2 Descrição do movimento de um ponto material no espaço e no tempo



Documentos relacionados
Exemplos de aceleração Constante 1 D

1 Considere o gráfico da figura a seguir, que representa a funçãov(t), relativa a um dado movimento rectilineo. v(ms 1 )

velocidade inicial da bola: v 0; altura da borda do telhado: H,; ângulo de inclinação do telhado: θ.

Curso de Engenharia Civil. Física Geral e Experimental I Movimento Prof.a: Msd. Érica Muniz 1 Período

Professora Bruna. Caderno 13 Aula 28. Quem atinge o solo primeiro? Página 291

Lista 1 Cinemática em 1D, 2D e 3D

CAIU NO CBMCE! (velocidade inicial decomposta) Vamos fazer as devidas observações acerca desse movimento:

Constantes. 3. A energia solar usada para o abastecimento de energia a uma nave espacial.

F-128 Física Geral I 2 o Semestre 2012 LISTA DO CAPÍTULO 2

Provas Comentadas OBF/2011

Lista de Exercícios - Movimento em uma dimensão

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

Física e Química A. Actividade Prático-Laboratorial 1.3 Salto para a piscina

7] As polias indicadas na figura se movimentam em rotação uniforme, ligados por um eixo fixo.

Gráficos: Q2)Para cada função posição x(t) diga se a aceleração é positiva, negativa ou nula.

FÍSICA GABARITO LISTA DE EXERCÍCIOS 2 APOSTILA 13

Aulas 8 e 9. Aulas 10 e 11. Colégio Jesus Adolescente. a n g l o

CURSO INTRODUTÓRIO DE MATEMÁTICA PARA ENGENHARIA Cinemática. Isabelle Araújo Engenharia de Produção Myllena Barros Engenharia de Produção

Problemas de Mecânica e Ondas 5

Lista de exercícios nº 2

2. Cinemática vetorial

a) O tempo total que o paraquedista permaneceu no ar, desde o salto até atingir o solo.

Física Unidade IV Balística Série 1 - Queda livre e lançamento vertical

1.5 O oscilador harmónico unidimensional

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS 1 a LISTA DE EXERCÍCIOS DE MECÂNICA - NOTURNO. Sejam 3 vetores a, b e c dados por.

Lista de Exercícios - Integrais

GABARITO DO SIMULADO DISCURSIVO

1 LISTA DE EXERCÍCIOS FUNDAMENTOS DE MECÂNICA CLÁSSICA. Prof. Marcio Solino Pessoa

GILBERTO ORENGO 1 O LANÇAMENTO OBLÍQUO COM RESISTÊNCIA DO AR

Capítulo 2 CINEMÁTICA

Prof. Rogério Porto. Assunto: Cinemática em uma Dimensão II

UNIDADE 10 ESTUDOS DE MECÂNICA - INÍCIO LISTA DE EXERCÍCIOS

Capítulo 4 Trabalho e Energia

EXERCÍCIOS 2ª SÉRIE - LANÇAMENTOS

Universidade Federal do Paraná

COLÉGIO JOÃO PAULO I UNIDADE SUL

Física II Ondas, Fluidos e Termodinâmica USP Prof. Antônio Roque Aula 15

horizontal, se choca frontalmente contra a extremidade de uma mola ideal, cuja extremidade oposta está presa a uma parede vertical rígida.

Vestibular1 A melhor ajuda ao vestibulando na Internet Acesse Agora! Cinemática escalar

Lista de Exercícios- PRA Física Geral Experimental I

Lista de Exercícios PRA

ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS 3.º

LANÇAMENTO OBLÍQUO (PROF. VADO)

Tópico 02: Movimento Circular Uniforme; Aceleração Centrípeta

c = c = c =4,20 kj kg 1 o C 1

Referencial - sistema de referencia em relação ao qual se pode classificar se determinado objecto de encontra em repouso ou em movimento.

