Investimento, Banif Group established an investment banking presence in Brazil, in addition to its Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), S.A. commercial bank. 9

Alcançámos, definitivamente, notoriedade e visibilidade no mercado e consolidámos a nossa posição nos diferentes segmentos de actividade. Fomos inovadores, tendo desenvolvido novos produtos e serviços no mercado e posicionámos diversos produtos no top dos respectivos rankings. Construímos uma base de clientes investidores na opa, EUA e Brasil e executámos transacções relevantes no mercado. Preenchemos o nosso espaço natural no Grupo Banif, completando as áreas de Banca Comercial e de Seguros e contribuímos para o seu fortalecimento como grupo financeiro universal. O dinamismo e a vitalidade do banco ficaram bem evidenciadas no exercício de 2005 pelo crescimento de 27% no produto bancário, relativamente ao ano anterior potenciado pelo aumento de 26% registado nas comissões líquidas, tendose ainda salientado a sua qualidade e diversificação e dos activos sob gestão (+50% em relação a Dezembro de 2004 que inclui a gestão de patrimónios e os fundos de pensões e de investimento mobiliário, imobiliário e fundos especiais de investimento). As actividades de mercado de capitais e corretagem registaram também um acréscimo do valor global intermediado. O perfil do activo do Banif Investimento mantevese com um reduzido nível de risco, sendo maioritariamente constituído por disponibilidades e títulos com rating e liquidez (89%) e a componente de crédito concedido continua a ter associado, em 90% do total, garantias reais como colateral. O desempenho operacional do banco permitiu o crescimento do seu resultado líquido para 4,9 milhões de os (+42%), o que se traduziu num retorno sobre os capitais próprios de cerca de 17%. We have strengthened our position and we are now a force to be reckoned with across market segments. We have been innovative by tailoring new products to demanding markets. We have built an enviable investor client base in ope, the US and Brazil and have executed prominent transactions in the markets. We have been up to the task of creating our space in Banif Group product offer, complementing in a relevant way the commercial banking and insurance businesses. We are proud to have contributed to strengthening Banif Group position as a universal financial services group. In 2005 we had the opportunity to evidence our resolve and vitality. Total revenues expanded 27%, driven by strong growth in net commissions. Assets under management including portfolio and pension, fund management and also mutual, real estate and balanced funds grew 50%. The volume traded in capital markets and brokerage operations also increased. Meanwhile, the risk profile of the Bank s own portfolio of rated and liquid assets was kept within conservative bounds. Credit was prudently extended and 90% of it was collateralized. Operational control led to growth of 42% in net income to 4.9 million os and return on equity was 17%. 10 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Com o objectivo de dotar o banco da capacidade financeira necessária ao desenvolvimento das diferentes áreas de negócio, foi realizado, em Novembro, um aumento do capital social de vinte para trinta milhões de os. The Bank s capital was increased in November from 20 to 30 million os, with a view to supplementing financial resources and thereby facilitating the development of the various business areas. Os resultados atingidos, a notoriedade e o reconhecimento já alcançados fortalecem e consolidam o nosso entusiasmo e a convicção de que as opções estratégicas são as mais adequadas para a prossecussão dos objectivos do banco. Terminamos com uma palavra de agradecimento a todos os que contribuíram para os resultados alcançados, nomeadamente os nossos Colaboradores, Órgãos Sociais e Entidades Oficiais, pelo empenho e colaboração sempre demonstrados, e aos nossos Clientes, cuja confiança e preferência é determinante para o nosso sucesso. Queremos ainda expressar um sentido agradecimento às Empresas que constituem o Grupo Banif, em especial ao Banif Banco Internacional do Funchal e ao Banco Comercial dos Açores, por terem sido peças fundamentais no sucesso de crescimento e consolidação do Banif Banco de Investimento. The results and recognition we have achieved have reinforced our enthusiasm and confidence that the adopted strategy is the right one to pursue the Bank s objectives. A note of acknowledgement to all those who have contributed to the achieved results, in particular our employees, governing bodies and authorities for their commitment and good cooperation and to our clients for their trust and preference that have been instrumental in our success. Finally, we should like to thank our Banif Group colleagues, in particular Banif Banco Internacional do Funchal and Banco Comercial dos Açores, for the key role they have played in the success and growth of Banif Banco de Investimento. 11

01 Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras Management Report and Financial Statements Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

