2 SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SAÚDE E AMBIENTE Desenvolvimento, Conflitos Territoriais e Saúde: Ciênciae Moimentos Sociais para a Justiça Ambiental nas Políticas Públicas 19-22 de outubro de 2014, Minascentro, Belo Horizonte- MG Eixo Norteador: Direitos, Justiça Ambiental e Políticas Públicas. AVALIAÇÃO DO SANEAMENTO EM DISTRITO RURAL DO VALE DO JEQUITINHONHA, MINAS GERAIS. Natália de Tartler 1 Herton Helder Rocha Pires 2 Antonio Sousa Santos 3 1 Mestranda em Saúde, Sociedade e Ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Contato: natalia.tartler@ufvjm.edu.br 2 Docente (coorientador) da disciplina Ecossistema e Atenção Primária à Doenças Endêmicas e Epidêmicas do Programa de Pós Graduação Saúde, Sociedade e Ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Contato: bhaine@hotmail.com 3 Docente (orientador) da disciplina Toxicologia Alimentar e Ambiental do Programa de Pós Graduação Saúde, Sociedade e Ambiente da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. Contato: hhrpires@yahoo.com.br
Avaliação do saneamento em distrito rural do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Natália de Tartler 1 ; Herton Helder Rocha Pires 2 e Antonio Sousa Santos 3 A Constituição Federal de 1988 diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e a saúde é definida como um direito de todos e dever do Estado. Os objetivos foramavaliar o saneamento emum distritorural; Identificar condições sanitárias no distrito; Verificar aplicabilidade do Vigiágua. O estudo foi realizado em Diamantina-MG.O cálculo amostral foi de 30% do distrito. No total, foram visitados 78 domicílios e entrevistados dois gestores do Vigiágua.Para verificar a aplicabilidade do Vigiágua e realizar o diagnóstico sanitário utilizaram-se questionários estruturados.o município implementou o Vigiágua em 2013. Monitora a qualidade da água na estação de tratamento de água na sede do município e de alguns distritos. No entanto, o distrito estudado ainda não foi alvo dessas ações. O levantamento sanitário realizado no distrito evidencia que 94,9% possuem água proveniente do sistema de abastecimento e 5,1% utilizam água de fontes alternativas. Observou-se que 92,3% das residências possuem água encanada no interior e 5,1% a água chegava até o exterior e 2,6% não possuem água encanada. Em 70,5% dos domicílios o esgotamento sanitário é despejado em fossas rudimentares, 28,2% despejam a céu aberto e 1,3% não possuem esgotamento sanitário. Para 48,7% dos indivíduoso lixo é coletado por serviço público, 24,4% queimam, 24,4% queimam/encaminham para coleta pública, 1,3% queimam/enterram e 1,3% queimam/jogam no mato. Foi observada a existência de banheiros em 96,1% dos domicílios visitados e ausência em 3,8% destes. Embora a maioria dos domicílios sejam atendidos pelos principais serviços de saneamento, o distrito não possui rede de esgoto epode ocorrer contaminação ambiental e danos à saúde pública. Ainda que exista uma política pública voltada para a vigilância da qualidade da água, esta ainda se apresentaincipiente e não garante à população uma vigilância preventiva como meio de promoção da saúde. Palavras chave: vigilância, abastecimento rural de água, saneamento rural, política de saneamento e política ambiental municipal. O presente estudo é parte integrante da dissertação de mestrado, inserida na linha de pesquisa Vigilância em Saúde Ambiental do Programa de Pós Graduação Saúde, Sociedade e Ambiente- SaSA da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri- UFVJM.