Lista de Exercício 3 MUV

Mecânica e FÍSICA Ondas

Slides para os alunos do 9º ano Colégio Módulo. Professor André Weber

1. (U.F.São Carlos SP)

Prof. Rogério Porto. Assunto: Cinemática em uma Dimensão III

a) O movimento do ciclista é um movimento uniforme, acelerado ou retardado? Justifique.

Lançamento Oblíquo. 1. (Unesp 2012) O gol que Pelé não fez

FÍSICA I LISTA 5 DIVERSOS EXERCÍCIOS GABARITO Orientação para V2 e VS 1. Um ônibus passa pelo km 30 de uma rodovia às 6 h, e às 9 h 30 min passa

2 A Derivada. 2.1 Velocidade Média e Velocidade Instantânea

Movimento Retilíneo Uniforme (MRU) Equação Horária do MRU

ACTIVIDADE LABORATORIAL 1.3. SALTO PARA A PISCINA

Escola Secundária de Oliveira do Bairro

APLICAÇÕES DA DERIVADA

A abordagem do assunto será feita inicialmente explorando uma curva bastante conhecida: a circunferência. Escolheremos como y

QUEDA LIVRE. Permitindo, então, a expressão (1), relacionar o tempo de queda (t), com o espaço percorrido (s) e a aceleração gravítica (g).

A equação da posição em função do tempo t do MRUV - movimento retilíneo uniformemente variado é:

MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO (M.U.V)

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

UNOCHAPECÓ Lista 03 de exercícios Mecânica (lançamento de projéteis) Prof: Visoli

Seja D R. Uma função vetorial r(t) com domínio D é uma correspondência que associa a cada número t em D exatamente um vetor r(t) em R 3

12-Função Horária da Posição do Movimento Uniforme

DINÂMICA. Força Resultante: É a força que produz o mesmo efeito que todas as outras aplicadas a um corpo.

CI202 - Métodos Numéricos

Exercícios sobre Movimentos Verticais

4. Curvas planas. T = κn, N = κt, B = 0.

Gráfico: O gráfico de uma função quadrática é uma parábola. Exemplos: 1) f(x) = x 2 + x /2 1 3/2 2. 2) y = -x

Instalando o Software Modellus

Ensino Médio Unidade Parque Atheneu Professor (a): Junior Condez Aluno (a): Série: 1ª Data: / / LISTA DE FÍSICA II

Centro de Massa. Curso: Engenharia Disciplina: complementos de Física Professor: Douglas Assunto: Centro de Massa E Momento de Inércia

Física Simples e Objetiva Mecânica Cinemática e Dinâmica Professor Paulo Byron. Apresentação

ENERGIA POTENCIAL E CONSERVAÇÃO DE ENERGIA Física Geral I ( ) - Capítulo 04

Lançamento Horizontal

CINEMÁTICA - É a parte da mecânica que estuda os vários tipos de movimento, sem se preocupar com as causas destes movimentos.

1 m 2. Substituindo os valores numéricos dados para a análise do movimento do centro de massa, vem: Resposta: D. V = ,2 V = 8 m/s

Física. Questão 1. Avaliação: Aluno: Data: Ano: Turma: Professor:

Função Quadrática Função do 2º Grau

Exercícios resolvidos recomendados para consolidação do estudo:

Gráficos no MU e MUV. E alguns exercícios de vestibulares

Exercícios: Lançamento Vertical e Queda Livre

Aceleração Constante

Ficha de avaliação Física e Química A - Versão 1 Outubro de Nome: Nº: turma: 11E

PRATICA EXPERIMENTAL. Introdução:

Exercícios cinemática MCU, Lançamento horizontal e Oblíquo

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 4

1 Introdução a Cinemática

Prof. A.F.Guimarães Questões de hidrostática 2

Lista 2 - Vetores II. Prof. Edu Física 2. O que é necessário para determinar (caracterizar) uma: a) grandeza escalar? b) grandeza vetorial?

(Desconsidere a massa do fio). SISTEMAS DE BLOCOS E FIOS PROF. BIGA. a) 275. b) 285. c) 295. d) 305. e) 315.

