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Transcrição:

REITORIA PROCESSO: 23249.020872.2012-29. REFERENTE: CONCORRÊNCIA Nº 01/2012/IFMA CAMPUS B. DO CORDA RECORRENTE: LTM CONSTRUÇÕES LTDA JULGAMENTO DE RECURSO INTERPOSTO PELA LICITANTE LTM CONSTRUÇÕES LTDA CONTRA A HABILITAÇÃO DA LICITANTE J. MENESES CONSTRUÇÕES LTDA. Com base na análise do Processo nº 23249.020872.2012-29 e por falta de atendimento dos requisitos legais, especificamente, os prescritos na alínea a, do inciso I, do art. 109, da Lei 8.666/93, NEGO PROVIMENTO ao recurso impetrado pela licitante LTM CONSTRUÇÕES LTDA, deixando de apreciar o mérito. São Luís, 05 de setembro de 2012. Marise Piedade Carvalho Pro Reitora de Ensino no Exercício da Reitoria

PROCESSO: 23249.020872.2012-29. REFERENTE: CONCORRÊNCIA Nº 01/2012/IFMA CAMPUS B. DO CORDA RECORRENTE: LTM CONSTRUÇÕES LTDA ATA DE JULGAMENTO DO RECURSO INTERPOSTO PELA LICITANTE LTM CONSTRUÇÕES LTDA CONTRA A HABILITAÇÃO DA LICITANTE J. MENESES CONSTRUÇÕES LTDA. Ao terceiro dia do mês de setembro do ano de 2012, reuniram-se os membros da Comissão Especial de Licitações de Obras do Instituto Federal do Maranhão CELO/IFMA, nomeados consoante Portaria nº 266, de 16 de janeiro de 2012, para análise e julgamento do recurso administrativo da licitante LTM Construções Ltda, devido a habilitação da licitante J. Meneses Construções Ltda, na presente licitação. 1. DA ADMISSIBILIDADE No dia 16 de agosto de 2012, ás fls. 37, do Diário Oficial da União nº. 159, foi publicado o resultado de julgamento da habilitação das licitantes participantes da licitação Concorrência nº 01/2012/IFMA CAMPUS BARRA DO CORDA. Em 24/08/2012, foi recepcionado pelo serviço de protocolo do Instituto Federal do Maranhão IFMA, sob o número 23249.020872.2012-29, Recurso Administrativo interposto pela licitante LTM Construções Ltda, devido o seu inconformismo com a habilitação da Empresa J. Meneses Construções Ltda, na Concorrência nº 01/2012/IFMA CAMPUS BARRA DO CORDA. No intervalo entre a publicação da habilitação (16/08/2012) e a representação da licitante (24/08/2012), os dias 18/08/12 (sábado), 19/08/12 (domingo) não são considerados dias úteis, restando, porém como dia de expediente os dias 16, 17, 20, 21, 22, 23 e 24/08/2012. A alínea a, do inciso I, do art. 109, da Lei 8.666/93, estabelece que dos atos que decorrem a habilitação e inabilitação de licitantes cabe recurso no prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da sua intimação ou da lavratura da ata. O 1º do mesmo comando, acrescenta que a intimação dos atos será feita mediante publicação na imprensa oficial, que no caso concreto ocorreu no dia 16/08/2012.