Avaliação do saneamento em distrito rural do Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Natália de Tartler 1 ; Herton Helder Rocha Pires 2 e Antonio Sousa Santos 3 Introdução: Garantir a qualidade da água para consumo humano é fundamental para prevenção de doenças, qualidade de vida e promoção da saúde pública. O artigo 225 da Constituição Federal de 1988 diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e no artigo 196 a saúde é definida como um direito de todos e dever do Estado. Com a crescente demanda do uso da água, faz necessária a implantação de políticas para adequada gestão e uso desse recurso natural.o Programa Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada à Qualidade da Água para Consumo Humano- Vigiágua tem a finalidade de realizar a vigilância da qualidade da água consumida pela população, seja ela distribuída por sistema de abastecimento de água ou proveniente de fontes alternativas, como mananciais superficiais ou poços (Brasil, 2003).Objetivo Geral: Avaliar o saneamento em um distrito rural do município de Diamantina, Vale do Jequitinhonha.Objetivos específicos: Identificar as condições sanitárias no distrito; Verificar a aplicabilidade do Vigiágua no município. Metodologia: A coleta de dados iniciou-se após a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa- CEP da UFVJM(517.242).Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa.o estudo foi realizado em Diamantina, município pertencente à região do Alto Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, formado pela sede e dez distritos, possuindo 45.880 habitantes e extensão territorial de 3.891,659 Km² (IBGE, 2010). O distrito é delimitado como núcleo de apoio rural e de incentivo às atividades ligadas à cadeia produtiva do turismo (artesanato e agroindústria) (Technum, 2009).O estudo foi dividido em duas etapas: (1) aplicação de questionário, na Secretaria de Saúde do município, com o gestor do Vigiágua e (2) aplicação de questionários com a população residente no distrito. O cálculo amostral foi estratificado de 30% do distrito. No total, foram visitados 78 domicílios na sede do distrito e entrevistados dois gestores do Vigiágua.Para verificar a aplicabilidade do Vigiágua foi utilizado questionário adaptado do Ministério da Saúde (Brasil, 2009).O diagnóstico sanitário foi realizado através de questionário adaptado de Giattiet al (2004).Resultados: O município possui setor específico na área de vigilância ambiental e iniciou a implementação do Programa Vigiágua em 2013.Monitora a qualidade da água na estação de tratamento de água- ETA na sede do município e de alguns distritos. No entanto, o distrito estudado ainda não foi alvo dessas ações.a Secretaria Municipal de Saúde realiza a coleta das amostras de água e as análises laboratoriais são realizadas na Superintendência Regional de Saúde (estado). A alimentação do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água Para Consumo Humano- Siságua iniciou em 2012 e ocorre somente com os dados de controle, disponibilizados mensalmente pelo prestador do serviço de abastecimento de água.a análise integrada de dados da Vigilância Epidemiológica e da Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano acontece em casos de surtos epidêmicos relacionados com a água ou denúncias.os funcionários receberam capacitação para operacionalização do Siságua, coleta de amostras de água e procedimentos básicos do Vigiágua.O levantamento sanitário realizado no distrito rural evidencia que 94,9% possuem água proveniente do sistema de abastecimento administrado pela Copanor que é subsidiária da Copasa serviços de saneamento integrado donorte e nordeste de Minas Geraise 5,1% utilizam água de fontes alternativas como rio ou nascente.foi observado também que 92,3% das residências possuem água encanadaaté o interior, sendo que para 5,1% das residências a água chegava apenas até o exterior e 2,6% não possuem água encanada.em 70,5% dos domicílios, o esgotamento sanitário é despejado em fossas rudimentares, 28,2% despejam a céu aberto e 1,3%não possuem esgotamento sanitário. Para o destino do lixo, 48,7% dos indivíduos informaram que seu lixo é coletado por serviço público, 24,4% queimam em volta das residências, 24,4% queimame/ou encaminham para coleta pública, 1,3%queimam e/ou enterram e 1,3%queimame/ou jogam no mato. Foi observada a existência de banheiros em 96,1% dos domicílios visitados eausência em 3,8% destes.
Conclusão: Embora a maioria dos domicílios sejam atendidos pelos principais serviços de saneamento, o distrito não possui rede de esgoto e o despejo de dejetos humanos em fossas rudimentares e a céu aberto podem causar a contaminação ambiental e consequente danos à saúde pública. Ainda que exista uma política pública voltada para a vigilância em saúde ambiental da qualidade da água consumida, esta ainda se apresenta de forma incipiente e não garante à população uma vigilância preventivacomo meio de promoção da saúde. REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 10 de junho de 2014. BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Vigilância Ambiental em Saúde. Brasília, DF, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Diagnóstico da estrutura de controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano. Portaria MS n 518/2004. Resumo executivo. Brasília, DF, 2009. BRASIL. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica. 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=312160> Acesso em: 10 de junho de 2014. GIATTI, Leandro Luiz; ROCHA, Aristides Almeida; SANTOS, Francisca Alzira dos; BITENCOURT, Selma Cristina; PIERONI, Susana Rodrigues de Melo. Condições de saneamento básico em Iporanga, São Paulo. Rev. Saúde Pública, 38(4): 571-577, 2004 TECHNUM, Consultoria. Plano Diretor Participativo do município de Diamantina/MG. Diamantina, MG, 2009.