1876 Alexander Bell inventa o primeiro telefone Alexander Bell invents the first telephone

01 1. Enquadramento Macroeconómico 1.1. Conjuntura Internacional 1. Economic Environment 1.1. The International Economy O ano de 2005 ficou marcado por uma desaceleração do crescimento económico mundial o Fundo Monetário Internacional estima que a economia global tenha crescido 4,3% contra 5,0% em 2004 num contexto de elevados preços do petróleo e de subida de taxas de juro: o preço do petróleo atingiu um novo máximo histórico a 69,81 Dólares, a Reserva Federal Americana subiu a taxa de referência em 2,25% para 4,25% e o Banco Central opeu (BCE) iniciou também um ciclo de subida de taxas. 2005 assinala igualmente a rejeição do Tratado Constitucional pela França e pela Holanda, com implicações negativas ao nível do câmbio e dos indicadores de confiança; o anúncio da progressiva flexibilização do Renminbi, indiciando maior variedade na composição das reservas cambiais dos países asiáticos; o acentuar dos movimentos terroristas, com os ataques bombistas de Londres, e uma sequência anormal de catástrofes naturais. Uma das grandes surpresas de 2005 foi o facto de a subida /manutenção do preço do petróleo em níveis historicamente elevados ter tido um impacto mitigado sobre o crescimento e a inflação. Estimase que a taxa de inflação, excluindo os preços dos bens alimentares e energéticos, ao nível do G4 (EUA, opa dos 12, Reino Unido e Japão) se tenha mantido num intervalo estável, em torno de 1,21,7%, cerca de 1% abaixo da taxa de inflação que incorpora estes dois efeitos, um patamar confortável do ponto de vista dos bancos centrais. A maior mobilidade laboral entre economias, propiciada pelo efeito globalização, impediu que a subida do preço do petróleo se repercutisse noutros indicadores de inflação mais relevantes, nomeadamente ao nível do mercado laboral. In 2005 world economic growth slowed down against a backdrop of high oil prices and rising interest rates. According to the International Monetary Fund (IMF), the global economy is estimated to have grown 4.3%, compared to 5% in 2004. The price of crude reached an alltime high of 69.81 US dollars and the Federal Reserve raised its reference Fed Funds rate by 2.25% to 4.25%. Towards the end of the year, the opean Central Bank (ECB) started a cycle of interest rates rises. The year also saw the rejection of the Constitutional Treaty by France and the Netherlands, which had negative implications for both the value of the euro and the level of confidence indicators. Other key events were the change of China s exchange rate policy, the diversification of Asian central banks reserve assets, the rise of terrorist actions, particularly in London, and a rare series of natural disasters. A quite surprising development in 2005 was the subdued effect of high oil prices on output and inflation. Estimates point to stable inflation, excluding food and energy, with levels in the G4 area (US, EU 12, UK and Japan) in the 1.21.7% range. For price inflation including food and energy the level was approximately 1% higher, which did not inspire concern to monetary policy makers. Freer access to new pools of labour, driven by globalisation, offset the impact of higher energy prices. 14 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

A normalização da política monetária constituíu outro dos grandes temas de 2005, com a Reserva Federal Americana a subir a sua taxa de referência em 225 pontos base (pb), de 2,00% para 4,25%, enquanto que o BCE, no final do ano, elevou a sua taxa de referência em 25 pb para 2,25%, depois de mais de dois anos e meio de estabilidade. A subida das taxas ficou a deverse mais à necessidade de reduzir o grau acomodatício da política monetária do que a qualquer tipo de pressões inflacionistas, já que os índices de inflação subjacente, que mede a evolução dos preços excluindo factores mais voláteis e que as autoridades monetárias seguem com mais atenção, se mantiveram dentro de um intervalo relativamente confortável. Estimase que a economia americana tenha crescido 3,6% em 2005, acima do seu ritmo potencial, num período em que a alta do preço do petróleo não inibiu a Reserva Federal de prosseguir o processo de normalização das taxas de juro. Depois de um crescimento do 3,6% no primeiro semestre, foramse avolumando sinais de abrandamento económico, fruto principalmente do fraco desempenho do mercado de trabalho, e principalmente à medida que a Reserva Federal se mostrava inflexível no seu esforço de eliminação do excesso de liquidez existente. No entanto, a economia conseguiu manter o mesmo ritmo de crescimento no terceiro trimestre, impulsionada essencialmente pelo investimento e pelo consumo privado, componentes que cresceram 5,7% e 3,9%, respectivamente. The end of expansionary monetary policies was an important feature in 2005. The Federal Reserve raised its reference rate by 225 basis points, from 2% to 4.25%, which was followed by the ECB in December, when it raised its refi rate by 0.25% to 2.25%, which occurred after two and a half years of stability. This rise in interest rates was prompted by the central bank s resolve to curb accommodating policy rather than the need to respond to inflationary pressures. Indeed, underlying inflation, a measure excluding volatile items and, therefore, closely tracked by central banks, did not deviate from manageable levels. In a year when higher oil prices did not discourage the Federal Reserve from raising rates, the US economy is estimated to have grown by 3.6% in 2005, probably above its output potential. After vigorous growth of 3.6% in the first half, signs stacked up that growth was slowing down as a result of weak labour markets and the Fed s determination to soak up excess liquidity. In spite of hawkish policies and unexciting employment figures, growth proceeded unabated in the third quarter, driven primarily by investment and consumer demand, that grew 5.7% and 3.9%, respectively. While inflation was affected by rising energy prices, its underlying measure followed a path in the 1.12.2% range, considered to be within the Federal Reserve s control. The conjunction of growth No que respeita ao comportamento da inflação, a subida do petróleo afectou naturalmente a taxa de inflação corrente mas as taxas subjacentes sofreram em menor escala, tendo oscilado dentro do intervalo de 1,1% a 2,2%, um patamar mais confortável do ponto de vista da Reserva Federal. O ritmo de crescimento da 15

