(Tele)Comunicações Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo

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EDITAL Nº023/2013 PROGRAD/CIPEAD

Transcrição:

(Tele)Comunicações 2015 Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo 3

ASSOCIADAS DA TELEBRASIL BMaia Consultores Associados 4

Mensagem da Diretoria... 7 ÍNDICE O Setor de Telecomunicações... 8 Histórico do Projeto... 9 Sumário Executivo... 11 Introdução e Modelo Brasileiro... 12 Inclusão, Sociedade da Informação e Convergência... 16 Propostas para Aperfeiçoamento do Modelo... 19 Objetivos... 19 Recomendações... 21 Apresentação Executiva... 23 Introdução e Modelo Brasileiro... 24 Inclusão, Sociedade da Informação e Convergência... 31 Propostas Básicas para Aperfeiçoamento do Modelo... 43 Lançamento Oficial do Aperfeiçoamento do Modelo 2015... 48 Guia de Navegação... 4 9 Considerações sobre o SBTVD... 54 TELEBRASIL... 57 SINDITELEBRASIL... 58 5

Todos os direitos desta edição reservados Copyright 2006 TELEBRASIL Associação Brasileira de Telecomunicações SINDITELEBRASIL Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal Av. Pasteur nº 383 Urca 22290-240 Rio de Janeiro RJ Brasil Tel.: +55 (21) 2244-9494 Fax: +55 (21) 2542-4092 (TELEBRASIL) Tel.: +55 (21) 2541-4848 Fax: +55 (21) 2542-4092 (SINDITELEBRASIL) telebrasil@telebrasil.org.br www.telebrasil.org.br sinditelebrasil@telebrasil.org.br 1 a Edição - Março 2006 Editor: João Carlos Pinheiro da Fonseca Texto adicional: Dígrafo Produção Editorial Pesquisa: TELEBRASIL Fotos e imagens: Acervo TELEBRASIL Logo Telecomunicações para a Inclusão Social: Fullanas Design Criação de anúncios: Oquei Design Sumário Executivo, Apresentação Executiva e Guia de Navegação: 2015 Accenture, em parceria coma Guerreiro Teleconsult, mediante contrato com a Telebrasil e o Sinditelebrasil. Todos os direitos reservados. Edição executiva, projeto gráfico e impressão: Alto Projetos e Comunicação Ltda. O estudo (Tele)Comunicações 2015 - Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo, uma realização da TELEBRASIL Associação Brasileira de Telecomunicações, em parceria com o Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular SINDITELEBRASIL, resultou num documento de cerca de 800 páginas. Este documento completo, sob formato eletrônico, foi gravado em CD-ROM e distribuído a todas as associadas da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL que apoiaram financeiramente sua realização. Para os demais interessados, informações de como obtê-lo em CD-ROM poderão ser obtidas pelo telefone (21) 2244-9494 ou através do e-mail: telebrasil@telebrasil.org.br A presente publicação, nas páginas 11 a 22, apresenta o Sumário Executivo que registra as Contribuições e Recomendações para o Aperfeiçoamento do Modelo das Telecomunicações. Nas páginas 23 a 47, encontra-se a Apresentação Executiva, que é uma síntese do estudo completo. O índice descritivo do conteúdo do CD-ROM, com o documento completo do estudo (Tele)Comunicações 2015 Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo, está no Guia de Navegação que consta das páginas 49 a 53. A presente publicação está duplicada no site www.telebrasil.org.br para ser livremente acessada. A849t Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL). (Tele)Comunicações 2015 - Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo/ Associação Brasileira de Telecomunicações (TELEBRASIL) e Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SINDITELEBRASIL). Rio de Janeiro: TELEBRASIL, SINDITELEBRASIL, 2006. 58 p. : il. 1.Telecomunicação. I. Título. II. Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SINDITELEBRASIL). CDD 384 6

Aenorme desigualdade social existente no País é o resultado perverso da não universalização, da baixa qualidade e da falta de transparência dos serviços essenciais prestados pelo Estado à sociedade, a quem deve servir por mandamento constitucional. Essa desigualdade social, vista pela outra face da mesma moeda, se constitui numa barreira intransponível à penetração da maioria dos serviços essenciais para o cidadão, inclusive os de (Tele)comunicações. À redução dessa desigualdade num ambiente de desenvolvimento sustentável dá-se, nos dias de hoje, o nome de inclusão social. d) O incentivo ao desenvolvimento, domínio e aplicação dessas tecnologias convergentes; e) A determinação na capacitação do Estado, das pequenas e médias empresas e do cidadão para a utilização dessas tecnologias; f) O estímulo à produção nacional, principalmente a de conteúdos multimídia; e g) A universalização do acesso aos serviços prestados pelo Estado, à informação e ao conhecimento. MENSAGEM As Contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo Brasileiro das Comunicações 2015, resultado de estudos profundos e debates intensos promovidos pelas associadas da TELEBRASIL, em parceria com as do SINDITELEBRASIL, visam quebrar o círculo vicioso que determina essa desigualdade social, de modo a atender uma demanda secular da população, hoje vocalizada em toda parte do território brasileiro: a efetiva inclusão social dos cidadãos e das comunidades no processo de desenvolvimento sustentável da nação como um todo. Destacam-se, dentre as contribuições propostas: a) O estabelecimento de políticas públicas para o desenvolvimento e aplicação das funcionalidades das tecnologias convergentes da informação e comunicação nos serviços prestados pelo Estado; b) O estímulo à competição saudável entre os prestadores desses serviços, inclusive com novos entrantes; c) A segurança ao investimento de risco na expansão e na contínua modernização de toda a cadeia de valor do setor de (Tele)comunicações: da produção de conteúdos à fruição dos serviços; Ou seja: as associadas da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL querem que a dita inclusão digital, propiciada pela convergência das Tecnologias da Informação e da Comunicação, sirva, de fato, como suporte à tão demandada inclusão social. Em síntese: 1 - O posicionamento estratégico do setor de (Tele)comunicações é consolidado pela afirmação de que as (Tele)comunicações são essenciais para a inclusão social. 2 - A proposta de universalização dos serviços do Estado que só é possível com a aplicação intensiva de soluções integradas com tecnologias convergentes da informação e da comunicação é uma poderosa bandeira da integração política e tecnológica de todos os segmentos do setor de (Tele)comunicações telefonias fixa e móvel, tevê por assinatura, acesso à Internet de banda larga, radiodifusão e produção de conteúdos multimídia, com claros e reais benefícios para todos que o integram, principalmente para os seus consumidores, cidadãos brasileiros. Ronaldo Iabrudi dos Santos Pereira Presidente da TELEBRASIL Associação Brasileira de Telecomunicações Luiz Alberto Garcia Presidente do SINDITELEBRASIL Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e Serviço Móvel Celular e Pessoal 7

O SETOR DE TELECOMUNICAÇÕES Produziu, em 2005, R$ 135 bilhões equivalente a 7,6% do PIB Recolheu, em 2005, mais de R$ 32 bilhões em tributos, considerando apenas as prestadoras de serviços telefônicos, fixos e móveis Conta com uma força de trabalho direta de mais de 270 mil pessoas Investiu, desde 1998, mais de R$ 130 bilhões; R$ 30 bilhões dos quais em aquisição de licenças em licitações públicas (a preços correntes) Atende a um total de 130 milhões de assinantes, dos quais 40 milhões com terminais de acesso fixos, 86 milhões com terminais de acesso móveis e 4 milhões com TV a Cabo, MMDS e DTH Disponibiliza 1,3 milhão terminais de acesso de uso público (orelhões), distribuídos em todas as localidades com mais de 100 habitantes Disponibiliza o Serviço Telefônico Fixo Comutado em 33.569 localidades Atingiu, em dezembro de 2005, através do Serviço Telefônico Fixo Comutado, uma teledensidade de 21,5 terminais fixos em serviço por 100 habitantes Serve, pelo desempenho no PGMU 2005, como exemplo a ser seguido pelo Estado brasileiro na prestação de serviços sob sua responsabilidade: da educação à segurança pública Atende através do Serviço Móvel Pessoal (celular), com 32.294 Estações Rádio Base (ERB), a 3.121 municípios (88,6% da população brasileira) Atingiu em dezembro de 2005, através do Serviço Móvel Pessoal, uma teledensidade de 46,6 terminais celulares por 100 habitantes Contribui, através da modalidade pré-paga do Serviço Móvel Pessoal (celular), para a Inclusão Social (com aumento de renda) de dezenas de milhões de brasileiros Atende a 52,4% da população, em 485 municípios, com o serviço de TV por Assinatura, apenas considerando as modalidades de TV a Cabo e MMDS Atingiu 3,8 milhões de terminais de acesso a Internet em banda larga, em dezembro de 2005 Tem a mais alta carga tributária do mundo 40,2%* (mais que o dobro da segunda colocada), que incide sobre o valor pago pelo usuário. Isto afeta a utilização dos serviços de telecomunicações, principalmente pela população de baixa renda Concluiu em 2005, através das empresas de Serviço Telefônico Fixo Comutado, o Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU 2005) fixado pelo Governo Federal Exportou US$ 2,4 bilhões em aparelhos celulares em 2005, o maior valor da pauta de exportações de produtos eletroeletrônicos Fonte dos Dados: Parceria TELEBRASIL Teleco; * Carga Tributária Análise da Accenture Guerreiro Teleconsult para a TELEBRASIL 8