Por sua vez, o art. 110, da Lei 8.666/93, estabelece que na contagem dos prazos exclui-se o dia do início e incluir-se-á o dia do vencimento, que, neste particular, recaiu sobre o dia 23/08/2012, dia anterior à data da apresentação do recurso (24/08/2012). Nesse sentido a jurisprudência tem repelido a apresentação de recurso fora do prazo previsto na norma, conforme destacamos: ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. PREGÃO. DESCUMPRIMENTO DE REQUISITO EXIGIDO PELO EDITAL PARA A QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DO LICITANTE. INABILITAÇÃO. ART. 4º, INC. VII DA LEI 10.520/02 (...) 2. Diante de irregularidades ou ilegalidades em edital de pregão, cabe ao licitante o manejo de recurso a fim de combatê-las, nos termos do art. 41, 2º da Lei 8.666/93, sendo que a sua não interposição no prazo legal implica na decadência do direito de impugnar o edital e na aceitação implícita de todos os seus termos; assim, a mera declaração, feita por licitante, de que assume as consequências decorrentes do não cumprimento de determina exigência editalícia por ele considerada ilegal não produz o efeito de afastar a sua inabilitação, caso desacompanhada da interposição, no prazo legal, do correspondente recurso. 3. AGTR a que se nega provimento. (grifamos) (REsp 138745 RS 1997/0046039-8, Relator: Ministro Franciulli Netto - Segunda Turma). O cumprimento do prazo recursal é imprescindível para a concepção do ato jurídico perfeito, garantido pelos princípios da legalidade, da eficiência, da segurança jurídica e do devido processo legal. A violação ao princípio da Legalidade, previsto no art. 37, caput, da Constituição pátria, impõe ao servidor público sua responsabilização e ao particular os ônus de não o tê-lo feito no tempo devido. A eficácia de todo desempenho da Administração tem dependência da Lei, não há liberdade ou vontade pessoal do administrador. O que importa é a obediência aos ditames e regras previstas no direito positivo, por isso que, referir-se ao princípio da legalidade é mencionar o total condicionamento do administrador à pretensão da Lei. Hely Lopes Meirelles, ao discorrer sobre o princípio da legalidade, ensina que "o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e

criminal, conforme o caso". (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2004. p. 87.). Os doutrinadores Sérgio Ferraz e Adilson Abreu Dallari ressaltam que a previsão legislativa é condição de validade da atuação administrativa. Discorrem ainda que o princípio da legalidade não deve ser entendido apenas como um cumprimento formal do quanto disposto em lei, pelo contrário, requer uma observância especial ao espírito da lei e às circunstancias do caso concreto. (FERRAZ, DALLARI. Op. Cit. P. 55 e 57.). O Princípio da Segurança Jurídica, que se encontra consagrado no art. 2, XIII, e no art. 55, ambos da Lei Geral do Processo Administrativo, exerce fundamental papel na efetivação real dos fundamentos e desígnios do Estado Democrático de Direito, viabilizando a harmonia das relações cotidianas - cada um cumprindo a parte que lhe é devida. Nesse diapasão, a admissibilidade do recurso de interposto pela licitante LTM Construções Ltda contra a habilitação da licitante J. Meneses Construções Ltda na licitação Concorrência nº 01/2012/IFMA Campus Barra do Corda, ficou prejudicada na sua apreciação, pelo fato do não cumprimento do prazo legal por parte do requerente. Isto posto, a Comissão Especial de Licitação de Obras, RESOLVE não admitir o recurso, deixando de julgar o seu mérito. Contudo, a CELO/IFMA entende necessário tecer algumas considerações sobre o registro de atestado de capacidade técnica nas entidades profissionais competentes. 2. FUNDAMENTOS PARA O REGISTRO DE ATESTADO DE CAPACIDADE TÉCNICA. O Registro do Atestado no Órgão de Classe visa assegurar à administração pública a veracidade das informações declaradas no documento, fato que traduz a exigência contida na parte final, do 1º, do art. 30, da Lei 8.666/93, de que sejam os atestados "devidamente registrados nas entidades profissionais competentes". O Registro do Atestado no Órgão de Classe visa assegurar à administração pública a veracidade das informações declaradas no documento, fato que traduz a exigência contida na parte final, do 1º, do art. 30, da Lei 8.666/93, de que sejam os atestados "devidamente registrados nas entidades profissionais competentes". Para melhor compreensão dessa exigência, traz-se como ponto esclarecedor o sentido da expedição de certidão. As certidões são expedidas por órgãos públicos em