01 economia acima do potencial, a par de um nível de inflação controlado e de taxas de obrigações de longo prazo a níveis historicamente baixos, viria a suscitar amplos debates entre os investidores sobre a sustentabilidade das actuais condições dos mercados financeiros. A Zona o terá apresentado em 2005 um abrandamento do ritmo de crescimento, com o produto a crescer cerca de 1,4% face a 1,8% em 2004 e abaixo das estimativas avançadas no início do ano. No primeiro semestre, o efeito da apreciação do o, com impacto negativo no sector exportador, e a rejeição do Tratado Constitucional opeu, com reflexos na deterioração dos principais índices de confiança, quer empresariais, quer individuais, juntamente com a precariedade da situação orçamental, conduziu a um cenário de quase estagnação económica, com o PIB comunitário a crescer apenas 1,2%. Este factor, aliado ao nível de inflação controlado (1,5%, excluindo o contributo dos bens alimentares e energéticos) e à permanência de uma taxa de desemprego elevada (acima de 8,5%), gerou frequentes especulações sobre um possível corte de taxas por parte do BCE. above potential, controlled inflation and historically low longterm yields would dominate the debate among investors over the sustainability of conditions in financial markets. Growth in the euro zone slowed down in 2005, with output growing at around 1.4% against 1.8% in 2004, and below estimates at the beginning of the year. In the first half the economy slumped, as an appreciating euro dampened exports and the rejection of the opean Union s Constitutional Treaty impacted negatively business and consumer confidence. These factors, coupled with restrictive fiscal policies designed to restore deteriorated public finances, led to growth of just 1.2% in the EU. This low growth, in combination with subdued inflation and unemployment above 8.5%, led to speculation that the ECB might ease rates. In the third quarter, most confidence indicators started to improve, following the depreciation of the euro as inflation rose above the target of 2%, which prompted the ECB to raise rates after two and a half years of stability. A partir do terceiro trimestre, a generalidade dos índices de confiança apresentou melhorias consideráveis, reflectindo a tendência de depreciação do o, o que aliado a uma taxa de inflação ligeiramente acima do objectivo de 2%, motivou a subida de taxas por parte do BCE, interrompendo um ciclo de manutenção que se prolongava há dois anos e meio. 16 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Crescimento do PIB (Taxa de variação real) GDP Growth (Real Rate) Zona o o Zone EUA USA Japão Japan % 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 2003 2004 2005E Estimase que o Japão tenha apresentado em 2005 uma ligeira desaceleração do ritmo de crescimento, com o produto ainda assim a subir cerca de 2,5%, estimulado essencialmente pela procura externa e, em particular, pela China. O mercado de trabalho evidenciou algumas melhorias, com a taxa de desemprego a registar uma ligeira queda de 4,7% para 4,3%, em consonância com uma subida generalizada dos indicadores de confiança empresarial. Apesar do forte crescimento económico, a economia japonesa não se conseguiu dissociar do processo de deflação que a tem afectado nos últimos anos: a inflação homóloga terá voltado a registar variações negativas, em torno de 1,2%, em linha com o verificado no ano anterior. The Japanese economy is estimated to have decelerated slightly in 2005, with GDP growing, however, at a rate of approximately 2.5%, primarily stimulated by external demand, in particular from China. The labour market showed some buoyancy, with unemployment declining to 4.3% from 4.7%, as business confidence rose across the board. In spite of vigorous economic growth, the economy was unable to shed its deflationary status and prices fell 1.2%, in line with what had happened the year before. The main Asian economies grew mostly in line with their performance in 2004, i.e. at a rate of 7.8%. This was due to strong domestic demand which also contributed to significant growth in As principais economias asiáticas mantiveram um ritmo de crescimento em linha com o observado em 2004 cerca de 7,8% em resultado do forte dinamismo das respectivas procuras internas, o que tem por sua vez ajudado a incrementar 17