As origens do Projeto Aperfeiçoamento do Modelo das Telecomunicações remontam ao início dos anos 2000. A TELEBRASIL, ao detectar interrogações que ocorriam junto a suas associadas quanto ao futuro das telecomunicações e dentro de sua missão institucional de congregar os setores oficial e privado das telecomunicações brasileiras, visando a defesa de seus interesses e o seu desenvolvimento, reagiu buscando obter uma resposta. Em decorrência, os Conselhos de Administração, Consultivo e Fiscal da TELEBRASIL Associação Brasileira de Telecomunicações aprovaram em assembléia, ocorrida em São Paulo (SP), no dia 20 de outubro de 2004, a realização de uma licitação para produção por empresa de consultoria de um estudo sobre o tema do Aperfeiçoamento do Modelo Brasileiro de Telecomunicações. Foi elaborado um Termo de Referência solicitando uma proposta técnica e comercial para Consultoria tendo em vista a necessidade de revisar e aperfeiçoar o atual modelo regulatório brasileiro de forma a suprir as demandas futuras da sociedade brasileira. Assim foi definido o contexto do trabalho a ser efetuado pela empresa de Consultoria: O atual modelo do setor de telecomunicações brasileiro foi desenvolvido em meados da década de 90, e foi moldado para lidar com os problemas que o País enfrentava naquele período. Assim é que foram identificados os dois pilares que suportariam o processo de transformação das telecomunicações brasileiras, como sendo a universalização e a competição e com foco no aumento da capacidade e crescimento da capilaridade das redes. Nesse contexto é que foi instituída a Agência Nacional de Telecomunicações Anatel, que assumiu o papel regulador do Estado e as empresas estatais foram privatizadas com o compromisso contratual de alavancar o crescimento da oferta e da qualidade dos serviços oferecidos à população brasileira. Todo esse projeto foi estruturado para responder aos anseios da sociedade brasileira percebidos em 1995 e projetados para 2005, estando assim em seu período final. Parece, portanto, inadiável reavaliar o posicionamento futuro desse importante setor para o contínuo desenvolvimento da sociedade brasileira. Essa reflexão se faz necessária não só pelo atual estágio de desenvolvimento das telecomunicações no Brasil como, principalmente, pelos inúmeros desafios que se colocam diante de todos em face da importância que as telecomunicações representam como infra-estrutura imprescindível para o desenvolvimento da sociedade moderna. Para um senso de timing justificou a TELEBRASIL que passada quase uma década da introdução do atual modelo regulatório brasileiro, este é o momento adequado para a condução de uma ampla reflexão e identificação de novos objetivos que possam vir ao encontro das demandas futuras da sociedade brasileira ao longo dos próximos anos um Aperfeiçoamento do Modelo. Em termos simples o objetivo do trabalho foi definido como elaborar um estudo que sirva como base para sensibilizar o Governo e a sociedade em relação à necessidade de revisar e Aperfeiçoar o Atual Modelo Regulatório Brasileiro, considerando os aspectos-chave que alavancam as mudanças para o cenário futuro e que possam contribuir para o resgate das demandas da sociedade, promovendo um profundo debate sobre o tema. O Termo de Referência solicitou que, para cumprir o objetivo anteriormente colocado acima, o trabalho deverá ser capaz de responder a questões cruciais vividas atualmente pelo setor, tais como: a) que modelo deve orientar o setor das telecomunicações brasileiras numa visão de longo prazo (período de 2006 até 2015)?; b) que caminhos seguir para atender de forma efetiva, eficaz e eficiente as demandas futuras da sociedade?; c) como organizar o mercado para que a sociedade possa obter maiores ganhos no que se refere a novos serviços, melhor qualidade e menores preços?; e d) como atrair mais investimentos para o setor, propiciando a geração de novas oportunidades de negócios para o setor?. O Termo de Referência ainda quis auscultar os consultores e a sociedade referente a: 1) se levando em conta o o fortalecimento das empresas atuantes no Brasil, como alavancar seu crescimento no mercado internacional?; 2) quais as políticas e ações que permitirão ampliar o número de postos de trabalho no setor?; 3) se após a telefonia fixa, qual deve ser o novo serviço a ser universalizado?; 4) quais serão os novos objetivos e as novas metas a serem conquistadas?; e 5) como implementar as soluções decorrentes da convergência tecnológica, no que envolve os serviços de radiodifusão, potencializando as oportunidades e a competência das empresas nacionais?. Descendo em nível operacional, o Termo de Referência registrou que para responder a essas e outras questões e sugerir novos rumos para o setor é urgente que seja desenvolvido um trabalho consistente para subsidiar o Governo, que deve liderar um processo estruturado de Aperfeiçoamento do Modelo. Diz ainda o Termo de Referência que ao final do trabalho, deverão ser entregues à TELEBRASIL, em formato a ser acordado, um relatório intitulado Necessidade de Aperfeiçoamento do Modelo Brasileiro de Telecomunicações e uma Certificação dos Procedimentos Operacionais de Levantamento de Dados que deverão conter todas as informações analisadas e geradas durante a consultoria. HISTÓRICO DO PROJETO 9