função de estes serem dotados de fé pública, o que é suficiente para assegurar a sua veracidade. Incide aqui a presunção relativa "juris tantum" de veracidade, até prova em contrário. O registro dos atestados nas entidades profissionais é indisponível - não pode ser discricionário do administrador. Trata-se de um requisito de confiabilidade inafastável, porque é norma de ordem pública, estritamente destinada à proteção do interesse público. Aplica-se "in casu", o princípio da indisponibilidade do interesse público princípio primário do direito administrativo. Assim, o registro do atestado só pode ser dispensado em hipótese extrema "in extremis", visto que ninguém pode ser forçado ao impossível "ad impossibilia nemo tenetur, como é o caso de não haver nenhuma entidade profissional, seja de natureza jurídica de direito público ou de natureza jurídica de direito privado, capaz de realizar tal registro. A preocupação do legislador com a veracidade dos dados documental se verifica claramente na leitura do texto do 1º, do art. 30, da Lei nº 8.666/93, ao estabelecer que os atestados sejam "registrados na entidade profissional competente. Em outras palavras, a norma exige, sem sombra de dúvida, uma certidão pública, porque essas entidades (OAB, CREA, CRA, CAU, CRM, etc.) possuem fé pública. Evidentemente que a prescrição normativa estabelecida no 1º, do art. 30, da Lei nº 8.666/93, não pormenoriza os procedimentos referente ao registro, o que conduz a uma necessidade de entender: O que significa registro de atestado? E qual o procedimento para registrar atestado?. Para respostas dessas indagações, buscou-se socorro na norma infraconstitucional especial, que cuida, especificamente, dos serviços de engenharia, a exemplo da Lei 6.496/77 e respectivos regulamentos. Com respeito às normas especiais, a Suprema Corte, em entendimento altaneiro e unânime, no voto do ilustre Ministro Celso Antônio Bandeira de Mello definiu a questão na ADIN 1.480-3-DF, ao fixar que norma de caráter geral não tem o emprego prevalecente sobre lei especial. Conferida a decisão na ação direta de inconstitucionalidade referida, todos os julgadores hão de obedecer a louvável decisão suprema. Portanto, o parágrafo único do art. 57, da Resolução 1.025/2009/CONFEA, que trata sobre o registro de atestado, regulamentando a Lei 6.496/77, estabeleceu:

Art. 57. É facultado ao profissional requerer o registro de atestado fornecido por pessoa física ou jurídica de direito público ou privado contratante com o objetivo de fazer prova de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos. Parágrafo único. O atestado é a declaração fornecida pela contratante da obra ou serviço, pessoa física ou jurídica de direito público ou privado, que atesta a execução de obra ou a prestação de serviço e identifica seus elementos quantitativos e qualitativos, o local e o período de execução, os responsáveis técnicos envolvidos e as atividades técnicas executadas. Por sua vez, os 2º e 3º, do art. 64, da referida Resolução, não deixa nenhuma dúvida de que a Certidão de Acervo Técnico CAT, é o documento que comprova o registro de atestado. Destaca-se: Art. 64. O registro de atestado será efetivado por meio de sua vinculação à CAT, que especificará somente as ARTs a ele correspondentes. (...); 2º A CAT à qual o atestado está vinculado é o documento que comprova o registro do atestado no CREA; 3º A CAT apresentará informações ou ressalvas pertinentes em função da verificação do registro do profissional e da pessoa jurídica à época da execução da obra ou da prestação do serviço, bem como dos dados do atestado em face daqueles constantes dos assentamentos do CREA relativos às ARTs registradas. Sendo assim, não resta outra interpretação do 2º, do art. 64, da Resolução 1.025/2009, se não, a de que a Certidão de Acervo Técnico CAT é suficiente para provar que o Atestado foi registrado na Entidade Profissional Competente, pôs que as CAT s, conforme exposto inicialmente, são Certidões que possuem fé pública. Portanto, neste particular, torna-se redundante a exigência da apresentação do atestado registrado na entidade profissional uma vez que a CAT supri essa necessidade, desde que, esta ultima, contenha as informações requeridas. Acrescenta-se que as diligencias efetivadas pela CELO/IFMA, confirmaram a exatidão das certidões, bem como a execução dos serviços. Regina Cellis de A. C. Lima José Evangelista S. Pereira Magno Sousa França MEMBRO PRESIDENTE MEMBRO