01 significativamente o volume de trocas comerciais a nível global. O vigor da economia chinesa, cujas estimativas apontam para um crescimento em torno de 9,5%, continuou a suportar a procura mundial. Estimase que a América Latina tenha sofrido uma desaceleração do crescimento económico dos fulgurantes 5,9% em 2004 para 3,9% em 2005, com a taxa de inflação a diminuir de 6,6% para 5,7%, no mesmo período. O crescimento da economia americana e o estímulo da procura externa da China, assim como o comportamento favorável dos preços das matériasprimas, beneficiaram o sector exportador do bloco latinoamericano. O Brasil terá apresentado uma desaceleração do ritmo de crescimento, acompanhada da redução da inflação e da diminuição da taxa de desemprego. Estimase que o PIB tenha crescido 2,3% face a 4,9% no ano anterior, com a inflação homóloga a diminuir dois pontos percentuais para 5,6% e a taxa de desemprego a reduzirse de 11,5% para 10,1%. Merece igualmente referência a ligeira deterioração do défice orçamental, de 2,7% para 3,4% do PIB, devido ao peso acrescido das despesas, em resultado de taxas de juro mais elevadas. Estimase que a política de subida de taxas por parte do Banco Central, iniciada em Setembro de 2004, tenha tido um impacto superior ao esperado na economia real. O último aumento aconteceu em Maio, quando a taxa atingiu 19,75%. Nas três reuniões seguintes, o Banco Central manteve a taxa de referência inalterada e, em Setembro, iniciou o ciclo de descida, com um corte de 25 pb, a que se seguiram cortes de 50 pb nas reuniões de Outubro, Novembro e Dezembro, com a taxa a fechar o ano em 18%. world trade. The strength of the Chinese economy, estimated to have grown at 9.5%, helped to sustain global demand levels. In Latin America economic growth decelerated to 3.9% from 5.9% in 2004, while inflation subsided from 6.6% to 5.7%. A growing US economy, coupled with added demand from China and favourable commodities prices, provided a welcome boost to the region s export sector. In Brazil the slowdown in economic growth led to lower inflation and, surprisingly, a decline in the unemployment rate. GDP is estimated to have grown 2.3% versus 4.9% the year before, while inflation eased two full percentage points to 5.6% and unemployment decreased to 10.1% from 11.5% in 2004. Heavier debt service due to higher interest rates resulted in a slight deterioration of the budget deficit from 2.7% to 3.4% of GDP. According to analysts, the high interest rate policy pursued by the Brazilian central bank since September 2004 had a stronger impact on output than had been expected by policy makers. The bank increased rates for the last time in May when the reference rate reached 19.75%. After three meetings where rates were kept unchanged, the central bank inaugurated in September a new cycle of declining rates with a 25 basis point cut, followed by three 50 basis point cuts in October through December, with the reference rate ending the year at 18%. 18 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

A actuação do Banco Central teve também repercussões na apreciação do Real face ao Dólar (cerca de 12% no ano, para 2,33 Reais/Dólar) e num estreitamento do spread do principal referencial de risco Brasil (o índice EMBI+) para um nível historicamente baixo 311 pb face a 382 pb no final de 2004. Central Bank action also had an impact on the 12% appreciation of the real against the US dollar. The year closed with an exchange rate of 2.33 to the dollar as the EMBI+, a widely watched Brazilian risk indicator, tightened 71 basis points, from 382 to 311. 19