Subseqüentemente, em reunião da Diretoria Estatutária da entidade, no dia 3 de dezembro daquele ano, na sede da Avenida Pasteur, no Rio de Janeiro (RJ), foi relatado terem sido emitidos convites pela Associação a cinco grandes empresas de consultoria. Foi posta em ação a máquina administrativa da casa, que se valeu do talento de suas associadas. Daí resultou o anúncio em reunião do Conselho de Administração, de 30 de março de 2005, em São Paulo (SP), que o Comitê de Licitação da TELEBRASIL, especialmente criado para a ocasião, escolheu o consórcio Accenture/Guerreiro Teleconsult. Na Assembléia Geral Ordinária da TELEBRASIL, em 19 de abril do ano passado, o consórcio vencedor, Accenture/Guerreiro Teleconsult, fez uma apresentação sobre o objeto do contrato firmado contendo a visão do que o setor deseja até 2015. Foi anunciado, na ocasião, que na captação dos recursos para a realização do estudo, 50% correriam por conta da Associação Brasileira de Telecomunicações e os outros 50%, pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel e Pessoal SINDITELEBRASIL. 49º Painel Os Conselhos da Associação, reunidos em 23 de junho de 2005, na Costa do Sauípe (BA) onde se efetuava o 49º Painel da TELEBRASIL, aprovaram por aclamação a proposta para que a apresentação inicial do Projeto Telecomunicações - 2015 Aperfeiçoamento do Modelo viesse a ocorrer na Futurecom 2005, um evento (feira e congresso) realizado pela associada Provisuale, em Florianópolis (SC). Politicamente marcante, o 49º Painel, promovido pela TELEBRASIL, de 23 a 26 de junho, no resort da Costa do Sauípe, brilhou pelo acerto na escolha do tema Aperfeiçoamento do Modelo e pelo ecletismo dos debates e dos pontos de vista que a todos empolgou. O 49º Painel teve cerca de 300 executivos das principais empresas de telecomunicações do País e do mundo, autoridades da Anatel, do Ministério das Comunicações, da Presidência da República e do segmento de radiodifusão. Como pano de fundo do 49º Painel, aguardava-se na Capital Federal a reforma ministerial do Governo Lula e ocorria a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, tudo acontecendo em clima de uma economia do País bem comportada, mas sem crescimento maior para o Brasil. No setor de comunicações, ocorria a importante renovação dos contratos das concessionárias, a vigorar em 2006; e na TELEBRASIL, Luiz Alberto Garcia (CTBC) passou o bastão da Presidência da entidade para Ronaldo Iabrudi (Telemar), porém permanecendo como presidente do SINDITELEBRASIL. Os Conselhos da Associação de Administração, Consultivo e Fiscal novamente reunidos, agora no Hotel Flórida, no Rio de Janeiro, em 27 de setembro daquele ano, avaliaram a apresentação efetuada pela consultora contratada sobre o Aperfeiçoamento do Modelo. Foram solicitadas as contribuições das associadas a serem enviadas aos consultores para refletir diversos pontos de vista. Na ocasião, foi aprovado Telecomunicações para Inclusão Social como tema do 50º Painel, marcado para ocorrer em junho de 2006, em Angra dos Reis (RJ). Apresentação oficial A apresentação formal do estudo final sobre o Aperfeiçoamento do Modelo, sob forma de um Sumário Executivo, foi efetuada, no dia 24 de outubro de 2005, no Salão Adriático do Centro de Convenções Centro-Sul, em Florianópolis (SC), com a presença de dirigentes da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL, associadas, parlamentares, representantes do executivo e da Anatel e imprensa, incluindo debates e comentários dos participantes. No mesmo dia, por ocasião da abertura do evento Futurecom 2005 e contando com a presença maciça da comunidade das comunicações, foram entregues oficial e publicamente pela Diretoria da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL exemplares do Sumários Executivos ao ministro das Comunicações, ao presidente da Anatel e à Assessoria da Casa Civil da Presidência da República. Durante a cerimônia de abertura do Americas Telecom, promovido pela UIT em Salvador (BA), de 3 a 6 de outubro do ano passado, o presidente da TELEBRASIL, Ronaldo Iabrudi, explicou para uma ampla platéia, formada por brasileiros e estrangeiros, o âmbito e os objetivos do estudo Aperfeiçoamento do Modelo das Telecomunicações Brasileiras para os próximos 10 anos. Destacou o executivo que será preciso criar estruturas técnicas e políticas para implementação das metas; que os objetivos a alcançar devem partir das necessidades atuais da sociedade; e que é fundamental preservar as conquistas já alcançadas pelo setor. Em audiência pública, ocorrida durante a 10 a Reunião Ordinária do Conselho de Comunicação Social (CCS), no Congresso Nacional, no dia 7 de novembro ainda daquele ano, sobre o tema Convergência Tecnológica dos Meios de Telecomunicações, a TELEBRASIL, na figura de seu presidente, contribuiu com uma apresentação sobre o Aperfeiçoamento do Modelo das Comunicações até 2015. 10

SUMÁRIO EXECUTIVO 11

SUMÁRIO EXECUTIVO PARTE 1 INTRODUÇÃO E MODELO BRASILEIRO Oobjetivo deste estudo é oferecer às autoridades e à sociedade brasileiras um conjunto de informações e argumentos acerca da necessidade de aperfeiçoar o Modelo Brasileiro de Comunicações, o que proporcionará ao País condições para avançar no atendimento das demandas da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à inclusão social e melhoria da qualidade de vida da população, com destaque para os serviços prestados pelo Estado nas áreas de educação, saúde e previdência, e no crescimento sustentado, contribuindo para o resgate das demandas da sociedade brasileira e cooperando com o posicionamento do País frente aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, especialmente, redução da pobreza extrema, promoção da educação básica, redução da mortalidade infantil e materna e desenvolvimento sustentável, além do aumento da produtividade e da competitividade do País. Foi realizada uma análise detalhada do Modelo atual para identificar aspectos em que o ele não conseguiu atender de forma plena aos objetivos que o haviam inspirado, o que por si só já recomendaria o seu aperfeiçoamento. Considerouse ainda as grandes transformações que, respaldadas na evolução tecnológica, vêm ocorrendo no ambiente das comunicações em todo o mundo. Para avaliação da expectativa do desenvolvimento do setor no mundo foram adotados como representativos 8 países: Estados Unidos, Chile, Reino Unido, Espanha, Itália, Índia, Austrália e Coréia do Sul. Os países considerados estão em estágios bastante distintos de desenvolvimento econômico e de maturidade de seus mercados de comunicações, o que assegura a identificação de práticas regulatórias atuais em ambientes nitidamente diferentes, permitindo extrair as regras comuns mais avançadas e sua aplicabilidade, especialmente em mercados com problemas econômicos e sociais semelhantes aos do Brasil. Também foram considerados estudos e recomendações da ONU e UIT que promovem a Sociedade da Informação como vital ao desenvolvimento socioeconômico dos países. Tamanho do mercado de radiodifusão não condiz com sua utilização nos lares brasileiros Figura 1 12

Para orientar a análise realizou-se uma pesquisa sobre o modelo atual e sugestões para o cenário futuro, envolvendo representantes dos diversos segmentos do setor de comunicações, como da mídia, de serviços fixos e móveis, de informática, autoridades, investidores e influenciadores. Além disso, foram conduzidas entrevistas com algumas personalidades representativas desses segmentos visando colher subsídios qualitativos para orientar as discussões e direcionar as análises e recomendações ao longo do trabalho. Nessa que se entende seja uma visão representativa do setor, as principais prioridades para o aperfeiçoamento do modelo seriam: racionalizar a carga tributária; estimular a modernização da infra-estrutura de comunicações; viabilizar programas de inclusão digital/social; adequar/simplificar licenças e regulamentos dos diferentes serviços de telecomunicações, inclusive, TV por Assinatura e Radiodifusão; fortalecer o órgão regulador; estimular a competição e uso de novas tecnologias. Todo o estudo está consubstanciado em relatórios mais detalhados que permitem realizar uma análise mais profunda das questões sintetizadas neste Sumário Executivo. Com base na avaliação do modelo atual, nos estudos dos países selecionados e nas visões dos profissionais e personalidades do setor de Comunicações brasileiro, foram concebidas recomendações para o aperfeiçoamento do atual modelo de comunicações, com o propósito de estruturar o setor no Brasil de forma a que a sociedade possa tirar o máximo benefício da modernização do setor. A legislação brasileira atual que rege o setor de comunicações ainda trata de maneira independente cada um dos segmentos do setor. Os segmentos de radiodifusão e de TV por Assinatura, com farta produção de conteúdo, são regidos por um conjunto de regras distintas entre si, assim como o segmento dos serviços fixos e móveis, tradicionais, tem, cada um, sua própria regulamentação, o mesmo acontecendo com o segmento de informática. Esse tipo de abordagem regulatória segmentada provoca incongruências e tratamento desigual a usuários e empresas que atuam em segmentos distintos, ainda que, pela evolução tecnológica em curso, possam oferecer serviços idênticos ou similares. Resultados do Modelo Regulatório de Telecomunicações Figura 2 13

A nova dinâmica da convergência desafia esse tipo de organização. No contexto atual, é problemático enquadrar novos serviços como IPTV (programação de TV transmitida pela Internet), mobile TV (TV transmitida pelo celular ou outros dispositivos móveis), VoIP (telefonia pela Internet) e a integração dos serviços fixo e móvel, o que leva as empresas do setor a um processo desordenado e pouco produtivo para o atendimento das demandas da sociedade. O segmento de radiodifusão se mostra com um potencial importante de crescimento no Brasil, se comparado ao dos outros países da amostra, até porque o brasileiro é o que mais ouve rádio ou assiste TV (quase 5 horas por dia por domicílio); não obstante a receita desse segmento, que é decorrente de publicidade, apresenta a menor participação no mercado de comunicações, em comparação com a de outros países com menor uso (Figura 1). Situação similar é observada nos segmentos de TV por Assinatura, cuja rede terrestre em final de 2004, com capacidade para cerca de 11 milhões de assinantes, tem menos de 4 milhões em serviço, incluindo os assinantes em tecnologia satelital. Isso faz com que o Brasil seja um dos países com menor penetração de TV por Assinatura (9%), mesmo quando se compara com outros países em desenvolvimento como Chile (28%) e Índia (27%). A reestruturação das telecomunicações conduzida na segunda metade dos anos 90 acelerou a universalização de serviços telefônicos fixos, aumentando muito sua penetração em todas as camadas da população, principalmente entre os domicílios classes C e D/E. Entretanto, desde 2002 observa-se uma estagnação, apesar de ainda haver disponibilidade de terminais instalados no País e espaço para crescimento (Figura 2). Os serviços móveis, no entanto, vêm mantendo uma taxa de crescimento geral expressiva, decorrente de um elevado grau de penetração do serviço nas camadas de menor renda da população. As metas de universalização, definidas em 1998, que serão alcançadas ao final de 2005 pelas concessionárias do STFC, prevêem, entre outras coisas, a instalação, em até 7 dias, de acesso individual de telefonia fixa, nas localidades com população acima de 300 habitantes, para quem disponha de renda suficiente para deter o serviço, e disponibilidade de acessos coletivos (Telefones de Uso Público) a todos os cidadãos, inclusive em localidades com mais de 100 habitantes. Investimentos em Telecomunicações desde a reforma do setor nos anos 90 Figura 3 Nota: (1) Estimado a partir dos relatórios financeiros divulgados para o 1º. Semestre de 2005, pelos seguintes grupos: Telesp, Tele Norte Leste, Brasil Telecom, Embratel, Vivo, TIM e Telemig Celular. Fonte: Anatel - Exposição de Motivos da LGT (1996); Anatel - Apresentação da Superintendência de Universalização Dez/02, Anatel Apresentação para a INFOCON SUCESU 2003 - A Regulação do Mercado de Telecomunicações Out/03, Anatel Palestra Telecomunicações - Um novo salto para o futuro (2004); relatórios financeiros das empresas; análise Accenture e GT 14