Movimentos Periódicos: representação vetorial

Cinemática Unidimensional

ALUNO: Nº SÉRIE: DATA: / / PROF.: VICTOR GERMINIO

( ) ( ) ( ( ) ( )) ( )

CINEMÁTICA VETORIAL. Observe a trajetória a seguir com origem O.Pode-se considerar P a posição de certo ponto material, em um instante t.

Tópicos de Física Moderna ano 2005/2006

Transcrição:

2 Descrição do movimento de um ponto material no espaço e no tempo 2.1. Num instante t i um corpo parte de um ponto x i num movimento de translação a uma dimensão, com módulo da velocidade v i e aceleração constante de módulo a. Num instante posterior t f o corpo alcançou o ponto x f com velocidade de módulo v f. a) Demonstre que o módulo da velocidade média, v m, é dado pela expressão: v m = v f + v i. 2 Como o corpo se desloca com aceleração constante a distância percorrida no intervalo de tempo t f t i é dada por x f x i = v i (t f t i ) + 1 2 a (t f t i ) 2, donde, o módulo da velocidade média, v m virá v m = x f x i t f t i = v i + 1 2 a (t f t i ). Por outro lado, também sabemos que, para este tipo de movimento, a variação do módulo da velocidade com o tempo foi v f = v i + a (t f t i ). Usando o último termo do membro direito desta expressão na expressão do módulo da velocidade média, temos como pretendiamos demonstrar. v m = v i + 1 2 (v f v i ) = 1 2 (v f + v i ). 17

b) Demonstre que: v 2 f = v 2 i + 2 a (x f x i ). Partindo da expressão anterior para a variação temporal do módulo da velocidade, podemos escrever (t f t i ) = v f v i a. Substituindo este valor para (t f t i ) na expressão da distância percorrida obtemos a relação desejada: ( ) vf v i x f x i = v i + 1 ( a 2 a vf v i a ( = v i + 1 ) ( ) 2 (v vf v i f v i ) a = 1 ( ) 2 (v vf v i f + v i ) a = 1 2a (v2 f vi 2 ) ) 2 2.2. Uma pedra é lançada à superfície da Terra na vertical, para cima, com velocidade inicial v o = v o e y. Considere o instante do lançamento t o = 0 s. a) Sabendo que o movimento da pedra se faz com uma aceleração constante, calcule as expressões para v(t), o módulo da velocidade em função do tempo, e para y(t), a posição em função do tempo. O movimento tem luar unicamente ao lono do eixo yy, sendo o sentido da aceleração oposto ao da velocidade. Tomamos para a posição inicial o valor 0. Assim, para o módulo da velocidade e posição devemos escrever v(t) = v o t (2.1) y(t) = v o t 1 2 t2 (2.2) 18

b) Calcule o instante t max em que atine a altura máxima h max. Qual a velocidade nesse instante? No ponto de altura máxima o módulo da velocidade é zero. Da equação (2.1) tiramos v(t max ) = 0 t max = v o c) Calcule a altura máxima h max atinida pela pedra. Conhecido t max, por substituição na equação (2.2), temos h max = y(t max ) h max = 1 vo 2 2 d) Calcule ao fim de quanto tempo a pedra volta a passar no ponto de partida e a velocidade nesse instante. Usando a equação (2.2) com y(t) = 0, obtemos o tempo de retorno, t ret 0 = v o t ret 1 2 t2 ret t ret = 2v o e, usando aora valor na equação (2.1), v ret = v o 2v o v ret = v o e) Considere v o =2 m /s e = 9, 8 m /s 2. Calcule h max e t max. Solução: h max = 0.20 m, t max = 0.20 s 2.3. Uma pedra é lançada à superfície da Terra com uma velocidade inicial que faz um ânulo α com a horizontal. Considere que a velocidade inicial da pedra é v o = v ox e x + v oy e y e que a aceleração ravítica é = 9, 8 e y m/s 2. Para efectuar cálculos considere os seuintes valores para as componentes da velocidade inicial: v ox = 3 m /s e v oy = 2 m /s. 19