01 1.2. Conjuntura Nacional 1.2. The Portuguese Economy A economia portuguesa registou em 2005 uma desaceleração no seu ritmo de crescimento, estimandose que tenha crescido cerca de 0,3% face a 1,3% no ano transacto, bastante abaixo das expectativas iniciais, e implicando quatro anos consecutivos de divergência real face à Zona o. De facto, o ambiente económico mantevese bastante deprimido, sobretudo durante a primeira metade do ano, altura em que o tópico da estabilidade das finanças públicas ganhou novo relevo na sequência das eleições legislativas antecipadas. A reavaliação das contas públicas colocou o valor do défice em 6,83% para 2005, forçando a adopção de várias medidas de contenção, entre as quais se contam a subida da taxa normal do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de 19% para 21% bem como de outras taxas específicas de imposto. Ainda decorrente dessa reavaliação, a República Portuguesa viu a sua notação de crédito reduzida pela agência Standard&Poors de AA para AA. % 5,0 The Portuguese economy slowed down in 2005, with GDP estimated to have grown a bleak 0.3% compared to 1.3% in 2004. This was considerably below expectations and aggravated four consecutive years of real divergence from the euro zone average. The economic climate was very subdued, primarily in the first half of the year, with renewed attention being given to the gaping budget deficit in the wake of the parliamentary elections. As public accounts were restated to put the deficit for the year at 6.83% of GDP, the new government launched a package of austerity measures including an increase in VAT from 19% to 21%. As a consequence of the revised deficit figure, Standard & Poor s downgraded the Republic s credit rating from AA to AA. 4,0 Crescimento do PIB (Taxa de variação real) GDP Growth (Real Rate) 3,0 2,0 1,0 Portugal Portugal Zona o o Zone 0,0 1,0 2,0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005E 20 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Uma análise mais atenta às principais componentes do PIB revela que o consumo privado continua a ser o principal sustentáculo da economia, devido essencialmente ao estímulo de taxas de juro historicamente baixas e apesar da contenção salarial e da subida da taxa de desemprego para máximos históricos (7,7%). Assim, a despesa dos consumidores terá crescido cerca de 1,8% em 2005, uma ligeiríssima desaceleração face a 2004. Inversamente, o investimento foi a componente com pior desempenho, estimandose que tenha caído cerca de 3,1% durante o ano, bastante abaixo das expectativas iniciais. Do lado da procura externa, as tendências de perda de competitividade e de quota de mercado no exterior mantiveramse mas foram surgindo sinais mais encorajadores ao longo do segundo semestre, estimandose mesmo que a procura externa líquida tenha tido um contributo positivo para o crescimento nesse período, compensando o abrandamento da procura interna. Em termos de finanças públicas, os gastos do Estado terão aumentado cerca de 1,1% em termos reais, ainda assim abaixo da taxa de 2,6% registada em 2004. A closer look at GDP aggregates shows that the economy was pulled down by consumer demand, which was primarily due to the stimulus provided by historically low interest rates and in spite of low wage growth and a pronounced rise in the unemployment rate to 7.7.%. In 2005 consumer expenditure grew 1.8%, which was slightly lower than in 2004. Conversely, investment demand performed poorly, falling 3.1.% in the year, which was considerably below expectations. External demand reflected a decline in competitiveness and market share although the second half evidenced some encouraging signs of recovery to the extent that net external demand may have contributed to growth in that period offsetting the slowdown in internal demand. Public expenditure grew 1.1% in real terms versus 2.6% in 2004. Confiança dos Consumidores (Índice) Consumer Confidence (Index) Portugal Portugal Zona o o Zone 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 80 60 40 20 0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005E 21

01 No que diz respeito à inflação, a conjuntura económica mais deprimida acabaria por compensar o efeito inflacionista decorrente da subida dos preços do petróleo, levando o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) a desacelerar face a 2004, de 2,5% para cerca de 2,1%. In spite of higher oil prices, softer demand conditions held down inflationary pressures in the economy, which curbed the CPI to 2.1% from 2.5% in 2004. Inflação (Índice de Preços Harmonizado) Inflation (Harmonised CPI) Portugal Portugal Zona o o Zone 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005E A permanência de um padrão de crescimento essencialmente assente no consumo privado acabou por agravar em 2005 o desequilíbrio das contas externas portuguesas. Assim, a Balança de Transacções Correntes voltou a deteriorarse, prevendose que o seu défice conjunto com a Balança de Capital tenha atingido cerca de 8,2% do PIB face a 5,9% no ano anterior. The prominence of consumer demand in GDP growth led to an increased imbalance in the country s external accounts. The current account deteriorated further and the combined current/capital deficit for the year is estimated to have reached 8.2%, which was considerably larger than the 5.9% for 2004. 22 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