Carga tributária incidente sobre o setor de telecomunicações no Brasil, em comparação com os outros países estudados, e em comparação com o volume investido Figura 4 Constata-se que está sendo cumprido o objetivo de universalização imposto às concessionárias do STFC pelo modelo atual: proporcionar o acesso telefônico individual a todos os lares brasileiros, e acessos coletivos aos que não pudessem arcar com o ônus de um acesso individual. Além disso, os serviços móveis destacam-se como instrumento poderosíssimo de popularização da telefonia. Em diversos casos se tornaram o serviço telefônico por excelência, com as famílias adotando-os como único e suficiente meio de comunicação. Para isso, os investimentos no setor de telecomunicações alcançaram mais de R$ 130 bilhões, desde 1998 (Figura 3). Graças a esse esforço, a competição foi introduzida, com sucesso, nos mercados de telefonia fixa, nas modalidades longa distância nacional e internacional, de telefonia celular e de serviços corporativos, entre outros. O grande esforço para tornar disponíveis os serviços à sociedade brasileira, além de enfrentar a grande limitação da renda da população, tem sucumbido diante da voracidade fiscal do Estado que imputa aos serviços, e, portanto, à população, uma carga tributária incompatível com a sua essencialidade (Figura 4). São fatores que desestimulam investimentos no setor de Comunicações no Brasil e têm impacto inclusive no saldo da balança comercial brasileiro, onde o complexo eletrônico (que inclui informática, eletrônica de consumo, telecomunicações e componentes) apresentou um déficit de US$ 5,5 bilhões em 2004. Fica, portanto, evidente que o atual modelo de comunicações precisa evoluir para aumentar a sua capacidade de alavancar o desenvolvimento econômico e social do País. Entre outras, verifica-se que questões como as a seguir são da maior importância para nortear os trabalhos das autoridades e demais agentes engajados no processo de aperfeiçoamento do modelo brasileiro de comunicações: I. Próxima fronteira da inclusão: como proporcionar acesso aos serviços e conteúdos para uma parcela maior da população, de maneira economicamente eficiente? II. Mundo convergente: como estimular a adoção de tecnologias e serviços convergentes? III. Competição: como organizar o ambiente competitivo entre empresas com características e modelos de negócios distintos? IV. Desenvolvimento: como atrair novos investimentos e garantir que o desenvolvimento das comunicações esteja alinhado com os interesses da sociedade? 15

SUMÁRIO EXECUTIVO INCLUSÃO, INFORMAÇÃO E CONVERGÊNCIA INCLUSÃO, SOCIEDADE DA Aenorme desigualdade social no Brasil (Figura 5) constitui uma barreira significativa à penetração de diversos serviços essenciais, inclusive de comunicações. Essa enorme desigualdade se torna ainda mais forte pela não prestação de serviços essenciais de Estado, mesmo em lugares onde as comunicações já estão disponíveis. PARTE 2 Mesmo com problemas menos graves, alguns países têm adotado políticas mais abrangentes de disseminação dos serviços de comunicações entre suas populações carentes. Para tanto, têm sido utilizadas formas alternativas de financiamento. Um exemplo é o Chile, que tem feito a universalização do acessos à Internet por meio de Telecentros, ou postos coletivos; os recursos para os Telecentros são do orçamento do governo federal, sendo que o Regulador seleciona, por licitação, as prestadoras que oferecerão o serviço. Na Índia, política industrial e programas de inclusão estimulam o desenvolvimento socioeconômico. O país foi extremamente bem-sucedido em suas políticas para o setor de software, implantadas na década de 90, elevando o faturamento dessa indústria à impressionante taxa de 35% ao ano nos últimos 15 anos. Os programas de inclusão digital na Índia já beneficiaram mais de 39 milhões de pessoas, em zonas rurais, em menos de oito anos. A possibilidade de acesso de populações rurais e de áreas remotas a serviços diversos, como serviços bancários, já se tornou realidade em alguns países em desenvolvimento, como a Telemedicina, na Índia; e a Educação à Distância, na China. Os serviços proporcionados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s) estão sendo considerados essenciais para o desenvolvimento sustentado das nações. Desigualdade Socioeconômica no Brasil Figura 5 16

Recente pesquisa da OCDE mostra que nas nações com maior investimento em TIC s, tais como Suécia, Estados Unidos, Austrália e Canadá, foi observado um ganho de produtividade geral na economia. Também foram alcançados importantes resultados na redução da desigualdade social e educacional e na democratização do acesso à informação e ao conhecimento. ONU e UIT, como já comentado anteriormente, promovem a Sociedade da Informação como vital ao desenvolvimento socioeconômico. É nesse ambiente que diversos países estão reconstruindo seus modelos de mercado para o setor de comunicações e definindo políticas públicas para a disseminação do uso de serviços de comunicações, para a realização dos Objetivos do Milênio, estabelecidos para 2015. Na Coréia, políticas públicas integradas de tecnologia da informação e comunicação contribuíram para o salto socioeconômico notável do país. Esse planejamento integrado iniciou-se na década de 80, com uma política industrial voltada para o desenvolvimento da indústria eletrônica e de TI. Nos anos 90, houve a construção de uma infraestrutura nacional de comunicação e capacitação da população para lidar com as TIC s. No final dos anos 90, houve incentivo à geração de conteúdo, com uma visão estratégica de país criativo baseado em conhecimento. Outro exemplo de como as TIC s são importantes para a melhoria na vida da população se verificou no Reino Unido, que vem democratizando o acesso da população aos serviços públicos, por meio do uso de TIC s. O governo da Grã Bretanha identificou mais de 650 serviços públicos que poderiam ser oferecidos pela Internet, criou o programa Directgov, com metas para informatização destes serviços. Em final de 2005 esperam alcançar ao índice de 96% dos mais de 650 serviços que estarão disponíveis aos britânicos. O Governo Brasileiro já estabeleceu objetivos e diretrizes que tratam de inclusão digital para o País, como, por exemplo, as contidas no Livro Verde da Sociedade da Informação (MCT, 2000) e no Projeto O Brasil em Três Tempos (Presidência da República, NAE, 2005). E há programas típicos como o do Computador para Todos e o GESAC Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão que estão em fase inicial de implementação e ainda não, alcançaram resultados de grande alcance para a inclusão digital. Há projetos desenvolvidos em nível estadual ou municipal, como o Acessa São Paulo e o acesso público à Internet na cidade de Sud Menucci-SP, que são iniciativas isoladas, portanto, com resultados limitados pela abrangência específica de cada iniciativa. A evolução tecnológica, por sua vez, vem propiciando uma convergência cada vez mais intensa dos serviços de telecomunicações. Por meio das redes IP multisserviço, são cada vez mais comuns os chamados serviços ubíquos: qualquer coisa (voz, dados, vídeo) a qualquer momento e em qualquer lugar. O acesso a diversas redes de comunicações de boa qualidade se tornará trivial, e assim a percepção de valor tende a migrar para o conteúdo. Os consumidores serão atraídos por prestadoras de serviços que lhes dêem acesso ao melhor noticiário, aos jogos do seu esporte favorito, filmes, música, etc. As receitas do setor de comunicações tendem a reduzir no acesso e disponibilidade e aumentar nos serviços que oferecem conteúdo, que serão mais valorizados pelos clientes. Em mercados de comunicações mais maduros é cada vez maior a demanda por serviços convergentes. Tomando como base os países da amostra, com mercados de telecomunicações mais avançados (Austrália, Coréia, Espanha, Estados Unidos, Itália e Reino Unido), observa-se uma redução no número de usuários de telefonia fixa de 1,7% ao ano, de 2001 a 2004. Por outro lado, serviços como telefonia móvel, acesso à Internet em banda larga e VoIP apresentam taxas de crescimento significativas no mesmo período (respectivamente 10%, 39% e 371% ao ano). Todos esses serviços têm em comum o fato de suportarem o tráfego de conteúdos diversos, tais como voz, dados e vídeo. Os consumidores desses países apresentam demanda por serviços cada dia mais versáteis e sofisticados, e essa tendência já alcança o mercado brasileiro. 17

