O ENSINO HÍBRIDO COMO UMA ESTRATÉGIA NA MATEMÁTICA E MÚSICA. Izabel Simone Souza Graziela Marchi Tiago COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

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Transcrição:

O ENSINO HÍBRIDO COMO UMA ESTRATÉGIA NA MATEMÁTICA E MÚSICA Izabel Simone Souza Graziela Marchi Tiago COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Resumo: Esta pesquisa ação tem por objetivo principal apresentar uma proposta de ensino de funções trigonométricas utilizando a Música para despertar o interesse nos alunos. O Ensino Híbrido é usado como metodologia para uma possível aplicação nas turmas do segundo ano do Ensino Médio. Em nossa pesquisa percebemos que embora tenha um número significativo de trabalhos sobre ensino de funções trigonométricas, poucas utilizam o Ensino Híbrido como uma metodologia de ensino, fato este que foi uma das motivações da pesquisa. Sobre o Ensino Híbrido apresentaremos as ideias iniciais até a aplicação dele no ensino e a nossa opção pela Sala de Aula Invertida e a Rotação por Estações. Esse trabalho é baseado principalmente nas teorias de Bacich e Moran. Na parte final elaboramos uma proposta didática contendo sugestões de atividades que servirão de subsídio ao professor para reforçar determinado assunto. Palavras-chaves: Matemática; Música; Ensino Híbrido; Ensino-Aprendizagem; Funções Trigonométricas. 1. Introdução Segundo Bacich e Moran (2015) é relevante fazer a interação entre a escola e o mundo de modo que se abram novos caminhos entre a sala de aula e ambientes virtuais. Bacich e Moran (2015) entendem que para ultrapassar as barreiras da sala de aula, o uso de tecnologias digitais e o trabalho colaborativo são importantes para propor momentos de aprendizagem e troca, uma vez que quando há um objetivo comum a ser alcançado pelo grupo aprender com os pares torna-se ainda mais significativo. Bacich e Moran (2015) explicam que o Ensino Híbrido é composto de quatro modelos, sendo o Modelo de Rotação, Modelo Flex, Modelo À La Carte e o Modelo Virtual Enriquecido. Bacich et al (2015) enfatizam que não há uma ordem estabelecida para aplicação e desenvolvimento desses modelos em sala de aula, também não existe uma categoria entre eles. Na visão dos autores existem professores que usam essas metodologias num formato integrado, sugerindo uma atividade de sala de aula invertida para a realização, na aula seguinte e depois de um modelo de rotação por estações.

Portanto para Bacich et al (2015) nós devemos escolher primeiro o modelo e depois analisar como iremos organizar a sua aplicação. No Modelo de Rotação temos: Rotação por Estações, Laboratório Rotacional, Sala de Aula Invertida e Rotação Individual. Na modalidade de Rotação por estações sugerem os autores que as salas sejam organizadas da seguinte forma: os alunos devem ser distribuídos em grupos, e cada um desses grupos desempenha uma atividade conforme os objetivos do professor. Ressaltam os autores que terá momentos em que um dos grupos estará realizando atividades on-line enquanto outros grupos estarão em outras estações realizando outras atividades, sendo importante valorizar momentos em que os alunos possam trabalhar colaborativamente e momentos em que trabalhem individualmente. Para o Laboratório rotacional, Bacich et al (2015) explicam que os alunos utilizam a sala de aula e o laboratório de informática ou outro ambiente disponível com tablets ou computadores, pois a atividade será on-line. Enfatizam os autores que os alunos que forem direcionados ao laboratório desenvolverão atividades nos computadores individualmente, de modo autônomo, enquanto o professor, com outra parte da turma, realizará a sua aula da maneira que considerar mais adequada. Bacich et al (2015) salientam que o modelo de Laboratório Rotacional é uma sugestão para estimular o uso dos computadores em escolas que contam com laboratórios de informática. Já no modelo de Sala de aula invertida, os alunos estudam a teoria em casa, que pode ser realizado de modo on-line, por leituras e vídeos, ao passo que a sala de aula é utilizada para os debates, para a resolução de atividades, em meio a outras propostas. No modelo de Rotação individual, cada aluno recebe uma lista das atividades que deve realizar durante uma aula e lembra que os aspectos de como avaliar para personalizar devem estar muito presentes nessa atividade, pois esse modelo só terá sentido se tiver como objetivo o caminho a ser vencido pelo aluno conforme as suas dificuldades ou facilidades, que deverão ser previamente identificadas em alguma avaliação.