1.3. Sistema Financeiro Situação Global 1.3. Financial Markets Overview O ano de 2005 ficou marcado pela introdução formal das novas regras contabilísticas impostas pelas Normas Internacionais de Contabilidade (NICs), que produziram algumas alterações importantes do ponto de vista regulamentar, já que o Banco de Portugal aproveitou para proceder a alguns ajustamentos nos cálculos dos requisitos de capital. Uma das questões mais prementes neste âmbito prendese com o tópico dos fundos de pensões, nomeadamente com a maior frequência nos ajustes de pressupostos actuariais, que poderá originar volatilidade acrescida na definição das contribuições, agravando o já difícil contexto que decorre do envelhecimento da população e da maior esperança de vida das populações. Nesse sentido, começaram a verificarse algumas movimentações por parte dos principais bancos no sentido de proceder à transferência dos fundos de pensões para o sistema geral. Do ponto de vista operacional, o ano caracterizouse pela manutenção das margens de intermediação a mínimos históricos, apenas mitigada no final do ano pela subida da taxa de referência do Banco Central opeu em 25 pb, que se reflectiu num movimento paralelo da curva de rendimentos do mercado monetário. As margens foram igualmente pressionadas pelo ambiente muito competitivo do mercado, sobretudo nos segmentos de crédito hipotecário e a grandes empresas, o que motivou alguns bancos a orientarem as suas estratégias de crescimento para o segmento de PMEs. Apesar disso e da conjuntura macroeconómica pouco favorável, a persistência de baixas taxas de juro em termos The launch of the new International Accounting Standards (IAS) brought significant regulatory changes as the Bank of Portugal seized the opportunity to revise the calculation of capital requirements. Adequate providing of pension funds was one of the focal issues in this respect with more frequent reviews of actuarial parameters as a consequence. This was expected to increase volatility in contributory amounts in addition to the larger payments made necessary by an ageing population and longer life expectancy. Consequently, major banks started initiatives towards transferring their pension liabilities to the staterun social security system. Interest margins were at historical lows until the end of the year when the ECB s quarterpoint rise prompted a shift in the shortterm yield curve. Margins came also under pressure due to the intense competition in the market, primarily in mortgage and corporate lending, which led a few players to divert their growth strategies to the SME sector. In spite of these trends and the unfavourable economic climate, persistently low interest rates 23

01 absolutos continuou a estimular o crescimento dos volumes, permitindo por isso uma subida da margem financeira em termos homólogos. Com efeito, invertendo a tendência do ano anterior, o volume de crédito global aumentou cerca de 8% face a 2004 (dados até Novembro de 2005), com o segmento de particulares a crescer cerca de 10,8% e o empresarial 5%. Neste último, vale a pena destacar o facto de o crescimento mais expressivo 17,4% ter sido observado nos créditos concedidos a prazos superiores a cinco anos. Do lado dos particulares, o crédito hipotecário continua a absorver a maior fatia do crescimento, tendo aumentado 13,4% face a 2004, o que compara com 10,8% para o crédito ao consumo. Mercado de Retalho A subida das taxas de juro por parte do Banco Central opeu, incorporada pelos mercados no início do quarto trimestre do ano, reflectiuse nas taxas activas praticadas pelas instituições bancárias nos novos empréstimos concedidos a empresas, que sofreram um agravamento médio de 30 pb, para 3,81% no caso das grandes empresas, e 5,85% no das PME s. Inversamente, o ambiente fortemente concorrencial vivido no segmento dos particulares levou a que as taxas médias praticadas no crédito a habitação se mantivessem praticamente inalteradas em 3,40% e chegassem mesmo a cair no crédito ao consumo, de 8,55% em Dezembro de 2004 para 8,29% em Novembro de 2005. generated larger lending volumes, which gave rise to an overall increase in financial margins compared to the year before. Reversing the trend in 2004, overall lending volumes increased by 8%, according to data released up to November, with consumer lending growing by 10.8% and business lending expanding 5% with credit extended for a term longer than five years growing 17.4%. On the consumer side, mortgage lending had the largest share of growth, expanding 13.4% while consumer loans increased 10.8%. Retail Market Following the ECB s rate rise in December, banks passed on the increase to their clients, raising average lending rates by 30 basis points. While business lending rates were raised to 3.81% in the corporate sector and 5.85% in the SME sector, sharp competition in the consumer sector kept mortgage rates at 3.40% with the rate charged for consumer loans declining to 8.29% in December from 8.55% in the year before. As a result of the ECB rise, funding costs rose by 4 basis points to 1.93% in the consumer sector while declining slightly in the business segment. This development was explained by a shift to deposit funding by banks attempting to counter the effects of rising market rates. No que diz respeito às operações passivas dos bancos para o mesmo período, o movimento foi também desfavorável para a margem de intermediação, já que as taxas de juro médias nos 24 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

