CAMINHOS E ESCOLHAS: TRAJETÓRIAS, HISTORIAS E VIDA DOS EX- ALUNOS DO IBC QUE SÃO PROFESSORES DO INSTITUTO NO ANO DE 2015

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Transcrição:

CAMINHOS E ESCOLHAS: TRAJETÓRIAS, HISTORIAS E VIDA DOS EX- ALUNOS DO IBC QUE SÃO PROFESSORES DO INSTITUTO NO ANO DE 2015 Mariana Lopes da Silva Instituto Benjamin Constant (IBC), marylgms@yahoo.com Resumo: Este trabalho resgata a história de ex-alunos do Instituto Benjamin Constant que no ano de 2015 estavam na instituição atuando como professor, esses profissionais durante sua trajetória passaram por entraves, em virtude de sua deficiência e mesmo com as dificuldades que eles passaram hoje eles são professores da instituição que no passado os preparou para seguir seus estudos. Durante esse processo muitos tiveram erros e acertos. A educação especial no Brasil, durante muito tempo, se organizou, tradicionalmente, como atendimento educacional especializado substitutivo ao ensino comum. Com o deficiente visual não foi diferente ainda no período imperial foi inaugurado o Imperial Instituto de Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant. A educação durante o período imperial passa a ter um papel importante para a construção de uma identidade nacional, nesse período surgem as primeiras escolas primárias publica dando direito à instrução escolar aos libertos, índios e rever a educação de mulheres e a criação do Imperial Colégio Pedro II que passou a marcar produção de um lugar de memória, onde o império era exaltado. (GONDRA & SCHUELER, 2008) O século XIX pode ser caracterizado como o tempo da invenção e legitimação da forma escolar moderna no Brasil. (GONDRA & SCHUELER, 2008) E quando nos referimos a escolas e formas escolares, pensamos também na educação especializada e nesse contexto surgem os institutos especializados para pessoas cegas e para surdos.

Um dos primeiros movimentos para educação escolar da pessoa Cega, com ensino das primeiras letras, no Brasil foi em 1835, com um projeto de lei apresentado pelo Deputado Cornélio Ferreira França à Assembleia Legislativa, contudo tal projeto foi arquivado (FRANCO & DIAS). A pessoa com deficiência visual no Brasil até 1854 não tinha um espaço escolar definido, sua educação era feita em instituições fora do Brasil ou a educação era feita por preceptores em lares abastados ou não existia educação nenhuma onde não havia condições. O atendimento à pessoa com deficiência Visual começou na corte brasileira em 1854 com a inauguração do Imperial Instituto dos Meninos Cegos inspirado no Instituto Real dos Jovens Cegos de Paris, onde um brasileiro, José Álvares de Azevedo estudou e obteve êxito em seus estudos, retornando à corte e influenciando a inauguração da instituição. Em 1872 o Imperial Instituto dos Meninos Cegos atendia aproximadamente 35 alunos, segundo Mazzotta apud Franco & Dias a população de pessoas Cegas no Brasil chegava a 15.848 pessoas, números que demonstram a precariedade do atendimento aquela população. Segundo Gondra & Schueler o Imperial Instituto nos três primeiros anos recebeu até no máximo 30 meninos, sendo que 10 atendidos gratuitamente, se reconhecidamente pobres pelo pároco e por duas outras autoridades do lugar de residência. Durante muitos anos diversos jovens passaram por esse sistema de ensino sendo preparados para o ensino regular ao final do atual ensino fundamental, seguindo para os outros níveis de ensino. Contudo, será que os outros níveis de ensino estão preparados para receber um aluno com deficiência visual? E que tipo de suporte se oferece ao público com esse tipo de deficiência? As pessoas com deficiência cada vez mais buscam o seu lugar no mercado de trabalho, mas como é essa formação e qual o acesso que essas pessoas têm realmente à formação, seja ela em nível médio ou superior? Será que o nosso sistema de ensino está preparado para receber e preparar esses futuros profissionais? Como a pessoa deficiente visual, cega ou baixa visão, passa pela sua trajetória de vida, durante sua escolarização e formação profissional, como hoje ela tem acesso ao mercado de trabalho e como logo após a sua formação ela encarou esse mercado? Como ela é percebida pela sua família e seus colegas de trabalho? Será que a sua deficiência dificulta essas relações e o acesso ao emprego e à vida independente? Ao longo da história a pessoa com deficiência visual sempre precisou lutar pelo seu espaço, inicialmente eram educados com muito pouco recursos, com letras em relevo o que tornava a aprendizagem muito complexa, com o surgimento e aperfeiçoamento do sistema de Louis Braille