Exemplos de países que já adaptam seus marcos legais e regulatórios à nova realidade. Figura 6 A convergência tem também ocupado as autoridades de muitos países, e algumas medidas têm sido tomadas para adaptar a estrutura regulatória às novas necessidades do setor (Figura 6). Considera-se que o País está preparado para realizar o aperfeiçoamento de seu Modelo, incorporando as soluções necessárias à sua modernização, respondendo adequadamente às demandas da sociedade brasileira. Nessa tarefa cabe ao Estado exercer seu papel de Formulador das Políticas Públicas e de Regulador, e, também, de articulador e alavancador de todas as transformações exigidas. 18

PROPOSTAS PARA APERFEIÇOAMENTO DO MODELO OBJETIVOS SUMÁRIO EXECUTIVO Tendo em conta as nítidas diferenças socioeconômicas observadas no País, é imprescindível que as ações que vierem a ser desenvolvidas para o aperfeiçoamento do Modelo sejam articuladas, conforme sugerido na Figura 7, visando a que se potencialize os resultados de cada etapa do desenvolvimento, para o alcance dos objetivos estratégicos. O setor de comunicações é um poderoso instrumento para alavancar o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Os objetivos principais de qualquer aperfeiçoamento efetuado no modelo de comunicações atual devem ser com o sentido, dentre outros, de contribuir para: 1 - o atendimento das demandas da sociedade brasileira, especialmente no que se refere à inclusão social e melhoria da qualidade de vida da população, com destaque para os serviços prestados pelo Estado nas áreas de educação, saúde e previdência, e no crescimento sustentado; 2 - o aumento da produtividade e da competitividade do País; e 3 - a promoção do desenvolvimento social sustentável. PARTE 3 Para que todos os agentes do setor atuem de modo coerente com os objetivos estratégicos anteriormente mencionados, há que se tratar as questões mais relevantes que envolvem o setor fixando objetivos específicos a serem alcançados até 2015 nos diversos níveis de atuação dos agentes de mudança. Articulação de ações sugeridas para que o Brasil alcance os Objetivos Estratégicos do Modelo Figura 7 19

Como base para esse empreendimento se afigura o Estado que com o objetivo de ter um arcabouço regulatório estável e convergente deve atuar no sentido de promover o equacionamento, entre outras, das seguintes questões: 1 - legislação articulada entre os diversos segmentos de serviços; 2 - estrutura regulatória moderna; 3 - previsibilidade das regras que regem o setor no longo prazo; e 4 - consolidação de um ambiente de competição saudável. Outro agente importante é a Indústria Nacional, de equipamentos e, especialmente, de conteúdo, em torno da qual se pretende, para o Brasil, ser um centro mundial de produção de conteúdo, o que pode ser alcançado tratando-se, adequadamente, as questões relativas ao assunto, com ênfase no: 1 - fortalecimento da capacitação e competitividade da indústria de conteúdos; e 2 - implementação de mecanismos de fomento à produção de conteúdo no País. Em relação à Oferta de Serviços, o setor deve atuar de forma convergente no sentido de propiciar condições para: disseminar o uso de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s). Para isso é indispensável a consolidação de um ambiente com, pelo menos, as seguintes características: 1 - respeito ao princípio de livre mercado na atuação das prestadoras; 2 - criação de licenças unificadas para ampliar o escopo de atuação das empresas; 3 - adoção da liberdade de preços às prestadoras de serviço; e 4 - tenha como foco a Inclusão Digital. Em relação ao Uso dos Serviços, o objetivo primordial terá que ser: universalizar o uso dos serviços de Estado, inclusive para populações carentes e em áreas remotas. O alcance desse desafio está vinculado a que: 1- todos possam ter acesso aos Serviços de Estado com ênfase na educação e saúde; 2 - haja capacitação da população para uso das TIC s; 3 - seja facilitado o acesso dos cidadãos aos serviços de governo; e 4 - a oferta seja condicionada à qualidade dos serviços. Por fim, em relação ao Benefício Social, o objetivo primordial terá que ser: contribuir para promover o desenvolvimento socioeconômico. Esse desafio estará sendo resgatado com o cumprimento do papel do setor no esforço para o atendimento, pelo País, dos Objetivos do Milênio, destacadamente: 1 - contribuindo para redução da pobreza extrema; 2 - promovendo a educação básica para todos; 3 - contribuindo para redução da mortalidade infantil e materna; e 4 - contribuindo para o desenvolvimento sustentável. 20

RECOMENDAÇÕES De forma mais detalhada, considera-se que a consecução dos objetivos está vinculada à materialização de ações específicas que tratam de maneira integrada das motivações para o aperfeiçoamento do modelo. Políticas públicas O alicerce para o aperfeiçoamento do modelo é um conjunto de políticas públicas integradas, de estímulo ao uso de soluções com TIC s, que trate de questões importantes para o desenvolvimento nacional, tais como modernização e expansão da infra-estrutura de comunicações, governo eletrônico, integração das ações de poderes da república e níveis de governo (União, Estados e Municípios), adaptação da estrutura regulatória às novas demandas da convergência e racionalização da tributação e definição de fontes de financiamento. Assim, as recomendações para lidar com essas questões são: 1 - estabelecer políticas e incentivos para o uso intensivo de soluções com TIC s para a universalização dos serviços do Estado providos por todos os níveis de governo e de poderes da República, em todo o território nacional, para atender às demandas da sociedade; 2 - promover o estabelecimento de uma legislação moderna que estimule a prestação de serviços integrados de comunicações, assegurando o papel regulador do Estado por meio de uma agência estruturada para atuar em um ambiente convergente, com independência e autonomia; e 3 - reconhecer, de fato, os serviços de comunicação como essenciais para o desenvolvimento nacional, adotando tributação coerente com sua essencialidade, aumentando a competitividade e a produtividade do País. Estímulo à competição saudável e ao investimento A regulamentação do setor, desenvolvida de forma transparente, deve priorizar a atração de investimentos, o uso otimizado das plataformas tecnológicas, previsibilidade regulatória, a competição saudável e a diversidade de serviços, fazendo uso racional de recursos escassos como numeração e radiofreqüência e posição orbital. Para tanto, recomenda-se: 1 - constituir uma regulamentação transparente e previsível, que atraia investimentos, estimulando a ampliação e modernização das Redes e dos Serviços em um ambiente competitivo forte e saudável, com neutralidade tecnológica, propiciando rentabilidade nos negócios; 2 - conceituar os serviços com base nas necessidades de comunicação da população e promover a participação de diferentes empresas na prestação dos serviços, inclusive na implantação de programas de universalização; e 3 - adotar uma legislação que defina e trate de forma distinta os diferentes segmentos da cadeia de valor da prestação de serviços de comunicação (da criação à fruição), orientada para o uso dos serviços, que estabeleça a utilização eficiente, equânime e não discriminatória de recursos escassos, potencializando a otimização da utilização de plataformas com a adoção de licença unificada. Domínio da tecnologia e capacitação da população A indústria de equipamentos para comunicações, inclusive de componentes, deve ser concebida com o propósito de consolidar e fortalecer a economia do setor. Deve-se fomentar a industrialização, capacitação profissional e domínio da tecnologia no País, visando a criação de soluções tecnológicas de baixo custo e que aumentem a produtividade e a competitividade da economia nacional. Recomenda-se, para isso: 1 - propiciar condições para o desenvolvimento e absorção, no País, de conhecimento tecnológico associado às TIC s, fortalecendo a produção no País, especialmente a com tecnologia nacional, e o desenvolvimento e produção de soluções e aplicações de baixo custo; e 2 - atribuir prioridade à formação de recursos humanos para pesquisa e desenvolvimento em segmentos que elevem a competitividade dos produtos e serviços de origem nacional e investir em técnicas modernas para fortalecer o comércio regular de equipamentos e softwares. 21