depósitos a prazo até 1 ano e superiores subiram cerca de 4 pb para 1,93% no caso dos particulares, apesar de terem caído marginalmente no segmento empresarial. Este fenómeno poderseá justificar por uma maior apetência das instituições bancárias para recompor a sua base de financiamento a favor dos depósitos como medida de preparação para um cenário de subida de taxas de juro. Mercados Monetário e Cambial O ano de 2005 ficou marcado pela significativa apreciação do Dólar quase 9% face ao o e 15% face ao Iene, terminando o ano a 1,18 Dólar/o e 117,75 Ienes/Dólar, respectivamente apesar da permanência dos Défices Gémeos (défices público e externo). Factores como i) o alargamento do diferencial de taxas de juro entre os EUA e a opa, ii) a estabilidade das entradas de capitais nos EUA, subalternizando a problemática do financiamento do défice externo, iii) a forte procura dos Bancos Centrais estrangeiros por activos denominados em Dólares, no seguimento da acumulação de reservas originada pelos elevados preços do petróleo, e iv) a incerteza em torno da retoma europeia e as dúvidas sobre o futuro do projecto europeu, na sequência da recusa do Tratado Constitucional pela França e pela Holanda, motivaram a valorização do Dólar face às principais divisas internacionais. Money and Exchange Markets In spite of persistent budget and the current account deficits, the dollar appreciated significantly against major currencies, almost 9% to the euro and 15% to the Yen, closing the year at 1.18 and 117.75, respectively. Major factors influencing the rise of the dollar were (i) the increasing differential between interest rates across the Atlantic, (ii) the stable inflow of capital into the US, which mitigated the problem of funding recurring current account deficits, (iii) continued strong demand for Dollar assets by foreign central banks as reserves built up on the back of higher oil prices and trade account surpluses, (iv) uncertainties surrounding economic recovery in ope as well as doubts about the opean project raised by the rejection of the Constitutional Treaty by two founding members of the opean Union. In contrast with the US economy, where the trade deficit deteriorated further, exporters from Japan and the euro zone benefitted to a large extent from the depreciation of their home currencies. Estas desvalorizações do o e do Iene face à moeda americana beneficiaram o sector exportador daquelas economias, por oposição à americana, cujo défice comercial se terá agravado para 6,4% face a 5,7% no final de 2004. 25

01 120 1,35 Taxas de Câmbio Exchange Rates 115 1,30 110 1,25 Dólar/o (ED) Dollar/o Dólar/Iene (EE) Dollar/Yen 105 1,20 1,15 31/Dez Dec 1/Mar Mar 30/Abr Apr 29/Jun Jun 28/Ago Aug 27/Out Oct 26/Dez Dec No que diz respeito à evolução das taxas ibor, os sinais de abrandamento económico verificados no primeiro semestre adiaram a expectativa de subida de taxas por parte do BCE. No segundo semestre, a desvalorização do o com repercussões positivas ao nível do sector exportador, assim como a melhoria ao nível da confiança empresarial, justificaram o início do ciclo de subida de taxas pelo BCE, com a inclinação positiva da curva de rendimentos das obrigações (maturidade superior a um ano) a atenuarse. O aumento de taxas constituiu um padrão comum a todas as maturidades do mercado monetário, com os 3 meses a fecharem o ano a 2,49% (+ 33 pb), os 6 meses a 2,64% (+ 42 pb) e os 12 meses a 2,84% (+ 49 pb). As a result of the slowdown in economic activity, ibor rates in the first half did not anticipate potential rate increases by the ECB. In the second half, however, the positive effect on exports of the euro depreciation, coupled with the improvement in business confidence, provided the ground for a new cycle of rising interest rates with the mediumterm yield curve starting to flatten. Money market rates rose across maturities and closed the year with significant increases: 33 basis points in the 3month rate, which closed the year at 2.49%, 42 bps in the 6month rate (2.64% at yearend) and 49 bps in the 12month rate (2.84% at yearend). 26 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

% 3,0 2,8 Taxas ibor (Curvas de rendimento) ibor Rates (Yield Curves) 2,6 2,4 31/12/2004 31/03/2005 30/06/2005 30/09/2005 30/12/2005 2,2 2,0 1,8 3M 6M 9M 12M Mercado de Obrigações Bond Markets A evolução do mercado de obrigações, em 2005, revestiuse de contornos sui generis. Apesar da política de normalização das taxas directoras, o rendimento das taxas de longo prazo nos EUA mantevese a níveis historicamente baixos, originando uma redução da inclinação da curva de rendimentos. Os receios de abrandamento económico suscitados pela forte subida dos preços do petróleo, o fraco andamento do mercado de trabalho, uma taxa de inflação dentro de um intervalo perfeitamente confortável, justificaram a manutenção da rentabilidade das obrigações americanas num patamar relativamente baixo, apesar de não justificado pelo desequilíbrio das contas públicas e externas americanas. A rentabilidade das obrigações a 10 anos oscilou no intervalo de 3,9% a 4,6%, terminando o ano em 4,4% face a 4,2% em finais de 2004. Trends in the bond markets showed some peculiar features. In spite of the rise in reference rates from abnormally low levels, US longterm yields remained at historical lows, with the curve flattening as a result. In spite of the largesized budget and currentaccount deficits, US Treasury yields remained low, as markets expected a slowdown in economic activity driven by higher oil prices, soft employment data and controlled inflation. Tenyear Treasury bonds traded between 3.9% and 4.6% and ended the year at 4.4% against 4.2% at yearend 2004. 27

