LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: ESPAÇO DE INCLUSÃO
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1 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: ESPAÇO DE INCLUSÃO Autores Terezinha Mônica Sinício Beltrão. Professora da Rede Pública Municipal de Ensino da Prefeitura do Recife e Professora Técnica da Gerência de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação SEDE. Especialista em Educação Especial e Informática Educacional. terezinhamonicabeltrao@yahoo.com.br Rinaldo César de Holanda Beltrão. Professor da Rede Pública Municipal de Ensino da Prefeitura do Recife e de Jaboatão dos Guararapes. Especialista em Educação Matemática. viserinaldo@yahoo.com.br Introdução Este projeto tem como objetivo apresentar possibilidades de utilização dos recursos de Informação e Comunicação por usuários com necessidades especiais ou com mobilidade reduzida utilizando-se de Tecnologia Assistiva na modalidade de acessibilidade ao computador nos espaços públicos onde se disponibilizam recursos de informática, especialmente nos laboratórios das escolas públicas. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, bem como a Política Nacional de Educação Especial, na perspectiva da Educação Inclusiva orienta que todos os estudantes devem estar matriculados na escola preferencialmente freqüentando o ensino regular, isso traz à escola demandas e desafios que apontam para uma inovação na prática pedagógica, na avaliação da aprendizagem, na sua forma de organização; diante disso, faz-se necessário a utilização de todos os meios e recursos que possam auxiliar as novas demandas da escola seja revendo formas de abordagens dos conteúdos, formação de professor até a maneira pela qual as pessoas irão interagir umas com as outras e com o conhecimento, objetivando que os estudantes sejam sujeitos de sua aprendizagem.
2 Diante desses desafios a utilização de recursos tecnológicos, através das ajudas técnicas e tecnologias assistivas surgem como aliados para oferecer maior autonomia e independência às pessoas com necessidades educacionais especiais, pois através de equipamentos, hardwares, softwares, estratégias e práticas concebidas e aplicadas essas pessoas podem superar as dificuldades encontradas seja na comunicação ou na realização de atividades propostas no espaço escolar. O referido projeto está sendo implantado inicialmente na Escola Municipal Professor Florestan Fernandes, localizada no bairro do Ibura de Baixo, pertencente à Rede Municipal de Ensino da cidade do Recife-PE. Referencial Teórico A mobilização de setores da sociedade, que defendem interesses de grupos e pessoas com necessidades especiais tem forçado a efetivação de políticas públicas que proporcionem a essa população uma maior autonomia e melhor qualidade de vida, através da ampliação das possibilidades de comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, desenvolvimento de suas habilidades, acesso a conteúdos acadêmicos, construção de novos conhecimentos e oportunidades de trabalho, que têm como resultado a inclusão social tendo o espaço escolar como um forte aliado por agregar todas as pessoas, pois as escolas atendem às diferenças sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos. (MANTOAN, 2003). A possibilidade de interação nos espaços de convívio seja na família, na escola, entre os amigos, etc. possibilita a troca e esta pode alterar significativa e positivamente o desempenho das pessoas; isso tem importância fundamental também para pessoas com necessidades especiais porque essa possibilidade de alteração no desempenho de uma pessoa pela interferência de outra é fundamental... porque representa, de fato, um momento do desenvolvimento. (OLIVEIRA, 2006). Dentro desta perspectiva, a Tecnologia Assistiva se coloca como uma área do conhecimento que abrange recursos e serviços que têm como objetivo proporcionar ou ampliar habilidades funcionais das pessoas com deficiência e está subdividida em modalidades distintas. Entre elas, os recursos para a acessibilidade ao computador.
3 O Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação Especial SEESP lançou em 2006 o documento Salas de Recursos Multifuncionais: Espaço para Atendimento Educacional Especializado, que afirma: No desenvolvimento de sistemas educacionais inclusivos, as ajudas técnicas e a tecnologia assistiva estão inseridas no contexto da educação brasileira, dirigidas à promoção da inclusão dos alunos nas escolas. Portanto, o espaço escolar deve ser estruturado como aquele que oferece também os serviços de tecnologia assistiva. (MEC, 2006 p.19). Partindo destes pressupostos, desenvolvemos uma proposta de implementação e uso de diferentes ferramentas de acesso ao computador, através de adaptações que visam facilitar o acesso de comandos, utilização de hardwares e softwares específicos, que possam possibilitar maior autonomia de produção para pessoas com necessidades especiais. Metodologia A implantação do projeto segue as seguintes etapas: 1ª etapa: Levantamento dos recursos de hardware do Laboratório de Informática da escola para que sejam verificadas quais ajudas técnicas e tecnologias assistivas poderão ser disponibilizados para os usuários portadores de deficiência ou com mobilidade reduzida. 2ª etapa: Elaboração de manual de procedimentos onde serão considerados diversos perfis de usuários para que se busque uma solução de acessibilidade para cada especificidade. 3ª etapa: Instalação de softwares livres e introdução de hardware favoreçam a acessibilidade ao computador. 4ª etapa: Elaboração de um programa de capacitação para que os profissionais que utilizem e/ou coordenem o Laboratório de Informática tomem conhecimento e possam aplicar todas as ferramentas que estão sendo disponibilizadas.
4 5ª etapa: Acompanhamento periódico dos usuários e da oferta de novos recursos e serviços, para que seja verificada a necessidade de intervenção e aprimoramento no ambiente do Laboratório de Informática, uma vez que poderão surgir novos desafios funcionais e/ou novas tecnologias. Resultados Oferecer os recursos e serviços do Laboratório de Informática para todos aqueles que desejarem utilizá-lo, com autonomia e independência, dentro de uma perspectiva de inclusão a que se propõe a escola pública em nosso país. Considerações Finais A Tecnologia Assistiva em nosso país é algo que está em desenvolvimento e é preciso um esforço conjunto para que os desafios sejam transpostos e se efetive uma prática de atendimento às especificidades das pessoas. Hoje já existem muitos softwares com soluções criativas que buscam eliminar as dificuldades funcionais de pessoas com deficiência e que estão sendo disponibilizados gratuitamente. A grande maioria deles é fruto de produção científica das universidades. É preciso agora que se desenvolvam ações para que essas soluções possam de fato chegar àqueles que mais precisam delas e a iniciativa da realização deste projeto visa colocar os espaços dos laboratórios de informática das escolas públicas como mediador entre as tecnologias assistivas e os usuários que dela necessitam.
5 Referências BERSCH, Rita de Cássia Reckziegel; PELOSI, Miryam Bonadiu. Portal de ajudas técnicas para a educação: equipamento e material pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física; tecnologia assistiva: recursos de acessibilidade ao computador / Secretaria de Educação Especial Brasília: ABPEE MEC: SEESP, BRUNO, Marilda. O desenvolvimento integral do portador de deficiência visual: da intervenção precoce à integração escolar. São Paulo: Newwork,1993. LDBEN. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 LIMA, Maria Nayde S. e ROSAS, Argentina. Paulo Freire Quando as Idéias e os afetos de cruzam. Recife: Editora Universitária MANTOAN, Maria Tereza E. A inclusão escolar O que é Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky Aprendizado e Desenvolvimento Um processo sóciohistórico. São Paulo: Scipione, SEESP/MEC. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: SEESP/MEC. Sala de Recursos Multifuncionais. Brasília: WEISZ, Telma. O Diálogo entre o Ensino e a Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2000.
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