NA EMPRESA. Documento nq.. 9. tn D I C E. Capítulo II. ESTUDO ELE!i!EN'I AR DE ALGUNS MODELOS E T:8CNICAS

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Transcrição:

N O R M A, S.A.R.L. Sociedade de Estudos para o Desenvolvimento de Empresas A IHVESTIGAÇÃO OPERACIONAL NA EMPRESA Documento nq.. 9 tn D I C E Capítulo II ESTUDO ELE!i!EN'I AR DE ALGUNS MODELOS E T:8CNICAS UTILIZADAS NA INVESTIGAÇÃO OPERACIONAL (Continuação) Pág, 9. TECNICAS DE SH/illLAÇÃO l 9.1. GENERALIDADES l 9. 2, liletodo DE MONTE CARLO,................ "..,. 2

Capítulo II ESTUDO ELE1lliNTAR DE ALGUNS MODELOS E TmCNICAS UDILIZADAS NA IN\ STIGAÇÃO OPERACIONAL (Continuação) 9. TECNICAS DE SIThiDLAÇÃO 9.1. GENERALIDADES Como fases principais da metologia das ciências que tratam dos diversos domínios do mundo empérico encontram-se as seguintes: observação, formulação de um modelo, dedução de soluções a partir do modelo e confrontação dos resultados obtidos com os factos observados. Acontece porém não ser possível, por vezes, seguir todas as fases deste processo. Assim, num dado problema,nem sempre se pode observar o fen6meno nas condições desejadas, como sucede, por exemplo, nos estudos de motores de foguetões para utilização no espaço interplanetário; também o probl ma pode ser de tal modo complexo que não seja possível construir um modelo simples para o seu estudo; ou dar-se o caso de não existirem técnicas analíticas para obter soluções de um modelo matemático como sucede, por exemplo, quando aparecem certos tipos de equações diferenciais às derivadas parciais; ou ainda não ser possível realizar experiências para testar a validade de um modelo. Quando ocorre alguma destas dificuldades, o que é frequente nos problemas que são objecto de estudo da investigação operacional, é necessário utilizar técnicas de simulação. E necessário distinguir os termos "simulação", 11jogo11 e 11Monte-Carlo11 A simulação, em sentido lato, consiste em reproduzir os fen6menos reais por fen6menos semelhantes mas artificiais. Nesta acepção, a construção de um modelo (físico ou conceptual) para o estudo de um fen6- meno real é já uma simulação; é costume, porém, excluír os tratamentos analíticos do sentido usual do termo "simulação". A utilização tradicional da simulação tem sido feita em engenharia onde se adoptam, frequentemente, processos de simulação anal6gica para o estudo de sistemas complexos. Esta técnica consiste em utilizar um simulador anal6gico (eléctrico, mecânico, hidráulico, etc.) cujo com-

-2- portamento é análogo ao do sistema real. A simulação analógica engloba os processos de treino por simulação, muito utilizados, por exemplo, no treino de pessoal que tem de trabalhar com certos tipos de equipamento. A simulação digital faz-se por meio de modelos construídos através de computadores digitais. Tanto a simulação analógica como a digital podem recorrer a métodos probabilistas, passando então a designar-se por método de Monte Carlo. Outro tipo de simulação conhecido por jogo operacional ou simplesmente utiliza-se no estudo de situações de conflito de interesses (caso dos jogos de empresas e jogos de guerra). No esquema da fig. 25, apresentam-se as relações existentes entre os diversos tipos de simulação atrás referidos. Fig. 25 9. 2. MmTODO DE MONTE CARLO Para exemplificar a utilização do método de Monte Carlo em investigação operacional, considere-se o seguinte problema:

-- Um fábrica de automóveis produz cerca de 100 carros por dia mas, em relação a este número, numerosas causas provocam desvios. A produção pode ser descrita pela seguinte distribuição de probabilidade: Produção diária Probabilidade Probabilidade acunulada 95 0,0 0,0 96 0,05 o,o8 97 0,07 0,15 98 o,1o 0,25 99 0,15 0,40 100 0,20 0,60 101 0,15 0,75 102 0,10 0,85 10 0,07 0,92 104 o,o5 o, 97 105 0,0 1,00 1,00 Os carros acabados são transportados por "ferry-boat" no fim de cada dia. Se o barco tem espaço apenas para 101 carros, q_ual será o número médio de carros que esperam para ser embarcados e o número médio de lugares vagos no barco? Tome-se uma tabela de números aleatórios e escolham-se por exemplo lo números aleatórios ( correspondentes a uma experiência simulada de lo dias) compreendidos entre Q e A coluna das probabilidades acumuladas permite construír o quadro seguinte: Números aleatórios Produção Automóveis que esperam Lugares vazios 0,2017 98 0,7449 101 0,9470 104 0,2215 98 0,929 104 0,4504 100 0,4491 100 0,162 98 l 1

-4- o,o450 0, 270 96 98 5 Como se vê, em 10 dias esperarão 6 carros, o que equivale a 0,6 por dia, No mesmo período o número de lugares vazios, no barco, será 19/10 1, 9. Neste caso o método de Monte Carlo consistiu na realização de uma amostragem simulada, mas também se utiliza na resolução de problemas não aleatórios, Vamos ver, por exemplo, como se pode calcular o número IT utilizando o método de Monte Carlo. Y'J' I A ' 2 2 X + y 1 \ ' B 1 c +------ -- ---;> O[ X Fig. 26 Na fig, 26, considera-se o quadrado OP C de lado igual à unidade e o quarto de círculo inscrito OAC. A área do quadrado é igual a 1 e a do quarto de círculo é TT/4. Portanto, a probabilidade de que um ponto P (x, y ) esteja no quadro de círculo é TI 4 Tomando uma tabela de números aleatórios para escolha casual de números x S 1, y 1, anotemos com um (*) aqueles que satisfazem - à condição x 2 + y 2 :;; 1: X 0, 5 y 0,74 * 0,6 y 0,5 y 0, 8 * 0,0 * 0, 6 y 0,4 * X 0,98 y 0, 25

' -5-0, 02 y o, 6 * 0, 64 y 0, 55 * 0, 85 y 0, 07 * 0, 58 y 0, 54 'I! 0, 4 y 0, 85 * 0,0 y o, 92 * 0, 62 y o, 95 0, 08 y 0, 45 * 0, 07 y o, o8 * o, o1 y 0, 85 * o, 72 y 0, 84 0, 88 y 0, 78 0, 45 y 0, 17 * 0,96 y 0, 76 0, 4 y 0, 1 * Em 20 pares à condição ( x, y ) de números aleatórios há 15 ue satisfazem 2 2 x + y "? l. Portanto, uma estimativa de E. é p 15/20 /4 e TT/4 z /4, isto é, TT. Prosseguindo na tiragem de números aleatórios obteve-se, numa experiência por nós realizada: Pares de números aleatórios Probabilidade p rr 0 5/6, 40 17/2 0, 40 50 41/50, 28 60 50/60, 70 59/70, 7 80 64/80, 20 90 7/90, 24 100 82/100, 28 O método de Monte Carlo tem sido também utilizado na determinação de probabilidades, resolução numérica de e uações diferenciais, cálculo de integrais, problemas de reparações industriais, etc..