Estímulo à produção de conteúdo nacional Princípios como liberdade de expressão, pluralidade de opiniões e proteção dos direitos autorais e de propriedade intelectual são essenciais para a vida num Estado Democrático de Direito e podem ser consolidados com o fortalecimento e a ampliação da produção de conteúdo nacional e com o aumento da diversidade dos meios de distribuição da informação, de conhecimentos e de entretenimento, recomendando-se: 1 - fomentar a produção nacional e regional de conteúdos, soluções e aplicações, assegurando pluralidade de informação e de opiniões e a liberdade de expressão, e estabelecer instrumentos de proteção de direito autoral e propriedade intelectual, incentivando o crescimento do mercado publicitário nos veículos de mídia. Liberdade empresarial e respeito aos contratos Às prestadoras caberá aumentar a diversidade e disponibilidade de serviços, em regime de livre mercado. Questões como financiamento, liberdade de atuação e de propriedade, acesso a recursos escassos, liberdade de preços com flexibilidade da qualidade e limitações das obrigações devem ser tratadas pelo regulador, tendo como princípio fundamental o respeito à atuação das empresas sob os auspícios da Constituição Federal no que concerne à liberdade empresarial e ao respeito aos contratos. Assim: 1 - a atuação das Prestadoras de Serviços de Comunicações deve se dar no regime de liberdade empresarial com direitos e responsabilidades preservados por meio de instrumento contratual que contribua para favorecer o financiamento às empresas do setor, inclusive os novos prestadores; 2 - devem ser instituídos procedimentos que facilitem a obtenção de novas licenças e acesso a recursos de numeração e radiofreqüências pelos prestadores e propiciem condições atraentes para atuação no mercado, inclusive quanto à qualidade e preços dos serviços; e 3 - a regulamentação deve tratar de forma não discriminatória as questões relativas à origem do capital e ao controle das empresas e suas áreas de atuação, e as obrigações para propiciar competição, quando necessárias, devem ser de caráter eventual e temporário. Universalização e inclusão digital A Universalização do uso dos Serviços do Estado, o Acesso amplo à Informação e ao Conhecimento e a inclusão digital do cidadão são essenciais para a diminuição das desigualdades no Brasil. É necessário para tal que se promova a capacitação para o desenvolvimento, aplicação e uso de soluções com TIC s para o atendimento de demandas sociais, que se priorize iniciativas de e-gov e que se ofereça segurança no uso de TIC s, por meio de uma legislação de proteção ao consumidor e de combate às fraudes nas redes e nos seviços convergentes. Recomenda-se, para isso: 1 - fixar Diretrizes e Metas para a Universalização do uso de serviços essenciais que proporcionem o acesso da população em geral a conteúdos e serviços, em especial, os de cunho educacional, e que promovam a inclusão social; 2 - promover a capacitação de órgãos públicos, de pequenas e médias empresas e da população em geral para uso dos serviços de governo e acesso a diferentes fontes de informação e conteúdo, por intermédio das TIC s; e 3 - propiciar serviços com qualidade e segurança adequadas e preços razoáveis, e fortalecer mecanismos que preservem o direito dos consumidores, inibam fraudes e crimes nos serviços de comunicação, em especial com uso das TIC s. Essas são as contribuições que fazem a TELEBRASIL e o SINDITELEBRASIL para o Aperfeiçoamento do Modelo Brasileiro de Comunicações, enquanto representantes que agregam os mais diferentes segmentos do setor de comunicações. 22

APRESENTAÇÃO EXECUTIVA 23

APRESENTAÇÃO EXECUTIVA PARTE 1 INTRODUÇÃO E MODELO BRASILEIRO Aimportante mensagem dada na parte 1 da Apresentação Executiva é a de que o atual modelo imposto às telecomunicações brasileiras precisa ser aperfeiçoado, visando apoiar o desenvolvimento social e econômico aguardado para o País para os próximos anos. As 11 lâminas apresentadas no primeiro dentre os três capítu- los do Estudo têm como base pesquisa concreta, efetuada sob os auspícios da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL, junto a mais de 100 pessoas representativas das comunicações brasileiras. A conclusão inequívoca é a de ser necessário aperfeiçoar o atual modelo brasileiro das telecomunicações. A pesquisa revelou que as telecomunicações são vistas como o segmento cujas políticas públicas mais se adequam ao contexto da convergência, seguidos dos de tevê por assinatura, radiodifusão, conteúdo e TIC s (Tecnologia da Informação e Comunicação). A pesquisa indicou igualmente quais itens devem ser implementados com prioridade para aperfeiçoar o atual modelo das comunicações do País. Dentre eles, citam-se: adequar as políticas públicas, diminuir a carga tributária, modernizar a infra-estrutura, viabilizar a inclusão digital com ênfase no social, simplificar o ambiente regulatório, fortalecer o órgão regulador e estimular as novas tecnologias. O estudo faz ver que, no Brasil, as comunicações operam sob segmentos distintos. Cada segmento dinamizado pela convergência da tecnologia digital quer entrar no mercado do outro, sendo necessária uma ação direta do Estado para organizar o conjunto formado pelos diversos segmentos. O conceito foi sintetizado por um dos consultores: Estamos saindo do mundo da voz, para ingressar no da conectividade. Cada segmento das comunicações apresenta suas peculiaridades. As telecomunicações fixas são regulamentadas pela Lei Geral das Telecomunicações (LGT), operam com competição limitada e sua base instalada diminui 2% a cada ano. As móveis apresentam alta competição, são regulamentadas pelo Serviço Móvel Pessoal (SMP), têm como base o sistema pré-pago e apresentam alto índice de crescimento. A tevê por assinatura possui legislação da Lei do Cabo, mas a baixa renda da população limita a ampliação do serviço. TELEBRASIL E SINDITELEBRASIL PROMOVERAM UM ESTUDO QUE SUGERE CAMINHOS PARA A EVOLUÇÃO DO MODELO BRASILEIRO. 24

Em contraposição, a radiodifusão tem legislação antiga (1977) e penetra na quase totalidade dos lares brasileiros. O Brasil é um dos países em que se assiste mais televisão (cinco horas diárias de tevê no lar). No entanto, do total de receitas de comunicações, a radiodifusão contribui com apenas 7% e as telecomunicações, com os restantes 93%. Na televisão aberta, a recepção é gratuita e seu custo é suportado por verbas publicitárias. Já a tevê por assinatura, que tem 11 milhões de lares com cabo na rua (home passed), possui apenas 3,8 milhões de assinantes pagos. As telecomunicações fixas alcançaram no País a penetração de 22% e as móveis, de 38%. Tais resultados refletem os investimentos de R$ 130 bilhões feitos pela iniciativa privada nos últimos sete anos na área das comunicações. Na classe C, o telefone fixo já entra em 72% dos lares, ao passo que nas classes D e E, a penetração se restringe a meros 38%. Apesar do aparente sucesso, fatores contribuem para o estrangulamento econômico das comunicações no País. Um deles é o alto custo do capital que degrada o retorno sobre os investimentos efetuados. Outro ponto negativo é a elevadíssima carga tributária onde o Brasil é campeão, que chega a restringir o acesso aos serviços pela população de baixa renda. Em 2004, os tributos de R$ 23 bilhões pagos pelos usuários de comunicações representaram mais do dobro do investimento (R$ 11 bilhões) feitos pelo setor. Do ponto de vista da indústria, o complexo eletrônico onera com um déficit (a dados de 2003) de US$ 5,5 bilhões na balança de pagamento, cuja metade deve-se à importação de componentes eletrônicos. Nada de apavorar, visto que a China convive tranqüilamente com um déficit de US$ 50 bilhões na área de componentes. AS OPINIÕES DOS ESPECIALISTAS CONSULTADOS APONTAM PARA A NECESSIDADE DE APERFEIÇOAR O MODELO. 25

A NOVA DINÂMICA COMPETITIVA DA CONVERGÊNCIA DESAFIA O ATUAL MODELO BRASILEIRO, SEGMENTADO POR SERVIÇOS. O TAMANHO DO MERCADO DE RADIODIFUSÃO NÃO CONDIZ COM A AMPLA UTILIZAÇÃO DO SERVIÇO NOS LARES BRASILEIROS. 26