a) Sabendo que o movimento da pedra se faz com aceleração constante pelo eixo dos yy e com velocidade constante pelo eixo dos xx, calcule v y (t), y(t), v x (t) e x(t). b) Relacione v ox e v oy com o ânulo α e com v o, o módulo da velocidade inicial. c) Calcule a expressão para t max correspondente ao instante em que a pedra atine a altura máxima, y max, em função do ânulo α e de v o. Qual o módulo da velocidade nesse instante? Solução: 3 m /s d) Calcule a expressão para o instante em que a pedra cai no solo. e) Demonstre que a pedra cai no solo a uma distância do ponto de lançamento dada pela expressão: f) Demonstre que x max = v2 o sin(2α) y(x) = a + b x + c x 2 vo 2 cos2 α onde a = y o, b = tan(α) e c = 1 2 corresponde à equação de uma parábola.. Verifique que y(x) 2.4. Pretende-se que uma bola, lançada do solo com velocidade inicial v o, atinja no ponto mais alto da sua trajectória a caixa de uma carrinha (LEGO) colocada em cima de uma mesa. A velocidade da bola no instante em que colide com a carrinha é v = 3 e x m/s. A caixa da carrinha está a uma altura h = 0, 9 m do solo. Considere que é a essa altura que se dá a colisão. Calcule o módulo da velocidade inicial da bola e o ânulo de lançamento θ (isto é, o ânulo entre o vector velocidade e o solo). Uma vez que a velocidade da bola, ao atinir a carrinha, tem uma componente horizontal, a bola foi lançada na diaonal. Como a aceleração ravítica só altera a componente vertical da velocidade, v y, temos de calcular o seu valor inicial. Ora usando a expressão do exercício 1.b) podemos escrever, para o ponto em que a bola atine a carrinha, 0 = v 2 oy 2 h, e obter a componente yy da velocidade inicial: v oy = 2 h. Para o módulo da velocidade teremos v o = vox 2 + voy 2 = vox 2 + 2 h 20

Por sua vez o ânulo de lançamento será ( ) voy θ = arctan v ox ( ) 2 h = arctan v ox Substituindo valores obtemos v o = 5, 16 m /s, θ = 54, 5. 2.5. Uma seta e uma maça estão inicialmente à mesma altura h 1 do chão, sendo h 1 = 1, 5 m. A distância da seta à maçã é de D = 2 m. Um dispositivo asseura que quando a seta é lançada no sentido da maçã, esta é deixada cair na vertical sem velocidade inicial. Verifica-se que a seta atine o alvo a uma altura do chão h 2 = 0, 5 m. a) Qual a velocidade inicial mínima que deverá ter a seta para que possa atinir a maçã, em função da distância D e da altura h? A velocidade mínima necessária da seta calcula-se a partir do tempo de vôo da maçã até chear à terra: t 0 t v s 0 =? v m 0 = 0 m/s h 1 = 1.5 m D = 2 m h 2 = 0.5 m D = 2 m y = h = 1 2 t2 t = 2h A velocidade mínima para poder percorrer a distância D no tempo t = 2h/ é: v min e x = D e x = D 2h/ 2h e x b) Qual o intervalo de tempo entre o instante em que a seta é lançada e o instante em que atine a maçã? O intervalo de tempo entre o instante em que a seta é lançada e o instante em que atine a maçã corresponde ao tempo que a maçã (e a seta) precisa para cair 1 m (de h 1 a h 2 ). Loo: t = 2(h 1 h 2 ) = 2 1 m = 0, 45 s 9, 8 m/s2 21