Neste modelo, então, os autores frisam bem que os alunos não rotacionam necessariamente por todas as modalidades ou estações propostas, pois cada um tem uma agenda diária e individual, elaborada de acordo com as suas necessidades. Em algumas circunstâncias, o tempo de rotação é livre, mudando de acordo com as necessidades dos alunos. Já em outras circunstâncias, pode não ter a rotação, mas ser necessário a determinação de um tempo para o uso dos computadores disponíveis. Concluem os autores que a maneira de conduzir dependerá das características do aluno e das escolhas feitas pelo professor para encaminhar a atividade. Bacich et al (2015) apresentam as diferenças sobre a personalização, mostram que a diferenciação e individualização são centradas no professor, enquanto que a personalização é centrada no aprendiz. No Modelo flex, os autores explicam que os alunos também têm uma lista a ser cumprida, com destaque para o ensino on-line, sendo o ritmo de cada estudante, então, personalizado, e o professor ficar à disposição para esclarecer dúvidas. Enfatizam os autores que esse modelo, embora seja considerado como uma possível metodologia, ele é visto como disruptivo e indica uma organização que não é comum nas escolas brasileiras. Já, no Modelo à la carte, os autores mencionam que o aluno é o responsável para organizar os seus estudos, conforme os objetivos gerais a serem alcançados, organizados conjuntamente com o professor, para que a aprendizagem possa acontecer no momento e local mais adequados, e personalizados. Entretanto, nessa abordagem os autores explicam que pelo menos um curso é feito inteiramente on-line, embora haja o suporte e a organização compartilhada com o professor. Assim, a parte on-line pode ocorrer nas dependências da escola, em casa ou em outros locais. Para o Modelo virtual enriquecido, os autores, evidenciam que é uma experiência realizada por toda a escola, em que em cada disciplina, como por

exemplo, a de matemática, os alunos dividem seu tempo entre a aprendizagem on-line e a presencial. Bacich et al (2015) esclarecem que os alunos podem se apresentar, presencialmente, na escola, apenas uma vez por semana e explicam que como o modelo à la carte, o modelo virtual enriquecido também é considerado disruptivo porque sugere uma organização da escola básica que não é comum no Brasil. Afirmam os autores que há professores que usam essas metodologias de forma adaptada, às vezes iniciam propondo uma atividade de sala de aula invertida para a realização e depois na aula seguinte, de um modelo de rotação por estações. Para os autores também é fundamental prever processos de comunicação mais elaborados e aperfeiçoados com outros mais amplos, como os que incidem nas redes sociais, em que há uma linguagem mais familiar, mais espontânea, com mais imagens, ideias e vídeos. 2. Objetivo O objetivo dessa pesquisa é analisar de que maneira a Matemática e Música pode colaborar para a aquisição de conhecimentos dos alunos do segundo ano do Ensino Médio, como essas práticas pedagógicas podem produzir afetividade no aluno e auxiliá-lo na compreensão de alguns conceitos matemáticos e musicais. Analisar na escola as atividades interdisciplinares de Matemática e Música, a existência de oficinas teóricas e práticas, de instrumentos e materiais didáticos, interpretação e compreensão básica da Matemática na Música. Além dessa pergunta principal, outras indagações secundárias são pertinentes para essa pesquisa: Quais as possibilidades de constituição de práticas pedagógicas diferenciadas para o ensino de funções periódicas e funções trigonométricas que considerem a trajetória histórica das relações matemática/música como fio condutor desse processo?