com o uso de combinações de seis pontos o ensino e a aprendizagem se tornou mais simples e possibilitou que os Cegos pudessem ter acesso ao mundo da leitura e escrita. A importância dessa pesquisa está na necessidade de se conhecer melhor de que forma se dá o desenvolvimento escolar e profissional de pessoas com deficiência visual, como esse desenvolvimento ocorre e para compreender melhor como se dá a opção pela atividade de professor, assim como, o que leva essas pessoas a retornarem à Instituição onde passaram boa parte de seus anos escolares. Assim, essa importância dessa pesquisa inicia-se no ambiente micro de uma escola e amplia-se para o ambiente macro das escolhas e formações profissionais de pessoas com deficiência visual. Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar a trajetória de vida, escolar e profissional, dos/as professores/as deficientes visuais que estudaram no Instituto Benjamin Constant e que no ano de 2015 são profissionais nessa instituição. Metodologia: Essa pesquisa visa compreender movimentos que possam ter facilitado/dificultado as trajetórias estabelecidas, observar se as trajetórias foram alteradas pela influência da família ou por dificuldades durante a formação, entender como as trajetórias de vida, escolar e profissional foram construídas, também ver como os sujeitos alvo da pesquisa analisam sua própria trajetória de vida e analisar como a sua vida escolar influenciou na escolha profissional de ser professor e retornar ao IBC para lecionar. A pesquisa configura uma investigação qualitativa, do tipo estudo de caso (DEUS; CUNHA; MACIEL, 2010), e fará uso dos seguintes instrumentos de coleta de dados: i) consulta a documentos, tais como ficha profissional; ii) entrevistas semiestruturadas com professores do Instituto Benjamin Constant que durante sua trajetória estudaram ou trabalham nessa instituição. Compreendo que as entrevistas semiestruturadas justificam-se por entendermos que esse tipo de abordagem permite melhor entendimento dos entrevistados quando as questões são colocadas diretamente pelo pesquisador, facilitando o retorno dos dados. A análise dos dados obtidos será conduzida a partir de preceitos da análise do discurso de inspiração foucaultiana. A partir de Fischer (2001), observamos que a análise do discurso orientada nos estudos foucaultianos observa no discurso uma formação discursiva, numa materialidade de relações de poder instituídas por regimes de verdade. Fischer destaca que para a realização de uma análise de

discursos, baseada na teoria foucaultiana, é necessário recusar [...] as expressões unívocas, as fáceis interpretações e igualmente a busca insistente do sentido último ou do sentido oculto das coisas [...] (2001, p. 198), ações comumente executadas no que tange ao estudo de um discurso. Resultados: A pesquisa está em seu inicio e em fase de coleta de dados, onde busco quantos professores deficientes visuais trabalham no Instituto e quantos deles são ex- alunos, hoje no Instituo Benjamin Constant temos na educação infantil um professor baixa visão, no primeiro segmento do ensino fundamental seis professoras cegas e uma baixa visão e no segundo segmento apenas dois professores cegos, mas o instituto vai além da escola e possui alguns funcionários deficientes visuais em seu quadro de funcionários, muitos que são ex-alunos esses dados ainda estão sendo coletados pela pesquisadora. Hoje o instituto conta com mais de dez professores cegos e entre quatro e seis professores baixa visão. Esse trabalho quando concluído terá como resultado um panorama de quantos professores trabalham no Instituto Benjamin Constant e como foi sua formação desde a saída do instituto até o seu retorno com profissionais formadores de novos alunos desse educandário que desde o período imperial atende ao publico deficiente visual. Discussão: No Brasil o caminho por uma educação melhor começa pela conquista do Imperial Instituto de Meninos Cegos, inaugurado no período imperial, por um pedido de Álvarez de Azevedo e intermediado por Xavier Sigoud, que foi o primeiro diretor da instituição que atendia cegos que podiam financiar seus estudos, contudo possuía vagas para atendimento dos mais carentes. A pessoa com deficiência durante muito tempo não teve acesso aos diversos níveis de ensino e isso vem mudando nos últimos anos seja pela inclusão da acessibilidade aos diversos níveis de ensino, seja na batalha individual que cada um tem que fazer para alcançar seus objetivos. Pensando nisso a pesquisa, que ainda está no seu inicio, busca saber como foi essa trajetória e como cada um conseguiu alcançar seus objetivos e quais frustrações ocorreram durante esse caminho.

Referências FRANCO, João Roberto & DIAS, Tânia Regina da Silveira. Educação de pessoas cegas no Brasil. Disponível em: http://www.feata.edu.br/downloads/revistas/avessodoavesso/v5_artigo05_educacao.pdf. Acesso em: 18 de ago. 2015. GONDRA, José Gonçalves & SCHUELER, Alessandra. Educação, poder e sociedade no império brasileiro. São Paulo:Cortez, 2008. Biblioteca básica da história da educação brasileira. INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT, Instituto Benjamin Constant: 150 anos de história; 2004. ROSA, Enio Rodrigues da & DUTRA, Martinha Clarete. Pessoas Cegas: trabalho, história, educação e organização no Brasil. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/trabalhos/e/enio %20rodrigues%20da%20rosa.pdf. Acesso em: 05 de ago.2015.