A BAIXA PENETRAÇÃO DA TV POR ASSINATURA NO BRASIL LEVA À SUBUTILIZAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA. O MODELO DE TELE- COMUNICAÇÕES ACELEROU A PENETRAÇÃO DOS SERVIÇOS, PORÉM, PARECE TER ATINGIDO A SATURAÇÃO. 27

O SETOR INVESTIU MAIS DE R$ 130 BILHÕES DESDE 1998, INTRODUZINDO COMPETIÇÃO NO MERCADO. O ALTO CUSTO DE CAPITAL NO BRASIL DEGRADA A REMUNERAÇÃO DOS INVESTIMENTOS REALIZADOS EM TELE- COMUNICAÇÕES. 28

A ELEVADA CARGA TRIBUTÁRIA INIBE INVESTIMENTOS E LIMITA O ACESSO DA POPULAÇÃO AOS SERVIÇOS. A ATRAÇÃO DE INVESTIMENTOS DEVERIA CONSIDERAR MEDIDAS QUE OTIMIZEM OS RESULTADOS DA BALANÇA COMERCIAL. 29

O MODELO PRECISA EVOLUIR PARA APOIAR O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS NOS PRÓXIMOS ANOS.. 30

INCLUSÃO, INFORMAÇÃO E CONVERGÊNCIA INCLUSÃO, SOCIEDADE DA Estudo da TELEBRASIL levantou grandes interrogações referentes às comunicações brasileiras, rumo ao ano de 2015. Como direcionar os investimentos de tal modo que eles melhor se alinhem com os interesses da sociedade? Como atrair novos investimentos para o setor? Como organizar os modelos de negócios, contando com o apoio do Estado? A tese defendida nas 20 lâminas deste capítulo é que a barreira da desigualdade exclui dos benefícios das telecomunicações a parte pobre da população urbana e a parte que reside em regiões remotas pode ser contornada, se adotada uma política adequada. Prolongamento da tese é que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s) podem trazer benefícios à populações pobres e remotas. No Brasil, esforços já existem, mas necessita de política mais abrangente. Finalmente, o ambiente convergente revoluciona o modo do usuário utilizar as telecomunicações e pressiona os marcos regulatórios e a legislação existentes. APRESENTAÇÃO EXECUTIVA PARTE 2 A pesquisa conduzida pelas consultorias contratadas (veja a parte 1 da Apresentação Executiva) identificou que o atendimento das comunicações à população se pauta por duas variáveis. A primeira é a densidade geográfica da população, repartida entre concentração urbana e dispersão rural. A segunda é classificar os níveis de renda da população em dois grupos essenciais: os ricos (classes A e B) e os pobres (classes C/D e E). A BARREIRA DA DESIGUALDADE AFETA O ACESSO A DIFERENTES SERVIÇOS, INCLUSIVE OS SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES. 31

Tais variáveis, colocadas em dois eixos, configuram quatro quadrantes, que dão o mapa da distribuição econômica da população por concentração demográfica. No caso do Brasil, a região urbana com as classes mais ricas (A e B) soma 21 milhões de pessoas e as mais pobres (C/D e E), 128 milhões. Na região rural, são, respectivamente, 1 milhão de mais ricos (A e B) e 27 milhões de pobres (C/D e E). Transposto esse quadro, em termos de comunicações, o âmbito urbano brasileiro está assistido com serviços sofisticados para as classes mais ricas (A/B) e com soluções criativas, como a do celular pré-pago para as mais pobres (C/D e E). Na região rural, as classes ricas (em torno de 1 milhão de pessoas) podem recorrer a serviços mais caros (satélites). O desafio real é como levar as comunicações às classes menos favorecidas, urbanas ou rurais. O ambiente pobre urbano (128 milhões de pessoas) é propício para se beneficiar com subsídios para o consumidor final. Já no ambiente rural (cerca de 28 milhões de pessoas), as telecomunicações estão disponíveis (localidades de até 100 habitantes têm um ponto de comunicação) para a população. Esta, porém, em sua maioria, é tão pobre que não tem renda suficiente para usufruir o serviço. Pontos coletivos de utilização de serviços e implementação de políticas de Estado são necessários para expandir as comunicações, caso se queira levá-las às classes menos favorecidas. É sabido que em países modernos ocorre forte correlação entre a redução da pobreza e a primazia dada pela educação, algo que as comunicações podem ajudar. Como exemplo, o PIB da Coréia, que passou por um choque educacional, é hoje o triplo do brasileiro. Levar apenas a conectividade às áreas mais carentes é bom, mas não é suficiente, argumentam a TELEBRASIL e o SINDITELEBRASIL. A BARREIRA DA DESIGUALDADE AFETA O ACESSO A DIFERENTES SERVIÇOS, INCLUSIVE OS SERVIÇOS DE COMUNICAÇÕES. 32

Defende o Aperfeiçoamento do Modelo que é preciso utilizar a tecnologia da informação para atingir objetivos sociais, como em centros comunitários dotados de governo eletrônico e em aplicações como telemedicina, segurança, ensino e, por que não?, entretenimento. Iniciativas de inclusão digital existem no Brasil, em âmbito federal (Livro Verde, Brasil em três tempos, Gesac), estadual (Acessa São Paulo) e municipal (Barreirinhas, Piraí), porém são iniciativas que precisam ser integradas em âmbito de Governo. O cenário da tecnologia faz prever uma rede IP (Internet Protocol) com acesso de grande capacidade de informação. Vão surgir iniciativas como a integração fixo-móvel, o uso de rede de energia elétrica para comunicações e uma série de novos terminais com multifunção e multisserviço. Do ponto de vista da regulação, um nome do jogo pode ser a unificação dos órgãos reguladores de infra-estrutura. Também se quer uma simplificação das licenças. A Índia, por exemplo, emite uma licença geral que inclui telecomunicações e radiodifusão. A defesa da competição e a implantação do serviço universal são itens que devem permanecer na regulação, contudo há variantes. Nos EUA, a regulação é mais detalhada e se advoga o acesso em banda larga para todo o país. Na Europa, se preferiu desconectar regulação e universalização. A BARREIRA DA DESIGUALDADE PODE SER CONTORNADA, COMO EXEMPLIFICADO, POR MEDIDAS ADOTADAS EM ALGUNS PAÍSES. 33

A BARREIRA DA DESIGUALDADE PODE SER CONTORNADA, COMO EXEMPLIFICADO, POR MEDIDAS ADOTADAS EM ALGUNS PAÍSES. 34

A BARREIRA DA DESIGUALDADE PODE SER CONTORNADA, COMO EXEMPLIFICADO, POR MEDIDAS ADOTADAS EM ALGUNS PAÍSES. 35

AS TIC S (TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO) PODEM TRAZER BENEFÍCIOS À POPULAÇÕES POBRES E REMOTAS. 36

NA ÍNDIA, POLÍTICA INDUSTRIAL E PROGRAMAS DE INCLUSÃO ESTIMULAM O DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO. INVESTIMENTOS EM TIC S SÃO IMPORTANTES TAMBÉM NOS PAÍSES MAIS DESENVOLVIDOS. 37

ASSIM, ONU E UIT PROMOVEM SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO COMO VITAL AO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO. NA CORÉIA, AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TIC S CONTRIBUÍRAM PARA O SALTO SOCIOECONÔMICO DO PAÍS. 38

O REINO UNIDO VEM UTILIZANDO AS TIC S PARA DEMOCRATIZAR/ UNIVERSALIZAR O ACESSO DOS CIDADÃOS AOS SERVIÇOS PÚBLICOS. O BRASIL JÁ DESENVOLVE INICIATIVAS NO CAMPO DAS TIC S, MAS NECESSITA DE UMA ESTRATÉGIA MAIS ABRANGENTE. 39

SOB A PERSPECTIVA DE NEGÓCIOS, O AMBIENTE CONVERGENTE TRANSFORMA E REVOLUCIONA A EXPERIÊNCIA DO CONSUMIDOR. 40

NOS MERCADOS MAIS MADUROS, A DEMANDA CRESCE NA DIREÇÃO DE SERVIÇOS CONVERGENTES. A PERCEPÇÃO DE VALOR DO USUÁRIO E AS RECEITAS DAS EMPRESAS TENDEM A MIGRAR NA DIREÇÃO DO CONTEÚDO. 41