c) Qual a velocidade inicial da seta? A velocidade da seta na direcção xx não muda até ao impacto e não existe aceleração nesta direcção. Loo: v 0 = D t = 2 m 0, 45 s = 4, 4 m /s d) Se por falha do sistema, a seta e a maçã fossem lançadas em instantes diferentes e não houvesse colisão, quais seriam as componentes das velocidades de ambas quando tocassem no chão? Ao fim de quanto tempo cheariam ao chão? Resolução maçã: O tempo de vôo é calculada a partir da fórmula deduzida em a) 2h 2 1, 5 m t = = = 0, 55 s 9, 8 m/s2 A velocidade da maçã só tem componente na direcção yy e a velocidade é dada por: v e y = (v 0 t) e y = t e y = 9, 8 m /s 2 0, 55 s e y = 5, 4 e y m/s seta: O tempo de vôo da seta é iual ao da maçã uma vez que a força ravítica é iual para ambas. A velocidade da seta na direcção xx foi calculado em c) e a velocidade em yy é iual a velocidade da maçã calculada na linha anterior. Loo: v = v x e x + v y e y = (4, 4 e x 5, 4 e y ) m /s 2.6. Um passaeiro dentro de um comboio atira uma pedra ao ar com velocidade v o = v o e y, onde v o = 2 m /s. A pedra não toca no tecto da carruaem. Analise o movimento da pedra do ponto de vista do passaeiro dentro do comboio e de uma pessoa na estação, em relação à qual o comboio se desloca com velocidade constante v c = 200 km /h. a) Verifique que as equações do movimento da pedra para o passaeiro do comboio são dadas por: y (t) = y o + v oyt 1 2 t2 x (t) = x o 22

Para o passaeiro no comboio (sistema de coordenadas do comboio) a pedra não se desloca na direção x. Loo: x (t) = x o O deslocamento em y é descrito pelas equações de movimento a uma dimensão e com aceleração constante (neste caso ). Loo: y (t) = y 0 + v 0 t 1 2 t2 no comboio v 0 *e y * v 0 *=2m/s na estação v 0 e y =v 0 *e y * v c e x v c =200 km/h b) Ao fim de quanto tempo a pedra atine a altura máxima para o passaeiro do comboio? Resolução A altura máxima é atinida quando v y = 0. Loo: v y = v 0y t = 0 t = v 0y = 2 m /s 9, 8 m /s 2 = 0, 2 s c) Verifique que as equações do movimento da pedra para o passaeiro na estação são dadas por: y(t) = y (t) = y o + v oyt 1 2 t2 x(t) = v c t + x (t) = v c t + x o. A equação do movimento em y é equivalente para o passaeiro na estação e no comboio uma vez que a velocidade do comboio na direção y é zero e os movimentos em y e x são independentes. Loo: y(t) = y (t) = y 0 + v 0y t 1 2 t2. Para o passaeiro na estação o movimento da pedra na direcção x corresponde ao movimento do comboio mais o movimento da pedra dentro do comboio na direcção x (a última sendo zero no nosso caso). Loo: x(t) = v c t + x (t) = v c t + x o 23

d) Ao fim de quanto tempo a pedra atine a altura máxima para o passaeiro na estação? O tempo é iual ao tempo calculado em b) uma vez que o movimento em y está descrito pelas mesmas equações para ambos os passaeiros e o movimento em x e y são independentes. e) Com base nos resultados anteriores demonstre que, para um observador na estação a trajectória da pedra é uma parábola, cuja equação é dada por y(t) = yo + v oy x(t) 1 v c 2 vc 2 x 2 (t) x(t) = v c t + x (t) = v c t + x o Eliminando t nas equações em c) obtem-se: x(t) = v c t + x 0 e loo: t = x(t) x 0 v c y(t) = y 0 + v 0y t 1 2 t2 com x o = 0 obtem-se: = y0 + v 0y (x(t) x v 0) 1 (x(t) x c 2 0) 2 v 2 c y(t) = y0 + v 0y x(t) 1 x(t) 2 v c 2 v 2 c 2.7. Num simulador de vôo de um Boein 737 pretende-se simular uma travaem do avião após uma aterraem. O comandante tem 1000 metros de pista para parar e tocou a pista a 180 km /h. A sensação de travaem é conseuida inclinando o módulo do simulador. Qual o ânulo a que se deve inclinar o módulo do simulador para simular esta travaem e para que o piloto sinta a mesma desaceleração? Quais as conclusões desta experiência no que diz respeito à comparação entre a massa ravitacional e a massa inercial? 24