3. Procedimentos Metodológicos Seguindo as ideias de Thiollent (1988), Fonseca (2002) e Gil (2007) podemos dizer que este trabalho trata de uma pesquisa-ação, pois tem toda sua essência embasada pela natureza da pesquisa qualitativa, ela se constitui integralmente neste aspecto, pois estamos subsidiados por pesquisas práticas e experiências pessoais na prática do ensino de Matemática e Música utilizando como metodologia o Ensino Híbrido na modalidade de Rotação por estações. A pesquisa ação de abordagem qualitativa de forma a valorizar a imersão do pesquisador, foi realizada com 15 alunos do segundo ano do Ensino Médio E. E. David Zeiger- DE Sul 3, na faixa etária entre 17 a 18 anos. A coleta de dados foi realizada através da observação e análise das atividades nas estações, aplicação de questionários. Para a concretização da pesquisa será utilizada referências das abordagens qualitativas de investigação, coleta de dados e pesquisa bibliográfica. O referencial a ser adotado para a análise das Categorias de conteúdo será o de Bardin (2009). De acordo com a autora Para uma aplicabilidade coerente do método, de acordo com os pressupostos de uma interpretação das mensagens e dos enunciados, a Análise de Conteúdo deve ter como ponto de partida uma organização. 4. Avaliação A avaliação do projeto será contínua e paralela mediante as atividades desenvolvidas individuais e em grupos: Sala de aula invertida: Leitura de informativos sobre Matemática e Música; Responderam aos questionários: Inicial, Intermediário e Final; Apresentar a Ficha Técnica do Vídeo; Participaram do evento: Conheça a Groove Music - Escola de Música localizada na zona sul de São Paulo; Entregaram Relatório Individual após a visita técnica a escola de música. Rotação por Estações: Estação I (Sala de Vídeo)- Vídeo: A Matemática na Música MEC - Duração: 27 minutos; Estação II (Sala

de Aula)- Representação de Funções Periódicas e Funções Trigonométricas no papel quadriculado; Estação III (Laboratório de Informática)- Utilização do software Geogebra para representar os exercícios propostos sobre Funções Periódicas e Funções Trigonométricas- (seno). Os alunos ficaram sessenta minutos desenvolvendo as atividades solicitadas pelo professor em cada estação. Foi cedido para cada aluno papel quadriculado, lápis de cor e régua. Sendo que as atividades da Sala de Aula Invertida foram realizadas em casa e discutidas posteriormente em sala de aula. 5. Desenvolvendo as perspectivas do Ensino Híbrido na Matemática e Música As atividades solicitadas envolveram a resposta dos questionários, apresentação da ficha técnica do vídeo assistido, reconhecimento dos instrumentos musicais da escola, gráficos sobre os instrumentos da escola, apresentação e discussão sobre o relatório da visita técnica a escola Groove Music. Entretanto, foram necessários alguns cuidados, como reservar com a coordenadora da escola o papel quadriculado, caixas de lápis de cor e réguas, garantir a reserva da visita técnica junto à escola de música Groove Music, para sensibilizar os alunos quanto à importância da Matemática e Música na formação pessoal e coletiva deles. Na aplicação da Rotação por Estações observamos que os alunos resolveram em grupo as atividades solicitadas em cada estação, tiveram que colocar sua opinião em diversos momentos, argumentando e recebendo informações dos demais colegas da sala. A pesquisa O Ensino Híbrido como uma estratégia na Matemática e Música, permitiu-nos analisar como podemos possibilitar aos alunos compreender a linguagem utilizada apresentada de maneira diversificada. Consideramos que as múltiplas inteligências mostraram-se como instrumentos preciosos para proporcionar a apresentação de conceitos abstratos como o exemplo do som, para os alunos verificarem a freqüência e intensidade

fazem usos das competências lingüísticas, musicais, lógico-matemáticas e cinestésicas, entre outras. Identificaram dados nas atividades propostas que possibilitou construir um gráfico de funções periódicas e funções trigonométricas utilizando o software Geogebra e perceberam a diferença do ensino tradicional em relação à metodologia do Ensino Híbrido no modelo de da Sala de Aula Invertida e da Rotação por Estações. Diante do exposto a continuidade de pesquisas sobre essa temática se torna relevante, pois possibilita indagar as adaptações, mudanças e integrações da legislação atual para o Ensino Médio de forma a atenderem as nossas necessidades, bem como às expectativas e necessidades do aluno. 8. Referências BACICH, Lilian; TANZI NETO, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello. (Org.). Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. BACICH, Lilian; MORAN, José. Aprender e ensinar com foco na educação híbrida. Revista Pátio, nº 25, junho, 2015, p. 45-47. Disponível em: http://www.grupoa.com.br/revistapatio/artigo/11551/aprender-e-ensinar-com foco na-educacao-hibrida.aspx. Acesso: 25. out. 2016. BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. Apostila. GARDNER, Howard. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1995. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007. THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez & Autores Associados, 1988.