OS ESTADOS PROCURAM ADAPTAR SEUS MARCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS PARA SE ADEQUAREM À NOVA REALIDADE. 42

PROPOSTAS PARA APERFEIÇOAMENTO DO MODELO Aproposta básica da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL para o Aperfeiçoamento do Modelo se resume em ter comunicações que atendam as demandas da sociedade. É uma proposta de país. É um slogan forte. Uma idéia central. Uma vontade do setor de telecomunicações importante a ser percebida no ano eleitoral de 2006. Assim pode ser traduzido politicamente a parte 3 da Apresentação Executiva. O setor de comunicações é um poderoso instrumento como alavanca para o desenvolvimento econômico e social no Brasil. O foco central são as demandas da sociedade. No campo das premissas, para que as comunicações possam atingir o desenvolvimento econômico e social que se deseja para o País, o Estado precisará dotar o setor de um arcabouço regulatório estável e convergente e focar suas políticas em investimentos, competição e conteúdo. Neste último aspecto, o Brasil tem vocação para ser um centro mundial (e reconhecido) na produção de conteúdo. Para ocorrer o uso pleno de plataformas multisserviços, basta haver uma licença unificada. APRESENTAÇÃO EXECUTIVA PARTE 3 Será preciso disseminar, também, o uso das Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC s). Uma boa maneira de isto ser atingido e de integrar o território será promover uma política integrada para universalizar o uso dos serviços de Estado, inclusive para as populações carentes e em áreas remotas. O DESAFIO BRASILEIRO É IMPLEMENTAR SOLUÇÕES QUE ACELEREM O DESENVOLVIMENTO SOCIAL NO PAÍS. 43

Propõem ainda a TELEBRASIL e o SINDITELEBRASIL que um órgão regulador deve ter a função de orientar, preservar regras previsíveis e definir a cadeia de valores, mantendo uma competição saudável. No campo das intenções a serem cumpridas, as propostas chamam a atenção para o tema da capacitação de recursos humanos, da pesquisa e desenvolvimento em Tecnologia da Informação e de um apoio privilegiando o conteúdo nacional. As oito lâminas da parte 3 da Apresentação Executiva indicam que o desafio é o de ter políticas públicas que consigam atender com telecomunicações a população de menor renda urbana (128 milhões de habitantes) e remota (27 milhões). Seria deixado para as forças do mercado expandir novos serviços para a parcela da população que pode adquiri-los. Como objetivos para 2015, as TIC s devem ser orientadas para promover o desenvolvimento social por meio da prestação de serviços de Estado para a sociedade (ensino, cultura, saúde, segurança e previdência). Uma das lâminas trata do uso da regulação que deve estimular investimentos, competição, negócios e rentabilidade dos serviços. Outra trata da indústria, distinguindo equipamentos e conteúdo. As questões para equipamento são clássicas: domínio da tecnologia, industrialização no País, capacitação de recursos humanos e fortalecimento das exportações. As questões de conteúdo envolvem o conteúdo nacional, a pluralidade de opiniões e a liberdade de expressão, os direitos autorais e os modelos publicitários. As prestadoras de serviços de comunicações trazem consigo um rol de questões como a liberdade empresarial com direitos e deveres contratuais, os financiamentos e seus mecanismos, os novos entrantes, o regime de licenças e liberdade de preços, o controle da qualidade, as áreas de atuação, capital e propriedade. Do lado das demandas da sociedade se situa a universalização do serviço, a inclusão digital com acesso à educação, para dar, inclusive, capacitação no uso das tece (computador, Internet); o uso dos serviços de Governo; os preços razoáveis; e os direitos do consumidor. AS TIC S, ORIENTADAS POR OBJETIVOS ESTRATÉGICOS, TÊM SIDO UTILIZADAS PARA PROMOVER O DESENVOLVIMENTO. 44

O SETOR DE COMUNICAÇÕES É UM PODEROSO INSTRUMENTO PARA ALAVANCAR O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL NO BRASIL. PARA REALIZAR OS OBJETIVOS 2015, O BRASIL DEVE ESTABELECER POLÍTICAS INTEGRADAS DE USO DAS TIC S... 45

... E USAR A REGULAÇÃO PARA ESTIMULAR OS INVESTIMENTOS, A COMPETIÇÃO, OS NEGÓCIOS E A RENTABILIDADE DOS SERVIÇOS. A INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E DE CONTEÚDO TAMBÉM DEVERÁ FORTALECER A ECONOMIA E GERAR NEGÓCIOS NO SETOR. 46

ÀS PRESTADORAS, EM REGIME DE LIVRE MERCADO, CABERÁ AMPLIAR A DISPONIBILIDADE E A DIVERSIDADE DOS SERVIÇOS...... PARA ATENDER ÀS DEMANDAS DA SOCIEDADE, QUE SÃO O FOCO CENTRAL DA AÇÃO DE TODOS OS AGENTES ENVOLVIDOS. 47

LANÇAMENTO OFICIAL Aperfeiçoamento do Modelo 2015 apresentado ao setor C om a presença maciça do alto comando das comunicações, autoridades e imprensa, a TELEBRASIL e o SINDITELEBRASIL lançaram oficialmente, na capital catarinense, as contribuições para o Aperfeiçoamento do Modelo das Comunicações 2015. O lançamento ocorreu no dia 24 de outubro de 2005, no Salão Adriático do Centro de Convenções Centro-Sul, como parte do Futurecom, tradicional evento do setor, produzido pela Provisuale, uma associada da TELEBRASIL. Um Sumário Executivo foi entregue publicamente ao ministro das Comunicações, Hélio Costa; ao presidente da Anatel, Elifas Gurgel; e a parlamentares por ocasião da abertura oficial do Futurecom, atendida por centenas de executivos, gerentes e especialistas ligados às telecomunicações. Compuseram a mesa de abertura no Salão Adriático: Ronaldo Iabrudi, presidente da TELEBRASIL, que conduziu os trabalhos; Luiz Alberto Garcia, presidente do SINDITELE- BRASIL e da Febratel Federação Brasileira de Telecomunicações ; Elifas Gurgel, presidente da Anatel; Roberto Pinto Martins, secretário de Serviços do Minicom; e André Barboza Filho, assessor da Casa Civil da Presidência da República. O presidente da TELEBRASIL sintetizou que o Aperfeiçoamento do Modelo das Comunicações 2015 nasceu de uma idéia iniciada por Luiz Alberto Garcia. O estudo explicita o conflito que ocorre no atual modelo das comunicações brasileiras e apresenta a linha-mestra para sua revisão. As comunicações brasileiras evoluem num país com ampla diversidade regional e econômica e aperfeiçoar suas comunicações é assunto complexo. A TELEBRASIL escolheu, por licitação, a consultoria Accenture/Guerreiro Teleconsult para efetuar um estudo que foi fruto coletivo das contribuições formais das associadas e da Diretoria da entidade. Presentes ao lançamento oficial do Aperfeiçoamento do Modelo, em Florianópolis (SC), os deputados federais Mesa da abertura solene do Futurecom 2005, em Florianópolis (SC), ocasião em que a TELEBRASIL e o SINDITELEBRASIL entregaram o estudo publicamente às autoridades presentes. Alberto Goldman (PSDB-SP) relator da Lei Geral das Telecomunicações, Júlio Semeghini (PSDB-SP) e Jorge Bittar (PT-RJ). Os consultores Renato Guerreiro e Roberto Distler apresentaram um sumário executivo do trabalho, incluindo introdução ao modelo, inclusão na sociedade da informação com a convergência e propostas para o aperfeiçoamento do modelo. Montou-se uma sessão de debates com Roberto Pinto Martins, do Ministério das Comunicações; André Barbosa, assessor da Casa Civil da Presidência; e Elifas Gurgel, presidente da Anatel; bem como dos parlamentares presentes, além da participação da platéia. Foi consenso geral que a iniciativa da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL foi convergente com a nova realidade mundial, que colocou questões fundamentais, sem tecnocracia e que obteve uma construção a partir do diálogo com diversos segmentos. O lançamento do Aperfeiçoamento do Modelo, em Florianópolis (SC), repercutiu na grande imprensa e na mídia especializada. Órgãos de divulgação como Estadão, Folha, Valor, Teletime, IDG New, Último Segundo Online, Agestado, Yahoo Notícias, Tele.Síntese e a própria TELEBRASIL abriram espaço para o lançamento do estudo da TELEBRASIL e do SINDITELEBRASIL. 48