01 Outros factores como i) a continuada compra de títulos do Tesouro americano por parte de bancos centrais asiáticos, nomeadamente da China e do Japão, decorrente das opções de política cambial, ii) a redução do prémio de risco exigido pelos investidores, no seguimento da condução de uma política mais transparente por parte da Reserva Federal e iii) a existência de procura estrutural por parte de investidores institucionais, designadamente fundos de pensões, que enfrentam acrescidas necessidades de equilíbrio entre a maturidade de responsabilidades e aplicações, são igualmente apontados como os principais responsáveis pela manutenção do preços das obrigações em níveis historicamente elevados. Other factors that kept US bond prices at historical highs were (i) continued purchases for currency management purposes by Asian central banks, namely China and Japan, (ii) the downward adjustment of risk premiums following more predictable Federal Reserve policies and (iii) increased structural demand by institutional investors such as pension funds, striving to correct imbalances between assets held for investment and longterm pension liabilities. Obrigações do Tesouro Alemão (Curva de rendimento) German Treasury Bond (Yield curve) 31/12/2004 31/03/2005 30/06/2005 30/09/2005 30/12/2005 % 3,8 3,6 3,4 3,2 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 2 anos/ years 5 anos/ years 10 anos/ years 28 Relatório e Contas 2005 Banif Banco de Investimento Report and Accounts 2005 Banif Banco de Investimento

Na opa, os sinais de abrandamento económico e a apreciação do o verificados no primeiro semestre, aliados à incerteza do impacto do elevado preço do petróleo na evolução da economia europeia, justificaram a manutenção das taxas de juro por parte do Banco Central opeu. No segundo semestre, à medida que se mitigavam as dúvidas relativamente ao andamento da economia, o mercado começou a antecipar a subida de taxas de juro por parte do Banco Central, interrompendo um ciclo de manutenção que se prolongava por dois anos e meio. O diferencial entre as taxas de juro das maturidades de 2 e 10 anos diminuiu 76 pb para 45 pb. Enquanto o diferencial entre a rentabilidade das obrigações a 10 anos nos EUA e Alemanha se situava em 54 pb em 2004, em Dezembro de 2005, este diferencial era favorável aos títulos norteamericanos em 108 pb. A curva de rendimentos portuguesa acompanhou os movimentos do bloco o, nomeadamente a queda observada no final do terceiro trimestre e a tendência de subida registada durante o último trimestre do ano, num movimento de antecipação da subida da taxa de juro por parte do Banco Central opeu. A rentabilidade da Obrigação do Tesouro a 10 anos terminou o ano em 3,4%, com o diferencial relativamente ao título alemão equivalente a situarse nos 10 pb. Mercado de Acções In ope, signs of an economic slowdown and the appreciation of the euro in the first half, coupled with the uncertain impact of high oil prices on the opean economy, provided the rationale for a continued lowrate policy by the ECB. In the second half, however, as doubts dissipated about the outlook for economic activity, markets started to price in reference rate rises that would eventually interrupt a cycle of two and a half years of stability. Rate differentials between 2 and 10 years tightened 76 basis points to 45 bps, while the 10year US Treasury bond yield was 108 basis points higher than its German counterpart. The Portuguese yield curve followed the movements in the euro zone, namely the drop at the end of the third quarter and the upsturn in the last quarter of the year, a development that anticipated the rate rise by the ECB in December. The yield for 10year Portuguese Treasury bonds closed the year at 3.4%, while the differential to the Bund was 10 basis points. Equity Markets In 2005 equity markets showed different patterns between regions. While US markets were affected by the Federal Reserve s continued rise of interest rates, opean markets benefitted from the depreciation of the euro, which led to expectations of strong earnings growth in the export sector. Os mercados accionistas apresentaram em 2005 um padrão bastante diferenciado em termos geográficos: enquanto os mercados americanos se ressentiram da subida continuada das taxas de juro por parte da Reserva Federal, os mercados europeus beneficiaram da depreciação do o, observada sobretudo durante 29