A manitude da componente da aceleração ravítica do módulo do simulador diriida na direcção x (ver fiura) corresponde à manitude de aceleração, a, do avião. Loo: sin(α) = a sin(α) = a/ Escrevendo as equações de movimento para o avião com v 0 = 180 km /h = 50 m /s e o tempo de aterraem t A temos: Da equação (2.3) tiramos: v(t A ) = 0 = v 0 + a t (2.3) x(t A ) = v 0 t + 1 2 a t2 (2.4) a = v 0 t Substituindo este valor em (2.4) temos: m N α m cosα α m y N m sinα x x(t A ) = v 0 t 1 2 v 0 t = 1 2 v 0 t t = 2x(t A )/v 0 Substituindo este valor de t na equação da aceleração temos: a = v2 0 2x(t A ) = (50 m /s) 2 2 1000 m = 1, 25 m /s 2 E loo: ( ) a α = arcsin = arcsin 1, 25 m /s 2 = 7, 3 o 9, 8 m /s 2 Solução: 7.3 2.8. A escolha de um referencial e de um sistema de eixos adequado pode simplificar bastante a análise do movimento de um corpo. Para o demonstrar, na aula teórica analisou-se o caso do movimento circular uniforme de um corpo usando coordenadas polares (r, ϕ), como definido na fiura ao lado. Seja r o raio vector que caracteriza a posição do corpo A e r = x e x + y e y. Seja r o módulo de r. Os versores e r e e ϕ estão definidos na fiura. y r ϕ e ϕ e r Definição de coordenadas polares x 25

a) Defina o vector r em coordenadas polares. Em coordenadas polares r está orientado seundo o versor e r, loo r = r e r b) Sabendo que o ânulo ϕ varia com o tempo, considere ω = dϕ/dt. Calcule a velocidade v = d r/dt em coordenadas polares. Indique as componentes radial e tanencial da velocidade. Suestão: Comece por demonstrar que d e r /dt = ω e ϕ e d e ϕ /dt = ω e r. Seuindo a suestão de resolução, comecemos por escrever os versores dos eixos polares seundo as coordenadas cartesianas: e r = cos ϕ e x + sin ϕ e y e ϕ = sin ϕ e x + cos ϕ e y derivando aora os versores dos eixos polares, tem-se d e r dt d e ϕ dt = ( sin ϕ e x + cos ϕ e y ) dϕ dt = ω e ϕ (2.5) = ( cos ϕ e x sin ϕ e y ) dϕ dt = ω e r (2.6) Podemos aora calcular a velocidade v a partir da expressão da alínea anterior, v = d r dt e r + r d e r dt usando a expressão (2.5) obtemos, v = d r dt e r + r ω e ϕ (2.7) O primeiro termo do membro esquerdo da equação é a velocidade radial e o seundo a velocidade tanencial. c) Calcule a aceleração do corpo em coordenadas polares no caso particular do movimento circular uniforme. Identifique as componentes radial e tanencial. Qual a aceleração centrípeta? No movimento circular o raio é constante pelo que, na equação (2.7) o primeiro termo é nulo. Derivando a velocidade, tem-se d v dt = d r dt ω e ϕ + r dω dt e ϕ + r ω d e ϕ dt 26

Como o movimento é circular uniforme, além do raio não variar, a velocidade anular também é constante. Loo os dois primeiros termos do membro esquerdo são nulos. Por fim, usando a equação (2.6) podemos escrever a = d v dt = r ω2 e r isto é, só existe uma aceleração centrípeta. d) Obtenha a expressão para v e a em coordenadas cartesianas (x, y) para o movimento circular uniforme. A partir dos valores v = r ω e ϕ e a = r ω 2 e r, e usando a expressão dos versores polares seundo as coordenadas cartesianas da alínea b): v = rω sin α e x + rω cos α e y a = rω 2 cos α e x rω 2 sin α e y 2.9. Calcule a velocidade de um corpo relativamente a um sistema inercial de coordenadas que passa pelo centro da Terra no caso em que o corpo está situado num ponto sobre o equador terreste e com velocidade nula relativamente à Terra. Solução: v 1, 7 10 3 e ϕ km/h 27